Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sábado, 18 de julho de 2020

O retorno às aulas em plena pandemia do coronavírus e algumas considerações






Em todo o país, a discussão sobre o retorno às aulas já vem sendo feito. Vários Estados - e alguns Municípios - já fazem este debate entre seus governos e suas Secretarias de Educação com vistas a este retorno.
São Paulo já confirmou, em recente entrevista coletiva feita pelo governador João Doria (PSDB), que deverá retornar as aulas em 08 de setembro próximo. Junto com São Paulo, o Estado do Acre, na região Norte, também pensa em fazer o mesmo movimento em relação às aulas presenciais no mesmo mês. Outros 5 Estados (Pará e Tocantins - na região Norte -; Maranhão e Rio Grande do Norte - na região Nordeste -; e Goiás - na região Centro-Oeste) são os outros Estados brasileiros que pensam em retornas às aulas presenciais já em agosto deste ano (https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/07/13/dos-7-estados-que-ja-planejam-a-volta-as-aulas-2-estao-com-alta-de-mortes.htm#:~:text=n%C3%BAmero%20de%20mortes-,Sete%20estados%20planejam%20a%20volta%20das%20aulas%20presenciais%20nas%20escolas,%C3%A0s%20secretarias%20estaduais%20de%20Educa%C3%A7%C3%A3o.&text=8%20de%20julho.-,Em%20todo%20o%20pa%C3%ADs%2C%20escolas%20das%20redes%20estaduais%20est%C3%A3o%20fechadas,devido%20%C3%A0%20pandemia%20do%20coronav%C3%ADrus.).
Todo este movimento vem sendo pensado pelos dirigentes desses Estados, apesar de vivermos um aumento considerável no número de casos e de mortes em se tratando de pandemia de coronavírus no país. Enquanto escrevemos este artigo, o consórcio de imprensa nacional do país fez um levantamento apontando que, no dia 17 de julho do corrente ano, haviam mais de 2 milhões de casos pela Covid-19, com cerca de 78 mil mortos pela Covid-19 em todo o Brasil, segundo dados das Secretarias Estaduais de Saúde.
Mesmo assim, governadores e prefeitos não desistem do projeto de retornar as aulas presenciais, apesar de todos esses números ascendentes, em se tratando de Covid-19. Nos 7 Estados citados, Goiás e Tocantins apresentam-se como dois dos locais que mais tendência de alta em número de mortes em todo o país possuem, e São Paulo nunca deixou de ocupar a 1ª posição no lamentável ranking nacional em número de casos e de mortes em Covid-19 no Brasil, desde que esta surgiu em nosso território. Porém, nada disso faz com que estes desistam desta ideia, assim como do absurdo de reabrir as atividades econômicas, coisa que vem sendo feita desde o final de maio.
Isso faz com que esta atitude que ocorre em nosso país siga a contramão do que houve em países europeus, como Itália e Espanha, por exemplo, aonde esta retomada da economia se deu com a pandemia do coronavírus em queda e não em ascenso, como se dá em terras tupiniquins. Contudo, a pressão inexplicável aplicada pelos grandes grupos econômicos sobre os governos (federal, estaduais e municipais) nos ajudam a entender o porquê de tudo isso ocorrer. Para estes, o lucro está acima da vida, sempre. Infelizmente.....
Mas, alguns dados nos chamam a atenção para este debate sobre o retorno às aulas em plena pandemia. Uma delas é a completa inércia e omissão das entidades classistas - no campo dos trabalhadores da Educação - acerca deste debate. São muito poucas, quase nenhuma, que fazem um debate com sua categoria acerca da repercussão de uma decisão como essa. E, mesmo as que fazem, o fazem de forma muito tímida. Algumas chegam a extrapolar na sua inércia e omissão, como a direção do SINTEM JP (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal de João Pessoa), comandada há décadas por um mesmo grupo cutista que, recentemente, fez uma live para celebrar a festa de São João que promoveu para sua categoria. Fazer o mesmo para debater o futuro do Fundeb ou o retorno às aulas presenciais, nem pensar.....
Este é o quadro nacional, infelizmente, da maioria das direções sindicais do magistério da Educação básica. As exceções, também infelizmente, não possuem a força política necessária para, sozinhas, fazerem a "roda se mover". Mas, procuram exercer sua parte. Diante de tudo isso, é importante envolver o conjunto da categoria neste debate, pois será ela que sentirá na pele os efeitos da Covid-19 quando ocorrer, de fato e de direito, o retorno às aulas propagado e propagandeado pelos governos estaduais e municipais espalhados pelo país.
Abaixo, colocaremos algumas perguntas que julgamos importantes para todos/as pensarem a respeito deste assunto. Perguntas que podemos (e devemos) pensar sobre e repassar para outras pessoas e, se for o caso, provocar as lideranças sindicais de nossas entidades a fazerem o mesmo e colocarem estas entidades a serviço da luta e da categoria.
Elas nos foram repassadas por um colega também professor, como eu, igualmente preocupado com esta questão.
Seguem as perguntas:


* Se um professor testar positivo para Covid-19, será obrigado a ficar em casa?

* Se esse professor tiver 5 aulas por dia com 30 alunos cada, estes 150 alunos precisarão ficar em casa em quarentena por 14 dias?

* Estes 150 alunos precisarão ser testados? Quem pagará por estes testes? Serão feitos na escola? Como os pais serão notificados? Todo mundo na família de cada um desses alunos precisarão ser testados? Quem pagará por isso?

* E se alguém que mora na casa de um professor testar positivo? Esse professor então precisará ficar em quarentena por 14 dias, sem ir trabalhar? Essa folga será coberta por outro professor? Será remunerada?

* Onde a região de ensino encontrará um substituto que trabalhe numa sala cheia de alunos que foram expostos e possivelmente infectados, recebendo pagamento de professor substituto?

* Professores substitutos ensinam em várias escolas. E se eles forem diagnosticados com Covid-19? Todos os alunos de todas as escolas precisarão de quarentena e de ser testados? Quem pagará por isso?

* E se um aluno da mesma sala que seu filho testar positivo? E se o seu filho testar positivo? Todos os alunos e professores que tiveram contato com ele precisarão ficar em quarentena? Todos nós seremos notificados de quando alguém foi infectado, e quem? Ou será que, em função dos regulamentos da secretaria de saúde os pais e professores receberão emails misteriosos do tipo "fulano pode ter estado em contato" ao longo do ano inteiro?

* O que esse stress causará aos nossos professores? Como ele afetará sua saúde e bem-estar? Como afetará sua capacidade de ensinar? Como afetará a qualidade da educação que eles são capazes de fornecer? O que causará aos nossos filhos? Quais são os efeitos a longo-prazo de estar numa situação de terror constante?

* Como alunos e corpo docente serão afetados quando o primeiro professor na escola morrer por causa disso? O primeiro pai de aluno que levou o vírus para casa? O primeiro aluno?

* Quantas mais pessoas terão que morrer, que não teriam morrido se tivéssemos ficado em casa por mais tempo?

*Ainda diria mais, se um aluno testa positivo Covid-19, todos os professores que deram aula para ele serão testados? Todas as turmas e escolas que esses professores deram aula depois, também serão testados? Os colegas das secretarias, direções e sala dos professores que esses professores tiveram contato, também serão testados?

terça-feira, 14 de julho de 2020

Berg Lima entrega sua renúncia e aumenta a VERGONHA da IMPUNIDADE em Bayeux!!!






Berg Lima (PL) entregou na manhã desta terça-feira, 14 de julho do corrente ano, na Câmara Municipal de Bayeux, sua carta-renúncia à Prefeitura da cidade. Com este ato, encerra-se a lamentável passagem do ex-ativista cultural e presumível prodígio político bayeuxense que, em 2016, elegeu-se com uma larga margem de votos prefeito da dita cidade, superando um antigo político que tentava ocupar aquela cadeira pela 5ª vez em sua história. E por um partido pouco expressivo, na ocasião.
Em dezembro de 2016, afirmávamos em artigo postado neste mesmo espaço que "a expectativa gerada em torno de Berg Lima em Bayeux, por uma parcela significativa da cidade, é muito grande" (http://antonioradical.blogspot.com/2016/12/berg-lima-e-expectativa-de-todo-um-povo.html). Foi eleito com pouco mais de 33 mil votos, cerca de 60% dos votos válidos numa cidade com quase 100 mil habitantes, situada na Região Metropolitana de João Pessoa, uma das mais importantes do Estado.
Infelizmente, as expectativas de todo um povo criadas em Berg Lima não corresponderam à realidade, em pouco tempo de governo. Em menos de 6 meses de mandato, Berg Lima na época, no Podemos) foi preso em flagrante, acusado de corrupção, passando cerca de 5 meses preso e, a partir disso, a cidade de Bayeux - e, consequentemente, seu povo inteiro - começou a sofrer todas as consequências desse terrível acontecimento. Veio o vice-prefeito da época assumindo o comando da cidade, Luiz Antonio (PSDB) que também sofreu um escândalo político e acabou cassado pela Câmara Municipal e afastado pela Justiça, assumindo em seu lugar o presidente da Câmara na ocasião, o vereador Noquinha (PSL); este acabou sendo afastado do novo posto em dezembro de 2018, quando por decisão judicial, Berg Lima retornou à Prefeitura e retomou seu antigo lugar. Este, em maio deste ano, foi novamente afastado do cargo de prefeito, assumindo a Prefeitura o vereador Jefferson Kita (PSB). Nesse meio tempo, Berg Lima escapou de três tentativas de cassação politica movidas pela Câmara Municipal, com a participação decisiva do então vereador Kita.
Mas, como afirmamos anteriormente, o prefeito afastado Berg Lima (agora no PL), decidiu, após todos esses atropelos políticos, renunciar ao cargo de prefeito de Bayeux e apresentou sua renúncia à Câmara Municipal da cidade. Esta, segundo o regimento, deverá fazer uma eleição indireta para escolha do novo prefeito da cidade em até 30 dias, aonde qualquer cidadão/cidadã do município pode se candidatar, devendo a eleição ser restrita aos/às vereadores/as da Casa Severaque Dionísio.
Trata-se de mais um capítulo na crise política pela qual passa Bayeux desde 05 de julho de 2017, quando Berg Lima foi preso pelo Gaeco, no restaurante Sal e Pedra. E, neste mais novo capitulo da crise, o agora ex-prefeito joga sua mais nova e decisiva cartada, aonde nesta aprofunda tal crise e coloca novos elementos nesta, a saber: 1) tira seu mais novo rival da cena política de Bayeux, o também ex-prefeito (agora) Jefferson Kita (PSB); 2) joga os processos que tem contra si para a 1ª instância, por não possuir mais o foro privilegiado, o que faz com que suas ações judiciais sofram um retrocesso muito grande, demorando ainda mais a serem julgadas; 3) como ele não foi cassado (apesar, por 3 vezes, a Câmara Municipal de Bayeux ter tentado) e sim renunciou ao cargo, ele pode - se assim quiser - concorrer a algum cargo nas próximas eleições de novembro deste ano ou em qualquer outra.
Estes novos elementos gerados como consequência do ato protagonizado por Berg Lima com sua renúncia à Prefeitura de Bayeux revelam a IMPUNIDADE com que nosso sistema judicial trata a questão e, mais ainda, nossa tão propalada "DEMOCRACIA" e o "ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO" tratam pessoas que, como o ex-prefeito de Bayeux tratam não apenas tal regime político-eleitoral mas também o povo e, mais especificamente, os/as trabalhadores/as de toda uma cidade que acreditaram nele como uma possibilidade de renovação em suas vidas.
Isso tudo só vem demonstrar que NÃO podemos acreditar nas eleições como uma forma de resolver os problemas de nossa classe. Só a organização de nossa classe, nos locais de trabalho, de moradia, nas organizações de classe, é que poderá resolver os graves problemas sociais que enfrentamos todos os dias, especialmente em tempos graves como esse de pandemia de coronavírus aonde, apesar de vivermos em um Estado e país aonde temos os maiores índices de casos de mortes, os governos (federal, estadual e municipais) mantem a política de reabertura da economia, jogando nossa classe para o "abatedouro", sem estabelecer nenhum tipo de política pública para os trabalhadores (como quarentena geral, estabelecimento de licença remunerada, dentre outros) e os mais vulneráveis de nossa sociedade.
    

sábado, 4 de julho de 2020

A volta da circulação dos ônibus em João Pessoa, o protocolo desse retorno na capital paraibana e a possibilidade do que pode vir a ser essa nova realidade




Depois de uma breve suspensão do serviço dos ônibus urbanos em João Pessoa por conta da pandemia do coronavírus desde março deste ano, eis que a PMJP anunciou, após diálogos mantidos com os empresários do setor - via SINTUR - e estudiosos ligados à Prefeitura, o retorno deste serviço a partir desta segunda-feira, 06 de julho do corrente ano, de acordo com alguns protocolos estabelecidos após estes diálogos descritos anteriormente.
Nestes protocolos, constam pontos como: uso de máscaras obrigatórios para operadores e usuários do transporte coletivo, ônibus circulando com capacidade limitada (segundo este limite; cada ônibus deverá ter 50 cadeiras e somente um passageiro poderá ficar em pé por metro quadrado, num total de 12 passageiros em pé. Assim, o ônibus pode circular com, no máximo, 62 pessoas em seu interior, segundo matéria do site G1PB. Ainda segundo este protocolo, haverão marcações dentro do ônibus indicando todas essas distâncias entre os passageiros.
Segundo estudos feitos entre os atores descritos acima, neste retorno dos ônibus em João Pessoa, a frota deverá voltar com funcionar com 60% de seu total (com um total de 250 ônibus), que deverão transportar cerca de 45% da lotação máxima de passageiros. Os ônibus funcionarão de segunda a sábado, das 6h às 19h, sendo que aos domingos e feriados, por enquanto, não haverá ônibus. Isso ainda será definido pela PMJP e SINTUR e anunciado, especialmente em atenção aos/às trabalhadores/as da saúde que, antes desse retorno, eram os/as únicos/as atendidos/as por este serviço por conta da pandemia do coronavírus na capital paraibana.
Com esta nova realidade, espera-se que sejam atendidos cerca de 80 mil passageiros/dia, dos quase 180 mil/dia que normalmente são transportados pelas empresas de ônibus na cidade de João Pessoa.
Vamos a um paralelo desta situação que viveremos na capital paraibana para tentar analisar a questão, guardadas as devidas proporções.
Em São Paulo, há algum tempo, os ônibus também voltaram a circular, transportando as pessoas naquele grande centro urbano nacional.
Em 19 de junho passado, a Prefeitura de São Paulo emitiu uma circular a todas as empresas de ônibus daquela cidade "retirando a recomendação de que os passageiros não fossem transportados em pé, como forma de evitar a aglomeração dentro dos ônibus e assim diminuir o risco de transmissão do covid-19." (https://noticias.r7.com/sao-paulo/onibus-da-cidade-de-sp-voltam-a-poder-circular-com-pessoas-em-pe-19062020).
Menos de um mês depois desta recomendação da Prefeitura tucana da capital paulistana às empresas de ônibus daquela cidade, assistimos quase que cotidianamente, pelas redes de televisão, o lamentável "espetáculo" das cenas de ônibus lotados na cidade de São Paulo, em plena pandemia, transportando trabalhadores/as todos os dias, como se não estivéssemos vivendo uma crise sanitária há meses no Brasil e no mundo, tendo São Paulo como o epicentro desta terrível doença no país, desde quando esta se instalou no Brasil.
Quando nos referimos a este triste exemplo vindo de São Paulo, esperamos que tais cenas não se repitam em nossa cidade a partir de 06 de julho de 2020. Mas, com este tipo de protocolo firmado entre PMJP e SINTUR (leia-se empresários de ônibus de João Pessoa), é possível acreditar que isso poderá acontecer pra valer???
Respondemos, com uma grande dose de acerto para que este protocolo dê errado (infelizmente, para os/as trabalhadores/as): NÃO!!! 
É impressionante verificar que autoridades da PMJP (aí incluídas pessoal da SEMOB), junto com o SINTUR, depois de dias e dias estudando um protocolo de retorno dos ônibus à cidade, não tenham uma resposta para uma questão simples envolvendo os/as trabalhadores/as da saúde (que inclui ônibus aos domingos e feriados). A única resposta que têm, neste momento, é que não tem resposta. Lamentável.......... Passa a impressão que ninguém em João Pessoa (em tempos de pandemia de coronavírus), pode adoecer aos domingos e feriados a partir de 06/07/2020. Incrível!!!
Outra coisa: pegando o exemplo que vem de São Paulo, como esperar que os ônibus de João Pessoa, circulando em menos número, carregando menos pessoas, em menos horários, não terá superlotação??? A quem Luciano Cartaxo e os diretores do SINTUR querem enganar??? Alguém aqui acredita em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa???
Evidente que torcemos para que tudo dê certo, que não ocorra nenhum problema. Porém, o exemplo que vem de antes da pandemia do coronavírus na própria cidade de João Pessoa, pegando o sistema de transporte coletivo, não nos deixa muito tranquilos de que que poderemos ter uma segurança e uma firmeza a partir da próxima segunda-feira, 06 de julho de 2020.
Cenas dos próximos capítulos..........