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terça-feira, 2 de outubro de 2018

Os atos do #EleNão e a pressão do voto útil nas eleições 2018




Antes mesmo de sua realização, nos 4 cantos do país e em vários países mundo afora onde estava previsto sua ocorrência, os atos do #EleNão já anteviam a todas/os ser o grande evento não apenas da campanha eleitoral, mas da conjuntura que vivemos. E foi isso que se deu.
Milhares de mulheres (e homens), jovens e idosos, crianças e adultos, heteros e LGBTs, brancos e negros (além de outras etnias), deficientes e não deficientes, todas  as "tribos" estiveram presentes neste sábado, 29/09/18, para dar o seu recado claro contra o machismo, o racismo, a misoginia, a lgbtfobia enfim, toda forma de discriminação e de preconceito expressada na candidatura de Bolsonaro (PSL) ao longo desse processo eleitoral, reafirmada com mais força ainda.
Isso se viu claramente na unidade construída em torno da #EleNão, que conseguiu unificar várias correntes políticas, de diferentes matizes, todas contra um mesmo personagem, que neste aspecto, representava tudo de ruim e que precisava ser combatido. Verificou-se, em todos esses atos, o protagonismo (mais uma vez) das mulheres, no Brasil e no mundo. Isso já havia ocorrido em 2017, nos EUA, quando da manifestação após a posse de Trump naquele país; na Espanha e na Europa como um todo, numa grande greve geral liderada pelas mulheres; no Brasil, antes da greve geral de 28/04 do ano passado, um grande 08/03 de luta, assim como no resto do  mundo. E assim as mulheres vem  demonstrando sua força na conjuntura. Em alguns momentos, algumas forças políticas, mostrava que devia-se combater não apenas Bolsonaro, mas outras candidaturas também, que estas tinham (e têm) projeto político semelhante contra os trabalhadores. Mas, via de regra, o alvo central era (e é) Bolsonaro. Não sem razão!!!
Porém, apesar de tudo isso existir na superfície dos fatos, há uma outra razão nas entrelinhas da questão, não assumida pela imensa maioria das lideranças das forças políticas que protagonizaram o #EleNão: a pressão do voto útil na reta final da campanha presidencial.
Todas/os sabem da imensa polarização política que se vive neste país e, principalmente, nesta campanha política, entre Bolsonaro e Haddad (PT), herdeiro político de Lula. Hoje, foi divulgado a primeira pesquisa que divulgou o 1° empate técnico entre ambos nesta disputa eleitoral, fruto dessa polarização. E, por causa disso, a pressão do voto útil se dá de forma natural. E já vem ocorrendo há cerca de duas semanas, pelo menos. 
Negar que os atos do #EleNão sirvam para aumentar ainda mais essa pressão sobre o voto útil nesta última semana da campanha eleitoral é negar o óbvio ululante, como diria Nélson Rodrigues. Se esta pressão já era grande, chegará a graus insuportáveis até as 17h do dia 07/10. Como as diversas forças políticas e candidaturas trabalharão isso, veremos ao longo deste tempo como isso se dará. Mas, algumas coisas já se notam, de algumas semanas pra cá.
Por exemplo, a candidatura de Marina Silva (Rede) "derreteu" e, com esta pressão, tende a perder cada vez mais. Assim como as de Meirelles (MDB) e de Álvaro Dias (Podemos). A dúvida é saber para onde migrarão seus votos: para Bolsonaro ou para Haddad???
No campo da esquerda, a candidatura de Boulos (PSOL) já nasceu criticada por setores do próprio partido como sendo "puxadinho do PT" e, por isso mesmo, com o acirramento da campanha e sua polarização cada vez maior, Boulos viu sua campanha perder espaço ao ponto de não decolar como se esperava. No outro lado, Vera (PSTU) construiu desde o início uma campanha com poucos recursos - como sempre - sem muitas perspectivas e tem conseguido, em vários momentos, segundo algumas pesquisas eleitorais, se igualar a Boulos, mesmo sem ter algumas prerrogativas que este tem (como mais tempo de TV, participação em debates de TV e rádio, por exemplo) e ela não tem. Neste aspecto, ponto pra Vera, sem dúvida.
Do ponto de vista da pressão do voto útil, todos/as candidatos/as sofrerão, cada um a seu modo, esta pressão. Como se comportarão a isto é que veremos e daí caberá uma definição no 2° turno que, possivelmente, se dará entre Bolsonaro e Haddad, com Ciro chegando perto, mas ficando a "chupar dedos" mais uma vez, na minha avaliação. Posso queimar minha língua, mas é o que vejo hj.