Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

domingo, 20 de fevereiro de 2022

O PT/PB continua sua degeneração política e oferece opções de opressão à classe trabalhadora paraibana!!!





Em meados do século XIX, Karl Marx afirmava que "(...)Aos oprimidos é permitido uma vez a cada poucos anos decidir quais representantes específicos da classe opressora devem representá-los e reprimi-los". Infelizmente, ao longo dos anos, poucos que dizem defender a classe trabalhadora, no Brasil e no mundo, aprenderam esta lição deixada pelo fundador do socialismo científico. 

É o caso de militantes e dirigentes do PT/PB neste ano em que teremos mais uma eleição burguesa no calendário político brasileiro. Há poucos dias atrás, a imprensa local anunciava a realização de uma reunião de dirigentes do PT/PB com o pré-candidato ao Governo da Paraíba, senador Veneziano Vital (MDB). Nesta reunião participaram um dos vice-presidentes nacionais do PT, Márcio Macedo, o presidente estadual do partido na Paraíba, Jackson Macedo e o ex-governador do Estado, Ricardo Coutinho. Estes deverão reunir-se nesta segunda-feira, 21/02, para com outros petistas, lançar um manifesto de apoio ao projeto de Veneziano Vital rumo ao Palácio da Redenção. Para estes petistas, Veneziano é a "melhor opção para disputar o Palácio da Redenção com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva" que busca voltar à Presidência nas eleições deste ano (https://parlamentopb.com.br/petistas-se-reunem-segunda-com-veneziano-e-devem-lancar-manifesto-por-candidatura-ao-governo/)

Em resposta a este movimento de dirigentes partidários do PT/PB, militantes e dirigentes do partido, encabeçados pelos deputados Frei Anastácio (federal) e Anísio Maia (estadual) lançaram um manifesto de apoio à reeleição do atual governador paraibano, João Azevedo (Cidadania), junto com Lula em outubro próximo. Para estes/as petistas, é "necessário ter um palanque forte do campo progressista, democrático e popular para acolher a candidatura Lula e capaz de agregar os anseios do povo paraibano" (https://parlamentopb.com.br/mais-de-145-liderancas-petistas-lancam-manifesto-pro-lula-e-joao/). O nome de João Azevedo significa tudo isso, segundo o manifesto lançado.

Assistimos, nestes dois episódios, uma deplorável cena de petistas paraibanos falando em nome dos trabalhadores de nosso Estado sobre quem deverá continuar massacrando nossa classe nos próximos 4 anos ou, como diria Marx, irá "representá-los e reprimi-los". 

Veneziano Vital e João Azevedo são dois lados da mesma moeda, ambos pertencem ao "andar de cima" e representam os interesses dos patrões, mantendo assim a dominação de classe em nosso Estado e com atuação firme e decidida na preservação do atual regime capitalista em nosso país e também na Paraíba. Mas, para os petistas paraibanos, cada um a seu modo, tanto o senador emedebista quanto o governador cidadão são capazes de oferecer um futuro promissor à classe trabalhadora paraibana, abençoados pelo seu candidato a presidente, Lula.  

O PT/PB coloca para os/as trabalhadores/as paraibanos/as a trágica opção para que esta decida quem deverá continuar oprimindo nossa classe no próximo período. Ambos os setores petistas "esqueceram"  que Veneziano, por um lado, faz parte do time dos "golpistas" que votaram pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e que João Azevedo, por outro, foi o responsável direto pela "Reforma da Previdência" em nosso Estado, além de atacar os direitos os trabalhadores em seu governo, vide a situação da Educação na Paraíba. Mas, nada disso representa algo significativo para o PT/PB, já que este considera Veneziano e João Azevedo como legítimos representantes de nosso povo e que devem merecer a confiança de nossa classe no Estado.

Desta forma, os dois setores do PT/PB deixam de seguir uma alternativa classista para, em seu lugar, oferecer qual melhor nome a reprimir os/as trabalhadores /as paraibanos/as. Tudo em nome de combater a ultradireita, representada por Bolsonaro. Mas, será que Veneziano Vital ou João Azevedo são a melhor opção para isto???

Por isso, defendemos a construção de um Pólo Socialista e Revolucionário no Brasil e também na Paraíba para oferecermos uma real alternativa de classe e, desta forma, termos efetivas condições de combater nosso inimigo de classe, representado nacionalmente por Bolsonaro mas, que na Paraíba, atende pelos nomes de João Azevedo, Veneziano Vital, Pedro Cunha Lima (PSDB), Nilvan Ferreira (PTB) e tantos outros.


FORA BOLSONARO, MOURÃO E JOÃO AZEVEDO!!!

POR UM PÓLO SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIO NO BRASIL E NA PARAÍBA!!!



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O combate à corrupção, a relação entre alguns escândalos e a dívida pública brasileira e a forma de superar esta chaga!!!




Desde o fim dos governos do PT, ocorrido em 2016 com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, que se fala muito em combater a corrupção no nosso país. Especialmente após a revelação dos escândalos do Mensalão (que aconteceu no primeiro mandato de Lula, em 2005) e do escândalo do Petrolão (revelado durante o governo Dilma). Anos antes, houve um dos maiores escândalos registrados no Brasil, que percorreu a ditadura militar: o caso Coroa Brastel, que poucos conhecem atualmente. Foram três grandes casos de corrupção ocorridos no Brasil, envolvendo o Congresso Nacional, a Petrobras e o sistema financeiro nacional, respectivamente. Porém, apesar de tudo isso, nem de longe esses escândalos superam o maior caso de corrupção que ainda existe no país e que atende pelo nome de DÍVIDA PÚBLICA.

Para relembrar estes escândalos, devemos registrar que o "Mensaláo do PT", como ficou mais conhecido, significava corromper com cerca de R$ 30 mil/mês (em 2005) os parlamentares do Congresso Nacional para votarem junto com o governo Lula em matérias importantes naquela Casa Legislativa; o caso do Petrolão envolveu o pagamento superfaturado feito pela Petrobras a várias empreiteiras que eram contratadas para realização de obras espalhadas pelo país mas que ou não eram realizadas ou construídas pela metade. Este escândalo, em 2016 quando foi revelado, girava em torno de R$ 30 milhões. Por fim, o caso Coroa Brastel tornou-se um dos maiores escândalos da ditadura militar - senão o maior - e atingiu o sistema financeiro nacional na ocasião, através da emissão de  letras de câmbio sem lastro e custou cerca de R$ 300 milhões (cotação de 1998). Fazendo a atualização de todos esses valores, verificamos o tamanho da corrupção no Brasil e as dimensões do problema que ocorre há décadas (para não dizer séculos) em nosso país.

Falamos em séculos apenas para relembrar que a independência brasileira, feita em 1822, precisou ser reconhecida por Portugal e, para isso, o Brasil conseguiu um empréstimo de 2 milhões de libras esterlinas para pagar ao governo português. Tal "ajuda" veio da Inglaterra para o Brasil nesta empreitada, que culminou com a assinatura do Tratado de Paz e Aliança, assinado em agosto de 1825,. Começava aí a dívida pública brasileira.

A dívida pública brasileira permanece como maior "calo" financeiro - com consequências políticas até hoje - e é o maior caso de corrupção existente no Brasil do século XXI que, como verificamos , vem desde a primeira metade do século XIX.

Segundo dados da Auditoria Cidadã da Divida, em 31/12 do ano passado, a dívida pública nacional estava na ordem de R$ 7.378.330.084.715 (em bom português, 7 trilhões, 378 bilhões, 330 milhões, 84 mil e 715 reais). Paralelo a isso, também em dezembro/2021, já haviam sido pagos em juros e amortizações dessa dívida pública o equivalente a R$ 1.960.823.058.735 (1 trilhão, 960 bilhões, 823 milhões, 58 mil e 735 reais) ou R$ 5,4 bilhões ao dia. Portanto, os três escândalos juntos citados anteriormente não chegam perto do que representa a dívida pública brasileira. Só para aqueles/as que desejem criticar esses dados, eles são oriundos do governo federal, tornados públicos pela Auditoria Cidadã da Dívida.

É uma montanha de dinheiro publico que, em vez de ser direcionado à resolução dos graves problemas sociais por que passa nosso povo (como direito à saúde e  educação públicas, transporte de qualidade, saneamento básico nas cidades, construção de moradias populares para combater o déficit habitacional existente. política de geração de emprego e renda para o povo, dentre outros), todo esse volume de dinheiro vai satisfazer a sanha destrutiva do capital, seus empresários e banqueiros, que não possuem outra preocupação em suas vidas do que explorar a classe trabalhadora ao máximo e lucrar cada vez mais com isso.

Mais uma vez, neste ano de eleições gerais, o tema da corrupção e seu combate vem à tona. Desta vez, surge um personagem que aparece como o "salvador da pátria" neste questão e que atende pelo nome de Sérgio Moro, ex-juiz da "Operação LavaJato" e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, com o qual manteve uma fina afinidade durante anos, até sair do ministério, em abril de 2020. Moro já foi tornado parcial pelo STF na condução do processo que prendeu o ex-presidente Lula (PT) e teve, segundo constatações, uma PF que prendeu menos do que deveria em casos de corrupção durante sua gestão como ministro da Justiça (https://extra.globo.com/noticias/brasil/criticada-por-moro-pf-prendeu-menos-por-corrupcao-reduziu-numero-de-inqueritos-mas-fez-mais-operacoes-com-bolsonaro-25399966.html). Além disso, atualmente está envolvido numa polêmica política-judicial com relação à sua contratação como consultor da empresa americana Alvarez & Marsal depois que deixou o governo Bolsonaro. A encrenca em que ele está metido se dá por conta de quanto teria recebido por este trabalho (sem registrar isso ao Fisco nacional) e também porque esta empresa teria como suas contratadas empresas que foram alvo da "Operação LavaJato", como a Odebrecht.

Tudo isso serve para demonstrar que a corrupção não apenas está entranhada no sistema político nacional e espalha-se por outras esferas de nossa sociedade, chegando até a deixar a impressão ao nosso povo que não tem nada de mais roubar dinheiro público. No entanto, como já demonstramos, a corrupção destrói a vida de milhões de brasileiros/as cotidianamente, ao não lhes garantir direitos mínimos para sua sobrevivência.

Tentar acabar com a corrupção atualmente em nosso país é jogar mais ilusões nos corações e mentes de nosso povo. É preciso ter claro que isso é impossível  de ocorrer nos marcos do atual regime capitalista que vivemos. Capitalismo e corrupção são gêmeos siameses, que não sobrevivem se estiverem separados. Por isso que, durante todos esses anos, nenhum partido ou político vinculado à ordem capitalista contestou - ou contesta - a dívida pública brasileira, mesmo esta sufocando a vida de nosso povo. 

Nesse aspecto, Lula e Bolsonaro - para citar a atual polarização política de nosso país - não possuem diferença alguma. Assim como podemos citar também FHC, Temer, Sarney, Collor e Dilma (apenas para citar os/a ex-presidentes da República e seus respectivos partidos). Mas, fiquemos atentos: isso se espalha por todo o sistema político brasileiro dominado pelo capital. E isso se dá por um simples motivo: todos esses citados defendem, com maior ou menor firmeza, a manutenção do atual regime capitalista em nosso país, daí o porquê não contestarem a dimensão da dívida pública brasileira e suas trágicas consequências políticas-econômicas e sociais na vida de nosso povo.

Assim, só a revolução socialista, encampada pelos "de baixo" contra os "de cima! pode por um fim definitivo a esta situação a que todos/as nós somos submetidos diariamente no Brasil. Um país que, embora rico em causas naturais, tem um povo massacrado cotidianamente pela ditadura do capital sob suas cabeças, lhes negando todo e qualquer mínimo direito, e até mesmo o não exercício das liberdades democráticas, sem falar na imensa carga de preconceitos e discriminações existentes, com as nefastas práticas do machismo, do racismo e da lgbtfobia.

Por isso, torna-se cada vez mais atual a defesa da SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA e a REALIZAÇÃO IIMEDIATA DE UMA AUDITORIA INDEPENDENTE para esclarecer, de uma vez por todas, este "fantasma" da cena nacional, que atormenta a vida de milhões em todo o país. Sem isso, continuaremos a observar, na conjuntura nacional e local, casos e mais casos de corrupção e o surgimento de "salvadores da pátria" no combate à esta chaga do capital sem, no entanto, oferecer as mínimas condições para seu derradeiro fim. Pois todos que estão transitando na esfera do capital, têm como acordo fundamental a manutenção do regime capitalista. 

E este não interessa à manutenção da vida de nosso povo nem tampouco à existência de um planeta verdadeiramente a serviço daqueles/as que produzem as riquezas deste mundo.


domingo, 13 de fevereiro de 2022

A filiação de Alexandre Santiago ao PT/PB e a continuidade da degeneração política do partido !!!





Portais de notícias locais deram destaque à notícia da filiação do empresário Alexandre Santiago ao PT/PB. Segundo o site WSCOM, esta filiação deverá se concretizar esta semana e é apontada por lideranças petistas no Estado com alegria e entusiasmo. 

Alexandre Santiago, ao contrário do que muitos possam pensar, não é um empresário qualquer. Ele é um dos principais sócios da Facene/Famene, universidade particular situada em João Pessoa e que oferece vários cursos, especialmente na área da saúde. Seu site de apresentação dá destaque aos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia, além de uma Residência Multiprofissional em Saúde Hospitalar. Possui outros cursos de graduação e pós-graduação, além de cursos técnicos. Em Bayeux, na Grande João Pessoa, possui uma clínica-escola que atende à população da cidade em várias especialidades clínicas. Enfim, estamos tratando de uma instituição de ensino privado na Paraíba com uma certa potencialidade e (porque não dizer?), respaldo em parcela da sociedade paraibana. Alexandre Santiago, assim, é um "tubarão do ensino", que ganha seus lucros à custa de muita exploração de trabalhadores/as que atuam nas unidades de ensino pertencentes à Facene/Famene.

Ainda segundo o site WSCOM, o convite de filiação ao empresário foi feito por três lideranças petistas paraibanas: o presidente municipal do partido, Antonio Barbosa; o ex-deputado federal, Luiz Couto; e um dirigente estadual do PT/PB, Cícero Legal. Este último, na recente crise que envolveu o partido durante as eleições municipais de João Pessoa, em 2020, foi um dos interventores do partido indicados pela direção nacional do PT, por se contrapor à candidatura do deputado estadual Anísio Maia e favorável a que o partido apoiasse o então candidato a prefeito da capital paraibana, o ex-governador Ricardo Coutinho, na época no PSB local. 

Para o presidente do PT/JP, a filiação de Alexandre Santiago ao partido "(...) É um reforço importante para construção da chapa majoritária e de proporcionais no Estado". Ainda sobre esta filiação, o ex-deputado Luiz Couto destacou que "(...) Ele vem com o intuito de somar e colocar em prática a aliança de confiança e de trabalho traçada já nas eleições passadas, com a contribuição do ex-governador Ricardo Coutinho" (https://wscom.com.br/empresario-alexandre-santiago-aceita-convite-do-pt-e-se-filiara-ao-partido-na-proxima-semana/). Não custa lembrar que Ricardo Coutinho já está no PT/PB desde o final do ano passado.

Ainda segundo o ex-deputado Luiz Couto, a vinda de Alexandre Santiago ao PT significa que este tem "o sonho de mudar os rumos do nosso Estado e do Brasil e confiando na nossa política" (idem). Após esta fala de Luiz Couto, a pergunta que não quer calar: é o empresário Alexandre Santiago que confia na política do PT ou o PT é que confia num real representante do capital e "tubarão do ensino" na Paraíba??? 

Por fim, gostaríamos muito de saber a opinião dos/as petistas que defendem a Educação Pública e Gratuita ao se deparar com tal fato no PT/PB. Sobre isso, mais uma pergunta: realmente, vale tudo para enfrentar e derrotar Bolsonaro (reconhecidamente nosso inimigo de classe) nas urnas e abandonar as lutas contra o governo e seus aliados, como os patrões e "tubarões do ensino"???

Assim caminha a degeneração política do PT/PB..........




terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O novo salário mínimo em 2022, os novos salários dos/as professores/as e do prefeito de João Pessoa e o valor da cesta básica da capital paraibana


No início deste ano, a partir de 1º de janeiro, entrou em vigor o novo valor do salário mínimo decretado pelo governo Bolsonaro, a ser pago aos/às trabalhadores/as brasileiros/as de todo o país. Por mais um ano, este reajuste foi feito sem que o salário mínimo tivesse um ganho real. Agora, o novo salário mínimo passou a ser de R$ 121
2,00

Nesta segunda-feira, 07/02, o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos SocioEconômicos - divulgou mais um estudo realizado pela entidade acerca do custo da cesta básica em 17 capitais brasileiras país afora. Destas capitais, em 16 houve aumento no valor da cesta básica em comparação ao estudo anterior. 

Em relação à capital paraibana, João Pessoa aparece como uma das três capitais onde o valor da cesta básica aparece como o mais baixo, Mas, antes que se comemore tal fato, é preciso verificar que isso, para os padrões do custo de vida dos padrões pessoenses e paraibano, é muito alto. Senão, vejamos.

Segundo o DIEESE, a cesta básica em João Pessoa custa R$ 538,65. Quando fazemos uma relação com o atual salário mínimo nacional, constatamos que isso representa 44,44% do total deste. Ou seja, quase metade do salário mínimo do/a trabalhador/a pessoense é consumido com produtos da cesta básica, sendo pouco mais dos 56% restantes dirigidos para gastos com transporte, aluguel, roupa, escola, gás de cozinha e outras coisas mais. Como imaginar uma vida dessas???

Enquanto isso, no outro lado da tabela, assistimos um outro tipo de embate que chega a ser hilário, pra não ser considerado trágico. E este ocorre nas barbas da Justiça, para deixar as coisas com um desfecho ainda mais original. Detalhemos.

Recentemente, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), apresentou uma proposta de reajuste salarial aos/às trabalhadores/as da Educação municipal que, na verdade, agride a Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério da Educação Básica, a 11.738/08. Segundo a proposta, a categoria receberia 31,5% de reajuste, sendo contemplada ao final do ano com 33,4% de forma paulatina, com incorporações ocorrendo mensalmente ao salário da categoria docente e também em sua produtividade. De início, segundo essa mesma proposta, os/as professores/as teriam 15% nos vencimentos, sendo o restante incorporado ao salário ao longo do ano. A direção do SNTEMJP, de forma efusiva, foi a porta-voz desta proposta, e a defendeu na Assembleia virtual que realizou na semana passada. fazendo com que a categoria presente à mesma a aprovasse. Uma vergonha!!!

Agora, pra fechar com "chave de ouro", a imprensa paraibana publica uma decisão da Justiça paraibana, que autoriza o prefeito de João Pessoa a receber, a partir de agora, a bagatela de R$ 25.501/mês. Um reajuste de 15,91% sem ser parcelado, como no caso dos/as professores/as municipais da capital paraibana governados por Cícero Lucena; já a secretária de Educação de João Pessoa, Maria América Castro, passará a receber exatos R$ 17.432/mês, um reajuste de 16,21% (também sem ser parcelado, como os/as comandados/as por ela em João Pessoa). Ou seja, para Cícero e América, vale o ditado: "faça o que digo, mas não faça o que faço". 

Simples assim.....


sábado, 5 de fevereiro de 2022

O Piso Salarial Nacional do Magistério da Educação Básica, o governo Bolsonaro, a postura da CNM e as tarefas do movimento




A "novela" do Piso Salarial Nacional do Magistério da Educação Básica está longe de acabar, pelo menos neste ano de 2022. Iniciada no fim do ano passado, com a publicação da Portaria Interministerial nº 10, em 20/12, que determinava o reajuste do Piso Salarial Nacional em 33, 23%, esta "novela" apenas se iniciava. Ganhou novo capitulo com uma nota da Assessoria de Comunicação do MEC, postada no site do ministério em 14 de janeiro deste ano, que gerou uma série de boatos em todo o país, especialmente dentro da categoria docente da Educação Básica, que afirmava que Bolsonaro iria editar uma MP revogando o reajuste determinado pela Portaria acima mencionada. Isto gerou não apenas boatos, mas também movimentos de burocracias sindicais, da base da CNTE, como a instalada no SINTEP/PB, que fechou um acordo com o governador da Paraíba, João Azevedo (Cidadania), onde foi quebrado o Piso Salarial Nacional e festejado como uma "grande vitória" para a categoria estadual. Neste acordo, efusivamente defendido pela burocracia sindical cutista na Paraíba,  a categoria docente da Educação Básica receberia um percentual de 31,3% em janeiro, com o restante a ser pago em fevereiro (retroativo a janeiro, caso o governo Bolsonaro pagasse o determinado na Portaria Interministerial já citada).

Ocorre que, antes deste acordo, prefeituras no interior da Paraíba já haviam decidido pagar a seus professores/as um reajuste bem maior do que os 33,23% determinado pela Portaria Interministerial. Prefeituras como Princesa Isabel e São José de Piranhas, no sertão paraibano, decidiram reajustar em 35% os salários de suas respectivas categorias, avisando para o Governo do Estado e demais prefeituras tabajaras que era - e é - possível atender ao disposto pela Lei 11.738/08 e na Portaria anteriormente citada.

Apesar de tudo isso, a burocracia sindical do SINTEP/PB continua acreditando que fez um bom acordo e que fez o correto. Porém, o que ocorreu a partir da negociação do SINTEP/PB foi que outros sindicatos e também governos municipais passaram a seguir este péssimo exemplo e, com isso, prejudicar professores/as de seus municípios. Para ficarmos em 3, citamos Bayeux, Santa Rita e João Pessoa.

Os dois primeiros ainda não reajustaram os salários de suas categorias docentes. Em Santa Rita, a situação é a mais grave dos três. Há 6 anos, o prefeito Emerson Panta (PP), NÃO reajusta os salários de professores/as do município, apesar de receber (todo ano) cada vez mais verbas de Fundeb para pagamento dos salários da categoria e manutenção e desenvolvimento do ensino, como determina a Lei do Fundeb. Porém, de forma inequívoca, Panta descumpre a lei da maneira mais descarada possível. Picaretagem maior não pode haver. Com a palavra, o Ministério Público!!!

Já em Bayeux, a prefeita Luciene de Fofinho (PDT), se apresenta como uma mulher temente a Deus perante à cidade, mas na hora de cumprir a lei e servir a todos/as, aí o "bicho pega". Luciene de Fofinho não paga o reajuste do Piso Salarial Nacional a professores/as, assim como também não paga o reajuste salarial de vigilantes municipais e do pessoal  de apoio, da ordem de 10,18% que, assim como o pessoal da Educação, também têm data-base em janeiro. Parece que a irmã Luciene não é tão "temente a Deus" como diz!!!

Em João Pessoa, o prefeito Cícero Lucena (PP), mesmo partido de Emerson Panta, prefeito de Sta. Rita, fez a proposta mais indecente até agora. Proposta no estilo "Casa Pio": ele propôs um reajuste de 33,4%, sendo que 15% será pago nos vencimentos da categoria e o restante será incorporado em forma de abono, mensalmente, aos salários dos/as professores/as, até isso ser incorporado em definitivo no final do ano ao salário, além de um percentual na produtividade. Isso vale também para aposentados e, para os demais servidores da Educação, o reajuste é de apenas 10%. Assim como no Estado, a direção do SINTEMJP foi efusivamente defensora da proposta, manobrando de forma inacreditável na Assembleia virtual a aprovação desta proposta da PMJP.

O mais absurdo de tudo isso é que o governo GENOCIDA e inimigo público número 1 da Educação Pública, comandado por Bolsonaro, não apenas publicou a Portaria Interministerial de 20/12/2021 (já citada) como assinou a Portaria oficializando o reajuste de 33,24% a professores/as da Educação Básica de todo o país, colocando a governadores e prefeitos a responsabilidade de pagarem seus profissionais do magistério.

Imediatamente, a CNM - Confederação Nacional dos Municípios -, entidade que representa prefeitos/as dos 5570 municípios do país, publicou uma nota afirmando que a portaria assinada pelo presidente Bolsonaro "não tem base legal" e chamando prefeitos/as a não pagarem o reajuste do Piso Salarial Nacional a professores/as de seus respectivos municípios. 

Assim, fica colocada uma tarefa importantíssima para a CNTE e o movimento dos/as trabalhadores/as em Educação de todo o país diante desta postura da CNM, caso o/a prefeito/a de seu município acate a recomendação da entidade: organizar a base da categoria e fazer uma GREVE  da categoria para que seja pago o reajuste do Piso Salarial Nacional à categoria!!!

Simples assim...............