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sábado, 10 de abril de 2021

Luciene de Fofinho (PDT) completa 100 dias como prefeita de Bayeux. E aí, o que dizer disso???




Em 02 de janeiro deste ano, em um artigo neste mesmo blog, intitulado "Luciene de Fofinho e a dura e difícil tarefa de resgatar a imagem da cidade de Bayeux", afirmávamos que, dentre as tarefas da recém-eleita prefeita de uma das mais importantes cidades da Paraíba, estava o de "resgatar a imagem da cidade de Bayeux e, consequentemente, a autoestima de seu povo", que foi profundamente atingida nos últimos anos com todos os acontecimentos envolvendo a desastrosa gestão do ex-prefeito Berg Lima (Podemos/PL) e seus sucessores no cargo, até chegar a vez da vereadora Luciene de Fofinho, eleita de forma indireta pela Câmara Municipal em agosto de 2020 até o final do ano passado e, depois, eleita pelo voto direto, em novembro passado, para um mandato de 4 anos, que ora completa 100 dias, neste 10 de abril de 2021.

A marca de 100 dias de mandato é uma marca simbólica para qualquer gestor, seja este/a municipal, estadual ou federal. Evidentemente, não esperamos que neste período sejam feitas grandes obras ou significativas transformações na governança. Porém, é possível em 100 dias de governo, revelar ao povo os rumos pelos quais esta gestão pretende trilhar ao longo de 4 anos. Ou se esta já encontra-se perdida, sem saber para onde caminhar. 

A segunda alternativa dada anteriormente parece ser a melhor definição para a gestão comandada pela prefeita Luciene de Fofinho (PDT). Em 100 dias de governo, literalmente, ela ainda não disse a que veio. Pelo menos, no que diz respeito a atender aos anseios de boa parte da população bayeuxense, que esperava (e ainda espera) que a atual gestão municipal consiga fazer com que Bayeux sopre ares de verdadeira mudança e não esses que parecem ser de eternos presságios de crise política e institucional porque passa a cidade há anos.

Os aliados de Luciene de Fofinho dirão que os problemas enfrentados pela prefeita se devem à pandemia do coronavírus, que assola Bayeux, a Paraíba, o Brasil e o mundo desde o início de 2020. Apesar da pandemia ser um componente importante na avaliação desses 100 dias de mandato e da atual crise porque passa Bayeux e o mundo, não podemos resumir tudo o que ocorre na cidade e com a prefeita apenas à Covid-19. Até porque alguns dos problemas que ela vem enfrentando, sobretudo na Justiça, são de um pouco antes da nova onda de crescimento da doença.

Ainda na campanha eleitoral, Luciene de Fofinho sofreu uma AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), movida pelo MP de Bayeux, através do promotor Demétrius Castor, acusada de "abuso de poder econômico" durante as últimas eleições (http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/suetoni/2020/11/09/ministerio-publico-entra-com-aije-contra-luciene-de-fofinho-em-bayeux/). Além dessa AIJE, existem mais outras 5 na Justiça contra a prefeita Luciene de Fofinho, algumas feitas pelo MP, outras pelos partidos que concorreram às eleições de 2020 em Bayeux. As ações continuam em curso, tendo a prefeita já prestado depoimento a algumas destas.

Não há como negar que ações judiciais como estas abalam as estruturas de uma gestão municipal, por mais que os órgãos oficiais digam que não. Tanto é assim que a Prefeitura de Bayeux, através de Luciene de Fofinho, tem buscado eventualmente criar acontecimentos na cidade para criar uma "cortina de fumaça" sobre estas questões e fazer com que o povo "esqueça" tais "atropelos" com a Justiça. Foi assim no famoso caso do cartaz na porta do Hospital Materno Infantil, no início do mandato; recentemente, quando Luciene de Fofinho chamou a atenção de seu próprio secretário, Zé Baixinho, para um buraco que existe há anos na ladeira de acesso ao aeroporto Castro Pinto (e que, ao que parece, continua aberto, apesar da reclamação da prefeita); além da demissão em massa dos prestadores de serviço e de comissionados, divulgada no Diário Oficial do município. Porém, em relação a isso, o mesmo DO que publicou a demissão dos servidores acima citados, foi o mesmo que, dias depois, com a assinatura da prefeita Luciene de Fofinho, começou a publicar a nomeação de várias outras pessoas para cargos semelhantes aos das anteriormente demitidas. Durma com uma zoada dessas............

Sobre a pandemia do coronavírus, o que dizer da gestão Luciene de Fofinho??? Qualquer coisa, menos repetir o que alguns na cidade gostam de espalhar pelos grupos de zap de que ela trata-se de uma prefeita "exemplo a ser seguido". Só se for um exemplo ruim.

Quando Luciene de Fofinho assumiu a Prefeitura de Bayeux, de forma indireta, em agosto do ano passado, a Paraíba (e Bayeux, consequentemente), estava na transição da 5ª para a 6ª avaliação do "Plano Novo Normal PB", feito quinzenalmente pelo Governo do Estado, através da união entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Controladoria Geral do Estado. O "plano" confere a cada um dos 223 municípios paraibanos uma bandeira colorida para, de acordo com  esta, verificarmos a real condição em que se encontra a Covid-19 neste município naquele momento e como a economia (e a sociedade) local poderá funcionar. Bayeux encontra-se na bandeira laranja desde a 3ª avaliação quinzenal do "Plano Novo Normal PB", ou seja, desde o dia 13 de julho de 2020, e até a presente data, permanece nesta bandeira

O que isso significa, na prática? Que bares e restaurante só podem funcionar em sistema de delivery e drive-thru; escolas, academias, torneios esportivos, dentre outros, sejam fechados; ônibus, táxi, aplicativos funcionem seguindo medidas de segurança; igrejas funcionem com determinada capacidade de lotação (a não ser em casos excepcionais, conforme recentes decretos), entre outras coisas. Além disso, o que observamos no noticiário é que, assim como em outros locais, a Covid-19 tem crescido em Bayeux, seja em número de caso como em número de mortes no último período, apesar da vacinação.

Isso se dá por uma conjunção de fatores. Primeiro, porque há, desde o governo Bolsonaro, uma total desorganização vinda do Ministério da Saúde, que não consegue elaborar uma política de coordenação nacional de enfrentamento à Covid-19; segundo, pela postura negacionista (e, consequentemente, genocida) do presidente Bolsonaro de, repetidamente, menosprezar os efeitos da pandemia e dos inúmeros mortos que já existem em nosso país; terceiro, pela colaboração que o Congresso Nacional dá ao governo quando aprova medidas de ataques aos direitos dos trabalhadores em plena pandemia e agora, autorizando a compra de vacinas por empresas privadas, ameaçando completamente o SUS; quarto, pela total submissão dos governadores e prefeitos espalhados pelo país que, independente dos decretos já feitos para "combater o coronavírus", pouco ou nada adiantaram para isso, pois assim como Bolsonaro, estão comprometidos com os empresários, por um lado, e por outro, demonstram-se incapazes de fiscalizar com rigor os próprios decretos que emitem para "combater o coronavírus". Sem falar na sucessão de escândalos com o dinheiro público voltado para a Covid-19.

Tudo isso também acontece em Bayeux, de forma mais grave, porque há uma prefeita que joga com o sentimento popular de que "é do povo" e que, assim, está preocupada em resolver os problemas desse povo. Mas, em 100 dias de governo, o que assistimos é uma Prefeitura ainda mais envolvida com o seu "próprio umbigo", procurando uma tábua de salvação para seus problemas intestinos e não conseguindo dar um encaminhamento concreto para o principal problema enfrentado pelo povo de Bayeux, que é a Covid-19. Cabe lembrar que uma das ações que Luciene de Fofinho enfrenta na Justiça é relacionada à compra das tendas que ela teria adquirido para instalar em alguns locais da cidade para o tratamento da Covid-19. E aí, perguntamos: cadê as tendas???

Por fim, Luciene de Fofinho não esqueceu de atacar os servidores municipais de Bayeux. Em decreto de 23 de março deste ano, a prefeita determinou a suspensão das férias e das licenças de todos os servidores municipais da cidade, da Administração Direta e Indireta, até o dia 30 de setembro de 2021. Mais uma vez, segundo a prefeita, isso se deveu à pandemia do coronavírus. Mas, para contratar pessoas em pleno período eleitoral, com a legislação proibindo tal prática, a prefeita Luciene de Fofinho não deixou de fazer isso, né??? Dois pesos , duas medidas!!!

Há aqueles e aquelas que sempre dizem: "a esperança é a última que morre". Recorro-me a este dito popular para lembrar que há pessoas que, sinceramente, torcem para que Luciene de Fofinho melhore sua postura como prefeita e acerte sua gestão no próximo período. Porém, sem querer destruir a boa fé de ninguém, muito menos a esperança, creio que isso não ocorrerá. Os compromissos assumidos por Luciene de Fofinho, antes e durante sua gestão na Prefeitura de Bayeux, a impedem de melhorar e fazer algo efetivamente para o povo bayeuxense. É triste dizer isso, mas é a realidade!!!