Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ricardo Coutinho pode estar criando um novo bloco de direita na Paraíba

A operação de retirada da candidatura de Luciano Agra e a imposição da pré-candidatura de Estelizabel Bezerra à prefeitura de João Pessoa, desencadeada pelo Coletivo Girassol, comandado "democraticamente" pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), além de toda a discussão que está sendo gerada na base governista e também na oposição de direita e na grande imprensa paraibana nos últimos dias, traz também uma discussão pouco feita até o momento, mas que merece uma reflexão, em virtude de algumas declarações feitas por determinados agentes políticos de nosso Estado sobre estes acontecimentos desde a renúncia de Agra da sua pré-candidatura.
Desde o instante em que Agra desistiu da possibilidade de disputar a reeleição à prefeitura da capital, vários nomes foram apontados para sucedê-lo nesta tarefa, com destaque para dois: Estelizabel Bezerra - que acabou sendo a escolhida pela cúpula do PSB - e Nonato Bandeira, do PPS, mas do núcleo duro do governo "socialista" implantado na PMJP e no Estado da Paraíba. Mas isso não impediu que vários políticos paraibanos expressassem suas posições discordantes da decisão tomada pelo PSB. Decisão essa que, na verdade, foi uma imposição do governador Ricardo Coutinho.ão vamos esquecers
Armando Abílio (PTB), Rômulo Gouveia (PSD) e sargento Dênis (PV) foram alguns dos dirigentes partidários que nos últimos dias prestaram apoio à candidatura de Nonato Bandeira à   PMJP, tecendo vários elogios ao secretário de Comunicação do Estado. O vice-governador do Estado, Rômulo Gouveia, classifica Bandeira como "um nome expressivo". Exageros à parte, a verdade é que o nome vindo do PPS ganha força no meio de, aí sim, expressivos setores da política paraibana. E isso vai incomodar Ricardo Coutinho, com certeza. Aliás, já está incomodando, ao ponto do governador não estar mais aguentando o assédio da imprensa sobre o assunto, irritando-se facilmente, como quando na terça-feira 24 de janeiro do corrente ano, antes do início da reunião com os secretários, em Mangabeira.
O que estamos assistindo, neste momento, é que Ricardo Coutinho conseguiu (acredito que sem querer) iniciar a construção de um novo bloco de direita na política paraibana. Este bloco pode ou não dar certo. Só o tempo dirá. Parte desse sucesso ou fracasso dependerá em grande medida da intervenção do governador Ricardo Coutinho, criador deste bloco de direita (repito, sem querer, acredito nessa hipótese). A precipitada atuação do governador no episódio Agra e pré-candidatura Estelizabel ainda vai exigir muito jogo de cintura de Ricardo Coutinho. Não apenas para alavancar a candidatura por ele pensada, mas principalmente para conter esta onda de todas essas lideranças políticas em cima do seu secretário de Comunicação. Além de tudo isso, não nos esqueçamos, ainda temos nesse jogo político uma figura que atende pelo nome de Cássio Cunha Lima, que já disse que tem candidato em João Pessoa, e este atende pelo nome de Cícero Lucena. E aí, Ricardo?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Cunhã Coletivo Feminista e Estelizabel: ainda unha e carne?


















Em 1990, Estelizabel Bezerra e outras jovens feministas paraibanas fundaram uma ONG que tinha como finalidade principal abordar a temática dos direitos reprodutivos femininos. Neste ponto, um dos principais temas da nova ONG, de nome Cunhã Coletivo Feminista, era a defesa da descriminalização e legalização do aborto, tema extremamente delicado não apenas naquela época mas até hoje na sociedade brasileira, mas principalmente, uma bandeira do movimento de mulheres progressivamente abandonado por boa parte das organizações da esquerda brasileira e mundial.
De lá para cá, várias organizações de esquerda se mantiveram na defesa da legalização do aborto como uma política de saúde pública. O Cunhã Coletivo Feminista foi, neste sentido, um ponto de apoio importante em nosso Estado nesta luta, especialmente na tarefa de esclarecer a população paraibana sobre a questão do aborto. 
Segundo o Cunhã, na Paraíba entre 1998-2008, "houve um aumento de 176% no número de internações por abortamento no Estado da Paraíba registradas no SUS" (www.cunhanfeminista.org.br). Segundo a ONG, isso é a prova concreta de que a prática clandestina do aborto prejudica sobretudo as mulheres jovens, pobres e negras. E que isso precisa ter um fim.
O Cunhã Coletivo Feminista participa ainda da Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto. No manifesto dessa Frente, está lá colocado o repúdio  todos os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que pretendem "retirar das mulheres o direito de interromper uma gravidez proveniente de estupro ou de interromper uma gestação de risco para salvar a própria vida", "oferecer dinheiro na forma de bolsa mensal para que as mulheres grávidas por estupro mantenham a gestação até o final" e  "instituir mecanismos para vigiar as mulheres grávidas e punir as que interrompam uma gestação e repudiamos aqueles projetos de lei que desvalorizam a vida das mulheres em nome da defesa da vida do nascituro". Quero, antes de mais nada, ressaltar que tenho PLENO ACORDO com o texto do manifesto da Frente acima citada. 
A questão que abordamos aqui é que não apenas a ONG Cunhã Coletivo Feminista defendia (e ainda defende) estas bandeiras. Estelizabel Bezerra, como uma de suas fundadoras, também defendia publicamente. Pelo menos assim se mostrava. Até se transformar, da noite para o dia, em candidata à Prefeitura Municipal de João Pessoa. De repente, ela afirma que não defende mais o aborto. Agora, é contra o aborto.
A campanha eleitoral nem começou para valer e o PSB e sua pré-candidata já estão praticando o famoso e nefasto "estelionato eleitoral", mentindo com força para o/a eleitor/a. Na tarde desta segunda-feira, 23 de janeiro de 2012, a pré-candidata do PSB, em entrevista ao programa de Alex Filho, na TV Master, afirmou que é contra o aborto. Com esta afirmação, Estelizabel já está jogando na lata do lixo sua história de luta, assim como fizeram num passado recente Lula e Ricardo Coutinho. E, por tabela, acaba por comprometer a entidade que ela ajudou a criar. Se ainda quiser manter a credibilidade que criou durante todos esse anos, o Cunhã Coletivo Feminista deve se manifestar sobre essa fala de Estelizabel. Sem falar que Estelizabel Bezerra deve explicações a todos/as que acreditam na sua candidatura. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Pinheirinho vive!




Neste domingo, 22 de janeiro de 2012, a comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos foi covardemente atacada pela tropa de choque da PM de São Paulo, comandada pelo governo do PSDB daquele estado, que por sua vez é dirigido pelo tucano Geraldo Alckmin.   Numa megaoperação policial, envolvendo cerca de 2.000 policiais da tropa de choque, super armados, com aparato de helicópteros, blindados, cães e cavalos, munidos com bombas de gás, sprays de pimenta, balas de borracha e convencionais, a PM paulista chegou no Pinheirinho por volta das 6:30h, pegando os/as trabalhadores/as de surpresa, até porque na semana que passou ocorreram dois fatos políticos-jurídicos que fizeram a comunidade não esperar jamais por um ato de tamanha covardia: havia sido feito um acordo entre as partes envolvidas na disputa do terreno por uma trégua de 15 dias e, na sexta-feira, 20 de janeiro, os moradores do Pinheirinho conseguiram uma liminar da Justiça Federal fazendo com que o processo de disputa da área passasse para a esfera federal, tirando portanto a querela da Justiça Estadual.
Mas, nem a juíza Márcia Faria nem o comando da PM de São Paulo quiseram saber disso e, desobedecendo frontalmente a decisão do TRF 3ª Região, partiram para o Pinheirinho na manhã deste domingo e protagonizaram um dos maiores massacres recentes deste país. Até agora, o que se sabe é que há 7 mortos, vários feridos e vários desrespeitos aos direitos humanos.
Relatos transmitidos pelo twitter davam conta das barbaridades cometidas pelos PM's durante a invasão no Pinheirinho. Além de arrebentar com as casas dos moradores, os policiais batiam em todos que encontravam pela frente: crianças, idosos, e até mulheres grávidas.
A truculência da PM do PSDB paulista chegou a tal ponto que o senador petista Eduardo Suplicy, o deputadofederal e presidente nacional do PSOL, Ivan Valente, e o presidente nacional do PSTU, Zé Maria, foram presos numa escola dentro do Pinheirinho, impedidos de se aproximar dos trabalhadores/as daquela comunidade. Este é o Brasil. Não assistimos parlamentares sendo presos pela polícia quando praticam atos de corrupção, mas quando se dispõem a defender o povo na luta por moradia, sim!
Neste momento, chamamos todos aqueles e aquelas que defendem o direito mínimo do povo a viver com dignidade a defender o povo do Pinheirinho a lutar pela sua moradia e contra a ação truculenta da PM de Alckmin. Na parte de cima, os reais assassinos do massacre do Pinheirinho neste 22 de janeiro de 2012. 


Histórico
A Ocupação Pinheirinho existe há oito anos (a serem completados em fevereiro) e abriga cerca de 9 mil moradores. Sem qualquer ajuda do Estado, os sem-teto construíram suas casas (a maioria de alvenaria), comércio, igrejas, abriram ruas, praça e criaram uma associação de moradores.
Desde o início da Ocupação, motivada pela falta de uma política habitacional da Prefeitura, os moradores tentaram abrir diálogo com o prefeito Eduardo Cury (PSDB), mas ele sempre resistiu em regularizar a área.
Recentemente, os governos federal e estadual já haviam se manifestado no sentido de assinar um protocolo de intenções para regularização do Pinheirinho, mas o prefeito, mais uma vez, se omitiu e até agora não demonstrou interesse em assinar o documento. A regularização não iria gerar qualquer custo para o município.
A área do Pinheirinho é de propriedade da massa falida da Selecta S/A, do especulador financeiro Naji Nahas. O local ficou abandonado por 30 anos, sem cumprir qualquer função social. Hoje serve de moradia para os sem-teto.         

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Estelizabel, a nova Dilma?






Setores da imprensa paraibana já divulgam, na manhã desta quinta-feira, 19 de janeiro de 2012, o resultado da reunião do PSB que ocorreu ontem à noite para escolher o novo candidato do partido para disputar as próximas eleições municipais. No final da reunião, o resultado foi o esperado por muita gente, inclusive por este blogueiro.
Não houve um escolhido. Houve uma escolhida. Estelizabel Bezerra, secretária de Planejamento da PMJP, é a candidata do PSB nas próximas eleições. Com esta indicação, é inevitável a pergunta e a comparação. Estelizabel é a Dilma do PSB pessoense? Ricardo Coutinho pretende, com esta esta candidatura, repetir o mesmo processo ocorrido no plano nacional que levou Dilma ao Palácio do Planalto? Façamos algumas reflexões a esse respeito.
Antes de partirmos para as reflexões e comparações entre Estelizabel e Dilma, até para checarmos se Ricardo Coutinho tem mesmo razão de, em lançando a secretária de Planejamento da PMJP à prefeita nas próximas eleições por conta dessa questão de gênero, isso pode se consolidar enquanto estratégia de marketing, é bom verificar um aspecto importante da decisão tomada pelo PSB nessa escolha revelada por um site local.
Segundo o WSCOM, "o nome foi imposto pelo governador Ricardo Coutinho, mas todos os líderes do partido estão orientados a dizer que a escolha se de de forma consensual". É assim que funciona a democracia no reino de Ricardus I. Pelo menos numa coisa, Ricardo Coutinho é coerente: da mesma forma que ele age na sua casa (o PSB),  ele age na sua cozinha (o governo do Estado). É a lei do manda quem pode, obedece quem tem juízo. Como este blogueiro e mais um outro tanto de gente não tem juízo (pelo menos não o juízo que ele deseja que tenhamos), não costumamos obedecer a Ricardus I. 
Voltando ao assunto Estelizabel Bezerra e Dilma. Sem medo de errar, existirão várias matérias comparativas entre uma e outra. Porém, não há como comparar E vamos explicitar aqui porquê.
Primeiro, mesmo com todas as divergências que possuímos com Dilma e o PT - e com Estelizabel e o PSB também - não há como negar a história militante de Dilma. Não somos stalinistas para falsearmos e/ou negarmos a História. Dilma teve uma vida militante num momento importante da história do país. Repetimos: apesar das divergências que possuímos com Dilma e o PT, isso é fato. Porém, como costumamos também afirmar, isso não é suficiente para credenciar nem Dilma nem o PT nem qualquer outra organização para dar-lhe um carimbo eterno de lutador/a eterno/a da classe trabalhadora. "A prática é o critério da verdade", já dizia Lenin.
Já Estelizabel tem um trabalho desenvolvido a partir de 1990 na ONG Cunhã Coletivo Feminista, na luta pelos direitos reprodutivos da mulher, com ênfase especial na defesa da legalização do aborto. Sua militância, apesar de respeitada na área, é pouco perceptível aos olhos do conjunto da sociedade. Neste quesito, a popularidade, tanto Dilma quanto Estelizabel (cada uma em seu tempo) encontram-se empatadas. Estelizabel é muito popular no Bairro São José, pelo que sabemos (mas pela negativa).  
Segundo, Dilma foi construída por Lula assim como Estelizabel por Ricardo Coutinho. Só que aí residem uma diferença e uma semelhança: a diferença é que Lula levou dois anos para operar esta construção dentro e fora do PT e Ricardo vai ter nove meses para fazer isso. A semelhança é que tanto Lula quanto Ricardo impuseram tais candidaturas a seus partidos. Mas até na semelhança existe a diferença: como Lula teve dois anos para construir sua candidata, esta imposição ficou praticamente imperceptível aos olhos do povo. No caso pessoense, a truculência de Ricardo Coutinho e do Coletivo por ele comandado na operação de retirar Agra da candidatura e colocar Estelizabel no seu lugar é tão visível, tão escancarada, que só os puxa-sacos de plantão não verificam isso, claro.
Por fim, o mais importante. Durante a campanha presidencial, Dilma se afastou de algumas polêmicas como o diabo foge da cruz. Por exemplo, a questão do aborto. Para não perder o apoio do setor evangélico, Dilma chegou a assinar um acordo de que no seu governo, caso eleita, a legalização do aborto não seria tema de discussão, jogando na lata do lixo a história do seu partido e, principalmente, do movimento de mulheres do nosso país. Já Estelizabel Bezerra, como afirmamos anteriormente, ajudou a fundar uma ONG que defende a legalização do aborto, que participa inclusive de uma Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto. E aí, vem a pergunta desse blogueiro: qual será a posição de Estelizabel na campanha sobre isso? 
Queremos afirmar que também defendemos a legalização do aborto. Acreditamos que este assunto deve ser tratado como sendo de saúde pública e não como caso de polícia, como é atualmente. Segundo o próprio Cunhã, entre 1998 e 2008, houve  um aumento de 176%¨no número de internações por abortamento na Paraíba registrada no SUS, ou seja, a criminalização do aborto não evita a clandestinidade deste e a prática clandestina deste apenas coloca em risco as mulheres pobres, jovens e negras de nossa sociedade. 
Porém, quando fazemos o questionamento acima em relação a Estelizabel Bezerra, é porque temos constatado, ao longo de todas  as eleições até aqui, que candidatos da dita esquerda oficial - PT, PSB, PCdoB - ou mentem descaradamente nas eleições  ou quando chegam ao poder fazem o contrário daquilo que defendiam quando estavam na militância. Na Paraíba, o exemplo mais recente é exatamente o governador Ricardo Coutinho, que defendia o transporte alternativo quando vereador e agora combate estes trabalhadores; na última campanha, no Guia Eleitoral, afirmou que não ia demitir nenhum prestador de serviço (quando assumiu, demitiu 16 mil). Então, por isso o questionamento que faço em relação a Estelizabel Bezerra.Veremos se, durante a campanha eleitoral, ela permanecerá na defesa de suas posições históricas ou renunciará a estas em troca de votos, como qualquer político de direita.  

sábado, 14 de janeiro de 2012

Porquê Agra renunciou à reeleição





O mundo da política paraibana foi surpreendido no final da tarde deste sábado, 14 de janeiro, quando foi divulgado pelos portais de notícias (inicialmente) a carte de renúncia do prefeito Luciano Agra (PSB) à sua candidatura nas próximas eleições em outubro próximo. O prefeito pessoense afirma, em um momento da carta, que não é "afeito ao jogo bruto da política, aos sofismas e frases de efeitos para escamotear o que se pensa ou não falar a verdade". E que, entre enfrentar uma disputa eleitoral (que prometia ser muito dura) e priorizar a gestão, Agra escolheu a segunda alternativa. Como ele mesmo afirma em sua carta renúncia, "quero focar na gestão, priorizar a continuidade desses e de vários outros projetos em execução e não deixar que qualquer processo eleitoral contamine esse momento singular que a cidade vive".
Na verdade, essa não é a razão principal da renúncia de Luciano Agra à reeleição em 2012. Ele mesmo dá uma pista do real motivo que pode estar por trás dessa renúncia quando, na sua carta renúncia, ele afirma que "não sou afeito a política dos tapinhas nas costas, da politicagem em geral"
De que politicagem Agra estaria falando? Por acaso ele estaria sendo pressionado por algum grupo político nesse ano político? Estaria Agra resistindo a essas pressões e, por isso mesmo, teria sido rifado pela cúpula do PSB do processo sucessório que se avizinha?
Não é de hoje que se comenta nos bastidores da política que Ricardo Coutinho tem a preferência pelo nome de Estelizabel Bezerra, secretária de Planejamento da PMJP, para que esta seja a candidata do partido à Prefeitura da capital paraibana. E também não é novidade que havia uma operação em curso, comandada pelo ilustre governador, para que isso ocorresse. è claro que nem Ricardo nem ninguém no ninho socialista admitirá isso, mas há vários meses comenta-se com força este assuntos nas rodas de conversas políticas em João Pessoa. Uma parte dessas conversas confirma-se agora com a renúncia de Agra. Resta saber se a segunda parte será confirmada ou não. Esperemos os próximos capítulos.
O site WSCOM revela a informação prestada pelo presidente municipal do PSB, Ronaldo Barbosa, de que o partido tem 5 nomes a colocar em substituição a Luciano Agra, que seriam: Estelizabel Bezerra, Nonato Bandeira, Vereador Bira, Emília Correia Lima e João Azevedo e João Azevedo. 
Destes, apenas Estelizabel e Bira têm alguma chance de serem indicados pelo partido, com maiores chances para a primeira, por ser a preferida de Ricardo Coutinho. Além do mais, a indicação de Bira criaria uma perigosa divisão no interior do PSB, pois todos sabem que o nome de Bira não unifica o partido.
Outro motivo bastante razoável para a renúncia de Agra é que ele sabe perfeitamente a dureza da campanha que ele teria pela frente, com a avalanche de denúncias e escândalos que já assolam sua administração, incluindo aí uma ação no MP referente ao famoso Caso Cuiá, por conta do suposto superfaturamento da compra da fazenda Cuiá para a efetivação do Parque do mesmo nome, na zona sul da cidade, feita em 2010, às vésperas da eleição daquele ano. 
A renúncia de Agra mostra, por um lado, o poder  de mando de Ricardo Coutinho sobre o PSB na Paraíba. É ele quem determina, cada vez mais, o que deve e o que não deve ocorrer no partido e, por outro, expressa uma crise no interior deste. Pois, a 10 meses de uma eleição, o prefeito de uma administração que tem índices expressivos de aprovação (segundo várias pesquisas de opinião), bem como despontava na liderança de várias outras pesquisas de intenção de voto para as eleições 2012, de repente anuncia sua renúncia, das duas uma: ou as pesquisas são falsas ou a crise no PSB/PB é imensa. Acredito que, neste caso, as duas alternativas são verdadeiras!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Palácio da Redenção não leu Paulo Freire










"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tâo pouco a sociedade muda."
Paulo Freire, educador, brasileiro, criador da Pedagogia do Oprimido.



Há alguns dias, a imprensa paraibana vem dando destaque a uma decisão polêmica (mais uma) do governo Ricardo Coutinho (PSB). O  governo estadual decidiu fechar cerca de 100 escolas em todo o Estado. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, essa medida atende aos seguintes problemas enfrentados por essas escolas: má estrutura física destas, baixo Ideb, número insuficiente de alunos por sala de aula e nível de ensino. Analisemos agora as justificativas do governo Ricardo para o fechamento das escolas.
A partir dos anos 90 do século passado, o Brasil iniciou uma fase de expansão das matrículas escolares, consequentemente, de acesso à escola. Isso fez com que o país alcançasse índices relevantes no cenário mundial de acesso de crianças e adolescentes à escola. Porém, isso não representou na mesma medida a melhoria da qualidade do ensino e também de investimentos na educação. A maior prova disso é que o PNE de 2001-2010 previa um investimento de 7% do PIB na educação e isso foi vetado pelos ex-presidentes FHC e Lula. Agora, na discussão do novo PNE, a presidente Dilma mantém os mesmos 7% no texto da proposta quando todo o movimento nacional em defesa da educação pública de qualidade exige, no mínimo, um investimento da ordem de 10% do PIB. Portanto, se vê aí a diferença entre o "investimento" que os vários governos brasileiros fizeram no acesso à escola para crianças e adolescentes e para a educação brasileira como um todo.
Verificamos isso neste momento em nosso Estado neste debate sobre o fechamento de 100 escolas. A expansão das matrículas e do acesso dos filhos da classe trabalhadora à escola pública se deu no período acima citado em toda a rede pública estadual - principal clientela desta rede -, mas como o investimento na ampliação e recuperação desta não se deu na mesma proporção pelos sucessivos governos que passaram pelo Palácio da Redenção desde então, eis que agora chega um "socialista" e toma uma medida profundamente CAPITALISTA: a escola não está dando certo? Tá dando prejuízo? FECHA! É simples, não Ricardus I? (permita-me usar a saudação, caro Rubens Nóbrega)
Caros amigos e amigas, não precisa ser PhD em Educação - não é, professor Afonso Scocuglia? - para saber que quando uma escola pública chega na situação em que essas 100 chegaram em nosso Estado, torna-se necessário tomar algumas medidas preventivas. 
A escola está com uma precária estrutura física, como argumenta a Secretaria Estadual de Educação, o que fazer? RECUPERA-SE!!! A escola está com baixo Ideb? RECUPERA-SE!!! A escola está com número insuficiente de alunos? Recuperando as duas questões anteriores, inevitavelmente este item também estará recuperado. Porém, na mente empresarial com a qual Ricardo Coutinho pensa a educação, desde os tempos em que era prefeito de João Pessoa (a escola Nota 10 é a prova material disso), é melhor fechar as escolas.
O mais impressionante desse episódio é que isso está ocorrendo num momento em que a  Paraíba tem no governo estadual uma pessoa que veio do movimento sindical, que foi dirigente da CUT e do PT no Estado e, na secretaria da Educação está um professor da UFPB, do curso de Pedagogia, membro do Instituto Paulo Freire, de nome Afonso Scocuglia. Quem não conhece essa história, não acredita!
Essa é a opinião de um simples professor de História, das redes municipais de Bayeux e Sta. Rita - possuidor de um simples diploma de graduação em Licenciatura em História pela UFPB - com muito orgulho, por sinal -. Não costumo trocar minha simples graduação por alguns títulos portentosos de alguns "mestres" e/ou "doutores".  

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Entre o imoral e a marginalidade: militantes do PSOL e do PT de Bayeux/PB se envolvem em escândalo de grande proporção!

A cidade de Bayeux, situada na Grande João Pessoa, amanheceu no dia 05 de janeiro deste ano, com uma bomba política envolvendo duas figuras políticas da esquerda da cidade. Uma delas é o conselheiro tutelar Tony Cultura, do PSOL; a outra personagem da história é o vereador do PT, Nino (conhecido como Nino do PT). 
Tony Cultura foi preso em flagrante, junto com outro conselheiro tutelar, acusado de tentar extorquir cerca de R$ 6.000 (seis mil reais) do vereador petista por este ter um relacionamento com uma jovem de 15 anos, segundo este, consentido pela família desta. O vereador, junto com a PM da cidade, armou uma situação onde na hora em que o vereador efetuou o pagamento da propina aos conselheiros na sua residência, os policiais apareceram e efetuaram a prisão destes em flagrante delito.
Evidentemente, como se tratam de duas figuras públicas na cidade, não se comenta outra coisa no município. Mas este caso envolve outra questão.
PSOL e PT são partidos de esquerda, pelo menos assim se consideram e assim são vistos pela população. Assim, devem - ao menos, deveriam -, ter alguns parâmetros éticos a serem seguidos pelos seus militantes.
Na matéria que foi ao na TV Cabo Branco, afiliada da Globo na Paraíba, o delegado da Infância e Juventude afirmou que o relacionamento do vereador Nino do PT com a jovem de 15 anos não se configura como prática de pedofilia por este ser consentido pela família da mesma. Nino também afirma, em seu depoimento prestado à Comissão Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, sempre há um membro da família a acompanhar as saídas dele com a jovem. Mas esta não é a questão. Do ponto de vista legal, Nino, pode não haver nenhum problema. Mas do ponto de vista ético existem problemas sim. E muitos. Nós somos figuras públicas e como tais devemos ter um comportamento exemplar. Não podemos nem devemos ter condutas que coloquem em risco nossa imagem nem tampouco as ideias que defendemos perante a classe que defendemos. A relação que Nino do PT mantém com a jovem de 15 anos pode realmente não ter nada a ver com pedofilia, mas daí que se consiga convencer alguém do povo disso...
Já Tony Cultura foi irresponsável ao extremo, para dizer o mínimo. Conselheiro tutelar da cidade, segundo ele, era conhecedor de uma denúncia de que o vereador Nino do PT era pedófilo. E aí, o que faz o nosso grande conselheiro tutelar? Em vez de apurar os fatos e, em se comprovando a denúncia, oferecer esta ao Ministério Público, não, ele tenta extorquir dinheiro do vereador petista. Incorre aí em dois erros gravíssimos: 1º) pratica o crime da extorsão; e 2º) sabedor de um crime (segundo ele declara à imprensa, Nino seria pedófilo), ele tenta em troca de dinheiro ocultar esse suposto crime. Com essa prisão, não apenas a carreira política de Tony Cultura está acabada, mas sua própria vida pessoal e, por tabela, a imagem do PSOL na cidade de Bayeux fica profundamente arranhada, difícil de se recuperar nos próximos anos.
Este episódio é muito triste pois mostra o mar de lama da degeneração política que um setor da esquerda brasileira mergulhou. Infelizmente, isso resvala na esquerda como um todo. Isso é o pior de tudo. 
Mesmo que a relação afetiva de Nino do PT não seja pedófila (consentida pela família, como ele repete várias vezes),  do ponto de vista da ética militante é profundamente questionável por conta de todos os parâmetros que um militante de esquerda deve - ou pelo menos deveria - seguir na sua conduta de vida. A prática de Tony Cultura, enquanto militante do PSOL, nem se fala. Não há palavras para descrever tal atitude. Envergonha completamente a todos/as que possuem uma história militante e que conhecem um mínimo da história da esquerda brasileira e mundial.