Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cuba hoje: socialista, comunista, em processo de restauração capitalista ou já capitalista???




Há pouco mais de uma semana, a esquerda brasileira e mundial debate, em seus vários agrupamentos, os acontecimentos registrados em Cuba no domingo, 11/07, quando houve um levante popular nas ruas de San Antonio de los Baños, espalhando-se tais mobilizações pela ilha como um todo, aonde trabalhadores/as cubanos/as foram às ruas protestar contra o governo. "A fome, o desemprego, o desabastecimento, a incapacidade do sistema de saúde para controlar a pandemia do coronavírus e, como se não bastasse, a repulsa à ditadura de uma oligarquia concentrada na alta cúpula do Partido Comunista de Cuba -PCC -, o único permitido no país, e das forças armadas" (https://www.pstu.org.br/lit-qi-todo-apoio-a-luta-do-povo-cubano/). Este é o caldeirão que serviu de base para os protestos populares em Cuba recentemente.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, como a burocracia castrista que governa Cuba desde 1959, foi logo afirmando que os manifestantes de 11/07 eram "mercenários" contratados pelo imperialismo norte-americano para, com isso, desestabilizar o regime cubano e derrotar o socialismo na ilha. Discurso imediatamente "comprado" por boa parte da esquerda brasileira e mundial, especialmente os setores reformistas e stalinistas.

Passada uma semana dos protestos populares na ilha, seguida de uma manifestação pró-governo cubano realizada neste sábado, 17/07, organizada pelo próprio governo e o PCC, com Díaz-Canel e Raúl Castro à frente da mobilização, persistem algumas impressões e perguntas sobre o que se passa em Cuba e, principalmente, sobre o caráter do Estado cubano atualmente.

No artigo anterior sobre isso, afirmamos - com base em artigo de Martin Hernandez, da LIT-QI, republicado no site do PSTU (https://www.pstu.org.br/cuba-da-revolucao-a-restauracao-2/) - após os acontecimentos de 11/07, que "(...) A burocracia castrista, em nome da "Revolução Cubana" - como costuma fazer toda burocracia, na defesa de seus interesses em defesa do "povo" - acabou com os três pilares básicos da economia socialista em Cuba, herança da Revolução Cubana de 1959, quais sejam: 1) a propriedade estatal dos meios de produção; 2) o planejamento econômico central de tudo que era produzido na ilha; e 3) o monopólio do comércio exterior (...)". Isso deixa claro para quem quiser ver que a burocracia castrista começou, ainda nos anos 90 do século passado, a destruir a Revolução Cubana em nome do "povo" de seu país e do socialismo.

Defendemos que o socialismo, seja na ex-URSS, em Cuba ou qualquer outro país,  se caracteriza pela condição de disponibilizar à classe trabalhadora todas as liberdades democráticas que defendemos ser necessárias suas existências em uma sociedade como a brasileira, atualmente governada por um genocida como Bolsonaro. Dentre estas liberdades democráticas, está desde a condição de criticarmos nossos governantes - como fazemos com Bolsonaro, por exemplo -, o regime político e econômico que temos no Brasil (que explora e oprime nossa classe cotidianamente), além de outros direitos, como de reunião, de ir e vir, dentre outras. Liberdades democráticas previstas na Constituição Federal, a maior lei burguesa que temos atualmente.

É importante neste debate relembrarmos o que foi a Revolução Russa nos seus primeiros 7 anos, no que diz respeito às liberdades democráticas. Com certeza, até hoje não existiu nenhum governo capitalista, a partir da principal potência imperialista - EUA - que garantiram à classe trabalhadora de seu país liberdades democráticas como foram asseguradas pelos bolcheviques no país dos sovietes.

Pra começar, eram nos sovietes (conselho que efetivamente governava a Rússia, formada por operários, camponeses e soldados) que se debatiam, cotidianamente, os graves problemas que o país enfrentava naquele momento, como "a economia do país, a paz e a guerra que enfrentavam na época" (https://www.pstu.org.br/para-mudar-o-mundo-e-necessario-lutar-pelo-socialismo/).

As liberdades democráticas na Rússia dos sovietes não se restringiam a isso. Foram garantidas, no período acima citado, que os mandatos dos representantes nos sovietes fossem revogados a qualquer momento e, neste sentido, os cargos públicos eram eleitos e seus salários não podiam ser maiores do que o de um operário médio. A ampla democracia para a classe trabalhadora foi assegurada, existindo vários partidos  políticos atuando no interior dos sovietes, além dos bolcheviques. Haviam também os mencheviques e socialista revolucionários. Isso modificou-se quando estes passaram a apoiar a contrarrevolução organizada pela burguesia europeia, especialmente, com o claro objetivo de derrotar a Revolução Russa. 

Neste breve período de existência das liberdades democráticas na Rússia dos sovietes, este regime combateu a opressão existente na sociedade. Garantiu-se às mulheres "o direito ao divórcio, ao aborto e salário igual destas em relação aos homens" (idem). Foi garantido também a existência de restaurantes, creches e lavanderias comunitárias, que passaram a atacar diretamente o trabalho doméstico, culturalmente reinante no país até então. Leis contra homossexuais foram abolidas e o casamento de pessoas do mesmo sexo foi assegurados nas cortes soviéticas. Outro fator de extrema importância na Rússia neste momento, foi a definição sobre a questão das nacionalidades, que os bolcheviques transformaram em uma união livre, a URSS.

Infelizmente, tudo isso começou a desaparecer, uma a uma, no período stalinista que se seguiu na Rússia após este breve período de 7 anos. Daí, afirmamos que socialismo não tem nada a ver com stalinismo. São coisas totalmente diferentes, apesar da burocracia stalinista buscar estabelecer um sinal de igualdade entre os dois. Isso inclui a burocracia castrista em Cuba.

Portanto, socialismo para nós deve ser a junção das liberdades democráticas à classe trabalhadora + os princípios da economia socialista aqui elencados. Tais elementos não existem mais em Cuba há anos, diria décadas.

Assim, perguntamos aos/às companheiros/as que atuam nas várias organizações de esquerda em nosso país sobre o que está ocorrendo em Cuba neste momento: vc defende um regime de partido único??? Vc defende um regime aonde as opiniões divergentes da linha oficial são proibidas de serem conhecidas, publicizadas??? Vc defende um regime que oprime setores como LGBTs, por exemplo??? Vc defende um regime que cerceia as liberdades democráticas??? Essas e outras questões acontecem em Cuba há muitos anos. Fazemos isso sem nenhuma provocação ou calúnias e mentiras feitas contra nós no último período por termos esta visão acerca do que se passa em Cuba.

Assim, ao contrário de muitos/as companheiros/as que lutam cotidianamente por uma sociedade melhor, mais justa, sem exploração e opressão, queremos dizer que, em Cuba, não há mais "socialismo", muito menos "comunismo" ou um "regime em processo de restauração capitalista", como chegam a classificar algumas correntes trotsquistas, que reivindicam a 4ª Internacional. Temos uma outra caracterização sobre o que é Cuba atualmente Para nós, infelizmente, o capitalismo já foi restaurado na ilha caribenha. Afirmamos isso com muita tristeza, pois o sonho acalentado pelos revolucionários da Sierra Maestra antes mesmo da derrubada do ditador Fulgêncio Batista e, principalmente, após a vitória da Revolução Cubana, foi imenso em toda a América Latina e transformou personagens deste processo revolucionário como ícones da esquerda brasileira e mundial, como Fidel Castro e , especialmente, Che Guevara. Porém, isso hoje (e já fazem alguns anos), a burocracia castristas destruiu tudo isso. Atualmente, a principal função da classe trabalhadora e juventude cubanas é construir uma nova revolução socialista, que devolva o poder aos/as trabalhadores/as cubanos/as, através de suas organizações de classe, com liberdades democráticas garantidas ao povo cubano e a retomada da economia socialista na ilha!!!


TODO APOIO À LUTA DO POVO CUBANO!!!

VIVA AS CONQUISTAS DA

 REVOLUÇÃO CUBANA!!!

POR UMA NOVA REVOLUÇÃO SOCIALISTA COM GOVERNO DOS TRABALHADORES!!!



quarta-feira, 14 de julho de 2021

A defesa da Revolução Cubana, suas conquistas e da luta do povo cubano e contra a burocracia castrista!!!



O Brasil e o mundo, e a esquerda consequentemente, tem acompanhado (com certa surpresa), os protestos que vem ocorrendo em Cuba, especialmente desde o último domingo, 11/07, iniciado no interior da ilha, mas chegando até à capital, Havana. tais protestos, naturalmente, vem provocando vários debates acerca da natureza destes e também, sobre o caráter do governo cubano e, também, acerca das características atuais da Revolução Cubana e de seu governo, instalada na ilha caribenha desde janeiro de 1959 e que provoca, desde esta época acalorados debates, seja na esquerda como na direita, por diferentes razões, políticas e ideológicas.

O governo norte-americano de Biden apressou-se em afirmar que seu governo estava "ao lado do povo cubano e de seu clamor por liberdade e alívio das trágicas consequências da pandemia e das décadas de repressão e sofrimento econômico a que tem sido submetido pelo regime autoritário de Cuba", disse o presidente Democrata dos EUA, cujas palavras poderiam ter sido ditas também por seu antecessor, o Republicano Trump. Depois, falaremos mais sobre Biden e suas palavras.

O presidente Bolsonaro, parafraseando Biden, criticou a repressão ocorrida nos protestos em Cuba. Segundo estes, os manifestantes cubanos foram recebidos com "borrachada, pancada e prisão". Bela crítica de quem defende a tortura e um dos maiores torturadores da Ditadura Militar no Brasil, Brilhante Ustra. Enfim,,,,,

Sobre as considerações do presidente norte-americano Joe Biden, não custa lembrar que o "sofrimento econômico" que Cuba passa nos dias atuais já dura pelo menos 60 anos, quando o ex-presidente John Kennedy - também Democrata - decretou o bloqueio econômico sobre a ilha, após uma tentativa fracassada de invadir Cuba em 1961, conhecida como a "invasão da Baía dos Porcos". Este bloqueio econômico, repudiada por vários países na ONU, seguidamente desde 1992, continua sendo aplicada pelos EUA e reforçada pelo governo norte-americano em plena pandemia do coronavírus, na era Trump, quando este aplicou 243 medidas contra Cuba, ampliando o bloqueio econômico que atinge o país há décadas. Portanto, tal "sofrimento econômico" pelo qual passa o povo cubano tem o dedo do governo dos EUA e Biden, apesar de seu discurso bonito, mantém esta postura do imperialismo americano em relação a Cuba

Apoiar Cuba e não apoiar nenhuma concessão ao imperialismo não significa, de forma alguma, dar representações aos protestos que ocorrem atualmente na ilha caribenha como sendo de "influência norte-americana", como querem fazer crer setores stalinistas, que continuam existindo em nossos dias e que continuam a acreditar (e querem fazer crer) que Cuba, China, Vietnã, Coréia do Norte, Venezuela e similares são "socialistas" ou até mesmo, "comunistas".

Defendemos as conquistas da Revolução Cubana e, por conta desta defesa e destas conquistas, obtidas com sangue e suor do povo cubano, defendemos uma nova revolução socialista naquele país. Que se derrube a burocracia castrista instalada na ilha e devolva-se o poder ao povo cubano, através de suas organizações, com os princípios da economia socialista (que já foram há muito extintos pela burocracia castrista, com apoio do PC cubano) e com o exercício da democracia operária, inexistente há décadas em Cuba!!!

De que princípios da economia socialista estamos falando e que precisam ser resgatados???

A burocracia castrista, em nome da "Revolução Cubana" - como costuma fazer toda burocracia, na defesa de seus interesses em defesa do "povo" - acabou com os três pilares básicos da economia socialista em Cuba, herança da Revolução Cubana de 1959, quais sejam: 1) a propriedade estatal dos meios de produção; 2) o planejamento econômico central de tudo que era produzido na ilha; e 3) o monopólio exterior do comércio. Isso se cristalizou em 1990, seguindo o que já havia ocorrido na China em 1978 e após a dissolução da URSS, a Junta Central de Planificação (que dirigia a planificação da economia cubana), foi dissolvida. Após isso, veio a "pá de cal": em setembro de 1995, a Assembleia Nacional, organizada pelo PC Cubano, aprovou a "Lei de Inversões Estrangeiras". Esta lei destruiu o antigo pilar econômico da economia socialista em Cuba, que ainda se mantinha - da propriedade estatal dos meios de produção -. As empresas estatais começaram a ser privatizadas, não em base a um capital nacional, mas através do investimento do capital europeu, prioritariamente, fazendo com que Cuba tenha hoje (e isso faz anos, apesar do embargo econômico norte-americano) grandes parceiros na economia mundial, como Espanha, Canadá, Itália, França e Reino Unido. Tudo isso apoiado por diversos setores da "esquerda" brasileira e mundial, com o discurso de que Cuba estava se "modernizando e avançando na construção do socialismo". Sinceramente...........

Repetindo: defendemos a Revolução Cubana, suas conquistas e somos contra o bloqueio econômico feito pelos EUA contra a ilha há 60 anos!!!

Em nenhum momento, isso justifica o cerceamento das liberdades democráticas feita pela burocracia castrista ao povo cubano, o fim da democracia operária no país há décadas e a extinção de princípios fundamentais da economia socialista em Cuba, aprovadas pelo PC cubano que, junto com o bloqueio econômico dos EUA, ajudaram sobremaneira o processo de restauração capitalista na ilha, iniciada nos anos 90, já praticamente concluída, com expressiva participação do capital europeu na economia cubana, e até mesmo de setores do capital norte-americano em vários elementos da economia cubana.

Lamentavelmente, mas explicável pelo seu perfil reformista, Frei Betto (em nota publicada nas redes sociais) faz coro com o discurso stalinista de que os protestos em Cuba possui a orientação imperialista. Segue a linha do discurso da burocracia castrista de defender seus interesses, com o argumento da "defesa da Revolução Cubana" (como costuma fazer toda burocracia) - assim também fazia Stalin e sua camarilha na antiga URSS -, usando o bloqueio econômico feito pelos EUA há 60 anos contra a ilha para justificar as medidas da restauração capitalista em Cuba e os ataques às liberdades democráticas contra o povo cubano e ao socialismo. Revoltante a atitude da burocracia castrista (encabeçada hoje por Miguel Díaz-Canel) e o apoio dos setores ditos de "esquerda" no Brasil e no mundo à tal política!!!

Portanto, a tarefa atual dos revolucionários é defender a organização das massas cubanas na perspectiva de construir uma alternativa socialista para derrubar a burocracia castrista encastelada no poder na ilha e reconstruir a Revolução Cubana, renovando os princípios da economia socialista e reafirmando a democracia operária, para que a classe trabalhadora e a juventude cubanas possam, efetivamente, lutar e vencer o imperialismo!!!


TODO APOIO À LUTA DO POVO CUBANO!!!

VIVA AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO CUBANA!!!

terça-feira, 13 de julho de 2021

A Conmebol, a Libertadores 2021 e a Covid 19





A Conmebol - Confederação Sul-Americana de Futebol -, após liberar em comum acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, a presença de público para a final da "Cova América", ocorrida no último sábado, 10/07, no Maracanã, mesmo tendo passado por cima do governo Bolsonaro e da CBF após acordo celebrado com ambos para que a competição ocorresse no Brasil em plena pandemia do coronavírus, decidiu que as partidas da Libertadores 2021, a partir das oitavas de final, que começam nesta terça-feira, 13/07, com três partidas (duas em Buenos Aires, na Argentina, e uma em Assunção, no Paraguai), possam ocorrer também com presença de público, desde que autorizadas pelas autoridades locais. Segundo comunicado da Conmebol, o "retorno gradual do público é essencial para o desenvolvimento do futebol sul-americano". Seguindo os protocolos definidos pelas autoridades sanitárias de cada país, completa a entidade maior do futebol do continente.

Ninguém duvida com a afirmação dos dirigentes da Conmebol de que o "retorno gradual do público é essencial para o desenvolvimento do futebol sul-americano" esteja correta. Porém, neste momento em que os números da Covid-19 nos países que participam da Libertadores da América se apresentam colocam em risco a continuidade da competição, quanto mais a presença de público nos estádios para assistir aos jogos. Não podemos nos esquecer dos recentes episódios que verificamos no Maracanã, durante a final da "Cova América", quando a mesma Conmebol, junto com a Prefeitura do Rio de Janeiro, do prefeito Eduardo Paes (DEM), liberou o acesso de 10% da capacidade total do estádio para assistir à vitória argentina na partida, cerca de 8 mil pessoas. Na entrada da partida, nos portões do Maracanã, assistiu-se uma verdadeira aglomeração e, dentro e fora do estádio, o que mais se viu foram pessoas sem o uso de máscara. A Conmebol e autoridades dos 5 países que terão jogos nestas oitavas de final da Libertadores (Brasil, Argentina, Paraguai, Chile e Equador) garantem que isso não ocorrerá em nenhum dos jogos que serão disputados??? Ganha um doce quem afirmar, com exata certeza, que sim!!!

A Covid-19 continua fazendo suas vítimas pelo mundo há mais de um ano e, na América Latina e do Sul, o quadro não é diferente. Nos países acima citados em que ocorrerão jogos da Libertadores a partir desta terça-feira, 13/07, a pandemia do coronavírus continua produzindo muita dor e sofrimento para milhares de famílias. Não é à toa que, na Argentina, um dos países que possui 5 representantes nesta fase da competição (Boca Juniors, Racing, Defensa y Justicia, Vélez Sarsfield e River Plate), a doença já vitimou quase 100 mil mortes, tendo feito com que o governo local dissesse NÃO à realização da recente Copa América em seu país, junto com a Colômbia, justamente pelo aumento da doença no território argentino. Casos semelhantes ocorrem nos outros 4 países que também tem representantes na Libertadores. 

O Paraguai, que possui dois representantes (Olímpia e Cerro Porteño), tem até o momento, pouco mais de 14 mil mortos. O Equador, que possui o Barcelona de Guayaquil como seu representante, tem cerca de 22 mil mortes provocada pela Covid-19. Não nos esqueçamos que este país andino enfrentou uma triste realidade de enfrentamento com a doença no início desta, com centenas de mortos, alguns espalhados pelas ruas de suas principais cidades

O Chile, que tem o Universidad Católica como seu representante nas oitavas de final da Libertadores, tem pouco mais de 34 mil mortos em seu país e enfrenta, há meses, uma revolta muito grande de seu povo com os destinos traçados pelo governo Piñera com os rumos deste em relação ao futuro do país, inclusive na pandemia do coronavírus.

Guardadas as devidas proporções, a situação não é muito diferente (do ponto de vista político), do governo Bolsonaro no Brasil, quando olhamos para o governo Piñera. Este também enfrenta uma grave crise política durante a pandemia do coronavírus, tendo constantes mobilizações nas ruas pedindo "FORA BOLSONARO" e mais de 100 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados, que só não vão à frente por conta da atuação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL), um dos líderes do "Centrão" e, até agora, aliado de Bolsonaro. Mas, a Covid-19 tem cobrado a fatura no governo Bolsonaro e esta é, de longe, um dos maiores problemas de seu governo, senão o maior. Até agora, a Covid-19 já matou mais de 530 mil pessoas no país, sendo o Brasil o 2º país no mundo em que mais pessoas morreram desta doença, perdendo apenas para os EUA.

Contabilizando-se os números atuais, temos apenas entre os 5 países que estão com clubes disputando a Libertadores, cerca de 700.000 mortos. Apesar disso, a Conmebol ignora tais números e decide priorizar o lucro e não a VIDA. Assim pensam os "cartolas" do futebol sul-americano, em parceria com os demais dirigentes dos clubes que, falaciosamente, usam o discurso do "resgate" do futebol sul-americano para justificar o sacrifício de milhares de pessoas dentro e fora dos estádios de toda a América do Sul por conta de um punhado de dólares. Tal qual fez o diretor do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro que, por conta de US$ 1, vendeu a vida de milhões de brasileiros/as por uma vacina contra a Covid-19.

Sentir asco e nojo dos dirigentes da Conmebol é pouco para expressar o que sentimos diante de um fato como este. Em nada isso está relacionado à paixão futebolística que temos pelo clube que torcemos, apenas ao sentimento de repulsa que os "cartolas" da Conmebol e do futebol sul-americano merecem ter de cada um de nós merecem ter por eles.