Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Brasil supera a China em número de mortes da Covid-19, Mas, Bolsonaro afirma:e daí???



Após Jesus encontrar Marta e Maria perto de Betânia, eles vão ao túmulo de Lázaro, uma caverna com uma pedra que cobre a entrada. Jesus ordena: “Retirem a pedra.” Marta está preocupada, pois não entende o que Jesus vai fazer. Ela diz: “Senhor, ele já deve estar cheirando, porque já faz quatro dias.” Mas Jesus diz: “Eu não lhe disse que, se você acreditasse, veria a glória de Deus?” — João 11:39, 40.
Então a pedra é removida. Jesus olha para o céu e ora: “Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Na verdade, eu sei que sempre me ouves, mas falei por causa da multidão que está ao meu redor, para que acreditem que tu me enviaste.” A oração que Jesus faz em voz alta mostra aos observadores que ele vai fazer algo por meio do poder de Deus. Então Jesus diz bem alto: “Lázaro, venha para fora!” E Lázaro sai com as mãos e os pés ainda enrolados com as faixas de sepultamento e o rosto coberto com um pano. Jesus diz: “Tirem as faixas dele e deixem-no ir.” — João 11:41-44.



Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados também pela imprensa (inclusive internacional), o Brasil entrou para o seleto grupo dos 10 países que mais mortos têm de Covid-19 no mundo, desde que essa pandemia se estabeleceu no planeta. De acordo com estes números, o país já ultrapassou a China em número de óbitos neste lamentável ranking. São, até o mais recente balanço do Ministério da Saúde, 5.385 mortes com 71.886 casos de pessoas infectadas pelo coronavírus https://brasil.elpais.com/brasil/2020-04-29/brasil-supera-china-em-mortos-por-coronavirus-admite-agravamento-da-crise-mas-bolsonaro-diz-e-dai.html). Percebamos que o Brasil passou em número de mortes o país originário da Covid-19 em um número muito menor de dias desde que esta terrível doença se instalou em nosso país. Na China, não custa recordar, o coronavírus surgiu em dezembro do ano passado, ao passo que em nosso país, esta doença começou a se instalar há pouco mais de um mês. Daí, podemos perceber a rapidez impressionante de sua proliferação, apesar das medidas tomadas pelos vários governos (estaduais e municipais, sobretudo) com o isolamento social decretado em muitos locais.
Porém, apesar de tudo isso, verificamos também que nos últimos dias, a política do isolamento social, tão questionada desde o início pelo presidente Bolsonaro e seus apoiadores (em especial pelos grandes empresários que o apóiam), vem sendo não apenas questionada de forma mais ampla (com a realização de carreatas e descumprimento dos decretos firmados), como vem levando a que vários governadores e prefeitos - a começar do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - tenha decidido recuar da quarentena no Estado e afrouxar esta política, sob custa de vitimar ainda mais a população, em especial os mais pobres e quem mora nas periferias, sobretudo as das grandes cidades, como uma megalópole tipo São Paulo. Apesar de todos/as perceberem, cotidianamente, a elevação dos índices de casos e mortes causadas pela Covid-19, no Brasil e no mundo. Só nos EUA, já se registram números que marcam 1/3 da quantidade de casos dessa doença ocorridos no mundo inteiro.
Há casos, no entanto, que nos chamam mais atenção (e preocupação) muito maior porque, ao contrário de alguns, prezamos pela vida humana. O caso de Manaus, no Estado do Amazonas, é emblemático. Segue a mesma linha dramática que assistimos, há dias atrás, na Itália e em Guayaquil, no Equador, aonde vimos caminhões do Exército carregando os corpos das vítimas para o cemitério por não não haverem mais carros funerários suficientes para fazer o transportes deste (no caso italiano); e corpos aos montes nas ruas da cidade equatoriana citada, sem caixões em número adequado para que estes pudessem ter um enterro digno, no caso do país sulamericano citado. Agora, assistimos drama semelhante ocorrendo com nossos/as irmãos/ãs manauaras, que não encontram vagas suficientes nos cemitérios da cidade para sepultar seus entes queridos. Para que isso aconteça, a prefeitura da cidade, junto com o governo do Estado, teve que abrir valas e mais valas no principal cemitério da cidade para enterrar estas pessoas. E, o pior desta tragédia: as pessoas sendo enterradas de maneira coletiva, umas ao lados das outras, sem velório, com no máximo 4 pessoas da família acompanhando o sepultamento. Uma cena lamentável para aquele/a que está sendo sepultado e para a sua família.
Todo este sofrimento familiar não é suficiente para sensibilizar o coração do presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro. Diante dos dados apresentados pelo seu Ministério da Saúde em relação ao crescimento da Covid-19 no país, ele soltou a "singular" frase, respondendo aos jornalistas: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre" (https://veja.abril.com.br/politica/e-dai-nao-faco-milagres-diz-bolsonaro-sobre-mortes-por-covid-19/).
Este é o presidente que, por reiteradas vezes, se afirma na frente de todos/as como cristão e que, por causa disso, nomeará para o STF alguém "terrivelmente evangélico"; se diz contra ao que ele chama de "ideologia de gênero"(coisa que o STF rechaçou por unanimidade recentemente); defende a volta da ditadura militar e idolatra um de seus principais torturadores e outras coisas mais. Apesar de tudo isso, repetimos, se afirma cristão. E, com tudo isso, despreza a vida humana, bem maior não apenas da Constituição Federal (que ele jurou defender quando assumiu a Presidência da República), mas que é também a defesa maior de todo aquele que se diz cristão. Pelo menos, em tese!!!

sábado, 25 de abril de 2020

Números não mentem jamais. Já governos costumam cair.......





Demoramos algum tempo a escrever um novo artigo acerca dos desdobramentos da conjuntura nacional porque esta se apresentou, nos últimos dias, com uma velocidade que nem o mais extraordinário vidente poderia prever que esta se revelaria da forma como se apresentou. Tanto que, por exemplo, o site Uol fez uma reportagem especial, no dia 24 de abril deste ano, sobre a mais nova crise gerada no governo Bolsonaro, que teve início com a demissão do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e teve sua provável conclusão nesta sexta-feira, 24/04/2020, do agora ex-ministro da Justiça, o antes todo-poderoso Sérgio Moro. (pelo menos é o que se acha até o momento) (https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/oito-dias-que-abalaram-o-governo-bolsonaro/).
Governos têm seu início e seu final, isso é certo. Mas, todos estes também possuem, em dado momento, um ponto em que chegam a um instante em que alcançam uma ocasião em que estes conhecem o princípio de seu fim. Alguns governos recentes conheceram isso. Bolsonaro, de acordo com seus últimos movimentos, também começa a sentir isso, querendo ou não seus seguidores. Os número não mentem. Vejamos.
Em 1989, o governador de Alagoas, Fernando Collor, do inexpressivo PRN (até então), que ficou conhecido nacionalmente pela alcunha de "caçador de marajás", tornou-se presidente da República, ao ganhar numa ferrenha disputa em 2º turno contra o petista Lula (PT) naquela eleição. Collor tomou posse em 15 de março de 1990 e sofreu impeachment em 30 de dezembro de 1992, exatos dois anos, nove meses e quinze dias após ter chegado ao Palácio do Planalto. Porém, o início do seu fim no governo se deu um pouco antes, com 2 anos, 2 meses e 12 dias, quando seu irmão, Pedro Collor (já falecido), revelou em entrevista bombástica à revista Veja na época as entranhas de seu governo e, a partir dali, seu governo começava a desmoronar. 
Alguns anos depois, em 2010, a  ministra das Minas e Energia do governo Lula, Dilma Rousseff (PT), foi eleita a primeira mulher presidente da República brasileira e tomou posse em 01/01/2011 para seu primeiro mandato, tendo sido reeleita em 2014, tomando posse novamente em 01/01/2015 para o segundo mandato. 
Ainda no seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff vê seu mandato se acabar durante as manifestações daquilo que ficou conhecido como as "jornadas de junho de 2013", manifestações que começaram em São Paulo contra os reajustes das tarifas de transporte coletivo, mas que se acabaram por se espalhar por outras questões sociais, que afetavam a vida do povo em geral e que também atingiram o país como um todo e paralisaram o Brasil de maneira geral por dias, incluindo nisso o governo Dilma. As "jornadas de junho de 2013", que teve como épico a dura repressão verificada após o ato de 13/06 daquele ano em São Paulo, foi o marco decisivo para o início do fim do governo Dilma. Seu impeachment ocorreu em 31 de agosto de 2016, quando esta já estava no segundo mandato. Ou seja, tal crise política  atravessou boa parte de seu governo. Assim, o início do seu fim no governo se deu com 2 anos, 5 meses e 12 dias.
Agora, Bolsonaro experimenta algo semelhante. Justo ele, que foi eleito com um discurso de que teria vindo para por fim a um sistema que, segundo ele e seus seguidores, estaria corrompido por tais práticas corruptas e que precisava ser combatido para que isso pudesse ser definitivamente extinto. Para tanto, entre outras coisas, chamou para seu governo um símbolo da luta anticorrupção no país, que seria o juiz Sérgio Moro, que ganhou o status de superministro ao se tornar titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública para, com "carta branca", segundo palavras do próprio Bolsonaro, iniciar tal combate à corrupção e à criminalidade em nosso país. Coisas que a realidade, em nosso país, a partir dos fatos que começaram a surgir de dentro do próprio governo, começaram a "jogar contra" o governo, o presidente Bolsonaro e seus aliados mais próximos, a começar de seus filhos.
Ao contrário de Collor e Dilma, o início do fim de seu governo em nossa avaliação começa com a demissão de Moro. E isso ocorre com 1 ano, 3 meses e 23 dias após sua posse como presidente da República. Portanto, um tempo bem menor do que o verificado nos governos citados.
Queremos, com isso, fazer uma ressalva historiográfica. Segundo o historiador Edward Hallet Carr, em seu famoso livro "Que é história?", "os fatos são sagrados, a opinião é livre". Ou seja, na minha avaliação, estes fatos que descrevi acima foram os decisivos para determinar os pontos finais para o início do fim de cada um desses governos que abordei. Evidentemente, que qualquer pessoa pode discordar de mim, no todo ou em partes. Não há nenhum problema nisso. Porém, não se pode discordar, em hipótese alguma, que os fatos aqui descritos foram decisivos para  que tais governos começassem a experimentar o seu fim. 
A demissão de Moro marca o fim de uma etapa importante no governo Bolsonaro. As repercussões de tal processo ainda se verificarão, mais cedo ou mais tarde. As hostes bolsonaristas ainda estão se recuperando do baque que sofreram. A resposta mais rápida que estão a fazer é a mesma de sempre: desqualificar o antes aliado de primeira hora, Sérgio Moro. Em todos os sites, canais de TV, rádio, portais, procuram destruir (ou desconstruir) a imagem daquele a quem era considerado o "herói nacional" no combate à corrupção. Veremos quais serão as cenas dos próximos capítulos................ 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Bolsonaro e sua política genocida em curso



Quando somos crianças (pelo menos era assim no MEU tempo de criança), o dia 19 de abril era celebrado nas escolas como um dia de alegria, pois lembrávamos o Dia do Índio, o dia dedicado aos primeiros habitantes de nosso território, que nos ensinaram muitos termos linguísticos, costumes e gostos culinários, além de outras coisas. Isso, de certa forma, permanece em nossas escolas até os nossos dias. Muito embora, o dia 19 de abril tenha adquirido, nos últimos anos, uma característica também de denúncia à situação de perseguição e extermínio que nossos povos indígenas têm sofrido, não apenas ao longo de nossa História (como começamos a perceber mais concretamente nos últimos anos, graças ao desvendamento dado pelos vários estudos feitos), mas especialmente nos recentes governos que temos tido em nosso país, para só falarmos do regime militar pós-1964 para cá.
O governo Bolsonaro, a partir de seu mandatário, transformou este dia, com a manifestação ocorrida em várias partes do país, a partir de Brasília, neste domingo, 19 de abril de 2020, num outro dia a ser lembrado, desta vez de forma triste. Poucos, talvez apenas Bolsonaro e seus amigos da caserna, lembravam que 19 de abril também celebrava o dia do Exército. Pelo menos, este blogueiro não lembrava disso. Mas, ele e seus amigos fizeram questão do país saber disso com as manifestações que aconteceram pedindo, entre outras coisas, a intervenção militar no país (leia-se a volta da ditadura militar) e o retorno do AI-5, sem falar no fechamento do Congresso Nacional e do STF. 
Bolsonaro (sem partido) que, em plena pandemia do coronavírus, ignora completamente as recomendações da OMS e do seu Ministério da Saúde, defendendo abertamente o fim do isolamento social e apoiando-se em sua "tropa de choque" na defesa das aglomerações e do retorno ao trabalho o quanto mais rápido possível, fez um fervoroso discurso em Brasília para sua turbe de alucinados e destilou mais veneno em sua legião de seguidores. O grande problema de tudo isso é que nem setores da centro-direita nem a "esquerda oficial" se dispõem a dar um freio de arrumação em tudo isso para parar de vez Bolsonaro. 
E o que significa dar um "freio de arrumação" em Bolsonaro, neste momento conjuntural??? Só há uma saída, neste momento: construir o FORA BOLSONARO e MOURÃO!!!
Não há mais condições de, com tudo isso que vem ocorrendo em nosso país, com a crise causada pela disseminação do coronavírus e a falta de uma condução séria que não vem sendo feita por este governo, de manter Bolsonaro à frente dos destinos do país. É preciso que tiremos Bolsonaro e Mourão já!!!]
Um dos maiores exemplos disso se dá neste "auxílio financeiro" que o governo Bolsonaro afirma conceder aos trabalhadores informais, autônomos, mães de família, dentre outros. Esta merreca de R$ 600. Até agora, apesar da propaganda oficial do governo, sabemos que milhões ainda não receberam ou estão em "análise" pelo sistema da Caixa. Enquanto isso, meia dúzia de banqueiros em todo o país receberam, logo no início desta crise, cerca de R$ 1,2 trilhão deste mesmo governo Bolsonaro, sem nenhuma burocracia. Este é o "compromisso" do governo!!!
Não dá para termos o discurso de que, neste momento, é mais prioritário cuidarmos da pandemia do coronavírus e preservarmos as vidas do que tirar Bolsonaro e Mourão do governo. Pois as duas coisas são simultâneas. Bolsonaro e Mourão atrapalham a preservação das vidas em nosso país, pois sua política, neste aspecto, é genocida, é de eliminação das vidas humanas. Para preservamos nossas vidas, precisamos tirá-los dos governo!!!
Porém, ao mesmo tempo que precisamos tirá-los do governo, temos que colocar em seu lugar um governo comprometido com os trabalhadores, governando com Conselhos Populares ao seu lado, para que assim, nossas reivindicações sejam atendidas. Só assim poderemos ter um governo realmente voltado para nossa classe!!!

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Berg Lima, a Prefeitura de Bayeux, o decreto nº 25/020 e a recente história do "inchaço" da folha de pagamento do município




No dia 14 de abril do corrente ano, o prefeito de Bayeux, Berg Lima (PL), baixou mais um Decreto Municipal nesta época da pandemia do coronavírus, em que prorrogava a suspensão (mais uma vez) as aulas da rede municipal de ensino até o próximo dia 30 deste mês, ao mesmo tempo em que determinava a rescisão do contrato por excepcional interesse público e de prestação de serviço público e exonerações de cargos comissionados de inúmeras pessoas atualmente trabalhando no município. Segundo o teor do Decreto, ficariam de fora dessas rescisões e exonerações os servidores lotados como professores/as na Secretaria de Educação no município ou aqueles/as lotados/as na Secretaria de Trabalho e Ação Social, além de outros/as em demais Secretarias, além dos/as próprios/as secretários/as titulares, adjuntos/as, coordenadores, dentre outros/as. Como afirmamos, os da "panelinha". No total, foram atingidos pela caneta de Berg Lima cerca de 1500 trabalhadores/as  municipais em Bayeux, segundo dados do Sagresonline, do TCE/PB, de acordo com o divulgado pelo órgão em janeiro deste ano.
Infelizmente, o "inchaço" na folha de pessoal na Prefeitura de Bayeux não é um "privilégio" da gestão de Berg Lima ou algo inaugurado por este a partir de 2017, quando este chegou ao cargo de prefeito. Na verdade, Berg Lima foi apenas mais um na cidade que, quando candidato criticou duramente seu antecessor por entupir a Prefeitura com seus aliados e, ao chegar lá, fez o mesmo (ou pior) que este. 
Em junho de 2016, último ano do segundo e derradeiro mandato de Expedito Pereira na Prefeitura de Bayeux, este que pertencia ao PSB, tinha a marca de 2231 servidores municipais na administração pública, entre comissionados e prestadores de serviços (ou seja, sem concurso público); em outubro, 5 meses depois, em pleno mês eleitoral daquele ano, a Prefeitura de Bayeux tinha a quantia de 2295 servidores na máquina pública sem concurso público. Um crescimento, em cinco meses, de 2,86% ou, em números absolutos, de 64 servidores (ou de 12,8 servidores a cada mês). Neste mesmo período, o então candidato Berg Lima (na época, do PTN, criticava duramente o prefeito "socialista" Expedito Pereira, candidato à reeleição, junto com seus apoiadores e aliados).
Quando Berg Lima assumiu a Prefeitura de Bayeux, em janeiro de 2017, já no Podemos (novo nome do PTN), esta tinha, entre comissionados e prestadores de serviços, exatamente 1171 servidores municipais. Uma queda no número desses servidores em relação ao que havia no governo anterior, normal por conta da mudança de governo que havia ocorrido.
Isso se confirmaria meses depois, pois o discurso que Berg Lima colocara ao povo nas ruas, durante sua campanha,de que faria uma mudança, contrário ao que fazia seu antecessor enquanto gestor municipal, funcionara como uma fórmula capaz de enganar o mais incauto dos eleitores. Pois, no governo, o que se viu (e se vê nos dias atuais é o mais do mesmo).
Até o mês de junho de 2017, portanto, antes do fatídico dia 05 de julho daquele ano, quando houve a prisão em flagrante do prefeito Berg Lima pela força tarefa do Gaeco, MP e PF no interior do restaurante "Sal e Pedra", em Bayeux, havia no interior da Prefeitura de Bayeux, 2272 servidores  municipais sem concurso público, entre comissionados e prestadores de serviço. Ou seja, em apenas 6 meses, um crescimento de 94,02% ou em números absolutos, de 1101 servidores em 6 meses (ou, ainda, de cerca 183  servidores/mês).
Para quem acha que isso mudou com a saída de Berg Lima e a entrada de Luiz Antonio (PSDB), em julho de 2017, ledo engano. Não vamos levar em consideração os dados do Sagresonline do TCE/PB de julho/2017, mês em que Berg Lima foi preso e Luiz Antonio foi alçado à condição de prefeito, nem tampouco os meses de janeiro, fevereiro e março de 2018, meses em que este ainda governou Bayeux, até ser deposto pela justiça e o vereador-presidente da Câmara Municipal, Noquinha, assumir o cargo de prefeito, em abril do ano citado. Ficaremos apenas com os dados de agosto a dezembro de 2017 como Luiz Antonio como prefeito de Bayeux para todos verem o "Luiz Trabalhador" que muitos ainda dizem até hoje.
Em agosto de 2017, a Prefeitura de Bayeux (segundo o Sagresonline do TCE/PB) possuía 2275 servidores  municipais sem concurso público, entre comissionados e prestadores de serviço; em dezembro do mesmo ano, também no governo Luiz Antonio, este número subiu para 2561 servidores  municipais nas mesmas condições citadas anteriormente. Ou seja, em apenas 5 meses, um crescimento de 12,57% ou em números absolutos, de 286 servidores em 5 meses (ou, ainda, de cerca 57 servidores/mês).
Noquinha, o vereador presidente da Câmara  Municipal de Bayeux, assumiu a Prefeitura de Bayeux, na esteira dos escândalos políticos que a cidade assiste e acumula desde a prisão de Berg Lima já citada aqui, em 2017. Após mais um com Luiz Antonio, que ocasionou sua saída do cargo de prefeito da cidade em abril na cidade de Bayeux, em abril de 2018, o vereador Mauri Batista, conhecido por Noquinha, do PSL, assume o cargo neste mês. Assim como seu anterior, não contaremos com o mês de abril no Sagresonline e sim apenas a partir de maio.
Acontece uma coisa interessante com o governo de Noquinha, no quesito "inchaço" da folha de pessoal. De acordo com o Sagresonline, entre maio e agosto de 2018, ocorre um crescente aumento neste processo. Entre setembro e dezembro, até Berg Lima retornar à Prefeitura por ordem judicial, há uma ordem decrescente neste processo.Vejamos.
Em maio, segundo o Sagresonline, havia em Bayeux, no governo Noquinha, 2412 servidores  municipais sem concurso público, entre comissionados e prestadores de serviço; em agosto do mesmo ano, também no governo Noquinha, este número subiu para 2543 servidores  municipais nas mesmas condições citadas anteriormente. Ou seja, em apenas 4 meses, um crescimento de 5,43% ou em números absolutos, de 131 servidores em 4 meses (ou, ainda, de cerca 32 servidores/mês).
Entre setembro e dezembro de 2018, no que podemos chamar de "transição" entre a saída de Noquinha e retorno de Berg Lima à Prefeitura de Bayeux - embora, naquele momento histórico ninguém tivesse certeza disso na cidade -, há uma oscilação acerca desses números, segundo o Sagresonline, aonde nos reservaremos de não analisar, apenas de fazer esta constatação. 
A partir de 2019, Berg Lima volta à sua rotina no quesito "inchaço" na folha de pessoal na Prefeitura de Bayeux. Entre janeiro e maio deste ano, a prática é recorrente. No início do ano, o número de servidores  municipais sem concurso público, entre comissionados e prestadores de serviço era de 1310; em maio do mesmo ano, também no novo governo Berg Lima, este número subiu para 2248 servidores  municipais nas mesmas condições citadas anteriormente. Ou seja, em apenas 5 meses, um crescimento de 71,6% ou em números absolutos, de 938 servidores em 5 meses (ou, ainda, de cerca 187 servidores/mês). Este "inchaço" cai um pouco nos meses de junho e julho e, depois, oscila a partir de agosto até o final do ano em questão, permanecendo até o dado disponível no Sagresonline, que é janeiro deste ano, 2020.
Citamos tudo isso, através desta pesquisa feita com base em dados oficiais demonstrados, para deixar claro que este Decreto Municipal do prefeito Berg Lima revela tão somente uma expressão da COVARDIA que a classe política que o mandatário-mor da cidade de Bayeux demonstra a todo o povo de sua cidade que ele diz representar. Pois todo esse pessoal comissionado e/ou prestador de serviço está na Prefeitura de Bayeux há muito tempo, não apenas durante este tempo citado neste artigo, mas antes disso, levados ao Poder Púbico municipal graças à aliança que existe há anos entre o prefeito de ocasião na cidade e os/as vereadores/as instalados na Casa Severaque Dionísio que, para se beneficiarem do poder, se valem das benesses ditadas pelo Executivo Municipal que, em contrapartida ao longo das gestões, oferecem cargos aos apaniguados destes/as na administração municipal. E tal qual uma vaca dando de mamar a seus bezerros, ela oferece suas "tetas" para que estes possam usufruir à vontade. Mas, chega o dia em que as tetas murcham e o leite seca......
Sempre defendemos que a entrada no serviço público deveria se dar através de concurso público. E que aqueles/as que estavam na estrutura da máquina pública sem concurso púbico deveria se enquadrar, aos poucos, nesta questão: lutar com os companheiros/as do serviço público, efetivos, para melhorar as condições de trabalho e de salário pois isto serviria para todos/as. Infelizmente, muitos/as não refletiam dessa maneira e, agora, com esta medida adotada por Berg Lima, estão sentindo na pele, as consequências da pior maneira possível!!! 


domingo, 12 de abril de 2020

Bolsonaro (seus aliados) e sua cruzada contra o isolamento social no combate ao coronavírus





Desde que surgiu em terras tupiniquins o terrível mal o do coronavírus que o povo brasileiro tem enfrentado um triplo problema em sua vida cotidiana: o vírus; o presidente Jair Bolsonaro com suas convicções e, mais do que isso, suas práticas bizarras que tem feito ele a desrespeitar não apenas seu ministro da Saúde, mas as orientações vindas da OMS e até mesmo o discurso recente de seu "queridinho" da América do Norte, Donald Trump, que teve que rever alguns de seus posicionamentos por conta dos EUA terem se tornado rapidamente no epicentro da pandemia do coronavírus no mundo, passando imediatamente China, Itália e Espanha, pela ordem, praticando inclusive a pirataria no que diz respeito à aquisição de equipamentos hospitalares necessários para o combate ao coronavírus, como máscaras, luvas e respiradores vindos da China, que viriam para países como Brasil; e, por fim, seus seguidores bolsominions, que o seguem em todo o território nacional, como fiéis discípulos, com seus "mantras" emanados do Palácio do Planalto a  cada dia.
Isto tem feito com que Bolsonano já tenha sido classificado por uma revista norte-americana como a "liderança negacionista do coronavírus" na atualidade e, ao que parece, ele gosta de ser assim condecorado pela mídia internacional. Pois assim, ocupa um posto de primeira linha que nenhuma outra autoridade mundial, nem mesmo Trump, seu "queridinho", tem ocupado neste momento. O problema disso é que o povo brasileiro, em especial a classe trabalhadora brasileira, mais especificamente negros e negras de nosso país, mais ainda os pobres, moradores da periferia, tendem a sofrer cada vez mais com seus arroubos de "grande liderança". Dele e de seus liderados no primeiro escalão em Brasília e nos Estados e Municípios brasileiros.
Peguemos o exemplo da cidade de Campina Grande, a segunda maior do Estado da Paraíba, administrada pelo prefeito Romero Rodrigues, do PSD, em seu segundo mandato. Para quem não conhece, Romero Rodrigues é um "filhote político" do grupo político Cunha Lima, dirigido pelo ex-governador e senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Recentemente, em videoconferência realizada por conta da pandemia do coronavírus ocorrida naquela cidade com cerca de 80 representantes da cidade, "entre MPF, MPPB, CDL, setor industrial, setor imobiliário, e outros membros" (https://parlamentopb.com.br/comercio-de-campina-grande-sera-reaberto-no-dia-20-de-abril/), este decidiu reabrir o comércio local a partir do dia 20 de abril do corrente ano, quebrando assim o isolamento social, se baseando numa determinação do STF, que afirma existir uma autonomia dos entes federados para decidirem acerca disso.
O mais impressionante desta decisão resume-se a algumas coisas: primeiro, que ela ocorre em um momento que esta ocorre num instante em que há um  crescimento assustador, no país e na Paraíba, dos casos e óbitos causados pela Covid-19. De acordo com os dados oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde da PB, em apenas uma semana - de 04/04 a 11/04/2020 - houve no pais um crescimento no número de casos na ordem de 201% e de 260% no número de óbitos; em nosso Estado, a Paraíba, este número foi de, no mesmo período, 297% em número de casos e de mais de 4 vezes o de óbitos; segundo, que o prefeito campinense tomou tal decisão após ceder à pressão do presidente da CDL local, o empresário Artur Bolinha, que ameaçou publicamente não participar de mais nenhuma reunião com o governante local e, assim, não ouvir mais suas palavras (https://parlamentopb.com.br/cdl-de-campina-repudia-manutencao-de-comercio-fechado-e-preve-falencia-em-massa/); por fim, esta decisão de Romero Rodrigues contou com a aprovação do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande, que participou da videoconferência citada, entidade que representa os/as trabalhadores/as do comércio da "Rainha da Borborema" e que, até o momento, não emitiu nenhuma nota contrária à tal postura adotada pela Prefeitura da cidade nem pelo seu gestor. Vale ressaltar que tal entidade é filiada à CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil -. 
Queremos ressaltar também que, com esta decisão, Romero Rodrigues, Artur Bolinha, o MPF, MPPB, o Sindicato dos Comerciários de Campina Grande, o setor industrial, imobiliário, todos que participaram desta videoconferência, enfim, se alinham à postura que vem sendo adotada nos últimos dias por Bolsonaro e sua "tropa de choque" na defesa do fim do isolamento social e, consequentemente, contra as orientações da OMS e do Ministério da Saúde no combate ao coronavírus e que, caso haja um pico no aumento da Covid-19 em Campina Grande e região, Romero Rodrigues e estes acima citados serão os principais responsáveis por isto!!! 

sábado, 11 de abril de 2020

O coronavírus, a quarentena, o trabalho e a dicotomia do capitalismo: a vida ou o lucro!!!





Desde que a vida humana surgiu na faze da Terra, há milhares de anos atrás, surgiu também aquilo que a ciência humana estuda há alguns anos que conhecemos como a categoria conhecida como trabalho. Esta, para os defensores ferrenhos do liberalismo e, consequentemente, do capitalismo, é a mola propulsora do lucro e da riqueza existente em nosso planeta não apenas hoje mas há algum tempo.
Para Marx, um dos grandes pensadores da humanidade, o trabalho  é a atividade sobre a qual o ser humano construiu e edificou sua História na face da Terra, empregando sua força para produzir os meios necessários para o seu sustento e o de sua família. É a partir do trabalho que o ser humano constrói sua trajetória em nosso planeta até os dias atuais, chegando aos nossos dias.
Portanto, esta noção de trabalho que temos hoje, com a divisão da sociedade em classes sociais, entre ricos e pobres, trabalhadores de um lado e patrões de outro, passou por vários momentos ao longo dos séculos, chegando aos nossos dias e continua sofrendo modificações e é passível de mudanças, pois a História não é permanente, está em processo de contínua modificação e este é um momento propício a isto.
A pandemia de coronavírus que enfrentamos na atualidade em nosso planeta nos força a enfrentarmos, em um momento único na humanidade em nossa geração, a nos depararmos com um instante global em que, literalmente, ocorre aquilo que Raul Seixas imaginou há anos atrás em sua canção "O dia em que a Terra parou" e todos pensávamos em ser mais um sonho delirante do grande Raulzito. Mas que, em pleno século XXI, tal fato tem acontecido em vários recantos do planeta: cidades inteiras do planeta desertas, vazias, por conta de um inimigo invisível, mas terrivelmente perigoso, que já chegou à casa do milhão de pessoas infectadas em todo o mundo, com centenas de mortos e que não pára de assombrar os povos. Apesar do que diz (e faz) Bolsonaro e seu exército de bolsominions espalhados pelo território nacional.....
Tal fato repercute diretamente no conceito de trabalho construído durante séculos que o regime capitalista e seus defensores ferrenhos assim pregaram em nossa sociedade, em suas mais intrínsecas teias sociais, desde a mais ínfima dessas redes sociais que é a família, como assim a conhecemos, até a famosa Wall Street, aonde circulam os mais fabulosos negócios do mundo capitalista da atualidade, com milhões e milhões de dólares jorrando num mundo aonde o lucro tem valido muito mais do que a vida de seres humanos.
Mas, num momento de crescimento geométrico do coronavírus entre a população mundial e, consequentemente, de perplexidade dos povos de todo o planeta sob a inércia do mundo sobre este, paira a pergunta: afinal, o que vale mais : a vida ou lucro??? Consequentemente, isso nos remete a outra pergunta: pra que serve trabalhar tanto neste tipo de sociedade que temos, altamente consumista???
As pessoas, de foma geral, começam a perceber que o capitalismo produziu, ao longo de anos, uma sociedade de tipo consumista, extremamente divisionista, preconceituosa, separatista, que colocou um tremendo muro e abismo entre as pessoas ao longo de todo esse tempo. E que produziu, ao longo de alguns poucos anos, algumas "certezas" (que iremos abordar em outro artigo) que estão sendo destruídas com esta pandemia do coronavírus.
Uma destas "certezas" é acerca do conceito de trabalho. O trabalho passou a ser visto como a principal razão geradora da riqueza existente em nosso mundo. E, com esta crise do coronavírus, passamos a perceber que o gerador da riqueza de um país é a força de trabalho que há em cada trabalhador/a, a partir da mão de obra de cada trabalhador/a presente na linha de produção existente em cada empresa e que, sem este/a não há riqueza nem no país como também nem tampouco algum empresário poderoso no país ou no mundo.
Bolsonaro, com suas medidas econômicas avalizadas por seu ministro da Economia, Paulo Guedes tem servido,única e exclusivamente, para agradar tão somente apenas aos ricos e poderosos (como a recente ajuda aos banqueiros de R$ 1,2 trilhão no início da pandemia; as MPs 927 e 936; a PEC do "Orçamento do Guerra", aprovada pelo Congresso, entre outras valorosas ajudas), enquanto aos trabalhadores lhes serve  migalhas, como a contribuição de R$ 600 por três meses aos trabalhadores informais. Bolsonaro revela, com isso, seu "compromisso" de classe num momento extremamente delicado da conjuntura e, assim, nos mostra o que significa para ele o que é a dicotomia do capitalismo para seu governo, neste instante da História.



sexta-feira, 10 de abril de 2020

Deputados e deputadas da Assembleia Legislativa da Paraíba entram na "onda" e prestam solidariedade ao combate à Covid-19. Pense numa "solidariedade".....




Recentemente, temos assistido vários vídeos de políticos declarando redução de seus salários para, com isso, ajudar no combate à pandemia do coronavírus que temos enfrentado já há alguns dias em nosso país e Estado. Isso tem ocorrido junto com o discurso de que todos temos perdido algo com esta terrível doença que nos assola desde que surgiu em nossas vidas, o que não é bem assim.
Não podemos comparar, em hipótese alguma, a repercussão que uma pessoa da periferia da zona leste de São Paulo tem com o enfrentamento à Covid-19 com aquele que uma pessoa dos Jardins, também em São Paulo, (apenas para citar na mesma cidade). Ou que uma que vive na África com outra que está na Suíça. Apesar de todos/as estarmos potencialmente expostos aos mesmos riscos em relação ao coronavírus, mas a contaminação a este possuem diferenças em relação ao gênero, raça e classe. Até mesmo nos EUA, que é hoje o epicentro da Covid-19, isso está presente. Não é à toa que o maior índice de contaminação, naquele país, está presente entre o povo negro.
Sobre o tema central de nosso artigo de hoje, na última quarta-feira, 08 de abril do corrente ano, os/as deputados/as estaduais da Paraíba decidiram seguir a "onda" que existe em nosso Estado e aprovaram que irão doar uma contribuição ao combate à pandemia do coronavírus em terras tabajaras, que avança a cada dia. E esta será uma "robusta" ajuda, para não dizer o contrário. 
Esta contribuição será de 2% de seus gordos salários, ou de pouco mais de R$ 500. Para se ter uma ideia do que isso significa, se todos os 36 parlamentares estaduais contribuírem, o valor total disto será de pouco mais de R$ 18 mil. Que, convenhamos, não será suficiente para adquirir um respirador mecânico. Mas, segundo a decisão tomada pela Assembleia Legislativa, esta contribuição servirá para "aquisição de materiais sanitários e hospitalares para a prevenção e combate à pandemia causada pela Covid-19" (https://www.maispb.com.br/457747/deputados-destinarao-2-dos-salarios-para-combate-a-covid-19-na-pb.html).
Só pra lembrar a cada um/a de vocês: cada deputado/a estadual da Paraíba ganha, por mês, R$ 25.322, sem falar nas demais verbas adicionais.
Este é o "exemplo" dado pelos/as deputados/as estaduais paraibanos/as em tempos de coronavírus. Durma com uma zoada dessas..........

quarta-feira, 8 de abril de 2020

O Covid-19 e as etnias: sua terrível relação na sociedade capitalista que destrói os povos









Nesta quarta-feira, 08 de abril do corrente ano, vários órgãos de imprensa nacionais espalharam a notícia que veio dos EUA de que, no centro do capitalismo e também o epicentro da pandemia do coronavírus na atualidade mundial, a maior vítima da Covid-19 são as pessoas de cor negra. Mesmo sem estarem nas estatísticas oficiais do governo daquele país (como também de nenhum outro no mundo), dados de alguns Estados norte-americanos conferiam números impressionantes do que está ocorrendo no coração do império capitalista mundial em tempos de coronavírus ao povo negro daquele país.
Segundo a revista Veja, "no Estado de Illinois, 43% das pessoas que morreram pela doença e 28% dos que testaram positivos eram afro-americanas, um grupo que compõe apenas 15% da população estadual. No Michigan, um terço dos pacientes é negro e 40% são dessa população, que representa 15% dos habitantes do Estado. Em Lousiana, onde os afro-descendentes também representam um terço da população, 70% dos mortos pela Covid-19 eram afro-americanos" (https://veja.abril.com.br/mundo/coronavirus-taxa-de-contaminacao-e-maior-em-negros-nos-eua/).
Na mesma matéria, se afirma que "a Carolina do Norte e a Carolina do Sul divulgaram que a taxa de infecção na população negra excede a taxa da população em geral. Já em Connecticut, os afro-americanos contaminados se encaixam na média do estado" (idem). A revista Veja afirma ainda que trata-se de "estatísticas preliminares porque várias cidades e estados não reportam a etnia dos novos casos e mortes de Covid-19". Mas que, acrescenta o Times, segundo Veja, isso não deixa de ser "alarmante".
Isso revela para nós aquilo que percebemos há algum tempo: é uma característica que vimos notando como um dos elementos centrais desta *pandemia do coronavírus*, em nosso país e também em boa parte de outros locais do nosso planeta: seu conteúdo de classe e de raça.
Como bem abordou a companheira Marcela Azevedo, da Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU, em seu artigo "Covid-19: a letalidade tem raça, gênero e classe", logo que esta terrível doença iniciou sua propagação em nosso país, esta esteve relacionada à coisa de gente de classe média pra cima, pois era tida por conta de pessoas que tinham contato com pessoas de outros países por haverem viajado para fora. Mas, os dias foram passando e a realidade foi se apresentando de outra forma e hoje percebemos que, não apenas no Brasil, mas no mundo verificamos que os/as trabalhadores/as, em especial àqueles/as que habitam as periferias do mundo capitalista estão mais suscetíveis a contraírem a Covid-19.
Como a população do Complexo do Alemão, que passa dias sem água disponível sequer  para lavar as mãos para sua higienização (como frequentemente orienta o Ministério da Saúde no combate ao coronavírus) conseguirá livrar-se de contrair esta doença??? Se aqui é assim, no coração do império não é diferente, podem ter certeza!!!  
(...) "A doença não escolhe raça, gênero ou conta bancária para se manifestar, mas as desigualdades impostas por este sistema de opressão e exploração determinam quem vai morrer e padecer, sem tratamento. Serão os pobres e oprimidos da classe trabalhadora, que estão mais expostos aos riscos e à letalidade da pandemia"(https://www.pstu.org.br/covid-19-a-letalidade-tem-raca-genero-e-classe/).
Esta é a dura e triste realidade a que nossa classe está inserida e no interior desta pandemia do coronavírus se revela, mais uma vez, a encruzilhada história que o capitalismo impõe à classe trabalhadora mundial: socialismo ou barbárie. E, mais uma vez, só o socialismo, com a classe trabalhadora organizada pela base, através de suas organizações classistas e uma direção firmemente comprometida com esta classe, conseguirá destruir este sistema que não tem nada a oferecer à humanidade a não ser a sua destruição!!!

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Coronavírus e a "Teologia da Prosperidade": aonde estão os curandeiros da modernidade???




"Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore dá bons frutos, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim,pelos seus frutos vocês os reconhecerão!" (Mateus 7:15-20). 


Neste domingo, 05 de abril do corrente ano, o presidente Jair Bolsonaro fez, junto com vários pastores neo pentecostais de todo o Brasil, num claro desrespeito (mais um) à Constituição Federal  de nosso país, que prega que o  Brasil é um Estado laico, ou seja, respeita TODAS as religiões e suas respectivas manifestações de fé, a ser feito um jejum para combater o Covid-19 e sua propagação nas pessoas de nosso país. 
Pelos números oficiais divulgados na tarde de ontem, 05/04/2020, pelo Ministério da Saúde do próprio governo Bolsonaro, este jejum propagado por este, em conluio com Edir Macedo, Silas Malafaia, Pastor Valdemiro (o pastor caubói), R.R.Soares, dentre outros, não surtiu o efeito desejado, para não falar que foi um retumbante fracasso. Em comparação com os números divulgados pelo mesmo Ministério da Saúde no sábado anterior, 04/04/2020, houve em todo o Brasil, 10278 casos com 432 mortes e, no domingo (05/04), dia do jejum chamado por Bolsonaro, estes números cresceram para 11130 casos com 486 mortes. Um crescimento, de um dia para o outro, de 8,28% em número de casos e de 12,5% de mortes de brasileiros/as. Ao que parece, Bolsonaro e seus aliados pastores têm muitas contas a prestar com Deus.
Mas, não é sobre isto que queremos falar neste artigo, mas sim sobre a relação entre a pandemia do coronavírus e a "teologia da prosperidade" amplamente divulgada em nosso país pelas igrejas neo pentecostais, em especial seus principais expoentes desta em solo nacional, os pastores Edir Macedo, Silas Malafaia, Pastor Valdemiro Santiago e R.R.Soares, alguns dos pastores mais ricos do país e do mundo, segundo a revista norte-americana Forbes.
Esses "senhores" prometem a seus milhões de fiéis em todo o país há anos, segundo leituras mui peculiares da Bíblia e da "palavra de Deus", em especial do Novo Testamento as benesses do paraíso, segundo a crença de que estes/as terão a "vida em abundância" se estes/as fizerem tudo que suas igrejas e que seus líderes evangélicos ordenarem. E assim, estes "senhores" conseguem construir, com o sangue e suor de seus fiéis, seus "templos de Salomão", suas grandes e suntuosas igrejas, comprar suas redes de televisão e rádio e espaços em outras redes de rádio e TV e outras mídias para divulgar suas doutrinas religiosas para milhões de discípulos espalhados pelo país e mundo. Basta citar que o missionário R.R.Soares construiu sua Igreja Internacional da Graça de Deus em 1980, quando rompeu com Edir Macedo, após ter feito com este a Universal do Reino de Deus e, hoje, esta é a segunda maior igreja neopentecostal do Brasil, perdendo apenas para a liderada por Edir Macedo. A recompensa dos fiéis destes são verdadeiras migalhas diante do que seus líderes (chamados de pastores) possuem em troca disso. Porém, estes são vistos por seus fiéis como discípulos da "palavra de Deus" e perseguidos pelos infiéis, por conta de uma forte propaganda feita por suas redes de comunicação.
Mas, o que queremos fazer perceber neste artigo é a picaretagem que estes "senhores" foram submetidos, neste momento da crise do coronavírus,  em sua defesa e divulgação da "teologia da prosperidade". Acostumados em seus templos e pregações a expulsar "demônios" dos corpos das pessoas, a curar doenças de todos os tipos das pessoas via satélite, fazer milagres de todos os tipos todos os domingos pela TV para milhões, de pregar (como o próprio nome da "teologia" diz), a boa vida a todas as pessoas que visitassem suas igrejas e fizessem suas "fogueiras santas de Israel" ou coisas do tipo ou se formassem seus "exércitos dos 300" ou algo semelhante (dependendo da igreja, o nome se diferencia), eis que agora surge no cotidiano o Covid-19 e, com ele, vem a pergunta: aonde estão os pastores da "teologia da prosperidade" e suas curas milagrosas???
Porque eles não aparecem agora para expulsar os "demônios" que trouxeram a pandemia do coronavírus para que eles venham a expulsá-los e, assim, trazer novamente a paz e a harmonia ao mundo e, desta maneira, provar de forma definitiva que sua teoria de fé está certa e que, devemos todos/as nos converter a ela???
Cadê os "exércitos dos 300" ou algo parecido para combater o Covid-19 espalhado pelo Brasil e pelo mundo??? Porque esses "exércitos" e esses "senhores da teologia da prosperidade" não vão à China, Itália, Espanha, EUA, combater e destruir o Covid-19 e fazer retornar a paz e a tranquilidade nestes e em outros locais e a todo o mundo???
Perguntar não ofende..........



sábado, 4 de abril de 2020

Quando o cretinismo parlamentar e o eleitoralismo se juntam como tática oportunista para camuflar uma alternativa de luta da classe trabalhadora!!!





A história da classe trabalhadora é recheada, desde seu início, de exemplos de companheiros e companheiras que marcaram suas trajetórias construídas com referências na luta da classe mas, que infelizmente, desviaram seus caminhos acreditando que, pelo viés do parlamento burguês poderiam levar nossa classe à vitória e à conquista de uma sociedade pela qual nossa classe luta há séculos, a sociedade socialista. Infelizmente, tal caminho só tem levado os/as trabalhadores/as a desviar o foco de nossa luta e, consequentemente, a inúmeras e seguidas derrotas, sem falar nas inúmeras ilusões semeadas nas milhões de consciências em todo o mundo ao longo de anos e anos.
Estamos assistindo a este lamentável filme, mais uma vez entre nós, com mais um militante que construiu sua trajetória durante anos na luta de nossa classe. Recentemente, no dia 30/03 deste ano, o professor Nélson Júnior, da UEPB, ex-presidente da Associação Docente desta instituição de ensino estadual, que militou durante anos no PT e depois no PSOL, aonde candidatou-se ao Senado por este partido nas últimas eleições, lançou uma Carta Pública aonde rompe com este partido e anuncia sua filiação democrática ao PCdoB para candidatar-se à Câmara Municipal de Campina Grande nas próximas eleições municipais. Nada demais, a não ser tratando-se de quem é, de seu histórico militante e do partido ao qual este decide agora filiar-se e das razões expostas para tal.
Antes de tecermos tais considerações acima colocadas, queremos fazer algumas questões anteriores. Nélson Júnior se apodera de um conceito colocado por setores da esquerda socialista, como filiação democrática, para justificar seu ato a um partido que em nada tem de coerente com sua atitude. Ele avalia se filiar ao PCdoB e romper com o PSOL única e exclusivamente porque não enxerga neste a possibilidade de se eleger a vereador em Campina Grande apesar de ter se colocado "à disposição para contribuir com a organização partidária, o que infelizmente não avançou", segundo trecho de sua Carta Pública, no período em que ele se dedicou à tarefa.
Consequentemente, avalia que "no momento, o melhor caminho a seguir é o deslocamento dos 2 ou 3 nomes do PSol que pretendem disputar um mandato de Vereador para um outro partido do campo e assim, somando forças, conquistarmos mandatos com o perfil da esquerda combativa". Este campo e esta "esquerda combativa" a que Nélson Júnior e o PSOL se referem é, além do PCdoB, outros partidos como PT e UP (antigo PCR).
Percebe-se, por estas palavras, que a decisão de Nélson Júnior não é exclusivamente pessoal, mas faz parte de um projeto coletivo do PSOL de Campina Grande, e porque não dizer, do partido estadual. Isso fica mais claro noutra parte de sua Carta Pública, quando ele relata que "(...) nesta perspectiva, e em sintonia com deliberação do Diretório Estadual do PSOL, entendo que a filiação democrática é a melhor alternativa para dar conta dos desafios partidários e eleitorais no momento. Assim, neste contexto, compreendo que o PCdoB de Campina Grande apresenta-se como a melhor opção para esse processo de disputa eleitoral", afirma Nélson Júnior  nos instantes finais de seu documento político.
Tão ou mais grave que tudo isso abordado pelo professor universitário é a caracterização feita por este acerca do que significa o PCdoB. Quem não o conhece ou nunca militou com ele ao longo de anos, como este que escreve este artigo, não reconhece Nélson Júnior. Segundo este, o "PCdoB, ao longo de um século de vida tem mantido a coerência com os seus princípios fundantes (...)".  Perguntamos a Nélson Júnior, ao PSOL e a todos/as: faz parte dos "princípios fundantes" do PCdoB a defesa do novo Código Florestal, aprovado quando Aldo Rebelo era ministro do governo Lula, filiado a este partido e que o fez aprovar sob protesto dos grupos ambientalistas e aplausos do agronegócio e ruralistas??? Faz parte destes mesmos "princípios fundantes" do PCdoB a defesa das MPs 664 e 665 do governo Dilma, que destruiu direitos trabalhistas como auxílio doença, pensão por morte, seguro-desemprego, entre outros, apoiado por este partido no Congresso Nacional??? Ao que me parece, nestes episódios (só pra citar estes mais recentes de nossa história), o PSOL e Nélson Júnior se posicionaram de forma veementemente contrários. Pelo visto, ambos foram tomados de APP (Amnésia Política Proposital), doença muito comum em vários militantes nos últimos anos!!!
Não podemos deixar de perceber que isto faz parte de uma crise nacional que Nélson Júnior e o PSOL PB compõem um cenário desta crise pela qual este partido passa hoje por conta da questão que este vive por conta do pedido de impeachment de Bolsonaro.
É sabido por boa parte da militância que um setor da bancada no Congresso do PSOL entrou com um pedido de impeachment de Bolsonaro e que isso não é unanimidade dentro do partido. O deputado federal Marcelo Freixo, pré-candidato do partido à Prefeitura do Rio, já se posicionou contrário a esta atitude e parte da direção nacional do partido também não concorda com isso. A Carta Pública de Nélson Júnior não deixa clara sua visão acerca deste assunto, mas com certeza há um debate interno dentro da corrente da qual ele faz parte no interior do partido - APS -  e isso deve repercutir na organização em nosso Estado.  
Além disso, impressiona o acordo político existente entre as direções do PSOL e do PCdoB na Paraíba acerca desse "entrismo" de militantes do primeiro partido no segundo. 
Tudo isso faz parte do cretinismo parlamentar e do eleitoralismo defendido pelo PSOL e boa parte da "esquerda oficial", da qual este partido faz parte.
Pra quem não sabe ou não quer se lembrar, cretinismo parlamentar era uma expressão largamente utilizada pelo principal líder da Revolução Russa de 1917, Vladimir Lênin, que afirmava que os oportunistas políticos consideravam o sistema parlamentar onipotente e a atividade parlamentar a única e principal forma de luta política em todas as condições. É desta maneira, de acordo com a Carta Pública divulgada por Nélson Júnior que ele e o PSOL se comportam perante a classe trabalhadora paraibana e campinense.
Demonstram também, desta maneira, uma visão profundamente eleitoreira que ele e o PSOL enxergam a realidade. Preferem abdicar da luta política real, de organizar a classe para transferir tudo isso para a luta parlamentar, para uma disputa eleitoral, jogando a classe para mais uma ilusão eleitoreira, levando-a a acreditar que numa Câmara Municipal seus problemas podem ser solucionados.
Como afirmamos anteriormente, o cretinismo parlamentar e o eleitoralismo já levaram a classe trabalhadora brasileira e mundial a várias derrotas. Nélson Júnior e o PSOL da Paraíba e de Campina Grande levam a classe a construir mais uma. Lamentável!!!

Leia abaixo a nota de Nélson Júnior na íntegra:

Ousar lutar, Ousar vencer!
Por um salto qualitativo da esquerda nas eleições 2020 em Campina Grande.

            O momento político que o Brasil vive é um dos mais difíceis desde a ditadura militar. Somos governados por uma extrema-direita que tem atuado para destruir a educação pública, o SUS, o sistema de proteção social e nossos direitos trabalhistas e previdenciários. Além disso, Bolsonaro é um grande risco a democracia, com suas constantes ameaças golpista. Como se não bastassem tudo isso, agora ele vai na contramão da OMS e orienta o fim do isolamento social, o que poderá provocar a morte de milhares pessoas pelo COVID-19. Essa é a realidade do Brasil hoje, que demanda da esquerda uma atuação conjunta nas lutas e nas urnas, onde for possível.
            É preciso superarmos as divergências e construirmos convergências que apontem, para a classe trabalhadora, nosso empenho para suplantarmos a ameaça fascista e garantirmos os direitos que ainda nos restam.
            Essa realidade nacional, não é diferente em Campina Grande. Esta, é um dos poucos bastiões da extrema direita no Nordeste, que deu vitória a Bolsonaro já no 1 turno das eleições em 2018. O Prefeito Campinense, o conjunto do seu grupo político e seus aliados, apoiam as políticas da extrema direita governista. Esse perfil político é o mesmo da Câmara de Vereadores, onde a maioria imensa dos parlamentares apoia o governo municipal e o Bolsonaro. Restam alguns vereadores na oposição, mas sem um perfil de enfrentamentos e combatividade. Uma Câmara cuja marca da Legislatura é a doação de terrenos públicos para os apaniguados do Poder, a votação de matérias para impedir o debate sobre gênero nas escolas, a aprovação de uma Lei que permite ao prefeito privatizar os serviços de saúde e educação e o aumento da contribuição previdenciária dos trabalhadores do município para 14%. Uma Câmara Municipal que assistiu ao Prefeito acabar com a utilidade do terminal de integração e nada fez, ou pior concordou.
            Diante da urgência do quadro nacional, ancorado por uma realidade cimentada no atraso e no conservadorismo das elites nacionais, a exemplo das oligarquias campinenses, entendo que os partidos de esquerda em Campina Grande ( PSOL, PC do B, PT e UP) devem construir a maior unidade possível para esse processo eleitoral, tanto na chapa majoritária quanto na formação de chapas de Vereadores, que permita a esse espectro político eleger uma bancada de Vereadores em Campina Grande com foco na defesa dos reais interesses da população campinense, sem esquecer o debate dos grandes temas nacionais que atingem a nós todos.
            Assim, passado o Processo eleitoral de 2018, quando nossa candidatura conquistou 82.153 votos para o Senado e considerando minha residência em Campina Grande, abrimos o debate com companheiros da militância do Psol para fixar domicílio eleitoral na rainha da Borborema, e assim o fiz. Ou seja, mesmo tendo conquistado 25 580 votos em João Pessoa, fiz a opção de me somar aos companheiros do Psol de Campina Grande, onde conquistamos 9.920 votos para o Senado, na perspectiva de fortalecer o partido para o conjunto das lutas que viriam.
            Entretanto, observo que, no momento, o Psol Campinense não conseguiu progredir no seu processo político e organizativo para dar conta dessa tarefa. Neste aspecto, quero apenas reforçar que nos últimos 18 meses me coloquei a disposição para contribuir com a organização partidária, o que infelizmente não avançou.
            Diante deste quadro, e considerando a necessidade da esquerda evoluir na construção de uma bancada na Câmara de Vereadores de Campina Grande para dar conta das tarefas acima elencadas, entendo que, no momento, o melhor caminho a seguir é o deslocamento dos 2 ou 3 nomes do PSol que pretendem disputar um mandato de Vereador para um outro partido do campo e assim, somando forças, conquistarmos mandatos com o perfil da esquerda combativa.
            Nesta perspectiva, e em sintonia com deliberação do Diretório Estadual do PSOL, entendo que a filiação democrática é a melhor alternativa para dar conta   dos desafios partidários e eleitorais no momento. Assim, neste contexto, compreendo que o PC do B de Campina Grande apresenta-se como a melhor opção para esse processo de disputa eleitoral.
            A decisão de filiação democrática ao PC do B é ancorada na importância histórica que tem este partido na luta da classe trabalhadora brasileira. O PC do B, ao longo de um século de vida tem mantido a coerência com os seus princípios fundantes e, hoje, quando somos confrontados com o pior governo da história do Brasil , com um presidente de perfil neofascista, o PC do B é um dos partidos que está na linha de frente desse combate, tendo votado no Congresso Nacional em todas as matérias do interesse da Classe trabalhadora.
            É assim, com a alegria de militante do PSOL, que manterá a mesma linha política na luta social, que hoje caminho para filiação democrática ao Partido Comunista do Brasil para enfrentar as tempestades dos meses que virão.

É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.
Martin Luther King

30 de março de 2020, vivendo em quarentena.

Nelson Júnior


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Em tempos de coronavírus, governo João Azevedo revela sua verdadeira face diante dos professores contratados no Estado





Desde que a pandemia do coronavírus chegou com força em nosso país, há pouco mais de um mês que o país assiste, num misto de perplexidade e indignação, o espetáculo grotesco, insano, irresponsável e outros adjetivos semelhantes do presidente Jair Bolsonaro diante do Covid-19 e de seus efeitos que se espalham pelo mundo e no país, matando milhões de pessoas e, mesmo assim, causando desprezo no mandatário brasileiro, classificado pela imprensa norte-americana como a "liderança negacionista do coronavírus".
Apesar dos esforços de boa parte da população em seguir as orientações determinadas pela OMS e Ministério da Saúde e também por várias autoridades estaduais e municipais, determinando em várias ocasiões o isolamento social, com fechamento de inúmeros estabelecimentos comerciais públicos e privados no país e no mundo, percebemos que Bolsonaro, com suas posturas defendendo o "isolamento vertical" (com o confinamento apenas de idosos/as e de pessoas do grupo de risco) e de pessoas que seguem seus posicionamentos bisonhos, assistimos a evolução da pandemia acima citada com uma rapidez cada vez maior em todos os continentes. E a previsão das autoridades médicas mundiais é de que o pico do crescimento disso está para chegar nos próximos dias.
Apesar disso, os ataques que o governo Bolsonaro desfere contra a classe trabalhadora não param de acontecer. Ele continua com sua política de "dar com uma mão e tirar com as duas". Recentemente, o Congresso Nacional aprovou um auxílio de R$ 600 para trabalhadores informais a ser pago pelo governo federal, auxílio este que já foi sancionado pelo governo federal. Porém, no dia seguinte a isto, Bolsonaro editou uma MP que suspende o contrato de trabalho com redução de salários, que atinge milhões de trabalhadores em todo o país. E ainda tem a cara de pau de afirmar que isso se destina a preservar o emprego destes trabalhadores. E ainda há pessoas que defendem este verme, que consegue ser tão ou mais nocivo do que o coronavírus.
Infelizmente, assistimos coisas semelhantes ocorrendo nos Estados governados por aqueles que dizem ser "oposição" a Bolsonaro. Aqui, na Paraíba, temos um governador eleito pelo PSB, recentemente filiado ao Cidadania, chamado João Azevedo. Este, apesar de estar num partido que, no plano nacional, pertence ao bloco que votou e apoiou boa parte das medidas adotadas pelo governo Bolsonaro, disse recentemente que estaria incorporando uma "agenda progressista". Compõe, ao lado dos demais governadores do Nordeste, o "Consórcio Nordeste", um bloco que, em tese, formula propostas que se contrapõem ao governo federal, causando irritação ao Palácio do Planalto.
Apesar disso, João Azevedo não se viu impedido em fazer a "Reforma da Previdência" em nosso Estado, seguindo a linha de Bolsonaro, copiando em grande parte a "Reforma da Previdência" que este aprovou no Congresso Nacional e que este dizia-se contra. Apesar de boa parte dos servidores públicos estaduais contrários e sem nenhuma linha de negociação com estes, João Azevedo não viu nenhum problema em organizar sua "tropa de choque", tal qual Bolsonaro em Brasília, e fazer aprovar, em pleno período de coronavírus, a "Reforma da Previdência Estadual" em sessão extraordinária na Assembleia Legislativa, com 29 aliados, incluindo deputados da dita oposição, assim como deputados do PT, PCdoB e boa parte do PSB.
Agora, no final do mês de março, mais precisamente no dia 29 do mês em curso do corrente ano, repercutiu na imprensa local, a notícia de que o governo João Azevedo teria cancelado (e consequentemente, demitido) o contrato de cerca 1000 professores no Estado, em vários municípios paraibanos.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, isto se deveu "com a contratação de 1000 novos professores que prestaram concurso público, os quais foram inseridos no sistema para pagamento dos salários. Com isso um certo número de prestadores de serviços teve que sair para que os novos efetivos pudessem assumir suas funções, conforme prevê a lei" (https://www.clickpb.com.br/educacao/secretaria-de-educacao-da-paraiba-esclarece-que-professores-concursados-substituiram-prestadores-de-servico-281082.html).
O mais impressionante de toda essa história é a hipocrisia com que o governo João Azevedo, através da Secretaria de Educação, trata esta gravíssima questão adotada por seu governo, em plena pandemia do coronavírus. O governo estadual usa os professores concursados contra os contratados para tentar justificar sua picaretagem contra esses mesmos trabalhadores numa delicadíssima situação, usando-se de uma velha tática patronal, de colocar trabalhador contra trabalhador, além de aproveitar-se de uma grave crise sanitária mundial para descarregar nas costas de um setor de nossa classe os custos desta crise.
Além disso, a postura do sindicato dos/as trabalhadores/as da Educação do Estado nesta questão, o SINTEP, é lamentável. Em seu site, após um pedido de explicações à Secretaria Estadual de Educação, o SINTEP limita-se a dizer que "Chamamos ainda a atenção para a rescisão de contrato de centenas de prestadores de serviço e o não pagamento de seus salários. Estes professores e professoras estão em sala de aula com carga horária regular, não se enquadram na condição de excedentes, mesmo com a nomeação dos novos 1.000 concursados. Neste período de crise, é desumano demitir trabalhadores. Solicitamos que o governo reveja tal medida e restabeleça os contratos até que a crise acabe e seja feito um novo concurso público" (http://www.sinteppb.com.br/noticias/visualizar/salarios-errados-sem-bolsa-desempenho-e-rescisao-de-contratos-orientacoes-aos-professores-e-professoras-379).
Percebe-se que, em nenhum momento, o SINTEP exige de maneira firme que haja uma revogação do governo do Estado em readmitir estes professores, apenas admitindo que é "desumano demitir trabalhadores neste período", conforme afirma na nota acima citada e, além disso, solicita que o governo "reveja tal medida", como uma súplica feita por um aliado submisso. Lamentável tal atitude de uma entidade de classe que, em tese, deveria defender sua categoria!!!
Resta a estes profissionais da Educação se organizarem e lutarem por seu direito, não apenas de trabalharem naquilo que sabem fazer de melhor (que é ensinar), mas de garantir a sua sobrevivência e a de suas famílias!!!