Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sábado, 5 de outubro de 2013

A "nova forma de fazer política" de Marina Silva


Em 16 de fevereiro deste ano, ocorreu uma reunião em Brasília de algumas pessoas para debater a construção de um novo partido no Brasil. A ex-senadora pelo PT/AC e ex-candidata a presidente pelo PV nas eleições passadas, Marina Silva, era a principal coordenadora desta reunião. Debatia-se ali a criação da "Rede Sustentabilidade", o nome da nova sigla partidária.
Marina Silva e seus aliados de plantão estabeleceram que a Rede seria "um novo instrumento político na luta pela sustentabilidade e pela ampliação da democracia no Brasil" e sua opção ideológica, segundo Marina Silva, seria "nem direita nem esquerda". Este seria o perfil desse partido, que viria para criar "uma nova forma de fazer política" no país. Além de Marina, fazia parte também da Comissão Nacional Rede Pró-Partido a herdeira do Banco Itaú, Maria Alice Setubal. Já se nota com isso que tipo de "novo instrumento político" seria esse!
Marina Silva, quando ministra do Meio Ambiente no governo Lula, foi a principal responsável pelo ingresso dos alimentos transgênicos no país, além de ter sido decisiva na aprovação da lei sobre a Amazônia, que representa, segundo os ambientalistas honestos desse país, uma entrega da maior riqueza natural do país, a floresta amazônica. Por isso tal lei foi extremamente saudada pela bancada ruralista no Congresso Nacional. Não é à toa que sua candidatura a presidente em 2010 venceu apenas no Distrito Federal. Nem no seu estado de origem, o Acre, ela conseguiu uma vitória eleitoral. Os/as trabalhadores/as desse estado conhecem bem Marina e seu legado político.
Como já afirmamos, Marina embarcou este ano numa aventura política de criação de um novo partido. Neste aspecto - e só neste aspecto - a atitude de Marina Silva deve ser até elogiada, porém, como já mostramos neste artigo, as ideias da Rede em nada tinham de novidade, como alardeava a ex-senadora e seus fiéis aliados em todo o país.
A filiação de Marina Silva ao PSB revela, de forma inquestionável, que "a nova forma de fazer política" defendida por ela, era só mais um capítulo da interminável novela da política nacional, chamada "ESTELIONATO ELEITORAL", pois se esse é realmente o desejo da ex-sanadora, porquê ela não definiu um perfil para o partido que queria criar, ao invés de ficar alardeando por aí que não era "nem direita nem esquerda"? Por mais que a expressão "ser de esquerda" ande desgastada nos últimos tempos, mas é OBRIGAÇÃO de qualquer ativista político se colocar de forma clara e transparente para o povo qual sua OPÇÃO IDEOLÓGICA. Pois, se não for assim, estará dando mais um golpe na classe trabalhadora, que já está de saco cheio disso.
A opção de Marina pelo PSB coloca, ao contrário do que ela afirma, ser mais do mesmo na política. Vai passar a defender uma candidatura de um governador que paga o PIOR salário dos profissionais da educação do país, além de perseguir duramente os militantes dos vários movimentos sociais que existem em Pernambuco. Eduardo Campos é a nova roupagem do político tradicional, perseguidor e corrupto que, com sua carinha de bom moço, consegue (ainda) enganar boa parte de nossa classe. 
A ida de Marina para o PSB foi excelente para Eduardo Campos, porque com isso ele consegue dar um fôlego muito grande para sua pré-candidatura a presidente em 2014. Porém, só nos próximos dias é que conseguiremos dimensionar a repercussão dessa filiação de Marina Silva ao seu novo partido, dentro dos seus/suas eleitores/as. Nas redes sociais, alguns já se manifestam de forma contrária, outros a favor. Não dá pra dimensionar, neste momento, a rejeição de seu eleitorado a esta opção política feita pela ex-senadora.
Porém, independente disso, do ponto de vista classista, a escolha de Marina Silva demonstra, de forma inequívoca, seu OPORTUNISMO POLÍTICO ao quadrado. Pois, se ela realmente deseja construir uma "nova forma de fazer política", o PSB não é, definitivamente, a melhor opção para isto. Se ela tem mesmo essa intenção, deveria então não se filiar a nenhum partido e continuar na sua caminhada de construção de seu novo partido, a "Rede Sustentabilidade", como já declaram alguns de seus eleitores.