Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Afinal, quem se curvou a quem no episódio do Rio Jaguaribe/Manaíra Shopping? O PT ou prefeito Luciano Cartaxo?


A cidade de João Pessoa assistiu, nos últimos dias, a uma "briga de cachorro grande", como costuma dizer o povo na sua sabedoria. Trata-se da polêmica sobre a reforma feita no Shopping Manaíra (mais uma) que, segundo o deputado estadual Anísio Maia (PT), estaria sendo feita de forma irregular pelo citado estabelecimento, causando segundo o deputado petista, mais um crime ambiental. Anísio foi mais além e disse que, com esta obra feita, "o poder público está sendo desmoralizado" (www.pbagora.com.br, de 23/01/13).
No dia 28 de janeiro do corrente ano, cinco dias após a grave denúncia do parlamentar petista, o presidente do PT de João Pessoa, Jackson Macedo, divulgou uma nota na imprensa afirmando, com todas as letras, que "o governo do prefeito Luciano Cartaxo não estará refém de especulação imobiliária, de pressões monopolistas e nem subordinará o bem comum de toda cidade aos interesses imediatos do capital privado". Além disso, presta solidariedade ao deputado Anísio Maia e afirma que "o PT está junto, solidário e atento a essas questões".
Porém, neste dia 29 de janeiro, um dia após essa nota do PT/JP ter sido amplamente divulgada na imprensa paraibana, eis que somos surpreendidos com a decisão da Semam de liberar a obra do referido empreendimento. "Fomos lá e observamos que não existe nenhuma irregularidade. Não existe essa história de aterramento do Rio Jaguaribe. O que estava sendo feito era apenas a junção de areia para que as máquinas pudessem ficar estáveis no solo", afirmou Edilson Nóbrega, secretário da Semam.
Toda João Pessoa sabe que, se vivêssemos num país sério, o Shopping Manaíra não teria nem um tijolo levantado, quanto mais a estrutura que possui hoje. Os que vivem nessa cidade e acompanham sua realidade, sabem que este shopping foi erguido sobre um mangue, causando um prejuízo ambiental de danos irreversíveis. Posteriormente, outras reformas foram feitas também causando prejuízos ao "bem comum", como destaca a nota do presidente municipal do PT.
Porém, o que assistimos mais uma vez é a vitória do poder econômico sobre o "bem comum". E com uma pitada de desmoralização do poder público, a que se referia o deputado petista Anísio Maia. Afinal de contas, depois da grave denúncia do parlamentar, referendada pela direção municipal do PT, eis que surge um órgão público, ligado diretamente ao prefeito Luciano Cartaxo, e avalia a reforma feita no shopping.
A pergunta estampada no título desse artigo traz em si a própria resposta: o governo de Luciano Cartaxo sai desse episódio provocado por aliados seus completamente DESMORALIZADO. Pois, após tanto alarde do deputado e da direção municipal do PT, afirmando com veemência que nem o partido nem o prefeito Cartaxo se curvariam a interesses privados em detrimento do "bem comum", recebem como troco o aval da Semam, liberando (mais uma vez, pra variar) obras no citado empreendimento.
Procura-se uma diferença substancial entre o governo do PT e os demais que já passaram pela PMJP.




sábado, 12 de janeiro de 2013

Carta Aberta ao PROFESSOR Neroaldo Pontes


Desde o dia 1º de janeiro deste ano, a Secretaria de Educação de Sta. Rita está sendo dirigida pelo professor Neroaldo Pontes. Quando seu nome foi anunciado como o futuro secretário da pasta, houve uma certa euforia em vários setores da categoria, inclusive dentro daqueles e daquelas que sempre estão na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade dentro da cidade de Sta. Rita ao longo de todos esses anos, especialmente nos últimos 8 anos da (indi) gestão de Marcus Odilon, particularmente pródiga em destruir não apenas a educação, mas todos os serviços públicos da cidade. Sua indicação, Neroaldo, acendeu em muitos/as uma chama de esperança de dias melhores na educação municipal a partir dos primeiros dias de 2013. Menos em mi, devo afirmar.
Afirmo isso, professor Neroaldo, não porque jogo sempre no time do contra, como gostam de afirmar alguns, mas por conhecê-lo de longa data, especialmente a sua trajetória política, coisa que muitos de Sta. Rita só conhecem através das páginas dos jornais e das imagens da TV. Eu a conheço um pouco além disso, e por isso não tinha motivo algum para ter esperança.
Você, Neroaldo, tem um currículo realmente digno de nota.Porém, isso só não basta para credenciá-lo como um bom administrador. Peguemos, por exemplo, FHC. Um grande intelectual mas que no exercício da presidência foi um dos maiores entreguistas do patrimônio público de nosso país e que praticamente levou nossas universidades às ruínas, não sem fazer o mesmo com a educação pública como um todo.
Na sua passagem pela UFPB, Neroaldo, você se construiu atuando nos anos 80 e 90 do século passado naquilo que denominávamos naquela época de "campo progressista", que era o setor que defendia a educação pública, gratuita e de qualidade. É bem verdade que este campo, que envolvia estudantes, professores e servidores técnico-administrativos, era muito amplo, havia muitas força políticas que atuavam dentro dele, com interesses diversos, mas que na hora da luta, tinham a bandeira acima citada como garantia da unidade. 
Foi assim, Neroaldo, que fez esse "campo progressista" colocar na rua em 1988 a candidatura de Genival Veloso contra a de Antonio Sobrinho à Reitoria da UFPB, mesmo sabendo que era pra acumular forças. E foi, naquela ocasião, uma das maiores (senão a maior e mais empolgante) campanha já feita dentro dos muros da universidade até os dias de hoje). A entrega do movimento estudantil mais combativo naquela campanha fez com que ela saísse dos gabinetes e ganhasse a universidade em todos seus recantos, levando a mensagem de universidade transformadora. Quatro anos mais tarde, em 1992, este mesmo setor do movimento estudantil uniu a campanha eleitoral para o DCE da UFPB com a campanha para Reitor, apoiando o então candidato, Neroaldo Pontes.
Naquela oportunidade, Neroaldo havia saído da direção da ADUFPB, o sindicato dos professores/as da UFPB, onde na ocasião havia se travado uma dura luta com o governo Collor e também com a Reitoria da UFPB acerca da questão dos 84,32% do Plano Collor, onde a universidade vinha de uma longa greve por causa disso. Neroaldo, como presidente da ADUFPB, era a principal liderança da categoria e isso o ajudou bastante no processo eleitoral seguinte.
Já no processo eleitoral de Reitor, Neroaldo teve que se posicionar sobre dois assuntos muito polêmicos: sobre os professores, teve que reafirmar o compromisso de que, ao assumir a Reitoria, iria pagar os 84,32% á categoria, coisa que a Reitoria na época não assumia; sobre os técnico-administrativos, assumiu que NÃO iria acabar o horário corrido da categoria. Fez isso assumindo o compromisso em um panfleto fartamente distribuído entre a categoria.
Repetindo, a campanha de Neroaldo Pontes dentro do segmento estudantil foi feita por nós, que na ocasião participávamos da chapa "Reviravolta". Naquela ocasião, estavam na chapa eu e o professor Feitosa, dos que estão hoje em Sta. Rita. Porém, assim que assumiu a Reitoria da UFPB, as atitudes de Neroaldo Pontes provocaram o racha na direção do DCE da UFPB. Sim, porque assim como Neroaldo venceu a eleição para Reitor, a chapara "Reviravolta" também venceu as eleições para o DCE. Naquela oportunidade, eu era representante da entidade no Conselho Universitário.
As primeiras atitudes de Neroaldo Pontes como Reitor da UFPB provocaram um racha na direção do DCE/UFPB. Pra começo de conversa, Neroaldo tentou acabar com o horário de corrido dos técnico-administrativos, logo aquele compromisso assinado por ele em panfleto distribuído na categoria. Com isso, para nosso grupo do movimento estudantil na UFPB, Neroaldo já começava a mostrar quem era. A gota d'água foi quando ele se negou, enquanto Reitor, a pagar os 84,32% que ele, enquanto presidente da ADUFPB, tanto lutou para que tanto o MEC quanto a Reitoria da UFPB, pagassem aos trabalhadores da educação.  Com isso, nós rompemos com Neroaldo Reitor e passamos, dentro do movimento estudantil na UFPB, a fazer oposição a seu Reitorado. 
Neroaldo, à frente da Reitoria da UFPB, inaugurou uma nova fase daquilo que chamávamos de "campo progressista". Este, a partir da era Neroaldo, foi se desintegrando, ao ponto de passar a não mais existir. Hoje em dia, o "campo progressista" na UFPB é uma saudosa memória!
Depois que saiu da Reitoria da UFPB, Neroaldo continuou sua caminhada rumo à direita, cada vez mais à direita. Com pouco tempo, foi prestar seus serviços ao neoliberal PSDB, como secretário de educação de João Pessoa, na gestão de Cícero Lucena; depois dos bons serviços prestados ao neoliberalismo na esfera municipal, foi a vez de Cássio Cunha Lima recrutá-lo para fazer o mesmo, só que no Estado. Foi Neroaldo quem implantou na Paraíba as eleições diretas nas escolas estaduais, mas apenas nas grandes cidades, não em todas. Isso manteve o domínio político nas pequenas cidades. Neroaldo, o grande, sempre antenado com o poder da classe dominante.
Agora, depois de um tempo ofuscado e afastado, eis que Neroaldo Pontes ressurge das cinzas, trazido por Reginaldo Pereira, prefeito de Sta. Rita, para tentar recuperar a imagem da educação pública da cidade. Uma educação que, no último período, enfrentou uma greve de 120 dias e encerrou o ano de 2012 com a categoria sem receber o 13º salário e o mês de dezembro.
Com toda essa situação caótica, qual a proposta de Neroaldo, o grande? Que os profissionais da educação de Sta. Rita encerrem o ano letivo de 2012 até o dia 31 de janeiro, sem ter NENHUMA garantia de pagamento desses salários atrasados. Dá para acreditar nisso?
Professor Neroaldo Pontes, essa proposta não tem adjetivos para classificá-la. O mínimo que pode-se dizer dela é que esta é INDECENTE, além de ser totalmente DESRESPEITOSA para com nossa categoria. Neroaldo, o mínimo que você deveria ter conosco é RESPEITO. Pergunto a você: quando eras Reitor da UFPB, alguma vez chegasse a fazer uma proposta desse tipo aos professores daquela instituição de ensino? Eu me antecipo e respondo porque vivi naquela universidade nos anos em que fosse Reitor: NÃO, NUNCA!!! Você pode ser tudo na vida, menos LOUCO!!! Então, pergunto de novo: Por quê você se acha no direito de fazer uma proposta dessas em Sta. Rita, para nossa categoria? Qual a diferença   entre nós e os professores universitários da UFPB? Mais uma vez, me antecipo e respondo: exceto o salário, NENHUMA!!! Somos professores, meu caro. Somos profissionais da educação, EXIGIMOS RESPEITO!!!
Outra coisa, Neroaldo. Quem estudou para ser padre foi você, não eu. Você foi treinado para pagar penitências, jejuar, não os profissionais da educação de Sta. Rita. Nós aprendemos as ténicas do ensino, os conteúdos das disciplinas que lecionamos, e a receber nossos salários ao final do mês que trabalhamos. É isso que sabemos fazer. É disso que precisamos. É isso que EXIGIMOS que você e Reginaldo Pereira façam ONTEM!!!