Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

domingo, 28 de julho de 2013

A visita do papa e a crise na fé católica


       A edição deste domingo, 28 de julho de 2013, do jornal “Correio da Paraíba”, traz uma pesquisa sobre a crise da fé católica na Paraíba, no tocante à quantidade da perda de fiéis desta religião, bem como o ganho de outras tantas, no momento em que o país viveu uma semana intensa de divulgação da doutrina católica, com a realização da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, e a visita do papa Francisco.
    A pesquisa tem como fonte o Censo 2010 do IBGE e revela números significativos, mas detectamos dois equívocos na interpretação dos números feita pela equipe do “Correio da Paraíba”: avaliou-se, por exemplo, que os evangélicos cresceram 88% no número de fiéis. Porém, não sabemos concretamente o que significa esse setor “evangélicos” que a equipe do “Correio” classifica, pois em seguida vem os números de outras religiões que poderíamos classificar também como tais, a perceber: testemunhas de jeová e os membros da Igreja dos Santos dos Ùltimos Dias, popularmente chamados de mórmons. Vale ressaltar que este não é um equívoco apenas da equipe do “Correio da Paraíba”, mas da mídia em geral e assimilado pelo nosso povo, que classificam os fiéis das igrejas protestantes como sendo “evangélicos” para diferenciá-los dos católicos quando, na verdade, os dois são cristãos e evangélicos, pois ambos divulgam o Evangelho de Cristo, contido no livro bíblico conhecido por Novo Testamento. O outro equívoco foi em relação às religiões de matriz africana, onde ela separou a umbanda e o candomblé. Na nossa interpretação, mesmo sabendo das eventuais diferenças entre as religiões, tanto do campo protestante quando da matriz africana, decidimos unifica-las exatamente por conta de sua origem.
      Deixando essa “polêmica” de lado, vamos aos números divulgados pelo “Correio” deste domingo, 28/07/13. Segundo o Censo 2010, na Paraíba, houve uma redução de 0,87% no número de católicos. De 2.924.154 adeptos, a Igreja Católica passou, em 2010, a ter 2.898.656 fiéis, uma redução de 25498. Para se ter uma ideia dessa perda, é como se a Igreja Católica na Paraíba tivesse perdido uma cidade inteira como Areia, por exemplo.. Não é pouca coisa.
No outro lado da tabela, juntando todo o setor protestante – evangélicos, testemunhas de Jeová e mórmons - e não apenas o classificado pela equipe “Correio” como “evangélicos”, tivemos em 10 anos na Paraíba um crescimento de 86,7%, com esse setor passando de 317.511 membros em 2000 para 592.868 fiéis. A religião espírita teve também um crescimento fabuloso nessa década, de 85,41%, passando de 12.499 para 23175 adeptos; nas religiões africanas, verificou-se também na Paraíba um crescimento na Paraíba de 40,8%, com 1704 membros em 2000, passando para 2399 adeptos em 2010. Vale ressaltar que o candomblé foi o principal responsável por esse crescimento, segundo o Censo 2010 do IBGE. Essa religião africana teve um crescimento de 214,3% em nosso Estado na 1ª década do século XXI. Analisaremos as razões deste detalhe daqui a pouco.
      Por fim, um dado bem interessante que o IBGE expressa no Censo 2010. O crescimento do que ele chama de “sem religião”. Poderíamos incluir neste quesito ateus e agnósticos, mais preferencialmente ateus. Este setor teve um crescimento de 20,25%, passando de 177.303 membros em 2000 para 213.214 pessoas em 2010.

O que significa os números do Censo 2010
      A Arquidiocese da Paraíba, em nota, avalia que os resultados dessa pesquisa do IBGE representam a existência de uma “sociedade de consumo”, onde “as pessoas são substituídas pelas coisas, pelo dinheiro, pelo poder, pelo prazer. Nesse tipo de relação desumana, desagregadora, os valores presentes no Evangelho de Jesus têm pouca ou nenhuma importância”. Para o pastor da Igreja Cidade Viva, o jovem deve estar ligado a uma fé cristã, pois assim ele se torna mais participativo. E conclui: “quando você se torna cristão, você muda seus comportamentos”. O presidente da Federação Espírita Paraibana, Marco Lima, claro, discorda dessa fala e afirma que as pessoas estão buscando novas doutrinas que satisfaçam sua necessidade interior. Infelizmente, na matéria do “Correio da Paraíba”, sentimos falta da fala de alguém ligado às religiões de matriz africana e de alguém do setor “sem religião”.
      Queremos iniciar nossa avaliação pela fala do presidente da Federação Espírita Paraibana, concordando parcialmente com ele quando diz que as pessoas buscam algo que satisfaça suas necessidades interiores. Parcialmente porque ele defende isso no campo da religiosidade (e é natural que assim o faça, afinal ele é um religioso). Se alguém o questionar a respeito da opção de alguém por se tornar ateu, muito provavelmente ele não afirmará neste sentido. Porém, este movimento citado pelo líder dos espíritas paraibanos não é nada novo, isso remonta aos tempos primitivos, quando a religião começou a existir na história da humanidade. Foi essa busca por uma resposta a algo desconhecido que o ser humano começou a se apegar a explicações sobrenaturais, aos deuses inicialmente até chegarmos ao Deus monoteísta do cristianismo. Tudo para atender a essas necessidades interiores.
      Porém, a crise da Igreja Católica num país como o Brasil, onde desde sua fundação, esta sempre foi amplamente majoritária – e ainda é, os números mostram isso – tem relação direta com os fatos amplamente divulgados pela mídia nos últimos anos com os sucessivos escândalos vividos pela Igreja Católica: corrupção no Banco do Vaticano, casos de pedofilia no Brasil e em vários outros países, dentre outros. E o pior, a alta cúpula da Igreja se comportou da mesma forma que os políticos, escondendo para debaixo do tapete tais fatos. Só quando a imprensa passou a dar destaque a isso é que a Igreja Católica passou a tomar iniciativas em relação a isso.
      Esse é um fator importante para a quebra do número de fiéis da Igreja Católica para outras religiões, especialmente as protestantes. Porém, essas também não estão imunes a escândalos tão graves quanto os vividos pela Igreja Católica, como recorrentes casos de desvios de dinheiro, casos de escândalos sexuais, de algumas das igrejas desse setor.
      Um fato que precisa ser registrado aqui é o crescimento de uma das religiões de matriz africana, o candomblé. Esta, entre 2000-2010, cresceu 214,3% na Paraíba. Sozinha, foi a religião que mais cresceu, em números relativos. Em nossa avaliação, uma das razões para tal crescimento tem a ver com a postura respeitosa das religiões de matriz africana em relação a temas considerados muito polêmicos para as demais religiões, especialmente as cristãs, como a questão da homossexualidade, por exemplo. Esse posicionamento do candomblé, da umbanda e demais religiões desse setor têm feito com que muitos e muitas tenham se dirigido até elas.
      Porém, a crise da fé religiosa, como um todo é um sinal da crise do capitalismo. Não podemos nos esquecer que a religião é um dos pilares ideológicos da manutenção do capitalismo, na perspectiva de perpetuação do status quo. As doutrinas religiosas, via de regra, têm servido ao longo da História, para manter os regimes de pé, para manter a dominação de classe viva. No capitalismo não é diferente. É bem verdade que há pessoas religiosas que têm compromisso com a luta do povo, e essas são sempre muito bem vindas, são nossas aliadas.
      Aliás, esse é um ponto importante de nossa avaliação. Não há nem nunca houve, nenhuma orientação de que para fazer parte da luta socialista, que o/a militante deva ser ateu/atéia. Muito pelo contrário, como citamos acima, existem muitos/as lutadores/as do povo que são fiéis de várias crenças religiosas e assim são bem vindas à luta popular. Rechaçar essas pessoas à nossa luta é de uma estupidez total. Relacioná-las ao significado ideológico da Igreja Católica é outra estupidez e só nos afasta daqueles e daquelas que podem, efetivamente, nos auxiliar na difícil tarefa de construir a revolução socialista em nosso país.
      Feito esse parêntese importante, voltemos ao tema principal de nosso artigo: a crise da fé religiosa, especialmente a da fé católica em nosso país, e em especial, na Paraíba.

      A falta de perspectiva, de futuro, encarada pelas pessoas a cada dia que passa, é um dos fatores decisivos para a crise atual da sociedade capitalista. Assim, assistimos ao alto número de jovens se entregando ao mundo das drogas, ao crescimento desenfreado da violência urbana – com a vida cada vez mais banalizada -. Assim, uma das válvulas de escape é a ida para outras religiões, fora a Igreja Católica, que não tem conseguido dar respostas a essa nova situação, por conta de sua estrutura secular, engessada. O novo papa já afirmou, desde a posse, que pretende dar uma nova dinâmica à Igreja Católica, adequando-a a esses novos tempos. Esse será um grande desafio para ele, pois a Igreja Católica é uma instituição secular e, portanto, extremamente difícil de ser modificada nas suas estruturas internas. Daí a razão do crescimento das outras religiões.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Uma palavra aos taxistas de João Pessoa



      Tradicionalmente, o dia 25 de julho de cada ano é comemorado pelos taxistas pela passagem do dia de São Cristóvão, patrono dos motoristas, não apenas dessa categoria, mas de todos que sobrevivem trabalhando nessa função tão importante na sociedade em que vivemos e que tem, no nosso país, um peso econômico significativo e um contingente expressivo de trabalhadores.
      Normalmente, neste dia os taxistas comemoram este dia por meio de carreatas, em cortejo atrás da imagem do santo. Porém, este ano decidiram fazer isso de forma bem diferente pelas ruas da capital paraibana. Aproveitando a onda das manifestações que assolam o país, a categoria, impulsionada pelo seu sindicato, promoveu um grande protesto pelas principais ruas e avenidas da cidade, criando um gigantesco engarrafamento em João Pessoa. Tudo para chamar a atenção das autoridades públicas, em especial da PMJP, para a pauta que eles tinham interesse em debater com o poder público, que consistiam em alguns pontos, que são: fiscalização dos táxis com sistema de rádio táxi de outros municípios e trabalhando na Capital; pagamentos de propinas entre mensageiros e taxistas da Capital e outros municípios; carros de pequeno porte sendo credenciado como transporte de turismo; fiscalização com blitz em conjunto com a BPTran a noite e nos finais de semana; sinalização precária nas praças de táxis; construções de abrigos em alguns pontos de táxis; fiscalização nos eventos, determinando os locais para taxistas; proposta de parceria com o programa Minha Casa, Minha Vida; analisar os débitos do ano de 2011 e 2012 do ISS que os taxistas são isentos; e a circulação dos táxis nas faixas exclusivas de ônibus.
      Desses pontos da pauta debatidos ontem em audiência com o prefeito Luciano Cartaxo, segundo informes da própria PMJP, apenas o último (circulação dos táxis nas faixas exclusivas de ônibus) não foi acordado na reunião, com a prefeitura se comprometendo em estudar o caso com a Semob. Após a reunião, a categoria saiu satisfeita com o resultado desta e encerrou a manifestação.
      Gostaria de me dirigir agora a esses trabalhadores que, diuturnamente, vivem tentando, de forma honesta, ganhando o pão de cada dia para sustentar sua família. O movimento que vocês fizeram neste 25 de julho é digno de elogios. Organizado, ordeiro, pacífico, com uma pauta organizada, chamando a atenção das autoridades, que há muito tempo deixaram esta categoria completamente abandonada, especialmente no quesito segurança. E é sobre a pauta de reivindicações entregue ao prefeito Luciano Cartaxo que eu gostaria de tratar, no sentido de colaborar com o debate, como morador dessa cidade.
      Acredito que um dos pontos que faltou na pauta entregue pelos taxistas ao prefeito foi justamente este: a questão da segurança da categoria. A PMJP criou uma Secretaria de Segurança Pública e Cidadania, que tem como objetivo, segundo o site da própria PMJP, “ fortalecer as políticas de segurança urbana no município de João Pessoa por meio de medidas preventivas, com vista a minimizar os índices das violências e implantar uma cultura de paz” e está sob o comando do ex-vereador Geraldo Amorim. Portanto, a Prefeitura deveria estabelecer um plano de apoio à categoria no sentido de combater a violência que aflige esses trabalhadores. Senti falta desse ponto na pauta dos companheiros.
      Queria também chamar atenção para um ponto, para mim, muito preocupante, e que notei repercutiu nas redes sociais durante o próprio instante em que ocorria a manifestação da categoria. A imprensa em geral chamava a atenção apenas para um ponto da pauta da categoria: a luta de vocês contra os alternativos, a tentativa dos taxistas de barrar a presença dos alternativos em João Pessoa, com o pensamento de que esses trabalhadores estariam prejudicando o trabalho de vocês. Vi, inclusive, pela TV, a fala do presidente do Sindicato dos Taxistas que ia nessa direção. Já falei com alguns taxistas – às vezes ando de táxi – e eles falam também assim. Na minha avaliação, é um equívoco pensar assim, é jogar trabalhador contra trabalhador. O trabalhador que faz o serviço como alternativo pega o passageiro que usa o ônibus e não o táxi. É preciso ressaltar que o transporte alternativo existe por conta do alto índice de desemprego que assola a classe trabalhadora brasileira, por um lado, e por outro, do transporte público que, como afirmei na campanha eleitoral passada em João Pessoa, para ser precário, precisa melhorar muito. Dados do sindicato dos trabalhadores alternativos demonstram que existem cerca de 55 municípios na Paraíba que dependem única e exclusivamente desse tipo de transporte para que as populações possam se deslocar para outros locais, pois os ônibus não chegam até lá. Costumo andar tanto de ônibus quanto de táxi, como também de alternativo e percebo o que disse anteriormente: as pessoas que se utilizam desse último tipo de transporte NÃO utilizam o táxi, salvo alguma situação de emergência. Sugeriria até ao sindicato da categoria que realizasse uma pesquisa sobre esse assunto. Outra coisa: a decisão da Prefeitura do PT de “combater o transporte clandestino” atende aos interesses não dos taxistas, mas aos dos empresários de ônibus, que como afirmei, são os mais prejudicados por essa categoria. Luciano Cartaxo deveria era buscar resolver a situação dos trabalhadores que prestam o serviço alternativo e não ficar “jogando pra galera”, como fez com vocês, na reunião com o Sindicato. O que ocorre há anos em João Pessoa e na Paraíba é “sui generis”. Temos uma categoria – a dos alternativos – querendo ser regularizada, trabalhar de forma legal, cadastrada, e o poder público simplesmente NÃO quer. Isso é incrível!!! Tudo por conta do lobby fabuloso dos empresários de ônibus do nosso Estado, que só pensam nos seu próprio bolso.    Sobre a “invasão de táxis de outros municípios”, citada pelo prefeito Luciano Cartaxo, essa poderia ser resolvida, caso a PMJP, juntamente com os outros prefeitos dos 11 municípios que dizem integrar a Região Metropolitana de João Pessoa ou Grande João Pessoa, como é mais conhecida, e implantasse algumas medidas em benefício dos taxistas, como o fim das praças e a consequente implantação do ponto livre em toda essa região. Evidentemente que tal decisão dependeria de um acordo entre todos os prefeitos que integram tal Região Metropolitana. Tal acordo, porém, esbarra numa questão de cunho clientelista, típico da política brasileira: muitos dos prefeitos desses municípios da Grande João Pessoa, novos e antigos, para conseguir votos e garantir a continuidade de seu projeto político, costumam se utilizar da concessão de novas praças de táxi para, assim, ter assegurada sua eleição ou de seu aliado político. Isso faz com que muitos dos municípios paraibanos, inclusive da Grande João Pessoa, possuam mais táxis cadastrados do que o necessário, de acordo com a sua população.

      Esta medida que proponho demandaria um debate dentro da categoria com o poder público e, evidentemente, poderia gerar algumas polêmicas, dentro e fora do setor, mas é disso que precisamos. Um debate franco, claro, sincero e honesto entre trabalhadores e poder público, com todos pensando no melhor para a sociedade e não para alguns poucos. Quem pensa assim são os empresários de ônibus que, através de seu lobby, pressionam o poder público que, por conta das conveniências políticas, sempre pende para o lado destes. Precisamos quebrar essas amarras e fazer com que a PMJP e o Governo do Estado trabalhem a partir de agora para os trabalhadores, pois os empresários já lucraram demais durante todos esses anos. 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Quem é o novo e o velho na política em Bayeux?


Em períodos eleitorais, de quatro em quatro anos, costumeiramente os/as eleitores/as são tomados de candidatos/as que se apresentam como jovens promessas de renovação na política. Normalmente, são jovens mesmo, na idade, rostos de bons moços ou moças, se apresentam como certinhos/as, bem vestidos, cheio de ideias mirabolantes, bem sacadas por algum marqueteiro, etc e tal. E, consequentemente, caem no gosto popular. Exemplos desse tipo temos aos montes na política nacional. Em Bayeux, surgiu um assim, na eleição municipal de 2012. Seu nome: Berg Lima.
Berg Lima saiu candidato a prefeito pelo até então desconhecido PTN - Partido Trabalhista Nacional -, cujo maior expoente na Paraíba, até então, era o deputado estadual Toinho do Sopão, hoje no PEN. Berg Lima surgiu no cenário político de Bayeux com um projeto cultural desenvolvido no Alto da Boa Vista chamado "Atitude Cultural", que basicamente desenvolvia atividades de exibir filmes ao ar livre nas comunidades carentes da cidade, em especial no bairro citado. Dessa atividade cultural, numa cidade extremamente carente do ponto de vista de opções nessa área, ele começou a se tornar conhecido e daí pra sair candidato a prefeito da cidade, foi um pulo. 
Nas eleições 2012, Berg Lima ocupou um vazio no espaço político de Bayeux que deveria (e poderia ter sido ocupado por um partido mais ligado aos movimentos sociais). Porém, o partido com maior trajetória na cidade neste setor, o PT, que na ocasião contava com um vereador na Câmara Municipal (e que fazia oposição ao então prefeito J. Júnior, do PMDB, profundamente desgastado perante a opinião pública da cidade), estava também igualmente desgastado, ao ponto de fazer uma aliança eleitoral com um também vereador que estava sofrendo um profundo desgaste na sua imagem para a disputa na Prefeitura. Além disso, o único partido da esquerda socialista organizado na cidade, o PSOL, vinha de uma crise tremenda envolvendo sua maior figura pública, acusado de tentativa de extorsão de um vereador da cidade, justamente o do PT. Por fim, restavam as candidaturas tradicionais de Expedito Pereira, pelo PSB, e de Sara Cabral, pelo DEM, querendo mais uma vez chegar à Prefeitura de Bayeux. Sara acabaria sendo apoiada pelo PMDB, que lançou o sobrinho de J. Júnior, que renunciaria dias após o lançamento. Vanildo Caetano (PSC) o dentista Raimundo Furtado (PRP) fechariam o quadro de candidatos. 
Enfim, foi neste quadro político caótico das eleições municipais de Bayeux em 2012 que Berg Lima se apresenta e com o perfil que apresentamos no início deste artigo: jovem, novo, do setor cultural, cheio de novas ideias para transformar Bayeux, se colocando como "a renovação" da política na cidade. Com um discurso fácil, empolgante, oposicionista tanto a Expedito quanto a Sara, Berg cativou muita gente, até mesmo militantes de esquerda que, desacreditados do PT e também da alternativa colocada pelo PSOL, acabaram votando nele. Berg Lima conseguiu capitalizar para si toda a indignação dos/as eleitores/as contra as alternativas caducas de Expedito e Sara e, com isso, conquistou exatos 13.042 votos, sendo o 2º mais votado, logo atrás do vencedor, o atual prefeito Expedito Pereira.
Com propostas como instituir o CPF da cultura, construir uma usina de reciclagem, mas também em falta de sintonia, como quando propunha "desenvolver estudo para implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos profissionais da saúde garantindo melhores rendimentos e satisfação no trabalho", quando tal instrumento já existe desde 2004, faltando que a prefeitura cumpra alguns dos requisitos que lá existem, Berg Lima conseguiu se destacar no processo eleitoral e se tornar uma liderança municipal, projetando-se para uma disputa em plano estadual. Falava-se muito em Bayeux em Berg Lima para deputado estadual nas próximas eleições.
Porém, creio que Berg Lima cometeu um erro primário, ameaçando de forma decisiva seu projeto político quando decidiu, sem pensar nas consequências que isso poderia lhe acarretar, apoiar de forma decisiva, a chapa 2 - "Renovação e Luta" - para a disputa sindical no SINTRAMB (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux), que ocorreu na última sexta-feira próxima passada, 19 de julho. Esta chapa, efusivamente apoiada por Berg Lima, desde o primeiro momento em que foi formada para derrotar a chapa da atual direção do Sindicato, foi vista por setores da categoria como sendo a chapa da Prefeitura. Para tanto, basta conferir a matéria do site Bayeux em Foco que noticiou a inscrição das duas chapas à disputa pela direção do sindicato e conferir os comentários lá postados pela sociedade bayeuxeense. Isso se intensificou durante a campanha e comprovou-se no dia da eleição, quando até o carro do Conselho Tutelar I foi utilizado pela chapa 2 para transportar eleitores até a sede do sindicato para votar na chapa. A chapa 2 possuía claramente pelo menos três membros conhecidos e reconhecidos pela categoria como cabos eleitorais de Expedito Pereira de longa data. Foi essa chapa que Berg Lima decidiu apoiar e, mais do que isso, fazer campanha. Durante o processo eleitoral e, especialmente no dia da eleição, ele passou nas unidades de trabalho pedindo que os/as servidores/as municipais de Bayeux votassem na chapa 2, a chapa apoiada por Expedito Pereira. 
Porém, apesar de toda a estrutura, de toda a pressão, a categoria soube responder à altura a Expedito, a Berg Lima e a todos que fizeram parte da chapa 2 e deram a vitória à chapa 1 - "Resistência, Luta e Participação" -, para que possamos continuar nosso trabalho em defesa da categoria. Para Berg Lima, restaram os comentários da matéria do Bayeux em Foco do povo de Bayeux, entre decepcionados e revoltados coma postura não apenas equivocada dele, mas sobretudo, OPORTUNISTA!!!
Pra concluir, fica a pergunta do título do artigo: depois dessa eleição do SINTRAMB, quem é o novo e quem é o velho na política em Bayeux? Cartas à redação, por favor!!!  
      

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O prefeito Expedito Pereira não se cansa de atacar os direitos dos servidores municipais de Bayeux. Agora, ele volta a atacar o Pessoal de Apoio, companheiros e companheiras mais precarizados na hierarquia de trabalho de nossa categoria e que desempenham um trabalho FUNDAMENTAL para o serviço público municipal e que, por isso mesmo, deveriam ser melhor tratados pela Prefeitura. Porém, o tratamento que recebem dos gestores dessa cidade é esse: ataques e mais ataques a seus direitos.
Expedito, além de não pagar vários direitos previstos no PCCR da categoria - gratificação de 50% sobre os vencimentos para quem trabalha em ambiente insalubre, gratificação de 7% sobre o vencimento para quem concluiu um curso superior, concessão do vale transporte como determina a lei federal em vigor, dentre tantos outros -, agora vem atacar uma das maiores conquistas dessa categoria, obtidas através deste PCCR, que é a jornada de trabalho em sistema de horário corrido de 6 horas diárias ou 30 horas semanais.
O sistema de horário corrido é benéfico por dois motivos: primeiro, porque mantém a administração pública com suas repartições abertas o tempo todo, durante todo o dia, proporcionando assim um melhor atendimento à população, principal alvo dessa ideia; segundo, porque com isso, a Prefeitura pode, através de concurso público, contratar mais pessoas para o quadro efetivo, gerando mais emprego e renda na cidade.
Porém, não é assim que pensam os gestores, em especial Expedito Pereira e seus aliados de plantão na Prefeitura Municipal de Bayeux. A eles só interessa o velho ditado: farinha pouca, meu pirão primeiro. E aí, tome ataque sobre os servidores municipais.
No dia 1º de julho, o secretário de Administração, sr. Álvaro de Vasconcelos Neto, emitiu uma Portaria Interna, de nº 002/2013, determinando que a partir desta data, todos os servidores dos níveis elementar e médio devem cumprir a carga horária não inferior a 40 (quarenta) horas semanais, e ratifica tal decisão com base na Lei Orgânica do Município, em seu artigo 48 e seguintes.
O que o secretário Álvaro não deve ter observado direito nem tampouco o Procurador do Município também é que o artigo 48 da Lei Orgânica refere-se às competências dos secretários municipais, não falando NADA sobre jornada de trabalho de servidor municipal. O artigo da referida lei que vai tratar disso é o artigo 58, inciso VII, que diz textualmente o seguinte: "duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção de trabalho". 
Portanto, está bem claro no texto da Lei Orgânica que os servidores municipais de Bayeux do Apoio devem continuar trabalhando em regime de horário, como garante a Lei Municipal 1242/12, conquistada com muito esforço coletivo, após mais de 20 anos de longa espera. E não vai ser um aprendiz de ditador chamado Expedito Pereira que vai retirar esse direito dos trabalhadores!  

SINDICATO DOS TRABALHADORES MUNICIPAIS DE BAYEUX
Gestão Resistência, Luta e Participação

terça-feira, 16 de julho de 2013

Coisas da política em Bayeux


Esse rapaz da foto 












se candidatou a prefeito em 2012 em Bayeux fazendo oposição a este senhor


No entanto, na campanha do SINTRAMB deste ano, ele está passando nas unidades de trabalho pedindo voto pra chapa dessa senhora












Que é do DEM, mesmo partido de Sara Cabral, que Berg Lima dizia na campanha passada também fazer oposição.

E aí,  ? Qual é a tua? É mais um a enganar o povo trabalhador, decente e honesto de Bayeux?