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terça-feira, 25 de maio de 2021

A Covid-19, as vacinas, a Educação, sua essencialidade como atividade e o PL 5595/2020




Nesta segunda-feira, 24 de maio de 2021, chegamos a registrar no Brasil a lamentável marca de 450 mil mortes por causa da Covid-19. Dentro em breve, sem ter a mínima pretensão de querer possuir uma bola de cristal, chegaremos à infeliz marca de meio milhão de mortos no país, graças à política negacionista e genocida do governo Bolsonaro, auxiliada em grande parte pelos governos estaduais e municipais espalhados em território nacional, que não possuem uma política correta de combate ao avanço da pandemia do coronavírus há mais de um ano em nosso país. Pra variar, quem mais sofre com tudo isso, é o povo pobre e das periferias das cidades brasileiras. Além do flagelo da fome e do aumento do desemprego que se espalha nesse momento da pandemia, sem falar no mísero auxílio emergencial destinado pelo governo Bolsonaro a milhões de famílias no Brasil.

Desde o início da pandemia do coronavírus, um debate vem sendo recorrente neste assunto. Trata-se da volta às aulas. O governo Bolsonaro e seus aliados bolsominions em todo o país, dentro e fora do Congresso Nacional, sempre questionaram o porquê das escolas estarem fechadas para o ensino presencial em tempos de pandemia e porquê os/as profissionais da Educação estarem fora das salas de aula. Seus aliados, os bolsominions, especialmente os da classe média e alta, nunca ficaram atrás nesses questionamento. Mesmo quando o tema "vacinas" estava longe de se verificar no horizonte!!!

Com a chegada das vacinas no Brasil, a pressão desses setores aumentou sobre os governos e, destes, sobre os/as profissionais da Educação em todo o país para que retornassem às salas de aula na forma presencial. Começaram a chover ações na Justiça - com ganhos de causa, em boa parte destas - para que isso ocorresse, na sua maioria, vinda de escolas particulares. Com aquiescência de governos estaduais e municipais de todo o país, na imensa maioria dos casos. Contraditoriamente, esses mesmos governos ainda resistem em fazer o mesmo nas redes estadual e municipais de ensino. Menos mal, por enquanto.

Paralelo a isso vem as deputas federais Paula Belmonte (Cidadania/DF) e Adriana Ventura (Novo/SP) e apresentam o PL 5595/2020, aonde propõem que "as aulas presenciais só poderão ser suspensas "em situações excepcionais cujas restrições sejam fundamentadas em critérios técnicos e científicos devidamente  comprovados"" (https://www.camara.leg.br/noticias/736109-projeto-proibe-suspensao-de-aulas-presenciais-mesmo-durante-pandemia/).

Sobre isso, queremos dizer que as entidades sindicais - desde os sindicatos de base (como SINTRAMB, SINTEP, pra falar só da Paraíba) -, como Federações Estaduais ligadas à Educação, chegando até a CNTE, tiveram pouco mais de um ano para debater este e outros assuntos ligados à situação dos trabalhadores da Educação durante a pandemia do coronavírus, mas não fizeram isso e agora estão encalacrados num debate que dificilmente terão como fazê-lo em condições de igualdade com as Secretarias de Educação neste momento em que as vacinações da categoria já são uma realidade na maioria do país (e que a pressão sobre nossa categoria aumenta consideravelmente a voltar para o ensino presencial nas mesmas e lamentáveis condições das escolas que todos/as já conhecemos).

Isto se soma à hipocrisia política existente no PL 5595/2020 das deputadas Belmonte e Ventura, aprovadas na Câmara dos Deputados e que, neste momento, está no Senado Federal, aguardando datas para realização de audiências públicas sobre a matéria, antes de ir à votação em plenário.

Afirmamos que trata-se de hipocrisia política porque o PL afirma que a Educação deva ser tratado como uma "atividade essencial" em tempos de pandemia do coronavírus. Não me recordo do Congresso Nacional haver tratado a Educação como "essencial" na recente votação do Orçamento 2021. Neste, foi destinado um percentual maior de verbas para o Ministério da Defesa do que para a Educação, por exemplo. 

Quanto ao tema das vacinas, o debate travado atualmente nas sessões da CPI da Pandemia têm revelado que o governo Bolsonaro possui, desde o início da pandemia do coronavírus, um descaso e um desprezo no combate à Covid-19 e seu avanço no país. O número de mortes e de casos no Brasil, aliado à contínua postura do presidente e de seus aliados mais próximos em relação à doença, revelam isto. Isto só evidencia a hipocrisia política da qual falamos anteriormente de seus aliados políticos no Congresso Nacional ao elaborarem e aprovarem um PL deste tipo, como o 5595/2020.

Lamentável assistirmos não apenas este tipo de coisas acontecendo no país, como também a inércia daqueles/as que se colocam como dirigentes da classe trabalhadora que, num momento como esse, em vez de organizar a categoria e enfrentar tudo isso, ficam buscando "sangrar" o governo pensando nas eleições 2022, em derrotá-lo neste momento, em vez de construir, pela base, a verdadeira derrota deste governo genocida que só vem destruindo nossa classe sistematicamente.


FORA BOLSONARO E MOURÃO, JÁ!!!

VOLTA ÀS AULAS SÓ DEPOIS DA PANDEMIA COM VACINA PARA TODOS/AS!!!

ESCOLAS FECHADAS, VIDAS PRESERVADAS!!!