Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Yes, nós temos apartheid!!!



Recentemente, todos assistimos às cenas de brutalidade praticadas pela PM paulista contra jovens da periferia paulistana num shopping por estes se reunirem em um dos "rolezinhos" marcados pela internet. Isso porque a administração do shopping solicitou o auxílio da PM a expulsão dos jovens do centro comercial, amparada numa liminar judicial que previa, inclusive, multa de R$ 10 mil para cada participante do "rolezinho". E a PM paulista, com sua tradicional "diplomacia", fez isso da forma como bem conhecemos: a la cassetete e balas de borracha, provocando um tumulto muito maior do que a administração do shopping supunha que os jovens poderiam provocar com o "rolezinho".
Isso já havia ocorrido em João Pessoa no ano passado no Shopping Tambiá quando jovens haviam marcados um encontro na praça da alimentação daquele centro comercial e foram brutalmente arrancados do local por seguranças privados e PM's chamados pela direção do estabelecimento. 
Na verdade, o que estamos começando a assistir é aquilo que já sabemos existir há muito tempo e que começa a se expor de forma mais visível agora: o apartheid social que existe em nosso país.
A juventude pobre e negra que vive nas periferias de nossas cidades, sem nenhuma condição de acesso a alguma opção de lazer, ao mesmo tempo que percebe uma ilha de opções diversão crescendo ao seu redor, como a construção de shoppings, vê nisso uma oportunidade de entretenimento. Porém, percebe que este lazer é dirigido não à "nova classe média" construída pelo governo do PT nos últimos 10 anos, conforme divulgado ufanisticamente pela propaganda oficial e pelos apoiadores do governo, mas sim para os de sempre - os que têm dinheiro e cara de riquinho/a -. Essa é a democracia que vivemos em nosso país de prosperidade petista!!!
Nos causa mais espanto e, ao mesmo tempo, ojeriza é quando verificamos fatos desse tipo ocorrerem em um país cujo governo, nos últimos 10 anos, promove uma propaganda enganosa de promoção de "distribuição de renda" que vem sendo confrontada diretamente pela realidade e não por outra coisa qualquer. Os "rolezinhos" são em exemplo claro de que a "distribuição de renda" petista é, no mínimo, questionável do ponto de vista de sua aplicabilidade. Não é possível que os petistas continuem cegos/as quanto a isso! 
Na verdade, o que estamos presenciando com os "rolezinhos" é uma continuidade do processo que se abriu em junho, com as mobilizações pela luta por um transporte público de qualidade, seguido por grandes passeatas por melhorias nos serviços públicos de saúde, educação, moradia, dentre outros pedidos. Não sabemos onde este momento vai dar, mas é preciso que todos/as lutadores/as e organizações do movimento emprestem todo o apoio necessário a esta luta justa da juventude da periferia das cidades que querem apenas ter o direito de se divertir, nada além disso.
Os empresários dos shoppings alegam, de forma cínica, que o espaço é privado e, por isso, eles têm o direito de defender o patrimônio deles e dos comerciantes que ali estão. Porém, partindo do pressuposto dessa discussão jurídica, aonde fica o direito de ir e vir desses jovens? Além disso, é nesse momento que verificamos, com mais nitidez, o papel da PM ao criminalizar a juventude pobre de nosso país pelo simples fato de que esta procura diversão.
Esta é a face do preconceito e da discriminação mais explícita que se apresenta em nosso país à juventude pobre e negra de nosso país.
Esta é a face do nosso apartheid social. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

"Melhor ser uma burra feliz do que uma esperta amarga."

Calma, homens e mulheres! Antes de mais nada, um esclarecimento se faz extremamente necessário. O título do artigo expressado acima é referência a uma frase dita pela personagem Joana (interpretada pela atriz Bel Kutner), na novela global "Amor à Vida", no capítulo levado ao ar no 1º dia de 2014. Para entender o contexto dessa infeliz frase, vamos colocá-lo aqui ao conhecimento de todos/as (como se isso amenizasse a infelicidade dessa declaração, o que evidentemente, não ocorrerá!)
Para quem acompanha ou não a novela da Globo, Joana é a enfermeira chefe do Hospital San Magno, local onde se passa boa parte das cenas da novela, por sinal. Esta é uma mulher quarentona, independente, resolvida financeiramente, mora sozinha e como se costuma dizer, "dona de seu próprio nariz". Até o dia em que conhece Luciano (interpretado pelo ator Lucas Romano), filho da enfermeira Ordália (interpretada pela atriz Eliane Giardini). Luciano é um jovem ambicioso, que deseja ser médico e que se relaciona com Joana, que através desse relacionamento banca o curso de Medicina do garotão. Após a conclusão do curso, Luciano abandona a enfermeira, que fica arrasada por ter sido usada pelo jovem médico. Depois de um tempo, Luciano volta a procurá-la, se dizendo arrependido, querendo retomar a relação e ela, naturalmente, desconfiada dos sentimentos do garotão. Até que no capítulo do dia 1º de janeiro deste ano, ela finalmente cede aos encantos do jovem médico e vai pra cama novamente com ele e retoma a relação. No dia seguinte, assim que acorda, o cara pede a Joana as chaves de seu carro pra dar uma saída e ela, mesmo titubeante, dá as chaves. Assim que ele sai, é que ela solta a "bendita" frase do título, depois de pensar na possível besteira que pode ter feito: "melhor ser uma burra feliz do que uma esperta amarga".
É aí que queremos abrir a discussão com todos/as que estão lendo este artigo. Até quando teremos que continuar vendo e ouvindo estes comentários machistas a respeito das mulheres e, em especial, das mulheres que, como Joana, possuem mais de 40 anos e são independentes financeiramente e moram sozinhas? Por que, para boa parte da mídia e da sociedade, as mulheres para serem felizes, precisam estar se relacionando com um homem ao seu lado? E, pior, por que considerar que só serão felizes as mulheres que estiverem com um homem ao seu lado? E se não estiverem com um homem, serão infelizes? Quer dizer que todas as lésbicas são infelizes?
Esses estereótipos que nos são colocados pela mídia todos os dias, todas as horas, precisam ser desconstruídos e DESTRUÍDOS. Não é possível aceitar que esses conceitos e afirmações invadam nossas casas sem pedir licença e assistamos a isso de forma passiva, sem esboçarmos nenhuma reação. 
O movimento de mulheres, em particular, e o movimento operário comprometido com a luta das mulheres PRECISAM dar uma resposta a esta postura da Rede Globo, que é na verdade um ataque à luta das mulheres pela sua liberdade sexual!