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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A vitória de Donald Trump nos EUA: entre a surpresa e o desnorteamento de setores da esquerda



As eleições norte-americanas, ocorridas em 08 de novembro próximo passado, provocaram um misto de surpresa e, ao mesmo tempo, certo desnorteamento em setores da esquerda brasileira (para não dizer internacional), sobre o real significado da vitória do republicano e magnata Donald Trump, agora o mais novo hóspede da Casa Branca pelos próximos 4 anos.
"A vitória de um personagem burguês populista de direita (com posições xenófobas, racistas e machistas) e com oposição dos aparatos de ambos os partidos tradicionais provocou forte impacto nos Estados Unidos e no mundo todo, e intensos debates sobre seu significado. 
Todos os analistas coincidem em assinalar que a votação de Trump se baseou em amplos setores de eleitores brancos das regiões rurais, de pequenos proprietários e, especialmente, no apoio de trabalhadores brancos empobrecidos há muitos anos, afetados pela desindustrialização, a crise, os baixos salários e a precarização trabalhista ou o desemprego. Uma queda social que não foi revertida pela "recuperação" econômica do período de Obama e a diminuição do desemprego". (http://www.pstu.org.br/a-vitoria-de-donald-trump-a-cara-feia-do-imperialismo/)
Além de tudo isso, some-se a postura direitista da candidata democrata Hillary Clinton, que esteve no centro do poder norte-americano nos últimos anos, seja no governo de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, seja no governo de seu sucessor, Barack Obama, quando ocupou o cargo de chanceler das relações exteriores e apoiou, em ambos os governos, todas as ações militares dos EUA, por exemplo, contra o Iraque e contra o terrorismo, o que gerou profundas insatisfações entre o povo deste país, piorando a situação após o 11/09. Assim, Hillary era identificada por uma parcela muito grande do povo norte-americano como a continuidade desse projeto, no que Trump soube explorar isso muito bem durante sua campanha, apesar de ser tão militarista quanto. 
Na verdade, o povo norte-americano se viu nesta campanha numa tremenda sinuca de bico. Não tinha alternativas de verdade. Tanto que uma parcela expressiva do eleitorado, especialmente os mais jovens, apostaram na candidatura de Bernie Sanders, que disputou contra Hillary as primárias pelo Partido Democrata. Derrotado, Sanders fez campanha para Hillary, mas segundo pesquisa divulgada antes das eleições de 08/11, apenas metade dos eleitores deste votaram em Hillary, comprovando o desgaste eleitoral da ex-primeira-dama.
O que nos surpreendeu, na verdade, foram algumas avaliações feitas por militantes da esquerda brasileira após a consagração da vitória de Trump. Muitos/as expressando sua surpresa, com um quê de indignação, como que se a vitória de Hillary pudesse ser mais positiva do que a de Trump para a conjuntura mundial e, consequentemente, para nós, classe trabalhadora brasileira e internacional. Coisas de quem não aprende com a História.
Há oito anos atrás, uma certa comoção tomou conta da esquerda brasileira e mundial com a vitória de Obama nas eleições norte-americanas. Um negro chegava à Casa Branca!!!. Isso foi celebrado e comemorado tal e qual o milésimo gol de Pelé, talvez até mais. Não negamos que a vitória de Obama foi um marco significativo na história mundial, especialmente na dos EUA, mas daí a comemorar como uma vitória do povo negro........... Menos, Batista, menos!!!
A vitória de Donald Trump vem confirmar o que dizíamos desde a vitória de Obama, há oito anos atrás. Não basta ser um negro ocupando a Casa Branca. É preciso ter política de raça e classe ocupando a Casa Branca para dar conta dos enormes desafios que se teria a partir daquele momento. E isso a História provou que Obama não tinha, pelo menos não com a classe trabalhadora. Nestes oito anos, quantos levantes do povo negro não aconteceram em pleno território norte-americano por conta da violência policial contra o povo negro??? E o que o governo Obama fez??? NADA!!! Assim, as diferenças (cada vez mais superficiais) entre Democratas e Republicanos foram cada vez mais desaparecendo, chegando ao ponto de desaparecerem de vez.
É preciso aprender com as lições da História. Democratas e Republicanos  nada mais são do que faces da mesma moeda. São norte-americanos e, como tais, movem seus interesses olhando em primeiro lugar para seu próprio umbigo e, depois, talvez, para o mundo. Assim tem sido a trajetória norte-americana na História mundial. Trump não mudará esse roteiro. Poderá torná-lo mais duro, muito provavelmente, pelo seu perfil e algumas de suas propostas expostas ao longo da campanha. 

sábado, 5 de novembro de 2016

TJPB imita STF e ataca direitos democráticos na Paraíba




Caiu como uma "bomba" no movimento dos setores educacionais da Paraíba nesta sexta-feira, 04 de novembro do ano em curso, a divulgação (pelas redes sociais), de um Acórdão de 15 de setembro deste ano, de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), de nº 0117689-57.2012.815.0000, proferida pelo TJPB, tendo como relatora a Desa. Mª das Graças Morais Guedes. Tal ADIN sugere o fim das eleições diretas para eleições de diretores e vices nas escolas do Estado e do Município de João Pessoa e foi colocada no tribunal pelos "democratas" Ricardo Coutinho e Luciano Agra - prefeito de João Pessoa à época da ADIN -, ambos do PSB. Seu sucessor, o igualmente "democrata" Luciano Cartaxo (PSD), poderia ter retirado a PMJP desta ação, mas a manteve, determinando assim pleno acordo com este duríssimo ataque a um dos maiores pressupostos democráticos da legislação educacional de nosso país, amplamente debatido na última CONAE  e garantido no atual Plano Nacional de Educação como uma de suas principais Metas.
Essa decisão AUTORITÁRIA e REACIONÁRIA do TJPB vem somar com as aberrações jurídicas que recentemente temos assistido nossa justiça tem tomado nos últimos tempos. Recentemente, o STF decidiu atacar o direito de milhões de aposentados/as de todo o país quando acabou com a desaposentação, ou seja, agora nenhum aposentado/a brasileiro/a  poderá pedir na justiça a revisão do valor do benefício de sua aposentadoria, caso esteja aposentado e trabalhando ao mesmo tempo. No dia seguinte a essa decisão, o STF atacou o direito de greve dos/as servidores/as públicos, quando determinou que, a partir daquele momento,  o/a servidor/a público que entrar em greve terá seu ponto (e, consequentemente, seu salário) imediatamente cortados. Na esteira dessas "insanidades" jurídicas, que na verdade seguem par e passo o plano de ajuste fiscal do governo Temer (leia-se arrocho salarial e retirada de direitos de nossa classe), o TJPB agora publica um Acórdão de setembro deste ano, em que ataca um dos mais elementares direitos democráticos do magistério paraibano e brasileiro: o direito de eleger, DEMOCRATICAMENTE, os diretores e e vices das escolas estaduais e municipais de João Pessoa.
Esta decisão, proferida pelo TJPB, com e Relatoria da Desa. Mª das Graças Morais Guedes, foi colocada neste Tribunal em 2012 pelos eminentes "democratas" Ricardo Coutinho e Luciano Agra - prefeito de João Pessoa à época da ADIN -, ambos do PSB. Estes senhores, que sempre posaram na frente das câmeras de defensores dos direitos dos/as trabalhadores/as, mostram com esta ADIN, suas verdadeiras caras. Querem, com isso, retirar de dentro das escolas e da comunidade escolar, a possibilidade de escolherem livremente aqueles/as que irão administrar o patrimônio público para continuarem indicando seus capachos nas escolas através do jogo sujo da indicação política, via balcão de negócios na Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de João Pessoa. O sucessor de Agra na PMJP, Cartaxo (PSD), que poderia ter agido diferente, retirando a prefeitura dessa ação, mas a manteve, porque afinal de contas, também se beneficiará (assim pensa ele) dessa negociata política que essa lamentável decisão do TJPB trará.
Mais uma vez, perde a Educação. Mais uma vez, perde a categoria magistério. Mais uma vez, perdem os/as trabalhadores/as. Mais uma vez, ganha o fisiologismo e o clientelismo político. A pergunta que fazemos é: até quando??? E outra que também não quer calar: assistiremos a tudo isso de braços cruzados??? O que nossas entidades representativas farão contra mais esse ataque à educação pública na Paraíba??? Com a palavra, os dirigentes do SINTEP e SINTEM!!!