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domingo, 26 de julho de 2015

A censura dos/as censurados/as (ou de como a Parada LGBT de João Pessoa exige respeito dos outros, mas não respeita a crítica de alguém)

Ocorreu neste sábado, 25 de julho deste ano, a XIV Parada da Diversidade Sexual de João Pessoa, organizada pelas entidades representativas do setor - MEL, ASTRAPA, Maria Quitéria e tantas outras -, patrocinadas pelo Governo do Estado e PMJP, na praia do Cabo Branco.
Este, por sinal, é o PRINCIPAL problema da organização deste ato em João Pessoa, que se realiza anualmente. Não é uma atividade autossustentável, mas sim bancada pelo Governo do Estado e PMJP. Duas representações públicas que assistem, de braços cruzados, a escalada da violência sobre a população LGBT e não fazem NADA para defender este setor. Mas, quando chega o dia da Parada, instalam delegacias móveis contra crimes homofóbicos na orla marítima para proteger os LGBT's de qualquer prática homofóbica durante o evento. E durante o resto do ano, qual a preocupação do Governo do Estado em oferecer segurança a estas pessoas? NENHUMA, assim como também não esboçam nenhuma solução para o aumento da criminalidade em nossas fronteiras para toda a população paraibana, e não apenas um setor desta. Sem falar na farta distribuição de brindes feitos por essas representações públicas e falas do alto do carro de som muito bonitas, mas sem eficácia alguma no dia a dia de gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e travestis de nossa Paraíba.
Por falar em "alto do carro de som" , foi exatamente neste espaço que se deu o episódio mais lamentável da Parada da Diversidade Sexual deste ano, para não falar dos anos anteriores, do qual não me recordo de ter acontecido algo semelhante.
Um camarada foi fazer uma intervenção em nome do vereador Bira (PT) - assim como já tinha sido feito em relação à deputada estadual Estelizabel (PSB), que não pode ir por problemas de saúde na família e foi representada por um assessor no ato -. O representante de Bira, no final de sua fala, ensaiou fazer uma crítica à atuação de Estelizabel e, neste momento, teve o som de seu microfone cortado pela organização da Parada. Pois é, meus amigos e minhas amigas, na XIV Parada da Diversidade Sexual, não se admitem diversidades nas falas do ato antes desta sair pelas ruas da orla de João Pessoa. Criticar a atuação do governo Dilma, então, nem pensar. Não fosse uma rápida exigência feita por Renan Palmeira ao governo federal do PT, nem teria sido ouvido o nome de Dilma Rousseff. Coisas de quem organiza um movimento bancado por poderes responsáveis pelo massacre da população LGBT. Desta forma, fica realmente difícil (pra não dizer impossível) se fazer uma atividade independente.
O filósofo iluminista Voltaire tinha como princípio a seguinte frase: "posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las" .
Renan Palmeira e seus/suas companheiros/as de luta precisam aprender com Voltaire!