Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

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A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

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terça-feira, 31 de agosto de 2021

O concurso suspenso de Bayeux, a postura da Prefeitura e a nota do SINTRAMB





Depois de nove anos, foi lançado pela Prefeitura de Bayeux, na administração Luciene de Fofinho (PDT), um Edital de concurso público para o município com 3.407 vagas (segundo o mesmo Edital, publicado no site da Prefeitura), entre contratação imediata e vagas de reserva, para diversos cargos no serviço público municipal. Festejado como uma grande iniciativa da prefeita Luciene de Fofinho, a verdade é que há anos o Ministério Público vem pressionando a Prefeitura da cidade a realizar um concurso público para suprir a deficiência existente na administração e consequentemente, substituir o excessivo  número de prestadores de serviço que assola a máquina pública em Bayeux, denunciado por inúmeros relatórios e denúncias feitas pelo SINTRAMB - Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux - há anos, pelo menos desde 2008. Portanto, este descalabro na Prefeitura de Bayeux já existe há muito tempo, mas nos últimos anos, aumentou e muito. Basta consultar o Sagresonline, do TCE/PB, para perceber isso.

Este concurso público, desde seu início, ficou longe de ser bem visto por todos/as. Foi questionado, primeiramente, pelos salários das diversas categorias divulgados em seu Edital, aonde se verificava - e ainda se verifica - que categorias de nível superior ganham menos do que outra de nível com fundamental (fonoaudiólogo x merendeira); outro questionamento apontado foi acerca da jornada de trabalho que se colocava no Edital, totalmente divergente do que existe nos PCCR's das categorias. Por exemplo, está no Edital que o professor tipo "B" (que trabalha com Ensino Fundamental) tem uma jornada de 20hs/aula, quando o que está disposto em seu PCCR é que sua jornada de trabalho é de 25hs/aula, sendo 20hs/aula em sala de aula; o professor polivalente - tipo "A" - é que possui uma jornada de trabalho de 20hs/aula. Isso e outras questões foram colocadas à Prefeitura e também ao MP para serem corrigidas, mas não foram de forma correta, infelizmente. Até que veio a denúncia acatada pelo TCE/PB, que suspendeu o concurso público em Bayeux.

Segundo a denúncia veiculada pela imprensa, a banca organizadora do concurso - Idib - teria sido contratada sem licitação pela Prefeitura de Bayeux e isso teria sido o fator preponderante da decisão de suspensão do concurso (https://parlamentopb.com.br/concurso-da-prefeitura-de-bayeux-e-suspenso-mas-banca-recorre/). 

Acerca disso, a Prefeitura de Bayeux só se pronunciou sobre o caso cerca de 24 horas depois, através de uma nota onde afirma que "se compromete em solucionar quaisquer direcionamentos apontados por aquele Órgão (MP), mas reafirma a confiança e a credibilidade da empresa contratada (...)" e conclui dizendo que "confia e acredita na rápida resolução da questão (...)". Ainda sobre isso, a atual direção do SINTRAMB lançou uma nota nas redes sociais lamentando a suspensão do concurso e lembrando a todos/as que foram feitas algumas denúncias quanto aos procedimentos do concurso e que o "sindicato está vigilante para que os inscritos tenham o direito garantido em realizar o concurso". Infelizmente, nenhuma palavra sobre a disparidade (mantida, apesar de tudo) dos salários entre as categorias listadas no concurso público de Bayeux, registrada no Edital do concurso de Bayeux!!!

Lamentável percebermos que Bayeux, após uma gestão desastrosa de Berg Lima, recheada de casos de corrupção, com cerca de quatro ou cinco prefeitos na cidade,  levando a cidade ao caos, verificarmos que pouca coisa ou quase nada mudou neste que é um dos mais importantes municípios da Paraíba. Não bastasse a prefeita Luciene de Fofinho estar embaralhada com a Justiça Eleitoral, por conta de AIJE's promovidas desde a campanha eleitoral passada, nos deparamos agora com a suspensão de um concurso público que poderia dar um novo fôlego à administração municipal, caso ele se torne realidade e seja transparente. Porém, já nasce com ares de suspeição, causando profundo desconforto não apenas à Prefeitura e à prefeita, mas aos candidatos, sobretudo.

A Prefeitura de Bayeux e a prefeita Luciene de Fofinho deveria via a público cobrar uma posição mais firme da banca organizadora do concurso - Idib - sobre a questão e, com isso, também tomar uma postura mais decidida diante do fato. Quanto à atual direção do SINTRAMB, o momento é de muito mais lamentar o ocorrido e se posicionar mais firmemente em defesa dos interesses dos servidores municipais de Bayeux que, antes mesmo da "Reforma Administrativa", seja a defendida por Bolsonaro ou por Luciene de Fofinho, já estão sendo duramente atacados em seus direitos mais elementares.


Bayeux, Agosto de 2021.


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Os ataques aos professores continuam, independente da pandemia do coronavírus



O antropólogo e político brasileiro Darcy Ribeiro cunhou uma frase que ficou bastante conhecida nos meios acadêmicos ao afirmar que "a crise da educação brasileira não é uma crise, é um projeto". Infelizmente, a cada ano que passa, verificamos que esta frase encontra lastro na triste realidade de nosso país, entra governo, sai governo, independente da matriz política-ideológica a qual este esteja vinculado. E olha que, observando apenas os governos da redemocratização do nosso país vivida a partir do fim da ditadura militar, em 1985, já tivemos governos do PMDB (Sarney), PRN (Collor), PSDB (FHC), PT (Lula e Dilma), PMDB novamente (Temer) e agora Bolsonaro (PSL). Apesar disso, a "crise educacional" disfarçada de projeto observada por Darcy Ribeiro décadas atrás permanece cada vez mais acentuado, com governantes empurrando com a barriga tal problema e jogando responsabilidades um para o outro.

Como já afirmamos em outro artigo, criticando os pormenores do PL 3776/08, em tramitação na Câmara dos Deputados, infelizmente existem outros ataques aos/às professores/as brasileiros/as de todo o país, tão duros quanto o já citado. Além das várias determinações de governos estaduais e municipais de retorno às aulas presenciais durante a pandemia do coronavírus sem a completa imunização da categoria e da comunidade escolar como um todo, além da precariedade das instalações de nossas escolas.

No Congresso Nacional, estão em tramitação um PL e uma PEC que atacam o reajuste salarial de professores/as de todo o país. Relembrando: o PL 3776/08, elaborado pelo governo Lula no mesmo ano que este também elaborou a Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério da Educação Básica (pense numa contradição!!!) quer alterar o índice de reajuste de nossa categoria para o INPC, reduzindo assim este reajuste, caso isso seja aprovado. Atualmente, pela Lei 11.738/08, este índice é calculado pelo valor custo-aluno.

Neste momento, está aguardando um parecer do relator da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público o PL 2075/2021, de autoria do deputado federal Hildo Rocha (MDB/MA). Este PL prevê que o índice de reajuste do Piso Salarial Nacional do Magistério da Educação Básica seja feito pelo INPC, a partir do mês de maio de 2022. Em maio de 2022, segundo o PL, o piso da categoria seria de R$ 2.886,24. Para efeito de comparação, a CNTE prevê que o valor do piso devera ser, em janeiro do próximo ano, de R$ 3.236,05. Uma diferença de 41,5%. Outra diferença importante, que revela o tamanho do ataque do PL 2075/21 para os professores de todo o país é que, no artigo 5º, ele determina que a lei 11,738/08 será revogada!!!

Além desse ataque, há um outro que também está em tramitação, desta vez no Senado. É de autoria do senador Marcos Rogério (DEM/RO), um dos expoentes da "tropa de choque bolsonarista" na CPI da Pandemia no Senado e que tem o apoio de mais 26 senadores/as , inclusive os três representantes da Paraíba no Senado - Daniella Ribeiro (PP), Nilda Gondim e Veneziano Vital (ambos do MDB) -. É uma PEC - Proposta de Emenda à Constituição - que acrescenta mais um artigo às Disposições Constitucionais Transitórias e determina que os entes federados (Estados, Municípios e Distrito Federal) não poderão ser responsabilizados por não aplicarem o mínimo constitucional de 25% de impostos e transferências constitucionais na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Portanto, a necessidade de construirmos uma UNIDADE no movimento dos/as trabalhadores/as da Educação de todo o país contra estes ataques à nossa vida enquanto categoria é fundamental. A CNTE, junto com os sindicatos de todo o país, precisam organizar nossa categoria para lutarmos contra tudo isso e barrar essas iniciativas que visam tão somente destruir não apenas nossas condições salariais mas também  nossa carreira enquanto trabalhadores/as e a Educação Pública como um todo.

Precisamos nos organizar e resistir a tudo isso. Não a esse projeto que visa destruir nossos direitos e a Educação Pública!!!


POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA, LAICA E DE QUALIDADE PARA TODOS/AS!!!

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!!!

VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS SÓ DEPOIS DA PANDEMIA COM VACINA PARA TODOS/AS!!!

ESCOLA FECHADAS, VIDS PRESERVADAS!!!

FORA BOLSONARO E MOURÃO, JÁ!!!


sábado, 21 de agosto de 2021

O debate sobre o PL 3776/08 e a confusão proposital criada por conta de uma votação na Câmara dos Deputados




Esta semana, mais precisamente na terça-feira 17/08, na Câmara dos Deputados, em Brasília, em meio ao turbilhão político que tomou conta da capital federal, por conta de mais ameaças e arroubos golpistas que tomam conta do governo Bolsonaro e do próprio, veio da Casa presidida pelo "coronel" Arthur Lira (PP/AL), uma notícia que causou confusão no magistério da base da Educação Básica brasileira, propositalmente causada pelas direções desta. Explicamos a seguir.

Como dissemos, na terça-feira 17/08, foi colocado em pauta na Câmara dos Deputados o PL 3376/08, que pretende alterar o índice de reajuste do Piso Salarial Nacional do Magistério da Educação Básica que, segundo a Lei 11.738/08 (portanto, do mesmo ano deste PL), determina, em seu artigo 5º, parágrafo único, será o custo-aluno. O PL 3776/08 (disponível no site da Câmara dos Deputados - https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=405482) quer que o novo índice de reajuste da categoria Magistério em todo o país seja o INPC. Portanto, este reajuste passaria a ser menor do que é atualmente.

Antes de continuar, vale salientar que a lei do Piso Salarial Nacional do Magistério foi contestada na Justiça por vários governadores, indo parar no STF e este decidindo que a Lei 11.738/08 era constitucional em abril/2011. Entre esses governadores, estava Tarso Genro (PT/RS), ex-ministro da Educação no governo Lula!!!

Segundo o SINPRO-DF, em sua matéria divulgada no seu site no dia da apreciação deste ponto de pauta na Câmara dos Deputados (https://www.sinprodf.org.br/piso-dos-professores-camara-aprova-recurso-para-votar-reajuste-em-plenario/), tal debate não ocorreu porque foi aprovado um recurso à matéria dando conta de que este PL só poderá ser votado em plenário e sem ir à sanção presidencial. E aí, vem a "pegadinha" do PL e, com isso, a confusão proposital provocada por setores ligados ao PT e seus "satélites" no movimento dos trabalhadores. O que vem a ser tudo isso???

A "pegadinha" é a seguinte: o PL 3776/08, caso seja APROVADO, não irá à sanção presidencial porque em 2008, ano de sua elaboração, foi produzido pelo Poder Executivo. Dai, a pergunta que não quer calar: quem era o chefe do Poder Executivo em 2008??? Resposta simples e imediata: LULA. Portanto, a tentativa do PT e seus "satélites" no movimento de tentar vincular o PL 3776/08 ao atual governo genocida Bolsonaro é mais uma tentativa de desvirtuar a realidade dos fatos, tal como faz Bolsonaro e sua gangue quando o assunto é vacinas e combate à Covid-19. 

A proposta de alteração no índice de reajuste do Piso Salarial dos professores de todo o país é mais um ataque a esta categoria, não apenas durante a pandemia do coronavírus que vivemos há mais de um ano, mas um ataque sistemático a trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam algumas das mais duras condições de trabalho atualmente existentes para se conduzir com um mínimo de dignidade uma profissão, apesar dos  baixos salários recebidos. Tal reajuste salarial, caso seja aprovado no Congresso Nacional, será mais um rebaixamento nas condições de vida de milhões de trabalhadores/as. E pior, construída num governo que se dizia "representante dos trabalhadores"!!!

Queremos reafirmar e enfatizar aquilo que todos/as já sabem, para não causarmos confusão como já estão causando com esta questão: somos OPOSIÇÃO intransigente ao governo Bolsonaro; defendemos há muito tempo o "FORA BOLSONARO E MOURÃO, JÁ!!!"; chamamos a construção de uma "GREVE GERAL SANITÁRIA"; e a formação de um "POLO SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIO" como alternativa classista para a real solução dos nosso problemas, mas não podemos nos calar diante de falsificações da realidade que afeta diretamente a vida dos/as trabalhadores/as, venha de onde vier.

Esta confusão proposital criada a partir das direções do movimento dos trabalhadores acerca do PL 3776/08 é muito séria e precisa, definitivamente, ser desmistificada, para que possamos preparar bem nossa luta de resistência a mais um ataque que este governo genocida vem articulando contra nossa classe. É preciso construir a mais ampla UNIDADE numa luta para barrar a aprovação do PL 3776/08 no Congresso Nacional e, ao mesmo tempo, garantir as mínimas condições para o retorno seguro da volta às aulas nas escolas - públicas ou privadas - em todo o país, nestes tempos de pandemia do coronavírus!!!


ABAIXO OS ATAQUES AOS DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA!!!

RESISTIR SEMPRE, DESISTIR NUNCA!!!

VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS SÓ DEPOIS DA PANDEMIA COM VACINA PARA TODOS/AS!!!

ESCOLAS FECHADAS, VIDAS PRESERVADAS!!!

FORA BOLSONARO E MOURÃO, JÁ!!!