Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES APÓS OS ATOS DE 07/09 E AS NOVAS AMEAÇAS GOLPISTAS DE BOLSONARO





Este é um breve texto, com algumas considerações acerca do que ocorre atualmente em nosso país, especialmente no campo político, depois de mais ameaças golpistas feitas pelo presidente Bolsonaro, nos atos de 07/09 em Brasília e São Paulo, em que chegou a afirmar que não iria mais obedecer a nenhuma decisão do STF e do ministro Alexandre de Moraes e que iria convocar o Conselho da República para debater assuntos urgentes do país, não sem antes editar uma MP tida por vários especialistas do Direito como inconstitucional e que poderá ser devolvida pelo presidente do Senado nos próximos dias.

Uma das primeiras repercussões provocadas pelos discursos de Bolsonaro foi a suspensão de todas as sessões do Senado nesta semana determinada por seu presidente, Rodrigo Pacheco (D/MG), eleito com apoio de Bolsonaro. Outra, foi a dura fala, já esperada, do presidente do STF, ministro Luís Fux, sobre os discursos e ameaças golpistas de Bolsonaro em 07/09, nos atos de Brasília e São Paulo, especialmente contra o STF e seus ministros. Fux chega a dizer que "(...) Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional" (https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/09/08/pronunciamento-fux.htm). Mas,  ateremos nossas considerações a outros pontos, quais sejam:

1) o PSDB anunciou, através de seu presidente, o ex-deputado federal Bruno Araújo, que se reunirá nesta quarta-feira (já deve estar se reunindo, neste momento em que escrevemos), para debater e decidir se apóia ou não o pedido de impeachment a Bolsonaro. Junto com o PSDB, discutem tb essa possibilidade partidos como o MDB e PSD;

2) isso significa que esse debate do impeachment a Bolsonaro começa, pelo menos no campo institucional, a sair da esfera da "esquerda oficial" (PT, PCdoB, PSOL, PSB, PDT, REDE) e pode migrar para partidos da direita e centro, base do governo;

3) caso isso aconteça, pressionará o "Centrão e os partidos que o formam - PP, Solidariedade, Republicanos, dentre outros - a se posicionarem e forçar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) a "descer do muro" e, definitivamente, tomar uma posição;

4) os partidos da "esquerda oficial" tb terão que tomar uma posição: ou abandonar a campanha do Lula 2022 ou embarcar, definitivamente, no processo de impeachment de Bolsonaro na Câmara dos Deputados e no "Fora Bolsonaro" nas ruas;

5) mas, para que tudo isso ocorra, Arthur Lira (e, principalmente, quem ele representa - o capital nacional/internacional, setores do empresariado, o agronegócio, dentre outros -) terá que definir se quer a abertura do processo de impeachment de Bolsonaro e a paralisação das "reformas" ou se tudo permaneça como está até às eleições de 2022;

6) por fim, mas não menos importante, há um outro ponto a ser considerado neste "xadrez político": o apoio e a repercussão política de tudo que ocorre em terras tupiniquins vindo das principais lideranças políticas mundiais, a começar das potências mundiais que compõem o G7, por exemplo (EUA, Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido, França e Japão) que, ao longo de todo período antecedente ao 07/09, manifestaram intensa preocupação com os rumos que vinha tomando a data e, até o momento, vêm tendo uma postura crítica ao governo Bolsonaro, ao modo do imperialismo, evidente. Mas, o não apoio explícito do imperialismo ou de outros setores importantes no jogo geopolítico mundial, como China, Rússia, dentre outros, aos arroubos e ameaças golpistas de Bolsonaro já sinalizam o isolamento internacional deste governo. E isto, para o movimento dos dos trabalhadores, é muito positivo.

Essas são as alternativas que vislumbro nesse cenário pós-falas golpistas. Podem haver outras??? Sim, por isso estamos abertos ao debate!!!