Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O racismo mata!!!





O povo negro de nosso país vem sendo exterminado há séculos. Desde meados do século XVI até 1888, isso era perfeitamente legal. O povo negro era nada mais do que uma mercadoria, das mais reles, e assim seu extermínio era encarado pela elite branca com algo natural, normal. A luta dos escravos, resistindo física e culturalmente a este domínio, faz com que se alcançasse a liberdade plena, em 1888. Sobre isso, inclusive,. é preciso afirmar SEMPRE que o fim da escravidão negra não foi um benefício da princesa Isabel, mas sim fruto da luta dos/as negros/as de nosso país, que arregaçaram as mangas e foram atrás de sua liberdade. 

Porém, aquilo que parecia ser uma vitória definitiva do povo negro, aos poucos foi se verificando que o capitalismo - que já começava a dar seus primeiros passos no Brasil - não iria, de forma alguma, ser generoso com este povo.

O povo negro saiu da senzala e foi viver nos morros e nas periferias das cidades, alijado de direitos essenciais, como ter uma casa, um terreno para poder plantar e criar seus animais e, assim, viver com dignidade junto dos seus. Ao povo negro lhes foi negado o direito de ir à escola e poder, através da educação, ter uma vida melhor. Ao povo negro foi negado até o direito mais essencial: o direito à VIDA!!!

Uma parte da elite branca de nosso país nunca aceitou o fim da escravidão negra e, por isso mesmo, continuava a enxergar os/as negros/as como uma mercadoria, tal qual no Império brasileiro. A Revolta da Chibata, protagonizada pelos marinheiros negros brasileiros, é um exemplo cabal disso. João Cândido e seus companheiros de farda tiveram que ir à luta para acabar com o terrível Código de Conduta da Marinha brasileira, que permitia o açoitamento dos marinheiros negros. A Revolta da Chibata resgatou, em 1910, o espírito de luta dos quilombos, organizações construídas pelo povo negro para resistir ao jugo dos senhores de escravos. João Cândido e Zumbi tiveram a coragem e a ousadia de organizar o seu povo contra as injustiças cometidas pela elite branca brasileira.


Porém, apesar de tudo isso, o racismo continuou impregnado em nosso país, oficialmente consumada na tese da "democracia racial" de Gilberto Freyre. E assim nosso povo negro continuou sendo tratado como mercadoria em nosso país.

O "Jornal da Paraíba" desta sexta-feira, 30 de novembro, traz estampada em sua capa a triste notícia: "JP lidera 'extermínio' de jovens negros no Brasil". Segundo a matéria, assinada pela competente jornalista Luzia Santos, o "Mapa da Violência - a cor dos homicídios", lançada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ligada ao governo federal, e foi produzido entre os anos de 2002-2010. O estudo mostra que a Paraíba encontra-se em 3º lugar no quesito "taxa de homicídio de negros proporcional à sua população", atrás apenas de Alagoas e Espírito Santo, pela ordem. Na Paraíba, esta taxa é de 60,5 para cada 100 mil habitantes. A Paraíba também aparece em 3º lugar no quesito "crescimento de mortes de negros", ficando apenas atrás da Bahia e Pará, pela ordem. Na Paraíba, a média de assassinatos é de 1 branco para 19 negros. Apenas 4 estados  reduziram seus índices de assassinatos de negros durante o período estudado. São eles: Acre, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, pela ordem.       

A situação em João Pessoa não é diferente do quadro estadual. Nossa capital, segundo o estudo acima apontado, aparece em 1° lugar no quesito  "taxa de homicídio de negros proporcional à sua população", ficando à frente de capitais como Maceió, Vitória, Recife e Salvador, para citar apenas os 5 primeiros colocados neste lamentável ranking. Em João Pessoa, a média de assassinatos é de 1 branco para 29 negrosApenas 1 capital reduziu seus índices de assassinatos de negros durante o período estudado, que foi Curitiba.

Dentre os 608 municípios estudados, com mais de 50 mil habitantes, João Pessoa aparece como o 6º colocado. A Paraíba incluiu outros municípios neste vergonhoso ranking. Cabedelo (3º), Patos (23º), Campina Grande (24º), Santa Rita (26º) e Bayeux (28°) também estão listados.

Algumas organizações do movimento negro já se pronunciaram sobre este ranking e estas apontam como uma das causas desse extermínio negro em nosso país a falta de políticas públicas para o povo negro. Tal argumento encontra eco na realidade brasileira, mas de nada adiantariam políticas públicas efetivamente funcionando em nosso território sem empreendermos, no mesmo patamar, a luta contra o capitalismo. Pois, como afirmava Malcolm X, "não há capitalismo sem racismo". 

A luta contra o racismo é inseparável da luta pelo fim do capitalismo e pela criação de uma sociedade de novo tipo, a sociedade socialista, onde as pessoas sejam respeitadas pelo que são e não pelo que têm, seja dinheiro ou cor da pele. O racismo, assim como o machismo e a homofobia, são utilizados pela burguesia para dividir nossa classe, pois assim os mesmos continuarão determinando a vida de milhões. O capital precisa dominar não apenas do ponto de vista econômico, mas também culturalmente. Assim se faz a exploração capitalista em nosso planeta.

A matança de jovens negros atende a uma necessidade do capital: exterminar aqueles que lhe são perigosos para continuar dominando e, sobretudo, manter o exército de reserva da produção capitalista. Por mais cruel que isso possa parecer, é assim que funciona a lógica do sistema. Evidentemente, a maioria da burguesia não afirma isso de maneira clara e direta (apenas os fascistas assumem este discurso), mas suas ações são pensadas e executadas dessa maneira. Senão, como explicar que cheguemos a esses números não apenas na Paraíba e João Pessoa, mas de resto em todo o país? 

O RACISMO MATA!!!
LUTAR CONTRA ESSA CHAGA DE NOSSA SOCIEDADE É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL PARA CONSTRUIRMOS A SOCIEDADE SOCIALISTA!!!    

       

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que um mensalão não faz.......



O ministro da Justiça do governo Dilma, José Eduardo Cardozo (PT/SP), surpreendeu o país nesta terça-feira, 13 de novembro de 2012, num encontro com 300 empresários organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), realizado num hotel em São Paulo. Na ocasião, o ministro da Justiça, segundo a Folha, respondia a uma pergunta sobre a adoção da pena de morte em nosso país e, sobre isso, teria respondido: "Se fosse para cumprir muitos anos em uma prisão, em algumas prisões nossas, eu preferia morrer". Em outro momento do encontro, José Eduardo Cardozo classificou as prisões brasileira como "medievais" e que não cumprem a função de ressocializar as pessoas. "Quem entra no presídio como um pequeno delinquente, muitas vezes sai como membro de uma organização criminosa para praticar grandes crimes", concluiu o ministro. Além disso, continua o ministro, nossas prisões violam os direitos humanos, por conta de suas superlotações.
A surpresa das declarações do ministro se dá porque se espera tudo de um ministro da Justiça, menos que ele assuma os erros de seu governo. Sim, porque quando ele vem de público afirmar tudo isso que nós, pobres mortais, já sabemos há séculos é porque as coisas já chegaram a um patamar tão insuportável que não há outra saída para o governo a não ser assumir sua culpa nisso tudo. Mas, assumir a culpa só não basta, é preciso resolver o problema. E qual a solução para esse problema que o governo Dilma, através de seu ministro da Justiça, aponta? Até agora, não sabemos e, muito provavelmente, continuaremos sem saber. Pelo menos, até 2014 quando, num passe de mágica, todos os problemas do país e do mundo serão resolvidos porque, afinal de contas, Dilma precisará de.......... mais 4 anos, né, gente?



Bom, mas tem mais uma explicação para toda essa preocupação com nosso sistema prisional demonstrada pelo nosso ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Só vim perceber quando li atentamente a matéria da Folha. Nela, percebi que o encontro com empresários onde ele fez esta declaração se deu um dia após o seu colega de partido, o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula, Zé Dirceu, ter sido condenado a 10 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, além de seus outros amigos, como Zé Genoíno, ex-presidente nacional do PT, e o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares (6 anos e 11 meses e 8 anos e 11 meses, respectivamente). Todos por corrupção ativa e formação de quadrilha, segundo o STF, por conta do mensalão da era Lula. Assim, minhas "anteninhas de Chapolin Colorado" vibraram intensamente e me veio a indagação: será que o José Eduardo Cardozo passou a se preocupar com o estado de nossas prisões apenas por conta dos motivos apresentados aos empresários ou por conta das penas que seus colegas de partido sofreram e que, portanto, terão quer cumprir em algumas dessas prisões "medievais e violadoras de direitos humanos"? Com a palavra, o ministro da Justiça! O que um mensalão não faz, hein?  

sábado, 3 de novembro de 2012

Na defesa de uma bandeira histórica: "Reitor eleito, Reitor empossado"






A história do movimento universitário, representado pelos três segmentos (estudantes, professores e servidores técnico-administrativos), sempre teve como uma de suas bandeiras a defesa de que, no processo eleitoral para escolha de Reitores das IFES, fosse respeitado o resultado apontado pela maioria da comunidade universitária. "Reitor eleito, Reitor empossado", sempre foi a defesa dos três segmentos universitários ao longo da construção da tão decantada democracia universitária.
Quando ingressei na UFPB, em 1987 para cursar Comunicação Social (habilitação Jornalismo), o Reitor era José Jackson Carneiro de Carvalho e o diretor do CCHLA, Neroaldo Pontes, que anos depois viria a ser Reitor da mesma universidade entre 1992-1996. Digo isso porque naquela época vivíamos uma conjuntura na UFPB que refletia a conjuntura do país e fazíamos parte de um setor do ME (movimento estudantil) que se articulava com um setor do movimento docente e também do movimento dos técnico-administrativos na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Deste grupo, fazia parte, dentre outros o hoje deputado federal Luiz Couto, que veio a ser Diretor do CCHLA, sucedendo a Neroaldo Pontes. O processo de escolha de Luiz Couto foi um dos mais democráticos que assistimos na UFPB. Haviam dois nomes dentro do grupo que se dispunham a disputar a direção do centro, Luiz Couto e a professora Lourdes Bandeira e o primeiro venceu tal disputa através do voto direto dos três segmentos que participaram da plenária de escolha. Naquele momento, Luiz Couto era um aliado importante do ME na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Algum tempo depois, a eleição de Neroaldo Pontes à Reitoria da UFPB representou, naquele momento, a aglutinação de todo um setor progressivo de forças dentro da UFPB na defesa da mesma bandeira citada na última linha do parágrafo anterior. O mesmo não pode se dizer do mandato de seu Reitorado. Porém, como já afirmamos, a campanha e a eleição de Neroaldo Pontes reuniu toda a militância progressista, de esquerda da universidade naquele instante histórico. Uma boa parte desta rompeu com Neroaldo logo no início de seu mandato, mas isso é outra história, que não interessa a esse artigo.
Após Neroaldo, vivenciamos as duas eleições de Jáder Nunes (que foi Pró-Reitor na gestão de Neroaldo), e fora dela, as duas de Rômulo Polari e, agora, recentemente a que resultou na vitória de Margareth Diniz, diretora do CCS.    
Fizemos todo esse preâmbulo para tocar que, ao longo de toda essa história que vivemos na UFPB, sempre militamos no ME e junto de pessoas que atuavam no movimento docente e nos técnico-administrativos, pertencentes a várias forças políticas, especialmente ao PT e PCdoB, e era voz comum a defesa do princípio que já falamos no início desse artigo: "Reitor eleito, Reitor empossado". Porém, não é isso que estamos verificando no atual processo sucessório da UFPB, infelizmente.
A professora Margareth Diniz foi ELEITA, no 1º e 2º turnos na eleição para Reitor da UFPB e, desde então, tem enfrentado um verdadeiro inferno astral, que poderá ser superado no próximo dia 11/11, quando se encerra o mandato do atual Reitor e a presidente Dilma deve, por competência constitucional, decidir quem é o novo Reitor da UFPB. O Jornal da Paraíba de 02/11, informa que o MEC encaminhou, no último dia 30/10, a lista tríplice para a Casa Civil do governo federal e, assim, nos próximos dias, a UFPB poderá ter um novo Reitor ou Reitora. Compõem a lista tríplice a professora Margareth Diniz, a professora Lúcia Guerra e o professor Renato Pontes. Vale lembrar que a composição dessa lista, nesta ordem, só foi feita e enviada ao MEC por ordem judicial, obrigando o Reitor Rômulo Polari a fazê-la, coisa que este se recusava terminantemente a fazer até tal ordem judicial.
Porém, a notícia do Jornal da Paraíba, embora alvissareira, não se pode comemorar de pleno. Temos notícia de que a turma de Polari e alguns aliados de plantão, aqui e em Brasília, estão fazendo de tudo para impedir a nomeação da Reitora eleita, Margareth Diniz, e ao mesmo tempo, fazer com que seja nomeado pelo MEC um interventor para nossa UFPB. Sim, porque a UFPB é nossa e não de Polari e sua turma! Infelizmente, eles não querem perceber isso. 
Várias ações na justiça estão sendo feitas pela turma de Polari com a clara intenção de protelar a nomeação de Margareth para, com isso, criar as condições para que haja uma intervenção na UFPB!!! Nem o pessoal da direita dentro da universidade fez uso dessa prática política. O mais impressionante de tudo isso é que uma dessas ações, na verdade um Agravo de Instrumento, traz a assinatura do presidente da ADUFPB, Ricardo Lucena. Neste, a intenção do presidente da ADUFPB é derrubar a sentença prolatada pelo Juiz Federal João Bosco Medeiros de Sousa, que validou a realização do segundo turno da consulta eleitoral. No último dia 29/10, saiu a sentença: por 8 a 3, os desembargadores do TRF da 5ª Região mantiveram a decisão anterior, ou seja, Margareth Diniz é a REITORA DA UFPB e deve ser nomeada e empossada!!!
Lamentável é assistirmos o ineditismo de um presidente da ADUFPB participar de um procedimento espúrio deste. Perguntamos: qual Assembleia docente da UFPB garantiu legitimidade a Ricardo Lucena, enquanto presidente da entidade, a adotar tal atitude? Para quem não sabe ou não conhece, aí vai o número do processo onde o presidente da ADUFPB, Ricardo Lucena, tentou impedir o 2º turno na UFPB: 00064396920124058200 - Justiça Federal - PB.
O fato de setores que ontem defendiam a bandeira "Reitor eleito, Reitor empossado" hoje utilizarem de todos os expedientes para impedir a nomeação e posse de uma candidata eleita Reitora pela maioria da comunidade universitária expressa a situação do setor que se reivindica de esquerda em nosso país e que está no comando desse mesmo país, que já abandonaram há muito tempo as bandeiras históricas do movimento e hoje se utilizam do vale-tudo para atingir seus objetivos. As eleições municipais recém encerradas revelaram isso. A eleição na UFPB não poderia ficar imune a isso, infelizmente.
Os setores que fazem isso hoje na UFPB são os mesmo que, em nível nacional, criticaram as várias tentativas de FHC em fazer a Reforma da Previdência, mas que quando chegaram ao Palácio do Planalto, promoveram a mesma Reforma (utilizando-se para isso com o dinheiro advindo do mensalão, conforme já ficou provado e comprovado com o julgamento feito pelo STF); são os mesmos que passaram anos criticando o PSDB pelas privatizações feitas por estes, mas que hoje já entregaram ao capital internacional vários poços de petróleo através dos leilões feitos pela ANP, aprovaram a MP 532 (que é o início da privatização dos Correios), privatizaram 3 dos principais aeroportos do país e criaram a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que representa na prática a privatização dos HU's de todo o país, alvo de muitas críticas e mobilizações em todas as universidades do país. São os mesmo que posam de paladinos da moral e da ética, apesar de estarem no mesmo mar da lama da corrupção quanto os demais partidos da direita brasileira, como PMDB, PSDB, DEM, PP, PTB e tanto outros. Inclusive na recente eleição para Reitor da UFPB se dividiram, uns construíram a campanha da candidata do Reitor e outros foram construir a campanha de um tubarão do ensino privado, que posou de defensor do ensino público para a comunidade universitária. Sinais dos tempos......
Nós continuamos do mesmo lado, defendendo a mesma bandeira. Reitor eleito, Reitor empossado. A UFPB NÃO pode aceitar que o MEC coloque um interventor em nossa universidade. Porque, repito, a UFPB não é de Polari nem de seu grupo que já está há exatos 24 anos no controle da instituição e que, neste momento, não querem largar o "osso", como se diz no popular. O professor Polari, pela trajetória intelectual que tem, deveria sair com dignidade e altivez da Reitoria ao invés de agir como vem agindo, tentando junto com seu grupo obstaculizar de todas as maneiras, por vezes até de maneira baixa, produzindo dossiês junto ao MEC, tentando atingir a reputação da professora Margareth Diniz para com isso impedir a nomeação e posse da Reitora eleita pela maioria da comunidade universitária da UFPB. Ao mesmo tempo, queremos chamar TODAS as forças políticas que atuam na UFPB a defenderem a bandeira histórica "Reitor eleito, Reitor empossado", inclusive e principalmente as que defenderam as demais candidaturas derrotadas no processo eleitoral da universidade. Agora, não se trata mais de defender candidato A ou B, mas sim a autonomia da universidade, princípio inclusive tão defendido por certos grupos políticos, que também defendemos e que já foi definido pelos tribunais federais, após tantas ações, que não foi, em nenhum instante, ferido. É preciso que as forças políticas entendam que se houver uma intervenção na UFPB, com apoio da Reitoria, estará se abrindo um precedente EXTREMAMENTE perigoso na nossa universidade e, no futuro, essas forças que hoje estariam apoiando essa iniciativa política serão responsáveis por isso e serão cobradas pela História no futuro.