Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Flamengo, sim. Violência contra a mulher, jamais!!!

Flamengo, sim. Violência contra a mulher, jamais!!!




Antonio Radical e Tanque,
De João Pessoa/PB

A nossa paixão pelo "Mais Querido do Brasil", não se coloca no campo do absolutismo. Somos sim torcedores do Mengão, mas também somos contra práticas discriminatórias, como as feitas pelo machismo, racismo e/ou homofobia.
O futebol, que é um esporte de massas, vivencia constantemente casos de forte discriminação. Vários jogadores africanos e latinos sofrem constantemente agressões racistas até mesmo das suas torcidas na Europa; aqui no Brasil em jogos com nossos hermanos também já foram denunciados casos de jogadores dentro de campo se utilizando de xingamentos racistas na tentativa de desestabilizar o oponente.
Fora dos gramados existem inúmeros casos de jogadores reproduzindo violência contra mulheres. O atacante da seleção brasileira, Robinho (ex-Santos), atualmente no Milan, foi acusado de estupro em 2009 na Inglaterra (quando atuava pelo Manchester City) em um clube noturno da cidade de Leeds. Marcelinho Paraíba, em novembro de 2011, foi detido em Campina Grande por tentativa de estupro e está respondendo a processo por isso. Adriano o “Imperador”, um dos ídolos da massa rubro-negra, em 2010 mandou amarrar a sua noiva Joana Machado a uma árvore na favela da Chatuba no Rio de Janeiro, e depois do caso ter tido repercussões internacionais o então goleiro Bruno saiu em defesa do amigo com a seguinte frase: "Quem nunca saiu na mão com a mulher?"
O Flamengo viveu um processo semelhante recentemente quando seu goleiro na época, Bruno, foi acusado e preso por ter participado do assassinato de Eliza Samúdio, que tinha um filho deste. O caso ganhou repercussão nacional, por conta da violência dos atos praticados contra Eliza até sua morte. Misteriosamente, até hoje, seu corpo não foi encontrado.
Na ocasião, anunciou-se que o Flamengo havia suspenso o contrato com o goleiro. Agora, passados alguns anos do ocorrido, circula em vários portais a notícia de que Bruno pode ganhar um habeas corpus e, assim, retornar ao Flamengo, vestindo mais uma vez sua camisa. O pior é que essa possibilidade ganhou eco no clube, com alguns dirigentes rubro-negros.
Mais espantoso é perceber a passividade da presidente do CRF, a ex-nadadora Patrícia Amorim, que até o momento não veio a público dar uma palavra sobre o assunto, o que mostra a força do machismo no interior do Flamengo, que reproduz em níveis menores a pressão machista que existe em nossa sociedade, que ainda perduram.
Isso está diretamente relacionado ao que ocorre - ou não ocorre, por sinal - da política nacional implementado pelo governo federal, especialmente na era Dilma, a respeito da situação das mulheres neste país. Tal política, apesar do discurso oficial, não corresponde à verdade. 
Como bem colocam as companheiras Vanessa Portugal e Vera Lúcia, militantes do PSTU, em um artigo sobre a condição das mulheres brasileiras sob o governo Dilma, "No Brasil, há cerca de 97 milhões de mulheres. Elas compõem quase metade do mercado de trabalho, mas são a minoria entre aqueles que possuem carteira registrada. Uma grande parcela delas trabalha sem contrato de trabalho, fazendo bicos. Só um terço trabalha em empregos formais, especialmente nas áreas de saúde e educação, sendo que são a maioria entre os servidores públicos. Ocupam, em todas as esferas do mundo do trabalho, os piores postos, os mais desvalorizados socialmente e os que pagam os menores salários, por exemplo, costureiras, empregadas domésticas, manicures. Por isso, são a maioria das que ganham até um salário mínimo. E, por falar em salário, em particular, ganham em média 33% menos que um homem para exercer uma mesma função". Isso mostra que a situação salarial de nossas mulheres brasileiras não mudou no governo da 1ª mulher presidente do país. Infelizmente, as notícias ruins para as mulheres brasileiras não param por aí.
No governo Dilma, a violência contra a mulher continua e, infelizmente, num ascenso muito preocupante, apesar da lei Maria da Penha. Para se ter uma ideia do que representa isso, antes do governo Dilma, haviam 10 assassinatos de mulheres por dia em todo o país. Tal estatística não mudou com uma mulher presidente. 
Tais fatos se explicam nos cortes orçamentários feitos nos dois primeiros anos de governo Dilma, que somam mais de R$ 105 bi. Esses cortes afetam, sobretudo, as áreas sociais, que são o suporte fundamental para a vida da classe trabalhadora brasileira, e as mulheres como maioria da população, acabam sendo as mais afetadas. Afinal de contas, os cortes no orçamento feito por Dilma atingem a educação, saúde, moradia, transporte. Isso repercute, por exemplo, na falta gigantesca de creches para as mulheres trabalhadoras, que seguem enfrentando uma dura realidade de conciliar trabalho e um local seguro onde possa deixar seus filhos para poder garantir sua sobrevivência e a de seus filhos. Mesmo após o anúncio do lançamento do programa de creches, é bem provável que tal situação persista, prejudicando sensivelmente a condição de vida das mulheres. 
É todo esse somatório de coisas que faz com que o machismo avance na sociedade brasileira. NÃO EXISTE UMA POLÍTICA GOVERNAMENTAL QUE PROMOVA UMA LUTA FRONTAL CONTRA O MACHISMO. É isso que faz com que se abra a possibilidade da soltura de um Bruno da prisão e, mais, que este volte a vestir a camisa do Flamengo.
Nem Dilma nem Patrícia Amorim se colocam, de forma efetiva, nesta luta contra o machismo, refletindo assim a dificuldade que as mulheres em todo o Brasil têm de denunciar as práticas machistas.
Sou rubro-negro de coração, mas da luta contra o preconceito não abro mão, só com a construção do socialismo é que teremos condições reais de termos uma sociedade sem qualquer forma de preconceito inclusive nos esportes.


TORCER PELO FLAMENGO, SIM! 
COLABORAR COM A VIOLÊNCIA CONTRA
 A MULHER, JAMAIS!  





domingo, 27 de maio de 2012

A greve nas universidades federais e a luta pela dignidade da profissão docente





Reproduzimos abaixo um texto do professor militante da ADUFCG, Luciano Mendonça, sobre a greve nas Universidades Federais, que já começou com uma força impressionante, mostrando por um lado a força da categoria e, por outro, a revolta deste setor com a política educacional implementada pelos sucessivos governos. Vale a pena ler e conferir. 

A greve nas universidades federais e a luta pela dignidade da profissão docente
                                                                                          Luciano Mendonça de Lima*
De resto, todo colapso traz consigo desordem intelectual e moral. É necessário criar homens sóbrios, pacientes, que não se desesperem diante dos piores horrores e não se exaltem em face de qualquer tolice. (Antonio Gramsci, 1891-1937)
Na quinta-feira, 17 de maio de 2012, os professores das Instituições Federais de Ensino Superior entraram em greve por tempo indeterminado. Na raiz do movimento se encontra a profunda insatisfação de parcela significativa da categoria com os rumos da universidade brasileira.
A faceta mais visível deste perverso quadro é o atual processo de expansão das IFES, que nos últimos anos tem aprofundado a precarização do trabalho acadêmico em todas as suas dimensões, expresso no arrocho salarial, na mercantilização do conhecimento e em jornadas laborais que beiram o limite do esgotamento físico, mental e emocional. Essa realidade foi muito bem captada pelo nosso sindicato nacional, o ANDES-SN, que em seu 31° Congresso, realizado na cidade de Manaus-AM, entre os dias 15 e 20 de janeiro de 2012, já apontava para o protagonismo dos docentes na luta por melhores condições de vida e trabalho e na defesa de uma universidade pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada.
Depois de mais um começo de ano em que o processo de negociação de nossa pauta de reivindicações se viu frustrado, em função da postergação e intransigência do governo federal, não nos restou alternativa, a não ser apostar no processo de mobilização da categoria. Assim foi feito, com rodadas nacionais de assembléias que aprovaram majoritariamente a data de 17/05/2012 para o início da greve.
Na UFCG, as três Associações Docentes (ADUFCG, ADUFCG-Patos e ADUC), bem como os docentes dos campi de Cuité, Sousa, Pombal e Sumé, cumpriram à altura com os desafios postos pela conjuntura.  Em todos os campi da UFCG, diferentes atividades de mobilização foram organizadas, culminando com a realização de assembléias no período imediatamente anterior ao da deflagração da greve, a maioria delas com participação massiva dos docentes. Após esse processo de mobilização, os docentes da UFCG, de forma coletiva e democrática, decidiram pela adesão à greve nacional.
Em Campina Grande a greve começou muito bem, apesar de alguns problemas pontuais. Logo na manhã do dia 17/05/2012 foi realizado um ato público na entrada principal da UFCG, com distribuição de um panfleto de esclarecimento à comunidade universitária e à sociedade campinense. Ato contínuo, o Comando Local de Greve foi instalado, para isso contando com a representação de professores de diferentes Unidades Acadêmicas, sob a coordenação de membros da diretoria da ADUFCG.
O ponto alto do primeiro dia de greve ainda estava por vir. É que para aquele mesmo dia havia sido convocada a reunião mensal do Colegiado Pleno, a mais importante instância deliberativa da UFCG, constituída por representantes dos professores, alunos e servidores técnico-administrativos da instituição. Conforme deliberação da assembleia dos docentes da UFCG do dia 15/05, que aprovou, por unanimidade, a deflagração da greve, o Presidente da ADUFCG, Professor Gonzalo A. Rojas, apresentou a proposta de transformar a pauta ordinária da citada reunião em pauta extraordinária da greve. A propositura foi acatada pelo plenário. Após um rico processo de discussão (que, diga-se de passagem, contou com um número expressivo de membros da comunidade universitária), foi aprovada, por unanimidade, uma moção de apoio à greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Por seu conteúdo e significado, este fato deve se destacado. Embora seja o mais importante órgão de deliberação coletiva da instituição, historicamente o Colegiado Pleno vinha sendo omisso ou resistente aos movimentos reivindicatórios dos segmentos que representa, em função do mesmo sempre ter gravitado sob a órbita de influência das forças que até hoje administram a universidade. Desta vez o Colegiado Pleno agiu diferente, se mostrando sensível à movimentação democrática dos diferentes segmentos da comunidade universitária, pois não só apoiou e reconheceu a justeza da pauta de reivindicações dos docentes como também repudiou qualquer forma de coerção ao legítimo e inalienável direito de greve dos servidores públicos, aí inclusos os professores. Também, na perspectiva de tranquilizar a comunidade discente, aprovou a suspensão do calendário escolar, tornando assim ilegal qualquer atividade acadêmica, por ventura, desenvolvida durante o período da greve.
A reação a essa decisão não se fez demorar. Já no dia seguinte, conhecidos e conservadores setores da UFCG, mesmo que travestidos do discurso da meritocracia, não só tentaram “furar” a greve (desrespeitando uma decisão coletiva da categoria da qual formalmente fazem parte), como buscaram desqualificar a decisão daquele que é o órgão responsável por traçar a política geral da UFCG. Este fato bem demonstra o caráter reacionário dessa gente mal acostumada com a democracia, que só respeita decisão coletiva quando é conveniente aos seus interesses particulares, que se acha superior até mesmo ao Colegiado Pleno da instituição. A atitude dessa minoria conservadora e egocêntrica deve ser repudiada pelas forças democráticas da UFCG, pois não contribui para a construção de uma universidade e de uma sociedade justa, solidária, democrática e libertária, mas para a lembrança dos tempos sombrios de terror e de autoritarismo em nosso país.
Se a nossa greve já tinha legitimidade mais do que suficiente para ser deflagrada, tendo em vista o descaso com que os docentes federais vêm sendo tratados pelos últimos governos, a decisão do Colegiado Pleno reforçou ainda mais essa tendência, dando um exemplo de maturidade política que já repercute em todo o país.
Daqui por diante resta intensificar a mobilização interna entre a categoria e ampliar o apoio da sociedade civil para que assim possamos dobrar a arrogância do governo e seus aliados e assim lograr a conquista dos nossos direitos e da nossa dignidade profissional.

* Professor da UAHis, representante docente do CH no Colegiado Pleno/UFCG e membro do Comando Local de Greve/ADUFCG.         

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Metendo o dedo na ferida

A Paraíba sempre foi uma terra fértil quando o assunto é produção cultural. Nosso Estado já ofereceu ao Brasil artistas do porte de um Jackson do Pandeiro, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Geraldo Vandré, Herbert Viana, Genival Lacerda, Sivuca, Antonio Barros e Céceu e tantos outros. Possui também ícones da literatura brasileira, como Augusto dos Anjos, José Lins do Rego e Ariano Suassuna. Temos verdadeiros gênios no teatro, como Paulo Pontes e Marcélia Cartaxo. Enfim, nossa Paraíba sempre foi genitora de grandes símbolos culturais.  
E isso não parou. Mais recentemente, vimos aflorar os gênios de Chico César e Fuba, além de Pedro Osmar. Este último, infelizmente, desconhecido no cenário nacional. Porém, dono de uma arte inventiva como poucos, Pedro Osmar também merece um lugar de destaque na cultura paraibana.
Assistimos, nos últimos dias, uma polêmica dura travada pela rede mundial de computadores entre Fuba e Pedro Osmar. Tudo por conta de um artigo feito pelo primeiro, publicado no portal ClickPB (www.clickpb.com.br), que mereceu uma resposta pelo segundo. Quem quiser conferir tais textos, confira no facebook de Pedro Osmar ou então no portal Diário PB (www.diariopb.com.br). 
A discussão entre os dois, provocada por Fuba em seu artigo, é sobre a crise na produção cultural na Paraíba, a partir do ascenso do PSB no cenário político local, com a chegada de Ricardo Coutinho à prefeitura de nossa capital e, depois, ao governo do estado. 
Muitas das coisas que Fuba argumenta já vinha refletindo sobre há algum tempo, mas me furtei de fazer um artigo sobre isso porque, como não sou da área cultural, não conheço os meandros da coisa nem seus bastidores (ao contrário de Fuba e Pedro Osmar), esperei que alguém deste setor fizesse o que Fuba fez: mostrar o que o governo do PSB está fazendo em relação à produção cultural de nossa terra.
Fuba faz colocações pontuais mas certeiras sobre a decadência de nossa produção cultural, mas principalmente na cooptação feita por Ricardo Coutinho e sua trupe em boa parte dos artistas locais, fazendo com que estes se submetam aos ditames de Ricardus I e, assim, empobreçam sua produção artístico-cultural, sob pena de não desagradar o TODO-PODEROSO Ricardus I.
"As limitações da área cultural são cada vez mais evidentes. O pouco que existe em relação ao Fundo Municipal de Cultura (FMC) é carta marcada para quem defende o projeto socialista ou faz parte da “diretoria”. Muitos destes projetos aprovados são direcionados aos próprios frequentadores da Funjope ou pessoas ligadas diretamente ao governo. Enquanto alguns deles não passam sequer pelo julgamento da comissão de seleção, outros acabam sendo pré-julgados pela burocracia dos gestores ou pela perseguição política. É só olhar os nomes e sobrenomes dos recém-aprovados para ver que não estou exagerando. A panela é a mesma! O FIC (Fundo de Incentivo à Cultura) se perdeu no tempo e hoje quase não se comenta sobre o assunto. O Fenart deixou de existir. O “Espaço Cultural” está de mal a pior e reforma que é bom só na virtualidade do computador. Os projetos sumiram! Há meses não acontece o projeto “Som das Seis”, criado pelo governo com o intuito de concorrer com o Projeto Seis e Meia. Aliás, você conta nos dedos os shows realizados pelo “Som das Seis” e já nem sei se esse programa continua a existir. É tudo uma mentira e ninguém fala nada!", alfineta Fuba em uma das partes de seu brilhante artigo.
Não precisa ser expert no assunto para ver que Fuba diz a verdade. Todos que acompanhamos um pouco a produção cultural na Paraíba já percebe, há muito tempo, tudo isso. É visível a destruição do Espaço Cultural, assim como de outros locais dignos dos nossos artistas. Não é demais afirmar que o Espaço Cultural tem problemas estruturais visíveis, ao ponto de não descartarmos que se dê com ele o mesmo que ocorreu recentemente com uma parte do DEDE que, de abandono em abandono ao longo de décadas, desabou parte deste, causando enormes prejuízos para a prática do desporto na Paraíba.
Fuba ainda, em seu artigo, destaca a discriminação que nossos artistas sofrem quando têm que receber o cachê por suas apresentações bancadas pela Funjope. Estes passam cerca de um mês para receber este cachê, enquanto Fuba pergunta e, ao mesmo tempo, pergunta:" A Funjope virou uma grande produtora de shows e eventos sazonais da cidade, o que é uma droga. Os cachês são fantasiosos e os descontos exagerados, o que é outra droga. Receber um cachê às vezes demora mais de um mês! Tem droga maior? Será que isso acontece com os artistas nacionais que tocam na “Estação Nordeste” todos os anos? Com certeza, não! Em outras palavras, o Circuito das Praças passou a ser um “cala boca” oficial para deixar os artistas sem ter do que reclamar ou, no mínimo, podar seus verdadeiros pensamentos. Dessa forma se contentam com o “muito pouco” em vez de “nada ter” e ficam calados!" Alguém ousa dizer que isso é mentira?
Por fim, Fuba conclui seu artigo afirmando que "vivemos uma contradição sem precedentes. Os “amigos” que estão no poder e que um dia surpreenderam com atitudes revolucionárias e até mesmo extravagantemente anarquistas, foram literalmente engolidos pela fantasia do deslumbre e do poder". Será que ninguém enxerga isso?
A resposta de Pedro Osmar a Fuba é, no mínimo, lamentável. Conheço Pedro Osmar e sei de suas qualidades na escrita. Ele tem condições de dar uma resposta mais qualificada do que a que fez.
Pedro Osmar, em vez de responder aos questionamentos levantados por Fuba, parte para o ataque pessoal, questionando por exemplo a militância político-partidária de Fuba. Não é por aí que iremos resolver o problema da produção cultural na Paraíba.
Todos/as que me conhecem sabem que não comungo das ideias político-partidárias de Fuba e hoje, menos ainda, das de Pedro Osmar. Mas sei reconhecer o valor dos dois na nossa cultura.
Pedro Osmar é profundamente infeliz, em seu artigo, quando afirma que  o "Bloco Muriçocas do Miramar, que apenas existe para descer a Av. Epitácio Pessoa, rumando para a Praia de Tambaú, para atender à rede hoteleira, à indústria de bebidas e ao turismo sexual, que é, no final das contas, a que serve todo esse cortejo de “carnaval dos ricos” que foi formatado nos últimos anos no Brasil e do qual as Muriçocas do Miramar vem fazendo parte". Quando li isso, não apenas me assustei, como me passei a perguntar e aqui exponho essas perguntas: o que será que Pedro Osmar pensa a respeito do Galo da Madrugada, do Cordão do Bola Preta e da Banda de Ipanema, só para citar alguns blocos de renome nacional? Será que estes também servem à " rede hoteleira, à indústria de bebidas e ao turismo sexual?"      
Depois, Pedro Osmar sustenta que "a Funjope, na gestão do PSB (Partido Socialista Brasileiro), está sendo responsável pelo momento mais produtivo, crítico e criativo da condição de cultura em nossa cidade, e que eu espero tenha continuidade a partir de 2013, com Estelizabel Bezerra como prefeita de nossa cidade". Não poderia haver maior demonstração de adesão ao projeto "socialista" de Ricardo Coutinho.
Quero ressaltar que o "xis" da questão aqui não é se Pedro Osmar e outros aderiram ou não ao projeto peessebista na Paraíba. Eles tem todo o direito de fazerem o que quiser de suas vidas, porém o que pedimos é que sejam coerentes com suas decisões políticas e assumam, definitivamente, que não pensam mais a cultura paraibana como antes pensavam. Pois os problemas continuam. 
Pedro Osmar, em sua resposta, não responde à grave acusação de Fuba quando este denuncia, em seu texto, que "o pouco que existe em relação ao Fundo Municipal de Cultura (FMC) é carta marcada para quem defende o projeto socialista ou faz parte da “diretoria”. Muitos destes projetos aprovados são direcionados aos próprios frequentadores da Funjope ou pessoas ligadas diretamente ao governo. Enquanto alguns deles não passam sequer pelo julgamento da comissão de seleção, outros acabam sendo pré-julgados pela burocracia dos gestores ou pela perseguição política. É só olhar os nomes e sobrenomes dos recém-aprovados para ver que não estou exagerando. A panela é a mesma! O FIC (Fundo de Incentivo à Cultura) se perdeu no tempo e hoje quase não se comenta sobre o assunto". Gostaríamos, Pedro, de ler uma resposta sua sobre isso e não atacar pessoalmente a figura de Fuba. Você chega, em determinado momento, a perguntar a que patrão Fuba serve hoje, se a Cícero Lucena ou Zé Maranhão. Repete, desta forma, o mantra dos ricardistas de primeira hora quando recebem críticas ao que fazem (ou deixam de fazer). Parece que Ricardus I é intocável e inatacável. Quem critica a "gestão socialista" do PSB é logo comparado à direita, como se dela fizesse parte. Logo você, Pedro Osmar, que sempre se disse contrário ao patrulhamento ideológico?
Por fim, mais uma vez parabenizo Fuba pela coragem de expor a ferida da produção cultural paraibana sob os tempos de "ditadura democrática" de Ricardus I e seus vassalos. Se precisar de mim, pode contar comigo para meter o dedo na ferida!  




sábado, 5 de maio de 2012

Plano de ação aprovado em congresso reúne reivindicações, bandeiras e campanhas







O 1º Congresso Nacional da CSP Conlutas - Central Sindical e Popular -, ocorrido entre os dias 27 e 30/04, em Sumaré/SP, aprovou um Plano de Ação para o próximo período para ser desenvolvido dentro da conjuntura nos movimentos sociais. Segue abaixo este plano de ação votado pelos/as delegados/as. 

O plano de ação foi aprovado por ampla maioria.

A Central Sindical e Popu­lar – Conlutas deve reafirmar a busca da uni­dade como um objetivo permanente para a defesa dos direitos e da melho­ria das condições de vida da classe trabalha­dora. Não poupará esforços para construir mobilizações unitárias com todos os setores que se disponham, fazendo um chamado permanente às direções majoritárias do movi­mento para que rompam com o governo e as políticas contrárias aos interesses dos traba­lhadores, somando-se à luta. Da mesma forma, nossa Central reafirma a manutenção de iniciativas próprias, autonomia de atuação e defesa de seu programa.

Vejas as principais reivindicações e bandeiras de luta:

- POR UM PLANO ECONÔMICO DOS TRABALHADO­RES

- REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO SALARIAL- CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES – DEFESA DO PATRIMONIO E DOS RECURSOS NATURAIS DO BRASIL

- PELO DIREITO À MORADIA DIGNA/ TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA – REFORMA AGRÁRIA JÁ

- DEFESA DA APOSENTADORIA E DA PREVIDÊNCIA PÚBLICAS

- CONTRA OS CORTES DO ORÇAMENTO – DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO E DOS DIREITOS SOCIAIS DO POVO BRASILEIRO – COMBATE À CORRUPÇÃO

- EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA SAÚDE PÚBLICAS

- EM DEFESA DOS (AS) SERVIDORES (AS) PÚBLICOS (AS)

- NENHUM DIREITO A MENOS – CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

-DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS

- CONTRA O NOVO CÓDIGO FLORESTAL/ EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE

- CONTRA TODA FORMA DE DIS­CRIMINAÇÃO E OPRESSÃO

- ORGANIZAÇÃO SINDICAL LIVRE

- SOLIDARIEDADE E LUTA EM DEFESA DOS TRABALHADORES

- OPOSIÇÃO DE ESQUERDA AO GOVERNO DILMA POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES E POR UMA SOCIEDADE SOCIALISTA

Vejas as principais campanhas para o próximo período

- Unificação das lutas e fortalecimento da uni­dade de ação

- Campanha Salarial dos Servidores Federais

- Construir um grande ato nacional durante a realização da Rio+20 com todas as organizações que participarão da Cúpula dos Povo

- Unificação das campanhas salariais do segun­do semestre de 2012

- Campanha contra os crimes da Copa do Mundo e a luta dos “Novos Pinheirinhos:

- Campanha pelo direito à organização dos tra­balhadores em seus locais de trabalho

- Derrotar a reforma sindical e trabalhista

- Campanha contra as privatizações

Há ainda resoluções sobre a criminalização dos movimentos, o movimento negro, mulheres trabalhadoras, LGBT, mortes no campo, votação da PEC do trabalho escravo.


Fonte: www.cspconlutas.org.br

terça-feira, 1 de maio de 2012

Amanda Gurgel se solidariza com a luta dos/as professores/as de Sta. Rita em greve

A professora Amanda Gurgel, presente no I Congresso Nacional da CSP Conlutas, gravou este vídeo prestando sua solidariedade à GREVE dos/as professores/as de Sta. Rita, que já estão neste movimento há  mais de 1 mês.
Confiram abaixo.