Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Brasil supera a China em número de mortes da Covid-19, Mas, Bolsonaro afirma:e daí???



Após Jesus encontrar Marta e Maria perto de Betânia, eles vão ao túmulo de Lázaro, uma caverna com uma pedra que cobre a entrada. Jesus ordena: “Retirem a pedra.” Marta está preocupada, pois não entende o que Jesus vai fazer. Ela diz: “Senhor, ele já deve estar cheirando, porque já faz quatro dias.” Mas Jesus diz: “Eu não lhe disse que, se você acreditasse, veria a glória de Deus?” — João 11:39, 40.
Então a pedra é removida. Jesus olha para o céu e ora: “Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Na verdade, eu sei que sempre me ouves, mas falei por causa da multidão que está ao meu redor, para que acreditem que tu me enviaste.” A oração que Jesus faz em voz alta mostra aos observadores que ele vai fazer algo por meio do poder de Deus. Então Jesus diz bem alto: “Lázaro, venha para fora!” E Lázaro sai com as mãos e os pés ainda enrolados com as faixas de sepultamento e o rosto coberto com um pano. Jesus diz: “Tirem as faixas dele e deixem-no ir.” — João 11:41-44.



Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados também pela imprensa (inclusive internacional), o Brasil entrou para o seleto grupo dos 10 países que mais mortos têm de Covid-19 no mundo, desde que essa pandemia se estabeleceu no planeta. De acordo com estes números, o país já ultrapassou a China em número de óbitos neste lamentável ranking. São, até o mais recente balanço do Ministério da Saúde, 5.385 mortes com 71.886 casos de pessoas infectadas pelo coronavírus https://brasil.elpais.com/brasil/2020-04-29/brasil-supera-china-em-mortos-por-coronavirus-admite-agravamento-da-crise-mas-bolsonaro-diz-e-dai.html). Percebamos que o Brasil passou em número de mortes o país originário da Covid-19 em um número muito menor de dias desde que esta terrível doença se instalou em nosso país. Na China, não custa recordar, o coronavírus surgiu em dezembro do ano passado, ao passo que em nosso país, esta doença começou a se instalar há pouco mais de um mês. Daí, podemos perceber a rapidez impressionante de sua proliferação, apesar das medidas tomadas pelos vários governos (estaduais e municipais, sobretudo) com o isolamento social decretado em muitos locais.
Porém, apesar de tudo isso, verificamos também que nos últimos dias, a política do isolamento social, tão questionada desde o início pelo presidente Bolsonaro e seus apoiadores (em especial pelos grandes empresários que o apóiam), vem sendo não apenas questionada de forma mais ampla (com a realização de carreatas e descumprimento dos decretos firmados), como vem levando a que vários governadores e prefeitos - a começar do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - tenha decidido recuar da quarentena no Estado e afrouxar esta política, sob custa de vitimar ainda mais a população, em especial os mais pobres e quem mora nas periferias, sobretudo as das grandes cidades, como uma megalópole tipo São Paulo. Apesar de todos/as perceberem, cotidianamente, a elevação dos índices de casos e mortes causadas pela Covid-19, no Brasil e no mundo. Só nos EUA, já se registram números que marcam 1/3 da quantidade de casos dessa doença ocorridos no mundo inteiro.
Há casos, no entanto, que nos chamam mais atenção (e preocupação) muito maior porque, ao contrário de alguns, prezamos pela vida humana. O caso de Manaus, no Estado do Amazonas, é emblemático. Segue a mesma linha dramática que assistimos, há dias atrás, na Itália e em Guayaquil, no Equador, aonde vimos caminhões do Exército carregando os corpos das vítimas para o cemitério por não não haverem mais carros funerários suficientes para fazer o transportes deste (no caso italiano); e corpos aos montes nas ruas da cidade equatoriana citada, sem caixões em número adequado para que estes pudessem ter um enterro digno, no caso do país sulamericano citado. Agora, assistimos drama semelhante ocorrendo com nossos/as irmãos/ãs manauaras, que não encontram vagas suficientes nos cemitérios da cidade para sepultar seus entes queridos. Para que isso aconteça, a prefeitura da cidade, junto com o governo do Estado, teve que abrir valas e mais valas no principal cemitério da cidade para enterrar estas pessoas. E, o pior desta tragédia: as pessoas sendo enterradas de maneira coletiva, umas ao lados das outras, sem velório, com no máximo 4 pessoas da família acompanhando o sepultamento. Uma cena lamentável para aquele/a que está sendo sepultado e para a sua família.
Todo este sofrimento familiar não é suficiente para sensibilizar o coração do presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro. Diante dos dados apresentados pelo seu Ministério da Saúde em relação ao crescimento da Covid-19 no país, ele soltou a "singular" frase, respondendo aos jornalistas: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre" (https://veja.abril.com.br/politica/e-dai-nao-faco-milagres-diz-bolsonaro-sobre-mortes-por-covid-19/).
Este é o presidente que, por reiteradas vezes, se afirma na frente de todos/as como cristão e que, por causa disso, nomeará para o STF alguém "terrivelmente evangélico"; se diz contra ao que ele chama de "ideologia de gênero"(coisa que o STF rechaçou por unanimidade recentemente); defende a volta da ditadura militar e idolatra um de seus principais torturadores e outras coisas mais. Apesar de tudo isso, repetimos, se afirma cristão. E, com tudo isso, despreza a vida humana, bem maior não apenas da Constituição Federal (que ele jurou defender quando assumiu a Presidência da República), mas que é também a defesa maior de todo aquele que se diz cristão. Pelo menos, em tese!!!

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