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segunda-feira, 14 de junho de 2021

As rupturas de Wyllys e Freixo com o PSOL e a relação disso com o cretinismo parlamentar




Em 20 dias, o PSOL perdeu dois importantes nomes de sua legenda para outros partidos reformistas no país. O primeiro a fazer isso foi o ex-deputado federal Jean Wyllys que, auto exilado na Europa há pelo menos três anos, decidiu sair do PSOL e filiar-se ao PT, ato que foi consumado com uma cerimônia virtual feita por seu novo partido no último dia 24 de maio, com a presença da atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e dos ex-presidentes da República, Lula e Dilma. Após Wyllys, foi a vez do atual deputado federal pelo Rio de Janeiro e um dos principais expoentes do PSOL em nível nacional, Marcelo Freixo, que decidiu sair do partido e migrar para o PSB.

Segundo afirmações feitas pelos dois sobre este ato, ambos citaram a luta contra o atual governo e o "fascismo" no país como fatores decisivos para suas tomadas de decisões. Além disso, como uma forma de enfrentamento ao "fascismo" instalado no país sob o governo Bolsonaro, tanto Wyllys quanto Freixo defendem a candidatura Lula como a capaz de aglutinar forças em torno de seu nome e possível de reverter este atual quadro conjuntural existente no país. Como bem cabe a toda avaliação reformista, ambos seguem numa linha eleitoralista e eleitoreira como formas eficazes de, segundo ambos, resolver ou atenuar os graves problemas vividos por nossa classe, no seu cotidiano.

Wyllys, em afirmações feitas à imprensa, é muito enfático ao afirmar que "só quero saber do que pode dar certo", parafraseando uma citação famosa da música "Go Back", do grupo de rock Titãs. Para Wyllys, o que "pode dar certo" é uma provável eleição de Lula em 2022 para, com isso, resolver a situação enfrentada pelos/as trabalhadores/as brasileiros/as ao longo dos últimos anos e, mais especialmente, nesta pandemia do coronavírus, com desemprego galopante, inflação nas alturas (com aumentos constantes de combustíveis, gás de cozinha, dentre outros), retirada de direitos trabalhistas e entrega do patrimônio público ao capital nacional e internacional.

Freixo fez uma carta sobre sua saída do PSOL onde nesta afirma, literalmente, que a decisão de sair do partido que ajudou a construir, após 16 anos, e migrar para o PSB, foi de construir uma "uma frente ampla para derrotar o presidente Bolsonaro nas eleições de 2022" (https://catracalivre.com.br/cidadania/entenda-o-que-levou-marcelo-freixo-a-deixar-o-psol-e-ir-para-o-psb/).

Ou seja, tanto Wyllys quanto Freixo são movidos por um sentimento que não reflete o que vem da classe trabalhadora, mas sim seus anseios pessoais. Wyllys, quando da filiação ao PT, afirmou que fazia isso não à busca de cargos. Porém, alguém que lê este artigo será ingênuo/a o bastante para acreditar que, caso Lula vença as eleições 2022 e se torne, mais uma vez, presidente, que Wyllys não assuma algum cargo num futuro governo petista??? E que ele não aceitará tal indicação???

Por outro lado, Freixo afirma, em sua carta, na entrevista dada à revista Veja e em várias outras publicações desde que saiu do PSOL e foi para o PSB,  que sua decisão foi motivada pelo que ele classifica de "luta contra o fascismo" que está instalado no governo Bolsonaro e que, segundo ele, para derrotá-lo, se faz necessário construir uma "frente ampla" para isso. Em nível nacional e também no Rio de Janeiro aonde, segundo este, soma-se a luta contra o poder das milícias e do crime organizado. Neste último caso, a "frente ampla" de Freixo inclui, além de PT, PCdoB, PSOL, legendas de direita como DEM (de Rodrigo Maia e Paes, atual prefeito da "Cidade Maravilhosa" e do MDB, mesmo partido que tem ex-governadores como Sérgio Cabral e Pezão presos por corrupção e outros crimes semelhantes. Tudo para combater o "fascismo", segundo Marcelo Freixo (PSB/RJ). Durma com uma zoada dessas.............

Tudo isso nos leva a admitir que, tanto Wyllys quanto Freixo (PT e PSB, respectivamente), continuam com a mesma prática dos tempos do PSOL, o cretinismo parlamentar típico dos reformistas que busca, com esta política, iludir corações e mentes da classe trabalhadora brasileira de que, através das eleições e por dentro desse regime burguês cada vez mais apodrecido, poderemos resolver os graves problemas sociais, econômicos e políticos vividos pelo povo pobre de nosso país.

Não devemos, de forma alguma, acreditar nos "cantos de sereia" espalhados aos quatro ventos por figuras como Jean Wyllys (PT) e Freixo (PSB) ou de outras personalidades com pensamentos semelhantes, como o ex-presidente Lula (PT). Todos visam, única e exclusivamente, levar nossa classe para as eleições, como se estas realmente mudassem as vidas dos milhões de "Josés e Marias" que temos no Brasil. As eleições do período da redemocratização brasileira, aberta em 1985 com a "Nova República", já revelaram - para quem quiser ver - que as eleições não mudam nossa vida. Mas, a luta sim, pode fazer isso!!!


FORA BOLSONARO E MOURÃO, JÁ!!!

POR UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIA!!!