Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O ano em que eu vi a cara da morte e ela estava viva........




"Senhoras e senhores, trago boas novas, eu vi a cara da morte e ela estava viva, viva!!!", afirmava o grande Cazuza em uma de suas letras mais fortes, "Boas Novas". Vários anos após o saudoso poeta produzir e cantar com veemência essa canção, senti na pele (e na emoção) a força dessas palavras.
2016 é um daqueles anos que jamais iremos esquecer. Por vários motivos. 
Primeiro, pelas circunstâncias típicas desse ano inusitado para nossa classe, na qual estou inserido. Ano em que, em nosso país, enfrentamos uma crise política e econômica violentíssima, produzida e ampliada ao extremo a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e ascensão à presidência da República de seu vice, Michel Temer (PMDB), e dos inúmeros escândalos e prisões dos figurões da política e do meio empresarial produzidos pela "Operação LavaJato", coordenados pela "República de Curitiba", coordenada pelo todo-poderoso juiz federal Sérgio Moro. Um ano em que assistimos ao desmoronamento eleitoral do PT ao mesmo tempo em que verificamos a vitória nas urnas da direita, capitaneada pela dupla PMDB/PSDB nos principais centros, muito embora nestes o grande expoente eleitoral tenha sido o expressivo somatório de votos nulos, brancos e abstenção que, em muitos casos, superaram a votação dos eleitos em vários locais.
Um ano em que assistimos ao crescimento da intolerância em todos os níveis, seja racial, homofóbica ou sexista, onde a violência  contra as populações de negros/as, de mulheres e LGBTs no Brasil e no mundo se banalizaram de forma assustadora e, pior, as pessoas começaram a ter espaço nas mídias sociais para expressar todo seu ódio.
2016 passa para a História como o ano em que o conflito na Síria chegou ao seu ápice, com crueldade da guerra dizimando cidades e populações civis inteiras como Aleppo e transformando esta cidade como um triste símbolo de uma guerra civil, num ano que assistiu também a vitória do ultrarreacionário Donald Trump nas eleições norteamericanas e a consolidação do regime nazista de Israel com suas eleições internas. 
Mas, 2016 também marcou pelo ressurgimento das lutas de nossa classe. Apesar dos ataques que a classe trabalhadora brasileira e mundial sofreu ao longo deste ano -em especial, a brasileira, por conta de toda essa crise político-econômica -, os/as trabalhadores/as dos vários setores da economia, conseguiram, apesar de suas direções sindicais, protagonizar momentos importantes de lutas de resistências importantes ao longo deste ano, mostrando para a elite deste país que ainda temos condições de resistir e, sobretudo, mostrando às burocracias sindicais que, ou elas vem para a luta e deixam os acordões de gabinete ou serão atropeladas pela classe.
Tudo isso ocorreu em 2016, no plano mais geral. Mas, este ano também foi um ano muito decisivo para mim, do ponto de vista particular.
Enfrentei este ano a parada mais difícil e decisiva de minha vida, até então. Em maio deste ano, me submeti a uma cirurgia cardíaca, aonde tive que implantar duas safenas e uma mamária para poder salvar minha vida de apenas 49 anos. Foi a semana mais difícil de minha vida!!!
Entre os dias 24 e 31 de maio deste ano, dia em que sofri o infarte e a data de minha cirurgia, vivi um turbilhão de sensações e emoções nunca antes vivenciada. A sensação de que minha vida estava, literalmente, por um fio, nunca esteve tão presente quanto naqueles dias. Não apenas pela gravidade da situação e da delicadeza da cirurgia a que iria me submeter, mas principalmente por algumas das coincidências que rodeavam aquele momento, que agora revelo publicamente. 
Em 1983, minha mãe. Arlete Cabral, morreu em uma sala de cirurgia, ao tentar um mesmo procedimento cirúrgico que eu iria me submeter. Ela iria implantar duas pontes de safena. Não resistiu e faleceu, em Maceió, em 04/06 daquele ano. Mesmo com os médicos e enfermeiros do Hospital Ilha do Leite, de Recife, me animando afirmando que a medicina avançou muito de lá para cá (o que é verdade, sabia e sei disso), porém não deixava de pensar nisso e em outra incrível coincidência do processo. Quando minha mãe se operou, eu tinha em 1983, na data da cirurgia, 15 anos, prestes a fazer 16 anos (faço aniversário em julho). Meu filho caçula, Arthur Lenine tem 16 anos. Essas duas coisas, toda vez que pensava nisso, faziam-me chorar muito todas as noites, na solidão da UTI, onde fiquei após o dia 25/05, quando me submeti ao cateterismo que apontou a necessidade urgente da cirurgia.
No dia mesmo da cirurgia, 31/05, não sei em que eu pensava. Sinceramente. Só comecei a pensar mais seriamente na possibilidade concreta de não mais estar aqui, entre minha família, meus filhos, quando me dirigi na maca para a sala de cirurgia e vi, na sua entrada minha companheira de tantas alegrias e batalhas, Vera Lúcia. Aí não me aguentei, comecei a chorar muito, pois senti que ali poderia ser a última vez que a veria. Como diz a letra de nosso saudoso poeta, mais uma vez, "eu vi a cara da morte e ela estava viva, viva!!!". Meus/minhas amigos/as, não é uma sensação das mais agradáveis, mas feliz ou infelizmente, precisamos às vezes passar por ela. Faz parte de nosso crescimento enquanto ser humano.
Na véspera da cirurgia, à noite, talvez tenha sido o momento mais difícil, ao dormir olhando para as fotos de meu pai e de minha mãe, pedindo proteção aos dois para aquele que seria, com certeza, o momento mais difícil e duro de minha vida. Não nego, e aproveito este espaço para revelar isso, que pedi proteção aos céus também e para todos/as que acreditam que enviassem suas energias positivas para me ajudar neste momento, Tudo estava valendo neste instante.
Passados seis meses deste momento, a recuperação segue tranquila. Já fiz vários exames e o coração tá respondendo bem, perdi 30 kg desde a cirurgia, tenho mantido o peso, preciso perder um pouco mais, sei disso, tenho mantido uma dieta equilibrada, feito caminhadas regulares, mas nada disso seria possível sem o apoio decisivo de minha família, especialmente de minha companheira Vera Lucia, e meus filhos Ana Rosa e Arthur Lenine. A eles, devo tudo isso, desde o primeiro momento de meu infarte até agora.
Este susto pelo qual passei tem servido para não apenas mudar hábitos alimentares e outros como também para modificar algumas formas de encarar a vida. Começamos a dar importância a coisas que antes passavam imperceptíveis para nós. Precisamos melhorar cada vez mais, é verdade, mas já demos os primeiros passos neste sentido. Em 2017, avançaremos mais, com certeza. Os primeiros passos já foram dados!!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Berg Lima e a expectativa de todo um povo: o que podemos esperar???




No próximo domingo, 1º de janeiro de 2017, os 5561 municípios de todo o país (segundo o IBGE), empossarão seus novos/as prefeitos/as e vereadores/as. Dentre estes, os 223 da nossa Paraíba e, mais especificamente, Bayeux que, na região metropolitana de João Pessoa, fez surgir uma nova liderança política, que derrotou uma "velha raposa" da política paraibana, Expedito Pereira, que governou a "cidade francesa" por quatro mandatos: Berg Lima, do antigo PTN, agora "Podemos".  
Berg Lima foi eleito com 33.437 votos, ou 58.92% dos votos válidos, a maior votação já dada a um prefeito na história política recente de Bayeux e demonstrou a reação popular à má administração do atual prefeito, Expedito Pereira, que em sua 4ª gestão deixou a cidade abandonada no que diz respeito às principais políticas públicas, especialmente saúde, educação, transporte e coleta de lixo. Expedito, apesar de ser médico, conseguiu a proeza de fechar o PA do Hospital Materno Infantil no turno da noite, o que fez com que mais de 20 pessoas da cidade morressem por falta de atendimento. Nas escolas, várias possuem esgotos passando por dentro das unidades, mostrando o total descaso da prefeitura com a situação. No transporte, recentemente, o MP descobriu que a principal empresa que opera na cidade opera com vários de seus ônibus com mais de 10 anos sem licenciamento ou com licenciamento atrasado. E, na coleta de lixo, a situação na periferia da cidade é caótica, com acúmulo de lixo pelas ruas, e pra piorar, a empresa responsável pela coleta, anunciou que não iria mais fazer o serviço por conta de falta de pagamento por parte da Prefeitura.
Esta é a situação deplorável com a qual Expedito Pereira deixará Bayeux para seu sucessor, no caso, Berg Lima. Além disso, deixará para o próximo prefeito (segundo o próprio Berg Lima, em recentes declarações à imprensa feitas por ele mesmo), uma prefeitura com uma dívida pública de cerca de R$ 60 milhões, além de uma máquina administrativa inchada de muitos cargos comissionados e prestadores de serviços, em alguns casos, superando o nº de efetivos/as. Sem falar nos desrespeito aos direitos desses mesmos servidores/as efetivos/as acumulados ao longo de anos.  
A expectativa gerada em torno de Berg Lima em Bayeux, por uma parcela significativa da cidade, é muito grande. O próprio Berg Lima e sua equipe, ao longo dos anos, trataram de fazer criar essa expectativa, como que se ele fosse a "tábua de salvação" de uma Bayeux perdida. Evidentemente, que nem ele nem ninguém de sua equipe aceitam essa condição, pois sabem quão perigoso é, historicamente, essa condição de "salvador da pátria". Porém, é inegável que, nas entrelinhas de seus discursos e de seus correligionários, isso fica visível. 
Para quem não conhece, segue um pequeno histórico de Berg Lima. Ele surgiu como um ativista cultural do bairro do Alto da Boa Vista, com seu projeto "Atitude Cultural", que exibia vídeos em praças públicas para o povo. Com isso, foi ganhando a simpatia de parcela da cidade e espalhando esse projeto e, com isso, suas ideias para o desenvolvimento de Bayeux, atraindo, assim, os olhares de setores da política local. Em 2012, lançou-se candidato à Prefeitura de Bayeux e conseguiu uma boa votação, para surpresa de muitos. Na ocasião, teve 13.042 votos, ficando atrás  apenas de Expedito Pereira, a quem derrotou nas eleições deste ano. Dois anos depois, em 2014, foi candidato a deputado estadual, e teve uma boa votação em Bayeux, o que serviu para consolidar seu nome na cidade como alternativa ao nome do prefeito Expedito Pereira. Com isso, desde 2014, já estava dado que o embate eleitoral deste ano, seria entre Expedito e Berg Lima. E assim foi, tendo outros nomes também concorrendo à Prefeitura de Bayeux, mas a campanha, desde o início, polarizou entre os dois.
Berg Lima construiu, junto com seu partido, o PTN (agora "Podemos) uma ampla aliança, que reuniu desde o PSDB - que indicou seu vice, o empresário Luiz Antonio - até o PT, mas também contou com partidos como Rede Sustentabilidade, PR, PHS, PPS, PTB e PTC. Um leque amplo e ao mesmo tempo bastante heterodoxo, convenhamos!
A carta programa de Berg Lima revela um pouco dessa ampla aliança construída pelo candidato e também um pouco de seu perfil, para quem já teve oportunidade de conversar um pouco com ele, como este que escreve estas linhas já teve, por algumas vezes. Ou seja, é muito ampla, não consegue estabelecer com clareza algumas coisas, especialmente quando conversamos pessoalmente com o candidato para tentar esmiuçar algumas dessas propostas.
Por exemplo, partindo para a praticidade. Entrevistamos o já prefeito eleito Berg Lima em nosso programa semanal na rádio Sanhauá, no dia 26 de novembro deste ano. Perguntamos a ele, com base dos dados do Sagresonline do TCE PB, o que ele iria fazer com relação aos prestadores de serviços e cargos comissionados da Prefeitura de Bayeux e se este vislumbrava a realização de concurso público. Com relação a isso, ele não respondeu e, em relação aos PS e comissionados, limitou-se a dizer que iria trabalhar com o número necessário (grifo nosso) para administrar a máquina pública. Dessa afirmação, pode-se tirar "n" interpretações, concordam comigo??? Escolham as suas!!!
A última do prefeito Berg Lima, publicada pela imprensa local, foi afirmar que sua gestão será baseada na "meritocracia" como ferramenta de gestão. Segundo o próprio Berg, esse é o critério adotado por ele para compor sua equipe de auxiliares até agora. Bem, se isso for pra valer, então algo está errado com esta "ferramenta de gestão" já no seu início. 
Primeiro, porque entre os indicados, estão pelo menos dois auxiliares que, até pouco tempo atrás, estiveram em administrações passadas e se notabilizaram por perseguir duramente os servidores municipais, cada um em sua área de atuação. Estou falando de Evilson Braz, indicado para chefiar o Procon Municipal e de Josélia Costa, indicada como Adjunta da Educação Municipal. Evilson Braz foi Procurador Municipal na gestão de J. Júnior e, em sua época, fez de TUDO para impedir avanços significativos da categoria magistério,a exemplo do PCCR e das eleições diretas para diretor escolar. E, por falar em eleição direta para diretor escolar, a indicada para ocupar o cargo de Secretária Adjunta da Educação, Josélia Costa, foi uma fervorosa inimiga dessa conquista do magistério municipal, quando era diretora indicada pela gestão da época (também J. Júnior) na EMEF Assis Chateaubriand, coagindo profissionais daquela escola e diretores do sindicato. É assim que funciona a "ferramenta de gestão" do novo prefeito de Bayeux???
Berg Lima também indicou para o cargo de Secretário Municipal de Segurança o diretor do SINTRAMB, o GCM Paulo Sérgio Coelho. Neste caso, a "ferramenta de gestão" adotada pelo novo prefeito de Bayeux funciona de um modo muito inteligente. Com esta indicação, Berg Lima consegue uma proeza nunca antes imaginável por nenhum grupo politico na "cidade francesa": colocar sob seus pés e de sua administração aquela entidade que poderia lhe criar algum problema político durante seu mandato, o SINTRAMB. Berg Lima, como servidor público federal que é, conhece o potencial problema que poderia vir a ter com um SINTRAMB na oposição à sua gestão. Além de conhecer o poderio de nossa entidade dentro da cidade! Sem trocadilhos, mata dois coelhos com uma cajadada só!!!
Além do mais, alguns cargos do 1º escalão não foram preenchidos, como Administração, Meio Ambiente, Mulheres e outros. Ao mesmo tempo, o prefeito Berg Lima declara a setores da imprensa que deseja construir diálogo com a Câmara Municipal de Bayeux. Louvável iniciativa, porém, num país como o nosso, sabemos como esse tipo de diálogo muitas vezes é construído. Se não for através da ocupação de cargos na estrutura da Prefeitura, dificilmente Berg Lima aumentará sua influência na Casa de Severaque Dionísio - hoje ele tem apenas 4 vereadores na sua base -. Berg Lima é tudo na vida, menos bobo, ele sabe que se não oferecer esses cargos vagos no 1º escalão da Prefeitura para esses novos aliados, não construirá uma base sólida naquela Casa Legislativa capaz de fazer aprovar alguns de seus projetos para Bayeux. E, com isso, terá que ceder alguns de seus pontos de vista a esses novos aliados. Consequentemente, o projeto original da "Atitude" começará a ruir por terra.
Infelizmente, esse é o jogo da política nacional. Seja em Brasília, seja em Bayeux. A não ser que Berg Lima esteja disposto a romper com ele. A pergunta é: estará ele disposto a isso???
Façam suas apostas!!!
Eu faço logo a minha. Afirmo que NÃO!!!      

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Carta Aberta ao professor Marcos Llarena, novo Secretário Municipal de Educação de Bayeux




Caro amigo e companheiro de algumas lutas sindicais, Marcos Llarena

Inicialmente, quero lhe desejar, do fundo do coração, toda sorte do mundo nessa sua nova empreitada que ora você abraça em sua trajetória de vida. Você é um vencedor, nós que acompanhamos sua vida profissional razoavelmente de perto ao longo desses anos, sabemos de sua competência e de suas vitórias ao longo de sua caminhada. Portanto, velho companheiro de jornadas de LUTAS, desde os tempos do SINTEENP, muito sucesso nessa sua nova missão. E que o seu sucesso seja também o da nossa combativa categoria dos/as profissionais da Educação municipal de Bayeux.
Sei que muitas pessoas de Bayeux ficarão surpresas quando lerem estas linhas e verem o certo grau de intimidade que apresento com você, caro Marcos Llarena. Estas desconhecem os caminhos que já trilhamos e as lutas que enfrentamos, mas cabe aqui dizer a estas pelo menos UMA, talvez a mais épica que juntos combatemos e vencemos juntos, companheiro, que deves lembrar muito bem. Foi quando, junto com vários/as companheiros/as da base do SINTEENP, conseguimos expulsar dos quadros daquele sindicato dois diretores do sindicato que roubaram o dinheiro da categoria, depois de uma dura batalha interna, após termos feito auditoria interna nas contas da entidade e passado por uma comissão de sindicância, isso sem falar em um congresso sindical memorável daquela categoria. Travamos, naquela base sindical, bons combates, e você sempre foi um grande aliado em nossa luta.
Porém, agora, como secretário municipal de Educação, você terá alguns desafios a encarar em Bayeux. E vou elencar alguns desses desafios (nada fáceis) que terás pela frente, a partir de janeiro do próximo ano.
O primeiro deles atende pelo nome de PISO SALARIAL NACIONAL do magistério. Bayeux, assim como a imensa maioria dos municípios brasileiros, NÃO paga o piso salarial estabelecido na lei 11.738/08 e isso é um grave problema que nossa categoria enfrenta há anos. Já existe uma ação judicial em curso e que, com certeza, será julgada procedente nos próximos meses, pois trata-se de matéria já julgada pela mais alta Corte do nosso país, o STF, desde abril/2011. Mas, a prefeitura pode abreviar a solução do problema, fazendo prevalecer o que diz a lei, ou seja, pagando o piso salarial de acordo com o que diz o texto, fazendo com que o valor deste seja pago nos vencimentos de cada contracheque dos/as profissionais do magistério municipal;
O segundo desafio trata-se de cumprir o que estabelece a LDB, desde 1996. Conforme o que lá está escrito, a carreira dos docentes deve se dar de acordo com a sua titulação, ou seja, este/a deve receber seus salários devido ao seu nível evolutivo  de formação. Assim, um/a professor/a polivalente de nível superior deve receber o mesmo salário que um/a professor/a que leciona disciplinas, pois ambos/as possuem o nível superior; do mesmo modo, se o/a professor/a polivalente possui uma pós-graduação e o/a de disciplina não, o/a polivalente deve receber mais que aquele. Simples assim, não??? Infelizmente, isso não ocorre em Bayeux!!! É preciso corrigir essa distorção!!!;
O terceiro desafio é tornar nossas escolas espaços mais agradáveis para que nossos/as alunos/as e profissionais possam ter prazer em frequentá-los. Evidentemente, isso demandará um pouco mais de tempo para ocorrer, mas é preciso que ações emergenciais sejam feitas em tempo para que as escolas municipais de Bayeux possam ser efetivamente chamadas de escolas em sua plenitude. O que não pode ocorrer é termos escolas aonde os esgotos passam por dentro delas, escolas sem laboratórios de informáticas ou com esses espaços insuficientes/inadequados, sem quadras esportivas, sem refeitórios, sem salas de professores, etc. Precisamos ter ESCOLAS MUNICIPAIS em Bayeux!!!; 
O quarto desafio é garantir, de uma vez por todas, a mais plena democracia no interior de TODAS as escolas municipais de Bayeux, com eleições diretas para diretor/a destas, através de uma lei municipal que seja enviada pelo Executivo à Câmara Municipal da cidade. Hoje, estas são feitas através de uma Resolução do Conselho Municipal de Educação, mas precisamos avançar neste sentido, e assegurar essa importante conquista que obtivemos, em 2010, com a reelaboração do PCCR da Educação, avançando através da criação de uma lei municipal que implante, definitivamente, as eleições diretas para diretor/a das nossas escolas municipais em Bayeux;
Por fim, mas não menos importante, é preciso assegurar os direitos conquistados pelo pessoal de apoio em seu PCCR, que é de 2012, mas que o prefeito Expedito Pereira ignorou por completo, em vários aspectos, especialmente nos direitos sociais previstos neste Plano. Não precisa afirmar que este pessoal cumpre um papel de fundamental importância na condução de uma unidade escolar. O que seria do cotidiano de uma escola sem uma merendeira a elaborar o cardápio dos/as nossos/as alunos/as??? Ou de um/a auxiliar de serviços gerais a realizar a limpeza daquela unidade de ensino??? Ou ainda do secretário escolar a organizar as atividades burocráticas da escola??? E do vigilante, que garante a proteção de todos/as que realizam suas atividades naquele ambiente de trabalho??? Todos/as realizam suas funções e todos/as são extremamente importantes para o bom andamento da escola e merecem ser respeitados em seus direitos!!!
Portanto, Marcos Llarena, novo secretário da Educação, como podes ver, os desafios não são poucos. Com certeza, existem outros, mas por ora,lembro-me destes. Mais uma vez, desejo-lhe sorte na caminhada, esperando que seu sucesso seja também o sucesso de nossa categoria. Sinceramente, aguardo que aquele Marcos, das lutas que travamos no SINTEENP não desapareça e que seu compromisso com nossa LUTA permaneça vivo, agora à frente dos destinos da Educação municipal de Bayeux.
Estaremos atentos e vigilantes ao que se passará nos próximos meses!!! 

sábado, 17 de dezembro de 2016

Sobre a nota da direção do Sintramb a respeito da nomeação de um de seus diretores para a Prefeitura de Bayeux


Recentemente, escrevemos sobre o silêncio sepulcral que as direções da CUT/PB e da Consulta Popular estavam tendo sobre um fato político relativamente grave que ocorreu na cidade de Bayeux, envolvendo o SINTRAMB - Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux -, aonde um de seus diretores, Paulo Sérgio Coelho, foi indicado pelo prefeito Berg Lima (PTN), como Secretário Municipal de Segurança daquela cidade, causando um sério comprometimento na credibilidade da entidade sindical que completa 25 anos de existência este ano, e que assiste, pela 1ª vez na sua história, um fato dessa natureza: um dirigente sindical assumindo um cargo de 1º escalão na Prefeitura Municipal.
O silêncio dessas duas forças políticas permanece, passado mais de uma semana do anúncio feito pelo prefeito eleito Berg Lima. Só pra relembrar aos/às leitores/as, chamamos a atenção dessas duas organizações políticas porque foram estas que "bancaram", política e financeiramente, a campanha da atual direção do SINTRAMB, o "MUDA SINTRAMB". Sem o apoio dessas, não existiria a atual direção sindical hoje instalada em Bayeux, os/as servidores/as municipais da cidade precisam ficar cientes disso, cada vez mais.
Mas, pelo menos, após uma semana de silêncio, eis que surge, nesta sexta-feira, 16/12/16, uma nota nas redes sociais (mais precisamente pelo zap), feita pela direção do Sintramb, se posicionando sobre a indicação de seu Diretor Financeiro, Paulo Sérgio Coelho, para a Secretaria Municipal de Segurança de Bayeux pelo prefeito Berg Lima. Para que fique tudo muito bem explicado, iremos colocar ao conhecimento de todos/as, na íntegra, a nota da direção do Sintramb e, em seguida, faremos nossas considerações.
Segue abaixo a nota da direção do Sintramb divulgada pelo zap (na íntegra):

"Comunicado Sintramb
O Sintramb, Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux, vem respeitosamente confirmar aos seus sócios seu compromisso em zelar pelos princípios éticos, democráticos e estatutários, assim como preconiza este, somos uma “entidade democrática, sem caráter religioso, nem político-partidário, independente em relação ao Estado e patronato, sem fins lucrativos e que representa os trabalhadores e trabalhadoras da Prefeitura e da Câmara de Bayeux, ativos e inativos.” Confirma ainda seu compromisso em defesa dos servidores e servidoras, que hora vêm sofrendo contínuos golpes e ataques a direitos trabalhistas históricos tanto no âmbito nacional, como na esfera municipal que têm vários direitos desrespeitados. 

O Sintramb, nesses 5 meses de nova gestão vem desenvolvendo um trabalho com muito compromisso e empenho, encarando desafios, estudando, se organizando e buscando resolver problemas herdados de gestões anteriores em nossa entidade, a exemplo do falta de Registro Sindical, da falta de Prestação de Contas dos últimos 3 anos, dos Encargos Trabalhistas de INSS e FGTS da funcionária da entidade, de multas com a Receita Federal, tudo isso junto com as demandas diárias que surgem de várias categorias, e ainda acompanhando a agenda de luta nacional.

Esclarecemos ainda que, o Sintramb nunca se envolveu com política partidária, podendo seus membros diretores, serem livres, fora da representação sindical, para expressarem suas  convicções políticas, direito a eles garantido constitucionalmente, coisa que sempre ocorreu nesta entidade. 

Nesse sentido, acalmamos servidores sobre a Indicação do diretor Paulo Coelho, para participar de Cargo de Secretário na Gestão Municipal, pois o sindicato não tem relação alguma com tal indicação, sendo o mérito único e exclusivo dele, de sua militância fora do sindicato e do reconhecimento de seu trabalho na sua área. E, que se de fato se concretizar em janeiro de 2017, o mesmo colocará seu nome a disposição em assembleia para que a categoria ratifique o posicionamento sobre a desincompatibilização das suas funções. 

De acordo com o Estatuto Sindical do Sintramb, reformulado no ano de 2014, tal situação é omissa, não sendo decisão da diretoria quando não houver consenso, estendendo-se a consulta à categoria, sendo a assembleia a instância natural para deliberar tal demanda. A qual, confirmando-se a situação da posse do mesmo, logo será convocada Assembleia Geral.

Sem mais para o momento, reafirmamos nosso compromisso com os servidores e servidoras municipais mantendo a ética e transparência em nossa gestão. 

Sintramb – Renovação, Trabalho e Luta."

Bem, vamos agora às nossas considerações:

1) Impressionante como uma direção sindical passa UMA semana para elaborar uma nota para dar resposta a um fato tão sério e grave como esse. Estamos tratando de um dirigente sindical que decidiu ABANDONAR seu mandato sindical, para o qual foi eleito pelos/as trabalhadores/as, que confiaram nele para representá-los/as e defender seus interesses, para servir, a partir de janeiro de 2017, ao patrão. É esse movimento que Paulo Sérgio Coelho está fazendo nesse momento. Ou seja, está TRAINDO a nossa categoria, dos/as servidores/as municipais de Bayeux;
2) Nesse sentido, fica claro que Coelho, assim como a equipe que hoje está na direção do SINTRAMB, o "MUDA SINTRAMB", com o apoio da CUT/PB e da Consulta Popular, usou da boa fé da nossa categoria para, assim, chegar ao poder na NOSSA entidade para, com isso, poder conseguir privilégios individuais em detrimento dos reais interesses coletivos de nossa categoria. E isso com menos de 5 meses à frente dos destinos de NOSSO sindicato;
3) Não tendo o que dizer sobre a postura de Paulo Sérgio Coelho, parte para a MENTIRA!!! A atual direção do SINTRAMB MENTE, de forma desavergonhada, quando afirma que nossa gestão à frente do Sindicato, deixou de pagar encargos trabalhistas da funcionária da entidade. Quando, por decisão livre e democrática de nossa categoria, saímos da direção do SINTRAMB, uma de nossas últimas decisões enquanto direção sindical foi dar "baixa" na carteira e pagar TODOS os DIREITOS de TODOS os funcionários da entidade (secretária e advogados) e, assim, deixar o caminho livre para a próxima direção decidir quais assessores ela gostaria de trabalhar. Além disso, deixamos no caixa do SINTRAMB mais de R$ 10 mil para o "MUDA SINTRAMB" ter condições mínimas de desenvolver seu trabalho à frente do NOSSO sindicato. Isso, a atual direção não diz para a base de nossa categoria. Por quê???
4) A respeito das prestações de contas da nossa gestão. Tivemos problemas com os contadores que passaram por nossa gestão, tivemos que fazer substituição de contadores, e isso atrapalhou a confecção das prestações de contas, tudo isso é por demais sabido da atual direção do SINTRAMB que, mais uma vez, infelizmente, faz questão de omitir isso para nossa categoria. Porém, nada temos a esconder de nossa categoria. Recentemente, estive pessoalmente em reunião com parte da direção do Sintramb (com a presidente Germana, sua vice, Letícia, e os diretores Camila e Daniel) e tratamos sobre isso. Todos os recibos estão de posse do contador de nossa gestão, que está concluindo o trabalho, inclusive já entregou à atual direção do Sintramb a prestação de contas do ano de 2013. Não sabemos o porquê,mas esta insiste em repetir como um mantra (e no site da entidade) que esta prestação não foi entregue. Nos falta, portanto, entregar as prestações de contas dos anos 2014, 2015 e metade do ano de 2016, o que faremos antes do final deste ano. Só para concluir este ano, a atual direção do Sintramb, que tanto gosta de falar sobre este assunto, está devendo uma prestação de contas pra nós, hein???
5) Sobre a indicação de Coelho como secretário municipal, a atual direção limita-se a dizer que "o sindicato não tem relação alguma com tal indicação, sendo o mérito único e exclusivo dele, de sua militância fora do sindicato e do reconhecimento de seu trabalho na sua área". E segue afirmando que "se de fato se concretizar em janeiro de 2017, o mesmo colocará seu nome a disposição em assembleia para que a categoria ratifique o posicionamento sobre a desincompatibilização das suas funções". Sobre isso, duas coisas a se dizer: a) ninguém aqui está questionando, e nunca questionou, o mérito pessoal de Coelho (e de sua militância) por conseguir tal indicação para o cargo que irá ocupar. Mas, a questão que se põe é: teria sido mais fácil para ele conseguir tal indicação se não estivesse na direção do NOSSO sindicato??? b) essa possibilidade, de colocar o nome de Coelho em uma Assembleia para que a categoria ratifique seu nome para que seja liberado de suas funções enquanto dirigente sindical para ocupar um cargo na Prefeitura, NÃO EXISTE, caros/as dirigentes do "MUDA SINTRAMB"!!!        
6) O fato de que o Estatuto Sindical seja omisso neste ponto - e aí assumimos nossa falha, enquanto dirigente sindical no último período - de não termos feito essa alteração estatutária, porém, como bem lembrou a própria direção do SINTRAMB nessa nota, o artigo 1º do referido Estatuto afirma, categoricamente, que o sindicato é uma "entidade democrática, sem caráter religioso, nem político-partidário, independente em relação ao Estado e patronato, sem fins lucrativos e que representa os trabalhadores e trabalhadoras da Prefeitura e da Câmara de Bayeux, ativos e inativos" (grifo nosso). Assim, como aluno de Direito em um faculdade privada, o GCM, dirigente sindical e agora futuro secretário municipal, Paulo Sérgio Coelho deveria utilizar seus conhecimentos de Ética - disciplina que deve ter frequentado nos bancos universitários, caso não tenha faltado às aulas - que NÃO precisa desse procedimento colocado pela direção do Sintramb nem tampouco de uma linha expressa num Estatuto para ele renunciar ao seu cargo de Diretor Financeiro da entidade sindical, caso deseje partir de mala e cuia para os braços do patrão municipal a partir de janeiro do próximo ano. E que seja feliz em sua nova empreitada!!!   
Em toda a história do movimento sindical, no Brasil e no mundo, sempre houve cooptação de dirigentes para a estrutura de poder. Um dos casos mais emblemáticos e recentes ocorreu em nosso país durante os governos do PT (Lula e Dilma), onde em determinado momento, a CUT chegou a possuir mais de 1000 cargos no governo federal. Isso causou uma destruição no movimento sindical brasileiro, fazendo com que uma parte significativa deste ficasse completamente "engessado", sem poder de mobilização e desacreditado perante suas bases e na sociedade. Hoje, pós-governo petista, assistimos a "herança" desse período. Concluímos, assim, com esta reflexão, nosso artigo: é este destino que queremos para o NOSSO SINDICATO, o SINTRAMB??? 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O silêncio sepulcral da CUT/PB e da Consulta Popular sobre a indicação do diretor do SINTRAMB para a Prefeitura de Bayeux confirmam o velho ditado popular!!!


Em junho deste ano ano, uma nova direção sindical foi eleita para comandar os destinos do SINTRAMB, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux. Esta nova direção, sob o nome de "MUDA SINTRAMB", teve como principais forças políticas a CUT/PB e a Consulta Popular à frente, como forças hegemônicas dessa chapa, que tinham também em sua composição pessoas ligadas a partidos de direita, como PTB, e gente ligada diretamente à administração de Expedito Pereira, como o GCM Coelho (que era Inspetor Geral da Guarda na época, indicado pelo prefeito Expedito Pereira) e o membro candidato ao Conselho Fiscal, Assis Trajano, diretor da Policlínica Geraldo Santana, igualmente indicado pelo prefeito da cidade de Bayeux. Além de outros/as apoiadores da gestão que ora está encerrando seu lamentável mandato na 5ª cidade de maior PIB do Estado.
Passado pouco mais de 4 meses da posse dessa nova direção sindical, eis que o prefeito eleito da cidade, Berg Lima (PTN),anunciou pela imprensa, na sexta-feira, 09/12, alguns dos nomes de seu secretariado. Dentre esses nomes, consta o do GCM Paulo Sérgio Coelho, Diretor Financeiro do SINTRAMB, como novo Secretário Municipal de Segurança da cidade.
Isso é um fato muito grave para nosso sindicato e nossa categoria!!! Em 25 anos de existência, é a 1ª vez que um dirigente sindical do NOSSO sindicato se envolve diretamente com a Administração Municipal de Bayeux, e isso NÃO podemos aceitar de forma alguma, pois isso compromete por demais a credibilidade de uma entidade de LUTA que ajudamos a construir durante todos esses anos.
Qualquer militante, por mais novo que seja no movimento, sabe que NÃO pode se servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ou servimos aos trabalhadores ou ao patrão. O que o GCM Coelho fez, ao aceitar o cargo de Secretário do prefeito Berg Lima, é INACEITÁVEL  e INADMISSÍVEL. Representa que usou do prestígio que o SINTRAMB adquiriu, ao longo de todos esses anos, após muita LUTA, muitos enfrentamentos contra os desmandos da prefeitura de Bayeux, muitas conquistas para os/as servidores/as de Bayeux, usou tudo isso para ter um benefício próprio, individual, no caso, chegar ao patamar de ter um cargo de 1º escalão na Administração Municipal. E aí, perguntamos a Coelho: como fica agora o SINTRAMB quando for pruma mesa de negociação com a Prefeitura Municipal dee Bayeux, a partir de janeiro/2017??? 
O que mais nos espanta, até o presente momento, é o silêncio sepulcral com que a direção do SINTRAMB e de seus parceiros, como CUT/PB e Consulta Popular, sobre este escândalo que ocorre em uma entidade de LUTA  como a nossa. Significa que ou concordam com este ABSURDO ou já estão completamente subordinados à futura administração municipal que assumirá em janeiro próximo os destinos do povo de Bayeux. Parecem confirmar o velho ditado popular, aquele que diz "que cala, consente". Em todo caso, em qualquer um dos casos, é uma TRAGÉDIA para nossa categoria, os/as servidores/as municipais de Bayeux!!!


domingo, 11 de dezembro de 2016

Os voos LaMia 2933 e PEC 55: duas tragédias nacionais sobre o povo brasileiro no dia 29/11




No dia 29 de novembro passado, o Brasil acordou em meio ao anúncio de uma tragédia inesperada que se abateu sobre um time de futebol e, consequentemente, sobre toda uma cidade do Oeste de Sta. Catarina. O time era a Chapecoense, da cidade de Chapecó, que disputaria, no dia seguinte (quarta-feira, 30/12) a primeira partida da inédita final (para o time catarinense) da Copa Sul-Americana. Da equipe de futebol, apenas três jogadores e um repórter que acompanhava o time sobreviveram à queda da aeronave. Neste momento em que escrevemos este artigo, já houve o velório de todos os mortos envolvidos neste terrível acidente aéreo (o maior do esporte nacional), as investigações sobre as causas do acidente estão em curso com as análises das caixas-pretas e os sobreviventes que ainda estão na Colômbia estão perto de retornarem ao Brasil.
Como não podia deixar de ser, a mídia nacional deu uma grande repercussão a este lamentável episódio, cobrindo durante todo o dia 29/11 este acidente, com flashes direto e ao vivo do que se passava no local do episódio e também da cidade de Chapecó, além de várias parte do mundo, já que o caso repercutiu em todo o mundo do esporte, vindo manifestações de solidariedade de todo os recantos do planeta. Para se ter uma ideia da comoção mundial do episódio que envolveu a equipe da Chapecoense, algumas horas após o fato, jogadores e direção do Atlético Nacional de Medellin, que seria o adversário da equipe catarinense na final da Copa Sul-Americana, decidiram solicitar oficial à direção da Conmebol que o título da competição fosse entregue à equipe brasileira, o que foi oficializado pela direção do futebol sulamericano dias depois e causou também à equipe colombiana a entrega do prêmio "fair-play" do ano no continente, por sua nobre atitude esportiva.
Porém, o que queremos comentar aqui é que, por uma infeliz coincidência, no mesmo dia 29/11, se deu também um outro fato, de terríveis proporções, para o nosso povo brasileiro. E esse já estava programado para ocorrer há alguns dias, agendado pela Mesa Diretora do Senado Federal: seria a votação, em 1º turno, da PEC 55, a famosa "PEC do Teto dos Gastos", segundo o governo Temer, ou a 'PEC da Morte", conforme vem sendo chamada pelos movimentos sociais de todo o país, por conta desta prever o congelamento dos investimentos em saúde e educação pelos próximos 20 anos, caso seja aprovada.
Este acidente terrível estava previsto para se dar no dia 29/11 em Brasília, nesta votação no Senado Federal, assim como uma grande manifestação organizada por várias entidades na frente do Congresso Nacional, para resistir a este duríssimo ataque do governo Temer à nossa classe. E assim se deu. De todo o país, inclusive aqui da Paraíba, milhares de trabalhadores/as, jovens, das mais variadas forças políticas, se unificaram para resistir nesta luta contra a PEC 55. E foram duramente reprimidos/as pelas polícias legislativas (de início) e depois, pela PM do Distrito Federal, que não economizaram no arsenal de bombas de gás lacrimogêneo, sprays de pimenta, tiros de balas de borracha, uso de cassetetes, helicópteros, cavalaria montada, enfim, todo o aparato de repressão necessário para garantir que os/as "nobres senadores/as" pudessem fazer o jogo sujo do governo Temer e assegurar os altos lucros do capital pelos próximos 20 anos.
Enquanto isso, o que fazem Globo, SBT, Band e Record??? Enchem a cabeça de milhões com as cenas do acidente com o avião da Chapecoense. E aqui queremos fazer esse breve registro, pra encerrarmos este artigo.
Nos solidarizamos profundamente com as famílias dos atletas, comissão técnica e jornalistas que perderam suas vidas nesta tragédia que envolveu o time da Chapecoense. O que achamos lastimável é o uso sensacionalista que boa parte da nossa mídia, mais uma vez, fez (e, de certa forma, ainda faz) deste fato para manipular a consciência de nosso povo para fazê-lo esquecer a dura realidade que o cerca.
Lembremos a belíssima lição que o povo de Chapecó deu a todos nós, onde mesmo com toda sua imensa dor pela perda de seus heróis, jogadores e comissão técnica da Chapecoense, deu ao presidente Michel Temer (que relutou até o último instante em ir ao velório coletivo, na Arena Condá, por conta de possíveis protestos), a maior demonstração de indignação que ele merecia receber, que foi o absoluto silêncio de todos os presentes quando anunciaram seu nome.
Mas, não podemos esquecer que, mesmo em meio à maior dor que este país sofreu no dia 29/11, os/as "nobres senadores/as" não se deixaram comover por isso e promoveram , com seus votos, a segunda maior tragédia nesse mesmo dia.
Como diria Roberto Requião, durante a sessão do impeachment de Dilma,

CANALHAS!!! CANALHAS!!! CANALHAS!!! 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A vitória de Donald Trump nos EUA: entre a surpresa e o desnorteamento de setores da esquerda



As eleições norte-americanas, ocorridas em 08 de novembro próximo passado, provocaram um misto de surpresa e, ao mesmo tempo, certo desnorteamento em setores da esquerda brasileira (para não dizer internacional), sobre o real significado da vitória do republicano e magnata Donald Trump, agora o mais novo hóspede da Casa Branca pelos próximos 4 anos.
"A vitória de um personagem burguês populista de direita (com posições xenófobas, racistas e machistas) e com oposição dos aparatos de ambos os partidos tradicionais provocou forte impacto nos Estados Unidos e no mundo todo, e intensos debates sobre seu significado. 
Todos os analistas coincidem em assinalar que a votação de Trump se baseou em amplos setores de eleitores brancos das regiões rurais, de pequenos proprietários e, especialmente, no apoio de trabalhadores brancos empobrecidos há muitos anos, afetados pela desindustrialização, a crise, os baixos salários e a precarização trabalhista ou o desemprego. Uma queda social que não foi revertida pela "recuperação" econômica do período de Obama e a diminuição do desemprego". (http://www.pstu.org.br/a-vitoria-de-donald-trump-a-cara-feia-do-imperialismo/)
Além de tudo isso, some-se a postura direitista da candidata democrata Hillary Clinton, que esteve no centro do poder norte-americano nos últimos anos, seja no governo de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, seja no governo de seu sucessor, Barack Obama, quando ocupou o cargo de chanceler das relações exteriores e apoiou, em ambos os governos, todas as ações militares dos EUA, por exemplo, contra o Iraque e contra o terrorismo, o que gerou profundas insatisfações entre o povo deste país, piorando a situação após o 11/09. Assim, Hillary era identificada por uma parcela muito grande do povo norte-americano como a continuidade desse projeto, no que Trump soube explorar isso muito bem durante sua campanha, apesar de ser tão militarista quanto. 
Na verdade, o povo norte-americano se viu nesta campanha numa tremenda sinuca de bico. Não tinha alternativas de verdade. Tanto que uma parcela expressiva do eleitorado, especialmente os mais jovens, apostaram na candidatura de Bernie Sanders, que disputou contra Hillary as primárias pelo Partido Democrata. Derrotado, Sanders fez campanha para Hillary, mas segundo pesquisa divulgada antes das eleições de 08/11, apenas metade dos eleitores deste votaram em Hillary, comprovando o desgaste eleitoral da ex-primeira-dama.
O que nos surpreendeu, na verdade, foram algumas avaliações feitas por militantes da esquerda brasileira após a consagração da vitória de Trump. Muitos/as expressando sua surpresa, com um quê de indignação, como que se a vitória de Hillary pudesse ser mais positiva do que a de Trump para a conjuntura mundial e, consequentemente, para nós, classe trabalhadora brasileira e internacional. Coisas de quem não aprende com a História.
Há oito anos atrás, uma certa comoção tomou conta da esquerda brasileira e mundial com a vitória de Obama nas eleições norte-americanas. Um negro chegava à Casa Branca!!!. Isso foi celebrado e comemorado tal e qual o milésimo gol de Pelé, talvez até mais. Não negamos que a vitória de Obama foi um marco significativo na história mundial, especialmente na dos EUA, mas daí a comemorar como uma vitória do povo negro........... Menos, Batista, menos!!!
A vitória de Donald Trump vem confirmar o que dizíamos desde a vitória de Obama, há oito anos atrás. Não basta ser um negro ocupando a Casa Branca. É preciso ter política de raça e classe ocupando a Casa Branca para dar conta dos enormes desafios que se teria a partir daquele momento. E isso a História provou que Obama não tinha, pelo menos não com a classe trabalhadora. Nestes oito anos, quantos levantes do povo negro não aconteceram em pleno território norte-americano por conta da violência policial contra o povo negro??? E o que o governo Obama fez??? NADA!!! Assim, as diferenças (cada vez mais superficiais) entre Democratas e Republicanos foram cada vez mais desaparecendo, chegando ao ponto de desaparecerem de vez.
É preciso aprender com as lições da História. Democratas e Republicanos  nada mais são do que faces da mesma moeda. São norte-americanos e, como tais, movem seus interesses olhando em primeiro lugar para seu próprio umbigo e, depois, talvez, para o mundo. Assim tem sido a trajetória norte-americana na História mundial. Trump não mudará esse roteiro. Poderá torná-lo mais duro, muito provavelmente, pelo seu perfil e algumas de suas propostas expostas ao longo da campanha. 

sábado, 5 de novembro de 2016

TJPB imita STF e ataca direitos democráticos na Paraíba




Caiu como uma "bomba" no movimento dos setores educacionais da Paraíba nesta sexta-feira, 04 de novembro do ano em curso, a divulgação (pelas redes sociais), de um Acórdão de 15 de setembro deste ano, de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), de nº 0117689-57.2012.815.0000, proferida pelo TJPB, tendo como relatora a Desa. Mª das Graças Morais Guedes. Tal ADIN sugere o fim das eleições diretas para eleições de diretores e vices nas escolas do Estado e do Município de João Pessoa e foi colocada no tribunal pelos "democratas" Ricardo Coutinho e Luciano Agra - prefeito de João Pessoa à época da ADIN -, ambos do PSB. Seu sucessor, o igualmente "democrata" Luciano Cartaxo (PSD), poderia ter retirado a PMJP desta ação, mas a manteve, determinando assim pleno acordo com este duríssimo ataque a um dos maiores pressupostos democráticos da legislação educacional de nosso país, amplamente debatido na última CONAE  e garantido no atual Plano Nacional de Educação como uma de suas principais Metas.
Essa decisão AUTORITÁRIA e REACIONÁRIA do TJPB vem somar com as aberrações jurídicas que recentemente temos assistido nossa justiça tem tomado nos últimos tempos. Recentemente, o STF decidiu atacar o direito de milhões de aposentados/as de todo o país quando acabou com a desaposentação, ou seja, agora nenhum aposentado/a brasileiro/a  poderá pedir na justiça a revisão do valor do benefício de sua aposentadoria, caso esteja aposentado e trabalhando ao mesmo tempo. No dia seguinte a essa decisão, o STF atacou o direito de greve dos/as servidores/as públicos, quando determinou que, a partir daquele momento,  o/a servidor/a público que entrar em greve terá seu ponto (e, consequentemente, seu salário) imediatamente cortados. Na esteira dessas "insanidades" jurídicas, que na verdade seguem par e passo o plano de ajuste fiscal do governo Temer (leia-se arrocho salarial e retirada de direitos de nossa classe), o TJPB agora publica um Acórdão de setembro deste ano, em que ataca um dos mais elementares direitos democráticos do magistério paraibano e brasileiro: o direito de eleger, DEMOCRATICAMENTE, os diretores e e vices das escolas estaduais e municipais de João Pessoa.
Esta decisão, proferida pelo TJPB, com e Relatoria da Desa. Mª das Graças Morais Guedes, foi colocada neste Tribunal em 2012 pelos eminentes "democratas" Ricardo Coutinho e Luciano Agra - prefeito de João Pessoa à época da ADIN -, ambos do PSB. Estes senhores, que sempre posaram na frente das câmeras de defensores dos direitos dos/as trabalhadores/as, mostram com esta ADIN, suas verdadeiras caras. Querem, com isso, retirar de dentro das escolas e da comunidade escolar, a possibilidade de escolherem livremente aqueles/as que irão administrar o patrimônio público para continuarem indicando seus capachos nas escolas através do jogo sujo da indicação política, via balcão de negócios na Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de João Pessoa. O sucessor de Agra na PMJP, Cartaxo (PSD), que poderia ter agido diferente, retirando a prefeitura dessa ação, mas a manteve, porque afinal de contas, também se beneficiará (assim pensa ele) dessa negociata política que essa lamentável decisão do TJPB trará.
Mais uma vez, perde a Educação. Mais uma vez, perde a categoria magistério. Mais uma vez, perdem os/as trabalhadores/as. Mais uma vez, ganha o fisiologismo e o clientelismo político. A pergunta que fazemos é: até quando??? E outra que também não quer calar: assistiremos a tudo isso de braços cruzados??? O que nossas entidades representativas farão contra mais esse ataque à educação pública na Paraíba??? Com a palavra, os dirigentes do SINTEP e SINTEM!!!

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ministros do STF impõem mais duro ataque à organização sindical e ao direito de greve dos servidores públicos brasileiros da História




O dia 27 de outubro de 2016 já entrou, definitivamente, para a História do movimento sindical brasileiro como o dia em que a mais alta Corte da Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal - STF -, por maioria de votos de seus ministros/as (6 a 4) - praticamente enterrou de vez qualquer possibilidade da categoria dos servidores públicos de nosso país (federais, estaduais e municipais) de realizarem, a partir de agora, greves nas suas respectivas categorias.
Isso porque, no entendimento dos ministros/as Dias Toffoli (relator da matéria), Luis Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Teori Zavascki, Luiz Fux e a presidente do STF, Cármen Lúcia, a partir de agora, o poder público deverá cortar o ponto (e consequentemente) os salários dos servidores que entrarem em greve. A exceção à regra, segundo o STF, será quando esses mesmos servidores decidirem entrar em greve por atraso no pagamento de salários. Foram contra esse entendimento os/as ministros/as Edson Fachin, Rosa Weber, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski. O ministro Celso de Mello não esteve presente à esta sessão. (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/10/1826934-stf-decide-que-poder-publico-deve-cortar-salarios-de-servidores-grevistas.shtml)  
Como afirmamos anteriormente, esta lamentável decisão do STF praticamente enterrou a possibilidade de boa parte dos sindicatos de servidores públicos espalhados pelo país de a partir de agora, realizarem greves por reajustes salariais, melhores condições de trabalho ou mesmo por questões políticas, como ocorre neste momento, na base da Fasubra, que realiza uma greve contra a PEC 241 (agora PEC 55). Afirmamos praticamente porque nossa classe, desde que surgiu historicamente na História, nunca pediu licença aos patrões nem ao Estado burguês, nem tampouco à sua Justiça, para se organizar enquanto classe e consequentemente organizar suas formas de luta, dentre as quais a greve tem sido uma das mais eficazes ao longo de sua trajetória. Assim, se por um lado, momentaneamente, essa decisão draconiana tomada pelo STF, que atende integralmente aos desígnios do Palácio do Planalto nas suas mais perversas intenções de prosseguir com seus duríssimos ataques à nossa classe, poderá provocar (em um primeiro momento) um recuo na organização desta e, até mesmo, um refluxo nas lutas de várias categorias, não tenho dúvidas que, dentro em breve, a classe trabalhadora brasileira, por dentro ou por fora de suas direções, tenderá a encontrar saídas para superar mais esse duro ataque que tentam impor à sua organização sindical e ao direito de greve. Afinal, quem conseguiu superar o Estado Novo de Vargas, depois 21 anos de uma sangrenta Ditadura Militar, conseguirá também superar esses ataques de um governo reacionário como o de Temer.
Apesar de afetar toda a categoria dos servidores públicos, porém atinge mais especificamente o elo mais fraco desse setor, que são os servidores públicos municipais, espalhados pelos mais de 5.500 municípios brasileiros, na sua imensa maioria, muito pequenos, muitos deles com sindicatos muito pequenos (quando possuem), com pouquíssima força política, portanto, que com esta decisão do STF, estarão entregues à própria sorte!!!
Por falar no papel das direções sindicais nesta conjuntura de duríssimos ataques, cabe refletir sobre como estas se comportarão a partir de agora. Como CUT, CTB, Força Sindical, para citar apenas as maiores centrais sindicais do país se comportarão a partir desse momento, quando não apenas o Executivo, mas também o Legislativo e, agora, o Judiciário fecham o cerco contra nossa classe e desferem os maiores ataques contra nossa classe, nos últimos 30 anos???
Está provado, definitivamente, que a tática apresentada pelas direções dessas centrais NÃO tem trazido o resultado que elas tem dito para suas bases, que seja, o de negociar com esse Congresso corrupto e o governo idem, além de acreditar numa Justiça que, a cada dia que passa, se mostra cada vez mais subserviente aos ditames do Poder Executivo. Portanto, ou essas direções revisam, IMEDIATAMENTE, suas táticas ou nossa classe continuará alimentando mais derrotas, cada vez mais acachapantes como as que sofremos essa semana, aonde na quarta-feira, os celetistas viram ir pro ralo o direito à desaposentação e, na quinta, foi a vez dos servidores públicos, com essa triste decisão.
A CSP Conlutas NUNCA acreditou no papel da Justiça enquanto defensora do direito de nossa classe, assim como SEMPRE apostou na organização de nossa classe como a forma mais eficaz de enfrentar e derrotar os planos de todos os governos e dos patrões. Assim como também SEMPRE chamou a construção da unidade dos/as lutadores/as para derrotar os ataques à nossa classe, e continuamos a fazer esse chamado. Por isso, apesar dessa decisão do STF, achamos FUNDAMENTAL reforçar a construção do calendário aprovado pelas centrais sindicais e construir, pela base, os dias nacionais de LUTA dos dias 11 e 25/11, contra as Reformas da Previdência, Trabalhista e a PEC 241 (agora PEC 55). Só dessa forma, com muita organização de base e LUTA, é que conseguiremos derrotar o governo, os patrões e o STF!!! 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Afinal, quem venceu as eleições municipais de 02/10 na Paraíba???



Passados pouco mais de uma semana após milhões de paraibanos/as terem ido às urnas em 02 de outubro próximo passado e de todos/as já estarem sabendo quem irão governar os 223 municípios de nosso Estado, a partir de 1º de janeiro do próximo ano, tendo assim redefinido o mapa político da Paraíba e, de certa forma, preparado terreno para a disputa que se avizinha, as eleições de 2018, quando se disputará o Palácio da Redenção e as 36 cadeiras da Assembleia Legislativa, sem falar nas 12 vagas da Câmara dos Deputados e as 2 vagas do Senado Federal, em Brasília, uma pergunta permeia o debate político nas colunas políticas e nas rodas de conversa o tempo todo: afinal de contas, qual o grupo político que venceu as eleições municipais na Paraíba? O do governador Ricardo Coutinho (PSB) ou de seu principal oposicionista, o senador tucano Cássio Cunha Lima?
Desde a campanha para governador, ocorrida em 2014, cristalizaram-se, de forma bem definida, dois blocos políticos oligárquicos e burgueses na política paraibana, liderados pelo atual governador Ricardo Coutinho (PSB), que mantém em sua órbita partidos díspares em suas ideologias (pelo menos, em seus discursos), como o PT e o DEM - ambos são base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa -, além de ter contado nesta recente eleição municipal em João Pessoa com o apoio da organização chamada "Consulta Popular", vinculada aos movimentos sociais da esquerda petista; e o senador tucano, líder desse partido naquela Casa Legislativa, Cássio Cunha Lima, que tem como aliados partidos como PP e PSD e, por vezes, o PR.Porém, recentemente, tem conseguido trazer para junto de si o PMDB do até então adversário, o também senador Zé Maranhão, dando a entender de que ambos poderão estar juntos em uma possível aliança em 2018 contra Ricardo Coutinho. Já fizeram isso esse ano em João Pessoa e foram vitoriosos, ao lado do prefeito reeleito Luciano Cartaxo (PSD), colocando um peemedebista, o deputado federal Manoel Júnior, como vice. E logo no primeiro turno!!!
Muitos analistas políticos,em suas crônicas, avaliam que Ricardo Coutinho saiu derrotado dessas eleições municipais. O governador, porém, apresenta dados que contrariam essas análises, Ambos trabalham com dados oficiais da Justiça Eleitoral e, assim, buscam confundir ainda mais a cabeça do/a trabalhador/a que deseja apenas UMA coisa, na verdade: que essa crise, que NÃO foi criada por ele/a,seja resolvida o mais rápido possível, e que o desemprego e o arrocho salariais vão pro quinto dos infernos!!!
De um lado, o governador Ricardo Coutinho se apega a dados que mostram que, sozinho, o seu partido, o PSB, fez mais prefeitos e vereadores na Paraíba, o que demonstraria força partidária. Segundo os números oficiais, o PSB quase dobrou o número de prefeitos em relação a 2012, quando elegeu 28 prefeitos naquela ocasião. Agora, o partido tem 53 prefeituras e, no caso de vereadores, conseguiu eleger 395 em todo o Estado, contra 282 do 2º colocado, o PMDB. Porém, quando vamos analisar outros números, estes observados pelo governador se perdem no vazio. Vejamos.
Segundo o jornalista Rubens Nóbrega, em sua coluna no "Jornal da Paraíba, no dia 06 de outubro deste ano (http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/rubensnobrega/2016/10/06/oposicao-ricardo-fez-250-mil-votos-de-maioria-nos-30-maiores-eleitorados/#more-3151), tendo como fonte outro jornalista, Joilton Costa (que, segundo Rubão, foi quem coletou os dados na Justiça Eleitoral e fez a tabela que consta na matéria), nos 30 maiores colégios eleitorais do nosso Estado, a oposição a Ricardo Coutinho venceu em 19 desses, restando ao esquema liderado pelo governador, a vitória em 11 desses. Isso, contando com a vitória de Emerson Panta em Santa Rita. Em sendo descartada a vitória do tucano na "terra dos canaviais" pelo TSE,  então a oposição venceria em 18 dos maiores colégios eleitorais da Paraíba e Ricardo venceria nos demais. Em número de votos, isso representa exatos 716.463 votos para a oposição (com a vitória de Panta) e 467.774 para a situação. Sem a vitória de Panta, essa vitória da oposição cai para 665.424 votos.
Mas, tudo isso NÃO é o mais importante.Isso é só APARÊNCIA!!!
Como marxistas que somos, devemos sair das aparências e ir à ESSÊNCIA das coisas!!!
Aparentemente, tanto Ricardo quanto Cássio estão certos em comemorarem suas vitórias, de acordo com os dados que optarem por analisar. Assim como os analistas políticos da terrinha que escolherem as fontes que escolherem por balizar suas observações.
Porém, nós, marxistas, balizamos nossas avaliações por um viés CLASSISTA. Esse é o método que nos interessa, que REALMENTE deve servir às nossas análises.
A pergunta devemos fazer, neste momento, é: A QUEM INTERESSA A VITÓRIA DE UM DESSES LADOS NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NA PARAÍBA, EM 2016??? Respondemos: À classe trabalhadora, com certeza, é que NÃO é!!!
Portanto, se a vitória foi do esquema político liderado pelo atual governador Ricardo Coutinho (PSB) ou do senador tucano, Cássio Cunha Lima, com o beneplácito do também senador Zé Maranhão (PMDB), isso não serve em nada para os/as trabalhadores/as paraibanos/as. Assim, o que resta a nós, classe trabalhadora da Paraíba??? Arregaçar as mangas e organizar a resistência contra os ataques que estão por vir, tanto do governo Temer, como do governo Ricardo Coutinho e dos novos (velhos) governos municipais a partir de janeiro de 2017 que, na sua imensa maioria (pra não dizer TODOS) aplicarão a cartilha do governo federal de retirada de direitos.   

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Carta Aberta ao Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho



Os/as servidores/as da Educação do município de Sta. Rita, na Grande João Pessoa, em greve há mais de 50 dias, por conta de atraso nos seus salários promovido pela Prefeitura, fato conhecido por todo o povo paraibano e amplamente divulgado pela imprensa estadual, foram surpreendidos na data de hoje, 06 de outubro do ano em curso, com uma sentença, em forma de tutela antecipada deferida pelo desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, determinando a imediata suspensão e o "imediato retorno ao trabalho em 24 horas,  pena de multa diária de R$ 10 mil imposta ao Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Santa Rita (Sinfesa)". (http://www.parlamentopb.com.br/Noticias/?justica-manda-suspender-greve-de-professores-e-servidores-de-santa-rita-06.10.2016)
Ainda segundo a decisão do magistrado, conforme o site acima, as razões que levaram o desembargador a tomar tal decisão teriam sido a falta de motivos satisfatórios para a deflagração da greve, já que, segundo este, "(...) Quando enviados ofícios ao sindicato solicitando documentação, este apresentou documentos insatisfatórios, o que demonstraria a abusividade do movimento”.
O que nos interessa observar, mais uma vez, nesta decisão judicial, é a rapidez da Justiça para atacar a LUTA dos/as trabalhadores/as, no caso, dos/as servidores/as municipais de  Sta. Rita. Toda a Paraíba tem acompanhado, pelos meios de comunicação, o sofrimento desta categoria por conta da IRRESPONSABILIDADE dos prefeitos Reginaldo Pereira e Netinho de Várzea Nova, além dos/as dezenove vereadores/as da Câmara Municipal da cidade, espectadores privilegiados/as da bandalheira que tomou conta da "terra dos canaviais".
Desde abril deste ano ficamos sabendo que a direção do Sinfesa deu entrada com um pedido de bloqueio nas contas da Prefeitura para que, assim, fosse feito o pagamento dos salários atrasados dos/as servidores/as da ativa e aposentados/as. Porém, só em setembro, é que tal medida foi providenciada pela justiça em benefício dos/as servidores/as. Cinco meses para que a justiça tomasse uma decisão a favor dos/as trabalhadores/as!!! Pense numa rapidez....
Agora, vem um desembargador, junto com o Procurador Geral de Justiça do Estado e o Promotor de Justiça de Defesa da Educação de Sta. Rita para atacar um direito líquido e certo dos/as servidores/as da Educação da "terra dos canaviais". E aí, fica a pergunta, caras autoridades do Direito Paraibano: como os/as trabalhadores/as de Sta. Rita poderão ministrar suas aulas com dois meses de salários atrasados??? Como farão para sustentar suas famílias dessa maneira??? E os demais trabalhadores/as, vigilantes, merendeiras, auxiliares de serviços gerais, FUNDAMENTAIS para o bom funcionamento de uma escola, como farão??? Por favor, senhores, respondam. Não a mim, mas a esses/as senhores e senhoras!!!   

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Por quê Amanda Gurgel não foi reeleita vereadora em Natal



Uma polêmica de relativa monta atravessa uma parcela da esquerda socialista de nosso país e traz, novamente, à tona o debate sobre a participação dos socialistas nas eleições burguesas: a não reeleição da vereadora Amanda Gurgel em Natal, capital do Rio Grande do Norte, neste domingo, 02 de outubro de 2016.
Amanda, mais uma vez, mostrou sua força eleitoral na capital potiguar, apesar de disputar a eleição por uma pequena legenda. Obteve exatos 8.002 votos (2,69% dos votos válidos), sendo a 2ª mais votada na cidade, ficando atrás apenas do vereador eleito Raniere Barbosa (PDT), que teve 10.510 votos. Para se ter uma ideia do absurdo eleitoral que se verificou nestas eleições em Natal, o último vereador eleito na capital norte riograndense teve 1.829 votos e estará exercendo o mandato a partir de fevereiro de 2017.
Tudo isso ocorreu por conta de uma profunda distorção no sistema político-eleitoral brasileiro que permite que as coligações partidárias, através de uma coisa chamada QUOCIENTE ELEITORAL, faça com que candidatos/as com menos votos, mas pertencentes a coligações enormes, possam (mesmo com menos votos do que outros/as, mas desde que tais coligações atinjam o tal quociente) possam ser eleitos/as e, assim, exerçam um mandato eleitoral. Amanda Gurgel, para ser realmente eleita nas eleições deste ano, deveria ter obtido algo em torno de 15 mil votos sozinha, já que o PSTU não fez coligação nas eleições deste ano em Natal. Assim, como obteve pouco mais da metade desses votos necessários à obtenção do quociente eleitoral, Amanda não conseguiu sua reeleição.
Aí entra o "xis" da polêmica sobre a não da reeleição de Amanda. Setores da esquerda e de sua nova organização, o MAIS* (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista) acusam o PSTU pela não reeleição de Amanda justamente por este não ter feito uma aliança com o PSOL em Natal e, assim, inviabilizado tal projeto político da companheira.
É uma acusação caluniosa, infundada  e desprovida de elementos políticos mínimos para um debate sério. Assim que saiu o resultado eleitoral, a nova organização da vereadora Amanda Gurgel divulgou uma nota onde reafirma essa acusação, onde textualmente diz que "a divisão da frente de esquerda e socialista na maioria das cidades brasileiras cobrou o seu preço. Por exemplo, caso existisse uma frente de esquerda em Natal, com PSOL, PSTU e PCB, Amanda seria tranquilamente reeleita e a bancada da esquerda socialista na câmara poderia se manter". 
Sobre esta afirmação do MAIS, temos algumas coisas a dizer.
1º) os/as companheiros do MAIS parecem desconhecer profundamente a extrema dificuldade da atual conjuntura porque TODA a esquerda, de conjunto, passa atualmente, por conta da crise política que o país atravessa, onde a direita se aproveita para desmoralizar todos os setores militantes da esquerda socialista, aproveitando-se do exemplo dos 13 anos de governo do PT e espalhando isso nas consciências de nosso povo;
2º) os/as companheiros/as do MAIS parecem desconhecer o que ocorreu em algumas cidades brasileiras a respeito da tal "divisão" da Frente de Esquerda. Esquecem (ou fazem de conta que esqueceram, o que é pior) o que ocorreu em Porto Alegre, por exemplo, quando os companheiros do MAIS deixaram de lançar candidaturas pelo PSTU para passar a apoiar a candidatura de Luciana Genro, do PSOL;
3º) o entendimento dos/as companheiros/as do MAIS sobre a necessidade de uma Frente de Esquerda em Natal é estranho. Para os/as companheiros/as, a Frente seria importante apenas para reeleger Amanda, já que ela seria "tranquilamente reeleita", segundo a nota dos/as companheiros/as. Isso revela uma diferença FUNDAMENTAL entre o que o MAIS pensa sobre as eleições em relação a nós.
Queremos, por fim, deixar uma questão para o pensamento de todos/as. Em alguns locais desse país, fizemos aliança com o PSOL nestas eleições. Porém, não conseguimos eleger NENHUM vereador/a. Por quê??? Terá sido culpa do PSTU???

*MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista) é uma nova organização surgida este ano, da qual Amanda Gurgel faz parte, fruto de uma ruptura com o PSTU. Por conta do prazo eleitoral, o PSTU decidiu ceder de forma democrática a legenda para que esta pudesse participar das eleições deste ano pelo partido, mas pela sua nova organização.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Eleições municipais DESMASCARAM e DESMORALIZAM direções do PT e PCdoB na Paraíba



O ano de 2016 tem sido recheado de muitos fatos políticos, que tem provocado muitas polêmicas, e por isso mesmo acirrado os debates do velho confronto entre direita versus esquerda, mas também dentro da própria esquerda.entre os setores reformista e revolucionário. Se há um ponto positivo nesse debate, é que as posições políticas, de ambos os lados, têm se clarificado como nunca antes havia sido feito , algumas vezes de forma exacerbada demais ao nosso gosto, exalando ódio e preconceitos. Infelizmente, quando a polarização ocorre, tais fatos se reproduzem.
O impeachment da presidente Dilma Rousseff, ocorrido recentemente, foi o ápice desse processo, que evidentemente, ainda repercute na conjuntura e, certamente, repercutirá por algum tempo (pelo menos até as próximas eleições presidenciais de 2018). Este fato, juntamente com as medidas que já estão sendo tomadas e as que virão a ser pelo novo governo Temer, aliadas aos desdobramentos da "Operação LavaJato", renderão muitas manchetes de jornais e longos debates nos próximos meses em rodas de conversas, mesas de análise de conjuntura e bate-papos de facebook e whatsapp. 
Mas, desde a sacramentação do impeachment da presidente Dilma (e antes mesmo desse episódio), o PT e seus aliados dentro e fora do Congresso Nacional - dentre eles, seu mais fiel escudeiro desde o primeiro dia do governo Lula, em 2003 -, o PCdoB, bradavam em altíssimo som por todos os corredores do parlamento nacional e nas ruas que aquilo era um "GOLPE" e que por isso deveria ser barrado e denunciado a todo custo.
Nós, do PSTU, nunca concordamos com esse discurso por acreditarmos que já havia, desde o primeiro governo Lula, assim como já havia ocorrido nos 8 anos do (des) governo FHC, um GOLPE contra a classe trabalhadora, quando Lula e o PT governaram em parceria com os empresários, distribuindo migalhas para nossa classe (como Bolsa Família). Não podemos NUNCA esquecer que foi o próprio Lula quem afirmou, ainda no seu primeiro mandato, que os banqueiros "nunca ganharam tanto quanto no seu governo". No governo do PT, todos os anos os banqueiros acumularam milhões de lucros à exploração dos bancários e da péssima qualidade dos serviços prestados aos seus clientes, NÓS. No governo do PT, acelerou-se o processo de privatização de poderosas estatais, como Petrobras e Correios, que senão estão totalmente entregues ao capital internacional (ainda), foi por conta da LUTA dos/as trabalhadores/as dessas empresas, que promoveram ao longo dos anos heroicas lutas e greves em defesa de seus empregos e do patrimônio público. O mesmo se deu nas universidades públicas e IF's, sistematicamente atacados pelos governos petistas, que às custas do discurso da ampliação de unidades de ensino e de vagas (com a criação de programas como REUNI e PROUNI), aumentou a precarização do trabalho docente e, ao mesmo tempo, encheu o bolso dos tubarões de ensino das universidades particulares, paralelamente em que favoreceu os donos de hospitais com a criação da EBSERH, terceirizando os hospitais universitários. Entregou de mão beijada portos e aeroportos para a iniciativa privada, com o discurso de "concessão" e não PRIVATIZAÇÃO. Sem falar no golpe fatal, quando logo após sua reeleição, Dilma Rousseff, acabou com os benefícios históricos do seguro desemprego, seguro defeso, auxílio doença, pensão por morte e outros. Uma covardia sem tamanhos. E por MP!!!
Isso sim, para nós, foi o verdadeiro GOLPE cometido contra nossa classe. E foi feito pelo PT, por Dilma. E essas medidas, como as MP's 664 e 665 ( que acabaram com os benefícios citados acima) foram votadas no Congresso Nacional, com os votos favoráveis das bancadas do PT e do PCdoB e contrárias do PSDB e DEM. Incrível!!!!
Pois bem, nas atuais eleições municipais, PT e PCdoB decidiram fazer destas uma campanha de denúncia do "golpe parlamentar" sofrido pela presidente Dilma e tentar, assim, catapultar alguns votos e, sobretudo, resgatara a autoestima de sua militância. Tentam, com isso, reconquistar o apoio de setores do movimento à sua causa, como MST, MTST e Consulta Popular.
Na Paraíba, não foi diferente. Em João Pessoa, o PT lançou a candidatura do professor universitário Charliton Machado, presidente estadual do partido, que licenciou-se do cargo para encarar a empreitada. É a primeira vez que "Charlinho", como é carinhosamente chamado pela militância, enfrenta uma campanha e, cá entre nós, tem se saído bem nos debates. Já o PCdoB decidiu marchar com o atual prefeito Luciano Cartaxo (PSD), em sua campanha à reeleição à Prefeitura Municipal de João Pessoa. E é aí que começam as contradições desses dois partidos quando o assunto é o tão famoso "golpe parlamentar".
Em 11 de junho deste ano, em reunião da Direção Estadual, ocorrida em Campina Grande, o PT aprovou uma Resolução Eleitoral que proibia, "terminantemente" alianças com PSDB, DEM, PPS e Solidariedade, partidos classificados como "adversários históricos de nosso projeto nacional e instrumentos do golpe contra o nosso governo". (http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20160613095331&cat=paraiba&keys=-pt-paraiba-prioriza-aliancas-partidos-campo-democrático-popular).
Mesmo sabendo das diferenças históricas existentes entre PT e PCdoB, porém neste momento acompanhando o desenrolar dos acontecimentos envolvendo o impeachment de Dilma Rousseff, em nível nacional e local, havia (e ainda há, de certa forma) uma convergência na linha de argumentação e de defesa unindo os dois partidos e suas direções quando estas avaliam, por exemplo, o caráter dos partidos de direita acima citados. Porém, o que espanta (um pouco, não muito, conhecendo suas direções como conhecemos) é quando pegamos os dados oficiais do TSE e analisamos as alianças feitas por esses partidos na Paraíba nestas eleições municipais de 2016. A conclusão é IMPRESSIONANTE!!! O discurso da luta contra o "golpe parlamentar" cai por terra e DESMORALIZA por completo todas essas direções, tanto do PT quanto do PCdoB. Vamos aos números!!!. Repetimos: DADOS OFICIAIS DO TSE!!!
A Paraíba, como todos/as sabem, possui 223 municípios. Destes, o PT fez aliança com partidos ditos "golpistas" em 125, ou em 56% desses; já o PCdoB aliou-se em 77 municípios, ou em 34,5% desses. Em 12,5% do total dos municípios paraibanos, PT e PCdoB estão juntos em alianças com os partidos ditos "golpistas". Alguns desses municípios são importantes no cenário paraibano, como Campina Grande e Sta. Rita, por exemplo (onde estão juntos apoiando o candidato do PSB) ou Mamanguape (onde estão numa aliança que envolve além do PSB também o DEM). Mas tem um caso interessante, que é em São Vicente do Seridó, no sertão paraibano, onde PT e PCdoB estão numa coligação que envolvem partidos como PSB, PSD, PP, DEM e PTB. Pense num combate ao "golpe parlamentar" da gôta...........
Na Grande João Pessoa, dos 11 municípios que compões a Região Metropolitana, PT e PCdoB estão juntos em uma mesma coligação em 3 cidades (Sta. Rita, Mamanguape e Caaporã); em 3 delas, apenas o PCdoB coligou-se (João Pessoa, Cruz do Espírito Santo e Lucena) e em 1 apenas o PT (Conde); em 3 outras, estão em coligações diferentes (Bayeux, Rio Tinto e Alhandra) e em apenas 1 (Cabedelo), nem PT nem PCdoB lançaram candidatos ou coligaram-se com algum partido.   
Pegando as cidades pólo da Paraíba, pelo critério do PIB, nas 5 maiores do nosso Estado (João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Sta. Rita e Bayeux), em 2 delas - Campina Grande e Sta. Rita -, PT e PCdoB estão na mesma coligação apoiando um partido "golpista", em outras 2 estão em coligações diferentes (João Pessoa e Bayeux) e em outra, Cabedelo, como já afirmamos, PT e PCdoB não lançaram candidaturas nem se aliaram a nenhum partido. Queremos ressaltar o caso de Bayeux, na Grande João Pessoa. Nesta cidade, o PCdoB está apoiando o atual prefeito candidato à reeleição, que é do PSB, que conta em sua coligação com os também partidos "golpistas" PSD, DEM, PSC, PMDB e PP). Pra quem não lembra, PSC é o partido do FASCISTA Bolsonaro, que o PCdoB da deputada federal Jandira Feghali tem debates ferrenhos na Câmara dos Deputados, em Brasília; já o PT de Bayeux está apoiando o candidato do PTN, que tem como vice o "golpista" PSDB, além de outros, como PPS e PTB. Pense numa coerência!!!
Enfim, depois de toda essa pesquisa, podemos chegar a DUAS conclusões:
1ª) O discurso do "golpe parlamentar" contra a presidente Dilma Rousseff, utilizado insistentemente pelas direções do PT e PCdoB, é uma FARSA;
2ª) Essas alianças feitas com os partidos de direita, "golpistas", espalhadas pelo interior da Paraíba, SEMPRE ocorreram, isso não é novidade. A novidade está no cenário político atual,com esse discurso das direções do PT/PCdoB a respeito do impeachment da presidente. Isso mostra, na prática, a completa DESMORALIZAÇÃO dessas direções, já que suas resoluções e orientações de NADA serviram para nortear as direções municipais pelo interior do Estado.