Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Luciene Gomes, prefeita de Bayeux, e seu vice, major Clecitoni, são CASSADOS pela Justiça Eleitoral!!!




Nesta segunda-feira, 15 de agosto do corrente ano, a cidade de Bayeux, situada na Região Metropolitana de João Pessoa, sofreu mais um grave abalo na sua vida política, já bastante atribulada nos últimos anos. 

Segundo decisão da Justiça Eleitoral, tomada pelo juiz eleitoral Antonio Rudimacy, a prefeita Luciene Gomes (PDT) e seu vice, major Clecitoni (MDB), tiveram seus mandatos CASSADOS. De acordo com a decisão judicial, isto se deveu por conta de "abuso de poder econômico nas eleições de 2020". Ainda segundo a decisão, ambos estão inelegíveis por 8 anos e deverão pagar uma multa de R$ 10 mil.

Esmiuçando a cassação à prefeita Luciene Gomes e seu vice, esta se deveu porque ambos "se beneficiaram com a distribuição de cestas básicas e nomeação de servidores públicos em período vedado pela legislação eleitoral. O que, segundo o juiz, se configura em ilícito eleitoral e abuso de poder político" (https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2022/08/15/prefeita-e-vice-prefeito-de-bayeux-na-paraiba-sao-cassados-por-juiz-eleitoral.ghtml). Para esclarecer ainda mais acerca disso, o juiz Antonio Rudimacy lembra que, segundo a legislação eleitoral, "a nomeação de servidores nos três meses que antecedem o pleito desequilibrou as eleições e aniquilou a livre vontade do eleitor, favorecendo exclusivamente a candidata que praticou o ato" (idem).

Além disso, o juiz destacou que "foram nomeados mais de trezentos funcionários no período vedado (grifo nosso), justificando as nomeações no estado de calamidade pública e necessidade devido à pandemia, mas as nomeações não foram exclusivamente para atender as necessidades inadiáveis da saúde, mas com fim eleitoral"  (ibidem). Tanto isso é verdade que os próprios assessores da prefeita (leia-se "babões") admitem, nos grupos de zap de Bayeux que, passada a eleição de 2020, estes funcionários foram demitidos pela prefeita reeleita Luciene Gomes (PDT), revelando assim a desnecessidade dessas nomeações durante a pandemia. 

Ainda segundo o juiz eleitoral Antonio Rudimacy, "há provas robustas do abuso do poder político e práticas de condutas vedadas no ´período eleitoral" praticadas por Luciene Gomes e seu vice, major Clecitoni, durante as eleições 2020, quando foram eleitos. Daí, a CASSAÇÃO de ambos, apesar dos lamentos e reclamações dos seus assessores (leia-se "babões", repetimos) e advogados de defesa, que já recorreram da decisão.

Sobre isso, duas coisas são certas: 1) as provas apresentadas pela Justiça Eleitoral para pedir a CASSAÇÃO de Luciene Gomes (PDT) e de seu vice, major Clecitoni (MDB), dos cargos de prefeita e vice-prefeito de Bayeux, na Grande João Pessoa, são robustas, como o próprio magistrado chega a afirmar; e 2) a cidade de Bayeux - e seu povo trabalhador - continua sofrendo com uma classe política deplorável, para dizer o mínimo, com suas práticas igualmente deploráveis.

No mais, cenas dos próximos capítulos.............


sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Um outro olhar dos 437 anos de João Pessoa e da Paraíba

 

   




    


Há 437 anos, em 05 de agosto de 1585, a Paraíba passava a existir enquanto Cidade de Nossa Senhora das Neves após uma batalha empreendida pelos portugueses contra os indígenas que habitavam a região; depois, este nome modificou-se para Parahyba por algum tempo e, em 1930, após o assassinato do então presidente da província (nome dado ao governador de Estado na época), seu nome passou a ser João Pessoa, como é até os dias atuais. Evidente que estamos fazendo uma síntese mais do que sintética dos acontecimentos ocorridos nestes mais de 4 séculos que se passaram nesta cidade. O nome “paraíba”, de origem tupi, tem significados controversos mas, o mais aceito entre os estudiosos, é “rio de navegação difícil”. Sobre o nome da cidade, dentre os três mais famosos que existiram ao longo de sua existência, prefiro o segundo e o que durou mais tempo: PARAHYBA, assim mesmo, com HY. E podem ter certeza, não estou sozinho nessa defesa!!!

      A capital de todos/as paraibanos/as e de vários/as imigrantes (nacionais e internacionais) possui várias belezas, naturais ou não). Dentre elas, destacam-se os ipês amarelos que florescem no Parque Solon de Lucena, na Lagoa, a cada primavera; o conjunto arquitetônico da Igreja São Franciso ou do Mosteiro de São Bento, na cidade antiga; as praias, urbanas e do restante do litoral, seja ao Norte ou ao Sul, em destaque a de Tambaba, famosa internacionalmente por conta do naturismo; há que se destacar também o Vale dos Dinossauros, em Sousa, no sertão paraibano, pela riqueza de sua história, apesar de não estar tão bem conservado assim atualmente; e não podemos deixar de citar a Itacoatiara (ou a Pedra do Ingá, como também é conhecida), igualmente rica em história. Enfim, a Paraíba tem muitas riquezas naturais ou não a serem exploradas, visitadas e vistas e, consequentemente, a encantar a quem as visite.

      Alguém pode estar se perguntando por que não citei o mais famoso cartão postal de nossa Paraíba no parágrafo anterior, a Ponta do Seixas. Não a esqueci, afinal esta é – ainda – o ponto mais oriental das Américas. Mas, deixei para falar agora porque esta beleza natural paraibano é, também, um dos mais desprezados há muito tempo por nossos governantes de plantão e está simplesmente desaparecendo, ao ponto de, em locais como o Rio Grande do Norte, setores já considerarem a capital potiguar como o “ponto mais oriental das Américas”. E, porquê isso???

      A decadência da Ponta do Seixas é apenas mais um ponto triste dos muitos problemas que existem em nosso Estado atualmente. Este é, na nossa opinião, o principal problema ecológico que temos há vários anos, aprofundado particularmente após a construção da Estação Ciência no espaço que antes era destinado a um parque natural chamado “Bosque dos Sonhos”, que ocupava cerca de 5ha naquela área e que foi desmatada, na ocasião, para dar lugar ao equipamento público citado anteriormente e que – coincidência ou não -, depois de sua existência no local, a falésia do Cabo Branco acelerou sua erosão e todos os problemas decorrentes disso (como a interdição daquela área até hoje) continuam. Tais fatos iniciaram no governo do então prefeito Ricardo Coutinho (na época, no PSB) e permanecem sem solução, com os prefeitos posteriores – Luciano Cartaxo (PT, depois PSD e, por fim, PV) e, agora, Cícero Lucena (PP) -. Todos estes, sem exceção, fizeram e fazem a mesma coisa em relação a esta questão: empurram a solução do problema com a barriga. Dizem que o caso com o IBAMA, que diz que o problema é da SUDEMA, que manda o caso de volta para a Prefeitura. E, neste jogo de empurra, João Pessoa vai perdendo sua principal beleza natural!!!

     Além disso, a Paraíba e João Pessoa tem outros graves problemas. Segundo o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, elaborado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a PUC/RS e Observatório da Dívida Social (RedODSAL), João Pessoa é uma das cidades mais desiguais do país, social e economicamente. Menos de ¼ da sua população vivia com 24,5% do salário mínimo no 1º trimestre de 2020 – o que representava R$ 261,25 -; além disso, no mesmo período, os 10% da distribuição de renda ganhavam (em média), 29,6 vezes mais do que os 40% mais da base da distribuição de renda; um ano depois, no 1º trimestre de 2021, esses mesmos 10% da distribuição de renda passaram a ganhar, em média, 42,3 vezes mais do que os 40% mais da base da distribuição da renda. Um aumento considerável da concentração de renda em plena pandemia do coronavírus. Em relação à cesta básica, João Pessoa tem uma das mais caras do país, com seu valor custando cerca de 50% do atual salário mínimo – R$ 586,73 -, sofrendo um aumento de 18,35% em 12 meses, segundo pesquisa feita pelo DIEESE em junho deste ano.

Um outro dado que revela um grave problema paraibano é o fato de que, em nosso Estado, segundo a PNAD Contínua, pesquisa feita pelo IBGE, a Paraíba possuir a segunda maior taxa de analfabetismo do país – 16,1% -. Quando verificamos o mesmo percentual na taxa de analfabetismo funcional, esse número chega a cerca de 50% da população paraibana. Um absurdo em pleno século XXI!!!

Por fim, mais alguns dados assustadores sobre a situação da Paraíba em nossos dias. Num país que possui mais de 33 milhões de pessoas passando fome, temos cerca de 80 mil famílias paraibanas passado por esta mesma situação; quando verificamos o drama do desemprego, observamos que o número percentual alcança pouco mais de 14% enquanto na informalidade, este número é de mais de 50%. Números que revelam o tamanho da crise por que passam os/as trabalhadores/as da Paraíba, João Pessoa e do Brasil atualmente.

Saudamos a cidade de João Pessoa por mais um aniversário. Mas, não podemos nos esquecer que, ao lado de uma cidade recheada de locais bonitos e agradáveis para se ver, viver e curtir, há também uma cidade cheia de questões a serem resolvidas para que os/as trabalhadores/as possam, definitivamente, tomar conta de SUA cidade.