Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 11 de abril de 2020

O coronavírus, a quarentena, o trabalho e a dicotomia do capitalismo: a vida ou o lucro!!!





Desde que a vida humana surgiu na faze da Terra, há milhares de anos atrás, surgiu também aquilo que a ciência humana estuda há alguns anos que conhecemos como a categoria conhecida como trabalho. Esta, para os defensores ferrenhos do liberalismo e, consequentemente, do capitalismo, é a mola propulsora do lucro e da riqueza existente em nosso planeta não apenas hoje mas há algum tempo.
Para Marx, um dos grandes pensadores da humanidade, o trabalho  é a atividade sobre a qual o ser humano construiu e edificou sua História na face da Terra, empregando sua força para produzir os meios necessários para o seu sustento e o de sua família. É a partir do trabalho que o ser humano constrói sua trajetória em nosso planeta até os dias atuais, chegando aos nossos dias.
Portanto, esta noção de trabalho que temos hoje, com a divisão da sociedade em classes sociais, entre ricos e pobres, trabalhadores de um lado e patrões de outro, passou por vários momentos ao longo dos séculos, chegando aos nossos dias e continua sofrendo modificações e é passível de mudanças, pois a História não é permanente, está em processo de contínua modificação e este é um momento propício a isto.
A pandemia de coronavírus que enfrentamos na atualidade em nosso planeta nos força a enfrentarmos, em um momento único na humanidade em nossa geração, a nos depararmos com um instante global em que, literalmente, ocorre aquilo que Raul Seixas imaginou há anos atrás em sua canção "O dia em que a Terra parou" e todos pensávamos em ser mais um sonho delirante do grande Raulzito. Mas que, em pleno século XXI, tal fato tem acontecido em vários recantos do planeta: cidades inteiras do planeta desertas, vazias, por conta de um inimigo invisível, mas terrivelmente perigoso, que já chegou à casa do milhão de pessoas infectadas em todo o mundo, com centenas de mortos e que não pára de assombrar os povos. Apesar do que diz (e faz) Bolsonaro e seu exército de bolsominions espalhados pelo território nacional.....
Tal fato repercute diretamente no conceito de trabalho construído durante séculos que o regime capitalista e seus defensores ferrenhos assim pregaram em nossa sociedade, em suas mais intrínsecas teias sociais, desde a mais ínfima dessas redes sociais que é a família, como assim a conhecemos, até a famosa Wall Street, aonde circulam os mais fabulosos negócios do mundo capitalista da atualidade, com milhões e milhões de dólares jorrando num mundo aonde o lucro tem valido muito mais do que a vida de seres humanos.
Mas, num momento de crescimento geométrico do coronavírus entre a população mundial e, consequentemente, de perplexidade dos povos de todo o planeta sob a inércia do mundo sobre este, paira a pergunta: afinal, o que vale mais : a vida ou lucro??? Consequentemente, isso nos remete a outra pergunta: pra que serve trabalhar tanto neste tipo de sociedade que temos, altamente consumista???
As pessoas, de foma geral, começam a perceber que o capitalismo produziu, ao longo de anos, uma sociedade de tipo consumista, extremamente divisionista, preconceituosa, separatista, que colocou um tremendo muro e abismo entre as pessoas ao longo de todo esse tempo. E que produziu, ao longo de alguns poucos anos, algumas "certezas" (que iremos abordar em outro artigo) que estão sendo destruídas com esta pandemia do coronavírus.
Uma destas "certezas" é acerca do conceito de trabalho. O trabalho passou a ser visto como a principal razão geradora da riqueza existente em nosso mundo. E, com esta crise do coronavírus, passamos a perceber que o gerador da riqueza de um país é a força de trabalho que há em cada trabalhador/a, a partir da mão de obra de cada trabalhador/a presente na linha de produção existente em cada empresa e que, sem este/a não há riqueza nem no país como também nem tampouco algum empresário poderoso no país ou no mundo.
Bolsonaro, com suas medidas econômicas avalizadas por seu ministro da Economia, Paulo Guedes tem servido,única e exclusivamente, para agradar tão somente apenas aos ricos e poderosos (como a recente ajuda aos banqueiros de R$ 1,2 trilhão no início da pandemia; as MPs 927 e 936; a PEC do "Orçamento do Guerra", aprovada pelo Congresso, entre outras valorosas ajudas), enquanto aos trabalhadores lhes serve  migalhas, como a contribuição de R$ 600 por três meses aos trabalhadores informais. Bolsonaro revela, com isso, seu "compromisso" de classe num momento extremamente delicado da conjuntura e, assim, nos mostra o que significa para ele o que é a dicotomia do capitalismo para seu governo, neste instante da História.



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