Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Saindo de um campo de batalha, mas não da guerra



No último dia 20 de fevereiro, na mesma ocasião em que os/as trabalhadores/as da educação municipal de Sta. Rita debatiam, em assembleia, se deveriam ou não aceitar o empréstimo da Prefeitura para receber os seus salários atrasados de dezembro e o 13º, assinei minha exoneração dos quadros efetivos daquela instituição e, por tabela, também desta batalha travada por esta categoria de luta. 
Ingressei na PMSR em 12 de maio de 2003, como sempre em minha vida, por meio de concurso público. Já em 2004, fiz parte do Comando de Greve que durou 45 dias, no último ano da (indi) gestão Maroja. Depois, foram 8 anos enfrentando o governo Marcus Odilon, que simplesmente destruiu aquilo que pode se chamar de políticas públicas, até chegar ao caos que existe hoje em Sta. Rita.
Em 2007, enfrentamos uma greve duríssima, com a prefeitura de Marcus Odilon enviando para a escola em que eu trabalhava - a EMEF Antonio Ferreira Nunes, popularmente conhecida como Isaura Guerra, no Alto das Populares - o secretário de Educação, o ex-vereador Adones Júnior e o adjunto, o atual vereador, Farias, junto com vários capangas, para na marra tentar reabrir a escola, já que esta era uma das fortalezas da greve, segundo o movimento e a própria secretaria. Foi um dia extremamente tenso na escola e na comunidade.
Mas, sem dúvida, 2012 é um ano que JAMAIS será esquecido de nossa memória. A greve de 4 meses, a truculência da prefeitura durante o movimento antes, durante e, principalmente, após são coisas que fazem parte de um aprendizado político individual e coletivo que não serão nunca desperdiçados, apenas pelos tolos.
E é exatamente neste ponto que quero me reportar ao falar de minha saída de Sta. Rita.
Saio por força das circunstâncias  Saio por uma imposição legal. Não saio feliz, portanto. Passei no concurso do Estado e, assim, tenho que me desfazer de um dos dois concursos que já possuo. Optei por Sta. Rita, já que em Bayeux estou na direção do sindicato dos servidores municipais. A experiência política, dentro e fora da sala de aula, que tive nesses 9 anos, 9 meses e 8 dias que atuei em Sta. Rita, levarei para sempre na minha trajetória pessoal e política.    
A classe trabalhadora de Sta. Rita, especialmente o magistério, me ensinou muito esses anos, com sua vibração, sua disposição de luta, apesar dos reveses, apesar das vacilações da direção do sindicato, mas sempre se mostrou como uma categoria disposta à luta e, assim, nos apontou por várias vezes como devemos agir em vários momentos da luta.
Na sala de aula, com todas as dificuldades encontradas no dia a dia, aprendemos a conviver com isso e principalmente, superar tudo isso. Ao longo de todos esses anos, conheci pessoas extraordinárias, pelas quais guardo imenso carinho e gostaria aqui de agradecer o convívio que tive com elas durante esse período. Às professoras e professores Donátila, Egizomar (que agora assumiu, com todo louvor, a coordenação do Projovem no município), Ana Freire, Luzia, Ebenezer, Antonio Carlos, Chagas, Suênia, Márcio Brito, Leda, muito obrigado por ter participado do convívio de vocês. Queria agradecer também a amizade que desfrutei do pessoal de apoio. Betânia, Marconi, Erivaldo (mais conhecido com Irmão), Fábio, o pessoal da cozinha - que não conheço o nome de todo mundo, me desculpem, sei de alguns, mas pra não ser injusto, falo assim mesmo. Gente muito boa, que trabalha com dedicação extrema para a escola, mas que não é reconhecida pela prefeitura.
Quero agradecer também aos meus diretores, especialmente os últimos, Solange e Nivaldo, além de minhas supervisoras, Mary e Fátima, que tiveram que me aturar por todos esses anos, especialmente de 2006 para cá, quando cheguei na EMEF Antonio Ferreira Nunes.
Santa Rita e toda a experiência que vivemos, dentro e fora da sala de aula, foi muito importante para mim, Agora, levaremos tudo isso para nossa atuação em Bayeux, no município, onde já estamos desde 2004 e para o Estado,onde estamos iniciando a caminhada agora. Valeu, Santa Rita!!! Continuaremos nos encontrando na luta!!!               

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Uma explicação para a renúncia de Bento XVI


       



O mundo foi pego de surpresa nesta segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013, quando do anúncio da renúncia do papa Bento XVI de seu pontificado. Afinal, desde Gregório XII, em 1415, não havia a renúncia de um papa de seu trabalho clerical. Na era moderna, então, Bento XVI inaugura um novo momento na história da Igreja Católica.
O anúncio de sua renúncia se dá, segundo palavras do próprio Joseph Ratzinger (Bento XVI), por conta de “que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino”, segundo um trecho da carta lida pelo papa renunciante durante reunião com cardeais no Vaticano.
Quando assumiu o comando da Igreja Católica, em 2005, Bento XVI tinha o papel de ser um papa de transição. A Igreja Católica vivia um período difícil, com a perda de um papa de grande prestígio popular e que foi, ao longo de seu papado, um grande colaborador do imperialismo e do regime capitalista na destruição dos regimes do Leste Europeu e também da afirmação do Estado de Israel como fiel aliado dos países imperialistas no Oriente Médio. Além disso, João Paulo II foi fundamental na desarticulação, dentro das fronteiras do catolicismo, dos defensores da “Teologia da Libertação”, ao mesmo tempo que dava condições para que os carismáticos crescessem às custas da “Teologia da Prosperidade”. Tudo para combater o crescimento das igrejas consideradas evangélicas que, especialmente na América Latina, e do islamismo, na Europa, África e EUA, ameaçavam (e ainda ameaçam) a hegemonia da Igreja Católica.
Bento XVI vem, então, para ser esse papa de transição para tentar reafirmar o catolicismo como a religião mais importante do planeta e com maior número de fiéis. Porém, em pouco mais de 7 anos de pontificado, Bento XVI não conseguiu nem uma coisa nem outra. Pelo contrário. A Igreja Católica até pode continuar sendo a religião mais importante do planeta, mas o número de fiéis vem caindo a cada ano que passa em várias partes do mundo.
Peguemos o Brasil, por exemplo. Em nosso país, ao longo dos anos, a Igreja Católica continua sendo majoritária em nossa sociedade, mas tem perdido espaço para o segmento evangélico de forma crescente. O Censo 2010 do IBGE mostra bem essa evolução deste segmento em relação ao catolicismo. Mas não apenas deste segmento religioso. Surpreendentemente, o segmento religioso que mais cresceu foi o dos “sem religião”, com 8% da população nacional.
Pegando os últimos 50 anos até 2010, o que se verifica é que, apesar do catolicismo continuar sendo majoritário entre as religiões no Brasil (que é, reconhecidamente, um dos maiores países católicos do mundo), a sua maioria vem caindo ao longo dos anos em relação aos outros segmentos religiosos, especialmente os evangélicos. Por exemplo, em 1960, os católicos eram 93,1% da população brasileira, enquanto os evangélicos eram apenas 4% no mesmo período; 50 anos depois, os católicos são 64,6% de nossa população e os evangélicos são 22,2%. Ou seja, em cinco décadas, os católicos reduziram 28,5% de seus fiéis, enquanto os evangélicos cresceram mais de 5 vezes. Isso sem pegarmos o segmento dos pentecostais e neopentescostais.
Bento XVI não conseguiu, no seu curto papado, apesar do seu discurso extremamente conservador, em defesa das tradições da Igreja, fazer com que esta arrebanhasse mais fiéis. Ao contrário, a Igreja Católica, enfrentou inúmeros processos na justiça comum por causa de vários casos de pedofilia praticados por seus membros, especialmente nos EUA, mas que também ocorreram no Brasil. Além disso, foi no papado de Bento XVI que a Igreja Católica enfrentou vários protestos, como o do movimento de mulheres e LGBT’s, por conta de seus posicionamentos reacionários contrários ao aborto, à possibilidade de ascensão das mulheres no interior da Igreja e ao casamento homoafetivo. Paralelo a isso, assistimos neste período ao crescimento do ramo chamado evangélico, especialmente do setor pentecostal, sobretudo nas áreas mais pobres do planeta, como América Latina, África e Ásia. E a porção de fiéis arrebanhados por estas igrejas veio sobretudo da Igreja Católica, que a olhos vistos perdeu muitos seguidores. Isto, apesar desta ter assumido um discurso semelhante ao pregado pelas “Universais” da vida. Porém, uma coisa é o original, outra é a cópia.
O concreto é que a renúncia de Bento XVI se deve, em nossa modesta opinião, a uma crise que existe na Igreja Católica que ele, enquanto papa transitório, se dispôs a enfrentar e não conseguiu resolver, nem que minimamente: a perda constante e acelerada de fiéis para outras religiões. A tarefa do novo papa é construir uma política que impeça, ou pelo menos, reduza essa sangria que o catolicismo vem sofrendo há décadas, sobretudo em países centrais de sua religião, como o Brasil, como já demonstramos nesse artigo. Mas, a estrutura milenar da Igreja Católica pode ser um empecilho muito grande para esse sucessor de Bento XVI, isso se esse estiver disposto a enfrentar essa estrutura, o que duvido muito.
Já começam a surgir comentários de analistas que acompanham o desenrolar da política do Vaticano que a Igreja Católica precisa, com o novo papa, se renovar no discurso e na prática. O problema é de que forma isso se dará. Porque a única novidade nos últimos dois mil anos no catolicismo foi a Teologia da Libertação, que foi duramente reprimida no papado de João Paulo II, ao ponto de seu principal teólogo, o brasileiro frei Leonardo Boff ter sido calado por determinação do Vaticano para todo o sempre. Assim, fica difícil imaginarmos algum avanço com o novo papa que vem, seja ele europeu ou não.
Segundo outros analistas, a renúncia de Bento XVI assume ares de “guerra civil” na disputa pelo poder no Vaticano. Segundo um dos maiores estudiosos do Vaticano, Massimo Franco, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres, autor do premiado "Era uma Vez um Vaticano", a renúncia do papa seria “o sintoma extremo, final, irrevogável, da crise de um sistema de governo e de uma forma de papado”. O editorial do prestigiado jornal italiano, “Corriere della Sera”, assinado pelo seu diretor, Ferruccio de Bortoli, o gesto de Bento XVI “foi certamente encorajado pela insensibilidade de uma cúria que, em vez de confortá-lo e apoiá-lo, apareceu, por diversos de seus expoentes, mais empenhada em jogos de poder e lutas fratricidas”. Como se vê, a crise é muito maior do que pensamos e não é só em Brasília e no Brasil que a política é suja e nociva aos interesses do povo.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Carta Aberta a Ernandes Santiago



Muitos que lerem este artigo provavelmente não conhecem o personagem ao qual se destina esta Carta Aberta. Este blogueiro também não o conhece pessoalmente, mas quem frequenta a página do Facebook do Sinfesa (Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Santa Rita), conhece este personagem através de uma postagem feita por ele endereçada diretamente ao presidente do citado Sindicato. Uma postagem, diga-se de passagem, de extremo mau gosto e absurdamente desrespeitosa. Fosse comigo, acionaria um advogado para representar na justiça contra este indivíduo.
Todos que frequentam as assembleias do Sinfesa e participam, ainda que minimamente, do movimento dos servidores municipais de Santa Rita - do qual estou me despedindo após praticamente 10 anos de atuação, por ter sido aprovado no concurso do Estado - sabem que, ao longo de todo esse período, fiz oposição à direção do Sinfesa, tendo José como seu presidente neste tempo. Porém, esta oposição foi feita de forma honesta e respeitosa. Nunca, em nenhum momento, parti para atacar o companheiro no plano pessoal, procurando desqualificá-lo no plano moral, embora muitas vezes nem sempre a recíproca tenha sido a mesma. 
A postagem do senhor Ernandes Santiago no Facebook, se reportando a uma tal agressão que o presidente do Sinfesa teria sofrido do ex-prefeito de Sta. Rita e os efeitos que esta teriam provocado nele são dignos de repúdio por parte de toda a categoria. É uma tentativa clara de desmoralizar não apenas o presidente do Sindicato, mas toda a categoria. Aprendi em meus anos de militância que quando se tenta desqualificar um dirigente com ataques morais, na verdade, está se tentando atacar a organização como um todo. Quem dos/as lutadores/as de Sta. Rita já viram este indivíduo nas lutas da categoria?  Quem já assistiu Ernandes Santiago passar pelas mesmas angústias que cada um de nós tivemos nos 8 anos de (indi)gestão Povo da Silva 4?
Companheiros e companheiras, como já afirmei, tenho ao longo de todos esses anos, muitas divergências com o companheiro José dos Santos Farias, mas isso não me impede, de forma alguma, de defendê-lo de um ataque tão repugnante, tão vil, tão baixo, que deve ser REPUDIADO por toda nossa categoria, pois a intenção não é desqualificar o presidente do Sinfesa, mas sim desmoralizar a luta de toda uma categoria que tem como seu símbolo a defesa intransigente de seus direitos e conquistas.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Vivemos numa DEMOCRACIA na Paraíba?




No dia 1º de fevereiro, a Paraíba foi surpreendida com uma notícia espantosa: o anúncio do fechamento da programação da Paraíba FM e, consequentemente, de três de seus programas jornalísticos que, de forma mais veemente e crítica, faziam oposição ao atual governador do Estado, Ricardo Coutinho. A argumentação utilizada pelos empresários do sistema  em que a Paraíba FM era vinculada era de que seu fechamento se devia à razões de ordem financeira, coisa difícil de se acreditar pela intempestividade da forma como se deu tal fechamento.
Além do mais, esse episódio do fim da Paraíba FM encerra com chave de ouro um ciclo iniciado em 2011, logo após a chegada de Ricardo Coutinho ao Palácio da Redenção, quando a equipe comandada por Gutemberg Cardoso e Josival Pereira, então na Correio FM, saíram deste sistema de comunicação também de forma intempestiva por não baterem de frente com o mandatário do Poder Executivo Estadual. O Palácio da Redenção e seus babões de plantão hã de negar isso até a morte, mas toda a Paraíba sabe disso perfeitamente. De uma leva só, saíram além dos citados, Marcelo José, Lenilson Guedes e tantos outros. Alguns meses depois, esses desembarcaram no sistema Cabo Branco e lá iniciaram um novo projeto, intitulado Paraíba FM, onde junto com outros competentíssimos profissionais, produziram três grandes programas do rádio paraibano, pela manhã, ao meio-dia e no horário das 18h: "Paraíba Agora", "Polêmica Paraíba"e "A Hora do Rush". Além dos já citados, toda a Paraíba tinha a satisfação de ouvir Edileide Vilaça, Padre Albeni, Maurílio Batista, Verônica Guerra, e tantos outros cobras do radiojornalismo paraibano a cumprir sua missão de bem informar o povo de nossa terra com um mínimo de informação crítica. Depois, também por influência do Palácio da Redenção, Marcelo José, Josival Pereira e Nilvan Ferreira saíram da Paraíba FM e foram ganhar a vida em outras paradas. Era o início do fim do projeto ambicioso iniciado há dois anos atrás. 
Evidentemente, que este blogueiro que vos fala e escreve nem sempre concordava com a opiniões emitidas pelos apresentadores destes programas, porém nestes programas nos era permitidos discordas deles e, principalmente, exprimir nossas posições divergentes do status quo existente atualmente em nosso Estado. Isso é que era o mais importante na Paraíba FM, esse era o seu diferencial em relação a outros sistemas de comunicação que ora continuam em vigor em terras tabajaras, sempre submissos ao que vem do Palácio da Redenção.
Esse é o maior prejuízo ao povo paraibano com o fim da Paraíba FM. Teremos, a partir de agora, a DITADURA DA INFORMAÇÃO em nosso Estado. Não teremos agora uma Tabajara. Teremos várias Tabajaras, espalhando aos quatro recantos deste Estado as "informações" de um governo que, em nome do povo, só tem causado prejuízos a esse mesmo povo. Pois que mais mal um governo pode causar a um povo do que privá-lo da informação crítica, da informação divergente?
Com o fim da Paraíba FM, só nos resta perguntar: na Paraíba, sob a égide de Ricardo Coutinho, vivemos realmente numa DEMOCRACIA?