Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A culpa é da bola!


Os jogadores da era Dunga no comando técnico da Seleção Brasileira já descobriram quem pode eliminar a pentacampeã mundial da possibilidade de conquistar o sonhado hexa. E não se trata de nenhuma grande seleção mundial, tipo Argentina, Alemanha, Inglaterra, França, Uruguai, Itália, Holanda ou semelhantes, mas sim a bola. Pois é, a bola é a culpada desde já pelo provável insucesso da equipe canarinha em terras africanas.

Quem começou com as críticas à bola da Copa 2010 foi o goleiro Júlio César, seguido depois por Luís Fabiano e Júlio Baptista. Críticas que apenas saíram da concentração da Seleção Brasileira, em Johanesburgo. Nenhuma outra seleção que já chegou à África do Sul fez qualquer menção sobre este assunto. E mesmo que faça, isto é inaceitável.

Jogadores como os da Seleção Brasileira são, na arena do futebol mundial, astros de primeira grandeza. E jogadores desse naipe, que ganham milhões de dólares por ano, que gozam de regalias em seus clubes - a maioria, europeus - e também na Seleção, especialmente em época de Copa do Mundo, quando dão declarações como essas dadas por Júlio César, Luís Fabiano e Júlio Baptista soam como indecentes, imorais e, sobretudo, desprovida de qualquer sentido.

Pois não é preciso ter mais do que dois neurônios para se saber que a Jabulani - a bola da Copa 2010 - não será exclusiva aos jogadores brasileiros, portanto, o que resta aos três brasileiros e ao restante do grupo escolhido por Dunga é falar menos e jogar mais. Aliás, em futebol esta sempre foi uma boa receita para um grupo vencedor.

Porém, como diria o velho e bom Marx, é preciso sair da aparência das coisas e ir até a sua essência. As críticas de Júlio César, Luís Fabiano e Júlio Baptista não são à toa, não surgiram do nada, têm uma razão de ser. Por trás delas, está a disputa milionária entre as duas gigantes de materiais esportivos em todo o planeta, Nike e Adidas, esta última patrocinadora oficial de mais uma Copa do Mundo e fabricante da bola da Copa - mais uma, desde 1970 -. Para se ter uma noção do que representa esta disputa entre estas gigantes do mercado esportivo, das 32 seleções que disputarão o 1º mundial de futebol em terras africanas, nada menos do que 22 desfilarão com uma das duas marcas, sendo 12 com a Adidas e 10 com a Nike. Portanto, a fala dos três jogadores brasileiros não se trata apenas de uma reclamação esportiva, mas sobretudo mercantilista. Traduz uma disputa milionária por trás delas.
Tanto isso é verdade que foram buscar as primeiras críticas à bola fabricada pela Adidas na concentração da seleção pentacampeã mundial. Nada melhor para dar credibilidade ás críticas, concordam comigo? Em seguidam, pegaram como "boi de piranha" Júlio César, um dos três melhores goleiros do mundo na atualidade (para mim, independente do desempenho do Brasil nesta Copa, é o melhor do mundo sem nenhuma dúvida); no rastro dele, vieram os os outros dois, todos sem distinção garotos-propaganda da Nike. Para não dizer que estou exagerando, será que alguém poderia me responder porquê até a presente data Kaká não se meteu nesta polêmica? A resposta é simples: ele não é garoto-propaganda da Nike! Assim como não veremos nenhum jogador da Argentina ou da Alemanha dar nenhuma declaração dste tipo, pois ambas as seleções são patrocinadas pela Adidas. Ou seja, a Copa do Mundo já começou, seja bem vindo a ela!!!


domingo, 30 de maio de 2010

O PT de pires na mão!


O PT paraibano vive há muitos anos uma situação lastimável. Principalmente quando se olha pro seu passado histórico. Este partido nasceu nos anos 80 do século passado não apenas para defender os interesses da classe trabalhadora paraibana e brasileira, mas também para combater o poder político e econômico das oligarquias de nosso Estado, que há séculos se revezam no poder, tratando o povo pobre, trabalhador e honesto como massa de manobra e de forma opressiva.

Porém, o que temos assistido a partir da última década do século XX, é uma guinada vertiginosa e progressiva do PT/PB em direção a estas oligarquias que antes eram combatidas. Tudo em nome de uma política ampla de alianças que precisa ser construída para se conseguir alcançar melhores e maiores conquistas para a classe. Assim, os antigos inimigos passam a ser adversários de ocasião que podem, dependendo das circunstâncias, tornarem-se aliados.

Este processo de degeneração do PT local acompanhou par e passo o processo degenerativo do PT nacional, que no mesmo período abandonava paulatinamente os postulados da classe trabalhadora, trocando-os por algo mais "moderno", tentando com isso tornar-se mais agradável à classe média e, principalmente, ao grande empresariado nacional e internacional. Tudo feito de forma sincronizada e combinada, nada desigual.

No atual processo eleitoral que estamos começando a viver, o PT paraibano extrapolou tudo aquilo que já vivenciou e demonstrou ao eleitorado de nossa terrinha. Já tinha se colocado há muito tempo como apêndice das oligarquias paraibanas, agora se comporta tal qual um mendigo com um pires na mão implorando, mendigando a vaga de vice-governador na chapa do PMDB. E o pior é que o governador Zé Maranhão parece não dar ouvidos a estes apelos lacrimejantes da direção estadual do PT, pois já cogitou - e continua cogitando - construir uma chapa puro sangue, já sondou gente até da oposição de direita (através da vereadora campinense do PP, Daniela Ribeiro).

Tudo isso depois da própria direção estadual do PT fritar o atual vice-governador Luciano Cartaxo - que é do PT! - e este desistir de manter-se na vaga na próxima eleição e abdicar deste posto para construir sua candidatura à Assembleia Legislativa em outubro próximo. Ou seja, o PT tem um vice-governador, poderia mantê-lo, preferiu perder a chance de tê-lo por mais 4 anos, e agora está de pires na mão, implorando pelos 4 cantos ao atual dono da cadeira mais cobiçada do Estado por uma vaga que era sua.

Alguém acredita que este choro do PT vai dar algum resultado positivo? Joguem suas fichas, por favor. Se quiserem um palpite, aí vai um. Acredito que Maranhão vai acabar cedendo, não pela choradeira do PT, mas por dois fatores: pela amizade que tem com Lula - e vai chegar o momento que Lula vai interceder, não tenho dúvidas disso -; e por causa da questão nacional da aliança construída para a disputa pela Presidência. Isso sim pode determinar as coisas pró-PT paraibano, e não o seu chororô.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A farra da Copa 2014 já começou!!!

Essa matéria eu colhi no site www.congressoemfoco.uol.com.br e mostra bem que a farra com nosso dinheiro já começou quando o assunto é Copa do Mundo de 2014. E olha que nem começou a de 2010!!! O pior de tudo isso é ver o Lula, na maior cara dura, afirmar que vai vetar o reajuste de 7,7% dos aposentados e o fim do fator previdenciário porque isso quebra as contas públicas do país, enquanto isso daí não.

Leiam, analisem e tirem suas conclusões!

Um grande abraço!

Antonio Radical

Receita renuncia a R$ 900 milhões para a Fifa

Divulgação
Previsão era de que renúncia fiscal, exigida por entidade para realização da Copa no país, fosse de R$ 500 milhões

Mário Coelho

O governo federal encaminhou o projeto de isenção fiscal da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para o Congresso. A proposta fará o país deixar de arrecadar, segundo novos números apresentados, R$ 900 milhões em impostos federais. Em compensação, a expectativa do governo é que R$ 10 bilhões entrem nos cofres da União com a realização da Copa do Mundo de 2014.

O governo também decidiu regulamentar a isenção, por parte dos municípios e do DF, de pagamento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) pela entidade.

As mensagens do presidente Lula informando o envio dos projetos foram publicadas na edição dessa quinta-feira (27) do Diário Oficial da União (DOU). As matérias mal chegaram e já foram alvo de uma audiência pública para debater a isenção da Fifa. Ontem, a Subcomissão da Copa do Mundo de 2014 organizou um debate com representantes da Receita Federal. Deles, os deputados ouviram que a estimativa é que o Brasil deixe de arrecadar R$ 900 milhões entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015. Na semana passada, o ministro do Esporte, Orlando Silva, havia passado outra cifra: R$ 500 milhões.

A mudança nos números ocorreu porque entraram na conta as deduções fiscais das obras nos estádios, estimadas em R$ 340 milhões. Essa não foi a única alteração em uma semana. A expectativa de arrecadação também diminuiu quase pela metade. Dos R$ 16 bilhões projetados pelo ministro do Esporte, agora são R$ 10 bilhões de acordo com técnicos da Receita. O montante que deixará de ser arrecadado corresponde à soma do Imposto de Importação, Imposto de Renda e contribuições sociais que o Brasil não cobrará de fornecedores que atuarão no mundial.

O deputado Silvio Torres (PSDB-SP), presidente da Subcomissão, apontou o risco de atraso nas obras dos estádios, uma vez que a isenção só começa a valer no próximo ano e está condicionada à escolha dos estádios pela Fifa. “Também temos que avaliar se haverá tempo hábil para discutir e votar a proposta”, advertiu. Para ele, a dificuldade maior é a necessidade de aprovar a matéria em ano eleitoral. "Se fosse por medida provisória, seria mais rápido. Agora, um PL normal pode ser votado só ano que vem."

Na audiência pública, de acordo com a Agência Câmara, o coordenador-geral de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli, lembrou que as renúncias atendem a exigências da Fifa para a realização do mundial. Ela está prevista no caderno de encargos assinado pelo Brasil quando o país foi escolhido para sede do mundial. “Há uma cláusula que prevê indenização à Fifa caso as garantias não sejam cumpridas”, explicou Mombelli.

O Congresso em Foco mostrou, em outubro do ano passado, que o projeto deixou as pastas da Fazenda e do Esporte numa bola dividida. As exigências para o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 inclue uma série pré-requisitos técnicos, de infra-estrutura e logística a serem apresentados à Fifa. À isenção tributária, somam-se outras obrigações, como a necessidade da realização de reformas em estádios, melhoria da mobilidade urbana e aumento de oferta por parte do setor hoteleiro.

O Ministério da Fazenda, preocupado com as receitas que o país pode perder, não queria ceder a todos os pedidos. Por isso, a pasta quis saber o que aconteceu nas copas anteriores. A Receita Federal chegou a fazer um estudo do que ocorreu na Alemanha. Técnicos do órgão viajaram à Europa para saber como os alemães fizeram. Porém, acabou vencendo a tese de que o Brasil deveria ceder às exigências da entidade e não correr o risco de deixar de ser a sede da Copa.

Ricardo, Zé e os fichas limpas


No último artigo que postei no blog, falava acerca do aliado de primeira hora que Ricardo Coutinho havia arregimentado para sua caminhada rumo ao Palácio da Redenção, envolvido em mais um escândalo nacional, alardeado por toda a mídia deste país, sobre a contratação de duas funcionárias fantasmas de seu gabinete em Brasília. Todos e todas sabem de quem falo, trata-se do senador Efraim Morais (DEM). De lá pra cá, apesar de Efraim desmentir tudo, a coisa só piorou para ele, mais indícios de que a sujeira é grande pros lados de seu gabinete aumentaram, a alta cúpula do DEM em nível nacional começou a se afastar dele, a começar por declarações dadas à imprensa pelo senador Heráclito Fortes (DEM/PI), que criticou a forma como o senador paraibano administra as contratações em seu gabinete. E disparou: "cada gabinete tem seu corpo de funcionários e o senador é responsável direto por eles. Vamos ver qual sistema ele (Efraim) usava. Se tinha ordenador de frequência.", afirmou o 1º Secretário do Senado. O sistema ao qual o senador democrata do Piauí se referia é em relação à forma como o gabinete de Efraim Morais controlava a frequência de seus funcionários em dias de trabalho, porque só alguns estão livres de bater ponto, enquanto a maioria tem que fazer isso.

Embora não acreditemos na seriedade dos que fazem o Congresso Nacional e, principalmente, nas palavras de um correligionário de Efraim Morais, o fato é que o senador saído de Santa Luzia começa a ser fritado dentro de seu próprio partido. Isto porque não é a primeira vez que tais fatos envolvendo seu nome e seu gabinete recheiam as páginas e telas dos principais veículos de comunicação do país, servindo de prato cheio para o discurso da candidatura do governo Lula neste ano - que inclusive, segundo o Datafolha, já empatou com Serra em 37% -.

Porém, o que nos interessa analisar aqui neste momento são duas coisas interessantes derivadas desse fato provocado por Efraim Morais, que se repercutiu em nível nacional, na Paraíba então nem se fala. Caiu como uma bomba no colo da candidatura da oposição de direita ao atual governo - capitaneada pelo ex-alcaide de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB) - e como um troféu, evidentemente, para o governador candidato à reeleição Zé Maranhão.

Desde que explodiu a bomba, durante alguns dias, Ricardo permaneceu mudo, calado, sem dar nenhuma declaração à imprensa sobre o episódio. Citamos isso no nosso post anterior. Porém, foi forçado a dar uma declaração sobre tal fato, em virtude deste não sair mais da mídia por conta principalmente de novos fatos que surgiam a cada dia. E, para espanto de alguns - que ainda se espantam com declarações de Ricardo, não sei até quando - eis que surge o "paladino da ética e da moralidade" defendendo Efraim Morais, afirmando que "Efraim Morais foi muito claro em suas explicações e a nota da sua ex-assessora ratifica mais ainda a sua tese a respeito do assunto. Ela já assumiu a responsabilidade e afirmou que ele não sabia de nada", declarou o "socialista" Ricardo Coutinho. Agora, vem a pergunta, em quem devemos acreditar: em Ricardo, que acredita na versão de uma ex-assessora que diz que Efraim não sabia de nada ou na palavra do 1º Secretário do Senado, do mesmo partido de Efraim, que afirmou que a responsabilidade do que ocorre com cada funcionário no gabinete do senador é do senador? Essa declaração foi dada por Ricardo no portal de notícias PBAgora (http://www.pbagora,.com.br/), no dia 25 de maio. Um dia depois, noutro portal, surgiu outra notícia bem interessante, que tb tem a ver com esse caso dos funcionários fantasmas.

Dessa vez, a notícia saiu no portal PoliticaPB (http://www.politica.com.br/) no dia 26/05 e dava conta de o atual governador candidato à reeleição, Zé Maranhão (PMDB) pedia à Justiça Eleitoral da Paraíba um levantamento rigoroso dos "fichas sujas" da política paraibana e, assim, que esta proibisse que estes não participem da eleição deste ano, se baseando para isso na aprovação do Projeto Ficha Limpa recentemente pelo Congresso Nacional. Ora, como se já não bastasse a limitação da própria lei aprovada pelo Congresso (trataremos disso em outro post), o que o governador candidato deseja é que a Justiça Eleitoral extrapole suas funções, agindo além do que determina a lei, o que é um absurdo. Porém, além de tudo isso, Maranhão saiu-se com uma pérola para defender sua tese contra os "fichas sujas" e sua rigorosa fiscalização por parte do TRE local. Disse ele: "eu estou tranquilo porque do nosso lado não tem nenhum político com a ficha suja". Será realmente necessário eu fazer algum comentário sobre esta frase, companheiros e companheiras?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quem tem um aliado desses não precisa de inimigo


Já diz o povo na sua sabedoria que parente não se escolhe, mas amigos sim. Em se tratando de política, é fundamental saber escolher bem seus aliados. Do contrário, o tiro pode sair pela culatra. É o que pode estar acontecendo no bunker da candidatura do "socialista" Ricardo Coutinho, que escolheu como um de seus preferenciais aliados na disputa eleitoral deste ano o senador e presidente estadual do Democratas, Efraim Morais.

Este senhor poderia perfeitamente passar a ser chamado a partir de agora de "Sr. Escândalo", tal a facilidade com que se envolve em casos dessa envergadura. De forma recorrente, a mídia nacional tem colocado o senador do Alto Sertão paraibano em destaque quando o assunto é escândalo envolvendo algum tipo de suposta maracutaia. Efraim Morais já foi acusado de prática de nepotismo, licitações irregulares quando estava à frente da 1ª Secretaria do Senado Federal, recentemente a revista "Veja" revelou que em seu gabinete estavam lotados 76 funcionários (58 em Brasília e 18 em João Pessoa, sendo que deste montante apenas 9 eram servidores do quadro efetivo do Senado), e esta semana o Jornal Nacional, da Rede Globo, revelou em matéria nacional duas funcionárias fantasmas contratadas pelo gabinete do senador paraibano. As duas irmãs ao descobrirem a trama tomaram a iniciativa de denunciar à Polícia Civil do DF o ocorrido. Segundo o JN, ao ser procurado, o senador não quis se pronunciar sobre o ocorrido. Tudo isso ocorreu na quarta-feira, 18/05/10.

No dia seguinte, 19/05/10, vem a explicação de Efraim Morais e o anúncio de uma medida. A explicação: ele não sabia de nada! Qualquer semelhança com a fala de Lula no caso do mensalão não é mera coincidência. A medida: mandou demitir as três "envolvidas" no caso - as duas funcionárias fantasmas e a que as contratou, de nome Mônica Bicalho, que já trabalhava no gabinete do senador paraibano.

Efraim tenta, com isso, remediar sua imagem perante a opinião pública. Mas isso não adianta. Primeiro, que nem uma criança de 7 anos de idade acredita na versão contada pelo mesmo de que ele não sabia das contratações. Ora, afinal de contas, quem é que contrata alguém para o gabinete de um senador da República senão o próprio senador? A quem Efraim Morais pretende enganar? Ou será que ele pensa que todos os paraibanos e paraibanas são idiotas para acreditar numa conversinha de Trancoso dessas?

Como é do seu feitio, Ricardo Coutinho está calado. Mas com certeza já deve ter passado algum recado diretamente ao seu agora grande aliado Efraim Morais. Com certeza, Ricardo não deve estar contente com esses acontecimentos e sabe que isso repercutirá negativamente na sua campanha. Afinal de contas, Ricardo construiu sua imagem como um político sério e honesto e tais acontecimentos protagonizados por um de seus principais aliados o fazem ficar sem argumentos para explicar a aliança que está sendo costurada.

Pelo menos para quem tem um pouquinho de ética e caráter.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O espólio de Cícero Lucena

Toda a Paraíba acompanhou a renúncia do senador tucano Cícero Lucena de sua candidatura ao governo do Estado da Paraíba, feita em pronunciamento do alto da tribuna do Senado Federal, em Brasília. Um discurso recheado de mágoas e ressentimentos. De imediato, começaram a surgir rumores de para onde iriam os votos do ex-governador e ex-prefeito da capital, atual presidente estadual do PSDB. Todos os analistas políticos da terrinha - pelos menos a maioria - tinham como certa que os aliados de Cícero iriam rumar para a candidatura do atual governador Zé Maranhão (PMDB). Nada mais certo do que dois mais dois são quatro. Afinal, Cícero pode até não anunciar sua disposição em apoiar o peemedebista, mas com certeza deverá liberar seus aliados para tal. E seus motivos serão os mesmos de Cássio quando este decide apoiar Ricardo Coutinho. Derrotar seu principal adversário na política local e, ao mesmo tempo, preparar o terreno para as próximas eleições.
Todos os sites de notícias e jornais paraibanos estamparam em suas capas a visita feita por três vereadores da capital - Hervázio Bezerra, Marcus Vinícius e Luís Flávio - e mais o deputado estadual, Fabiano Lucena (todos do PSDB), acompanhado dos irmãos de Cícero, Pedro e Paulo Lucena, ao governador Zè Maranhão para anunciar o apoio destes à sua reeleição. É o início da operação do bloco cicerista no PSDB para responder ao esquema montado pelo ex-governador Cássio de apoio ao ex-prefeito Ricardo Coutinho. Só em junho, na convenção do PSDB, veremos como isso vai acabar.
O mais interessante de tudo isso é que, para variar, isso ocorre ao largo da classe trabalhadora, que fica apenas observando tudo isso. Por que afinal de contas, para esses senhores da política dominante, os trabalhadores e trabalhadoras são apenas "massa de manobra", "curral eleitoral", para se pedir o voto na hora da campanha e só após 4 anos voltar no seu local de moradia e fazer mais promessas mentirosas e mais propagandas enganosas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O nascimento de um craque

02 de maio de 2010. Gravem bem esta data. Quem viu, viu; quem não viu, perdeu uma grande oportunidade de assistir ao nascimento de um Craque com C maiúsculo.
Final do Paulistão 2010 entre Santos e Santo André, o Santos com 8 jogadores em campo e perdendo por 3 a 2 para um Santo André com 9 em campo e apertando o alvinegro praiano, buscando o gol que lhe daria o título inédito.
Nesse momento, nasceu o mais novo Craque do futebol brasileiro. Na verdade, ele já despontava há muito tempo, mas ontem ele brilhou intensamente e se revelou em toda sua plenitude, com apenas 20 anos, mas com um futebol de quem já tem muito tempo de estrada.
Seu nome: Paulo Henrique, mas podem chamar de Paulo Henrique Ganso, o novo camisa 10 do Santos. Antes mesmo de entrar em campo, ele já deu uma aula de Craque. Ofereceu a 10 a Giovanni, ídolo recente do Santos que encerraria a carreira ontem e ele, PH Ganso, foi a campo com a 17. E quando o Santos mais precisou de tranquilidade e de alguém para segurar a avidez do Santo André pelo gol que lhe daria o título, surgiu Paulo Henrique Ganso para fazer isso.
Fez isso não com a brutalidade de um Roberto Brum que entrou apenas para dar uma entrada por trás e ser expulso com menos de cinco minutos em campo. Fez isso com a suavidade de um chapéu em cima de jogadores do Santo André na lateral do campo quando estava cercado por estes prendendo a bola para deixar o tempo passar e com isso ajudando o seu Santos a conquistar mais um título paulista, o 18º.
Mas o mais espetacular ainda estava por vir do mais novo gênio criativo do futebol brasileiro e, me arrisco a dizer, do futebol mundial. Em uma bola parada, PH Ganso meteu quase que do meio de campo direto para o gol percebendo o goleiro adversário adiantado, coisa que ninguém no estádio havia se apercebido disso, mas ele com sua incrível visão de jogo, já havia visto muito antes de todo mundo. E o bom goleiro Júlio César quase toma um gol histórico no Pacaembu.
Mas a assinatura do Craque veio no final do jogo, após a expulsão de Roberto Brum. Num lampejo de loucura, o técnico Dorival Júnior ousou querer substituir Paulo Henrique Ganso por um becão para segurar o jogo. Logo ele, que estava garantindo a fúria do Santo André. Foi aí que todo o Pacaembu e todo o Brasil viu um garoto transformar-se em homem. Olhando fixamente para o banco e para seu treinador, ele agitou os braços e disse em alto e bom som: "Eu não vou sair! Vou ficar aqui!" E ficou, para alegria dos santistas e dos amantes do bom futebol. Mais uma vez, Paulo Henrique Ganso salvou a tarde do bom futebol.
Paulo Henrique Ganso mostrou ontem que é um Craque com C maiúsculo e que merece ser convocado para a Copa no próximo dia 11 de maio por Dunga. Aliás, é o único do time do Santos que merece essa oportunidade, na minha opinião.

A cassação de Marcus Odilon

A cidade de Santa Rita foi surpreendida, há alguns dias atrás, com a notícia da cassação do prefeito Marcus Odilon (PMDB) e de seu vice, Gilvandro Inácio, de seus respectivos cargos, numa decisão da juíza da 2ª Zona Eleitoral deste município, Angela Coelho Salles, por conta deste ter ferido a legislção eleitoral em 2008, ano em que conquistou a reeleição naquele município - diga-se de passagem, a duras penas - ou, como diria o matuto, numa "peinha de nada", contra uma desconhecida que surgiu de última hora pois o candidato da oposição, Reginaldo Pereira (PTB) havia sido cassado pelo TRE por ter cometido irregularidades quando fora presidente da Câmara Municipal de Santa Rita.
É a segunda vez que a juíza Angela Coelho Salles toma esta mesma decisão contra o prefeito Marcus Odilon. Porém, a primeira vez, fora no final de seu primeiro mandato, em dezembro de 2008, quando ele já havia sido reeleito e na prática não tinha muita utilidade prática. Agora, tal decisão, além de robusta juridicamente, tem um significado político bem diferente. Estamos em ano político, onde o prefeito Marcus Odilon deseja a todo custo eleger seu filho a um novo mandato. Comenta-se em Santa Rita que Quinto - o herdeiro político de Marcus Odilon - estaria sonhando com uma vaga na Câmara dos Deputados; alguns acham que ele deveria tentar mais uma vez reeleger-se deputado estadual para só então em 2014 sonhar mais alto. De todo modo, os planos de Quinto e de seu pai ficaram um pouco mais difíceis após a decisão da juíza da 2ª Zona Eleitoral. Isto sem falar nos planos de Marcus Odilon de tentar em 2012 se eleger prefeito de Bayeux, projeto assumido publicamente pelos mais próximos ao líder maior do clã dos Ribeiro Coutinho.
Por hora, a preocupação maior de Marcus, Quinto e toda sua rede de aliados é tentar manter o atual prefeito e seu vice no cargo. Tarefa não muito fácil, haja visto o que temos acompanhado em vários municípios paraibanos recentemente, onde prefeitos e prefeitas que sofreram o mesmo tipo de decisão que Marcus não completaram o mandato.
De resto, é saudar a decisão da juíza da 2ª Zona Eleitoral Angela Coelho Salles que recebeu a denúncia, investigou e chegou a uma conclusão baseada em tudo que viu, ouviu e leu. Assim, é possível ainda acreditarmos que a Justiça também pode atingir os ricos e poderosos.
Esperamos agora que o povo de Santa Rita aprenda a escolher melhor seus governantes e não caia novamente nos mesmos erros.
PS: Tudo que foi escrito aqui em relação a Marcus Odilon vale também para o prefeito cassado de Lucena, Bolão, cassado pela mesma juíza, Angela Coelho Salles.