Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ricardo Coutinho continua com as surpresas na formação do Secretariado


Ricardo Coutinho é mesmo um homem surpreendente. Consegue surpreender não apenas as pessoas comuns como também aquelas ligadas à área política. Na tarde dessa terça-feira, 28/12, o governador eleito anunciou mais nomes de sua equipe de governo no 1º escalão. Um desses nomes anunciados é o ex-deputado estadual Ricardo Barbosa, que vai responder pela Secretaria Executiva do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Escrevemos ontem neste mesmo blog que a nomeação do ex-senador Democrata, Efraim Morais, era uma "mão na roda" para o político mais controverso da história política paraibana recente, famoso nacionalmente por sucessivos escândalos no Congresso Nacional envolvendo seu nome e de grande repercussão nacional. E que Ricardo o havia presenteado com uma secretaria, no caso a Infraestrutura, que seria responsável, dentre outras coisas, da aplicação das verbas do PAC.
Porém, eis que hoje Ricardo surpreeende a todos ao anunciar Ricardo Barbosa como sendo o "cara do PAC" na Paraíba e, assim, revelar sua ligação íntima com o ex-governador Cássio Cunha Lima. Afinal de contas, todos que atuam no terreno da política sabem perfeitamente que Ricardo Barbosa é um dos homens de confiança dos Cunha Lima há décadas. Ricardo assim presenteia e prestigia o grupo Cunha Lima, principal responsável por sua vitória nas recentes eleições.
E que presente os Cunha Lima estão recebendo do "socialista" Ricardo Coutinho! Colocar uma montanha de dinheiro vindo do PAC nas mãos de gente que conseguiu levar a SUDENE à ruína é mesmo uma forma de gratificá-los pela vitória eleitoral conquistada em outubro passado. Sem falar na temeridade enorme que isso significa para os cofres públicos. Mas o "mago" deve saber o que está fazendo. Pelo menos é isso que costumam dizer os "ricardistas". 
Que o lado sombrio da Força não triunfe nunca!          

PS: Todas as demais considerações colocadas no artigo anterior sobre a nomeação de Efraim Morais continuam válidas, exceto as que o colocam como o homem do PAC na Paraíba. 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Na Paraíba, raposa toma conta de galinheiro!


A derrota para o Senado nas eleições deste ano parece que está saindo melhor do que a encomenda para o líder-mor dos Democratas paraibano, Efraim Morais. Pelo menos é assim que ele deve se sentir neste momento, quando foi confirmada hoje à tarde a sua nomeação como Secretário da Infraestrutra no próximo governo "socialista" de Ricardo Coutinho a partir de janeiro de 2011.
Quando esteve recentemente na Paraíba, para vistoriar as obras da transposição do São Francisco, Lula afirmou em alto e bom som que a Paraíba recebeu este ano cerca de 9 bilhões de reais de verbas do PAC. Pois é esta montanha de dinheiro público que Efraim Morais terá a "dura" missão de administrar nos próximos quatro anos. Logo Efraim, considerado inimigo nº 1 do governo Lula na Paraíba, é que agora será o responsável para conduzir os destinos da "menina dos olhos" do governo petista. Doce ironia, não acham?
Com esta indicação, cai por terra - para quem quiser perceber isso, evidentemente - o discurso de Ricardo Coutinho de que seu secretariado seria formado por critérios essencialmente técnicos. Apesar de Efraim ser engenheiro civil de formação, não podemos acreditar que ele tenha sido indicado para essa pasta por "critérios técnicos". É a cota do DEM paraibano no futuro governo "socialista" a ser implantado em nosso Estado.
Cai por terra também o discurso do governador eleito de que seu governo será pautado pelo "zelo à coisa pública", conforme ele mesmo gosta de repetir em suas declarações públicas. Fica difícil de acreditar nessa conversa quando Efraim Morais é indicado para uma secretaria tão estratégica no futuro mandato. Afinal de contas, o líder dos Democratas da Paraíba não é um bom exemplo de quem preza o "zelo à coisa pública". Que o digam os "fantasmas" estacionados no gabinete do então senador paraibano. Esperamos que a partir de agora na Paraíba não tenhamos um novo tipo de obra pública, a "obra fantasma" tomando o lugar das "obras inacabadas". 
A não ser que tenha alguém que acredite que uma raposa possa tomar conta de um galinheiro!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Quem pode acreditar no governo "socialista" de Ricardo Coutinho?



As pessoas são livres para acreditar no que quiserem. Tem quem acredite na vida eterna, que a dívida externa brasileira foi paga pelo governo Lula, e até mesmo tem quem acredita em Papai Noel. Tem crenças para todos os tipos e gostos. Porém, no último período em terras tabajaras, há uma crença em especial que tem movido centenas de milhares de pessoas: a de que o governo Ricardo Coutinho, a iniciar sua caminhada a partir do próximo 1º de janeiro, irá mudar o panorama da política paraibana, em especial a forma de administrar o Estado.
A esses crentes fervorosos, uma perguntinha: vocês já repararam nos nomes indicados pelo governador eleito para formar o seu secretariado? Se ainda não, é bom começar a fazê-lo, pois o secretariado de um governo, particularmente o daquele de início de governo, revelam os caminhos que esse governo deverá seguir durante seu mandato.
E nesse domingo, 19 de dezembro de 2010, Ricardo Coutinho anunciou mais um nome de sua equipe de governo. É Efraim Morais, presidente estadual do DEM. Efraim será o futuro secretário de Infraestrutura da Paraíba. Uma pasta que vem a calhar para quem está deixando o Senado Federal depois de ter sido citado em tantos escândalos, o último o caso das funcionárias fantasmas de seu gabinete.
Alguns dirão que o fato de Efraim estar no secretariado de Ricardo Coutinho se deve ao fato dele ter sido uma peça fundamental na vitória do "socialista" na campanha eleitoral e que agora o governador eleito está retribuindo o apoio do DEM à sua candidatura desde o primeiro momento. Este é um bom argumento para a nomeação do controverso político paraibano para um cargo tão importante no futuro governo.
Efraim  Morais terá, como secretário de Infraestrutura, as verbas do PAC para administrar na Paraíba. Nada mau para um político que se notabilizou no último período por fazer  oposição ferrenha ao governo Lula. E agora terá as verbas da "menina dos olhos" deixada pelo governo Lula para continuar sendo utilizada no governo Dilma. Porém, colocar a raposa para tomar conta do galinheiro é uma boa alternativa para a Paraíba?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Deputados e senadores dão aumento de R$ 10 mil a seus salários e querem dar apenas R$ 30 ao salário mínimo


O companheiro Zé Maria redigiu essa nota sobre o aumento dos salários dos deputados e senadores dado pelos próprios esta semana. Leiam, reflitam e dêem sua opinião!











ZÉ MARIA
Presidente nacional do PSTU e ex-candidato a Presidência da República





Nesta quarta, 15 de dezembro, a Câmara de Deputados e o Senado Federal aprovaram, em tempo recorde, Projeto de Lei que aumenta os salários dos próprios deputados e senadores, dos ministros do Estado, do vice-presidente e do presidente da República para R$ 26.723,13, valor igual ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que representa o teto salarial dos servidores públicos.

A aprovação do Projeto vai representar um reajuste de 61,83% no salário dos senadores e dos deputados federais, de 133,96% para o salário do presidente da República e de 148,63% no do vice-presidente e dos ministros. O último reajuste destes cargos aconteceu há três anos, e a inflação oficial deste período foi de apenas 20%.

A proposta entrou de surpresa em votação na Câmara, antes mesmo de uma reunião da Mesa Diretora da Casa, que discutiria o assunto. E, depois de uma hora da aprovação relâmpago na Câmara dos Deputados, o Projeto foi aprovado pelo Senado. A votação no Senado durou apenas cinco minutos. Este aumento contou com o apoio de Lula e da presidente eleita, Dilma Rousseff, e a aprovação da ampla maioria dos partidos e parlamentares.

A pressa visa esconder da população o escândalo que significa a decisão, tomada pelos mesmos parlamentares e governantes que alegam ser impossível dar um aumento de mais de R$ 30 ao salário mínimo, pelas mesmas autoridades que insistem em congelar o salário do funcionalismo federal por dez anos, alegando falta de recursos. Este contraste expressa bem o caráter dos governantes e parlamentares que temos em nosso país. 

Quando se trata de definir o valor dos seus próprios salários e dos principais cargos do Executivo, os parlamentares se esquecem do que pregaram em relação a necessidade de austeridade fiscal, mudam completamente o discurso, e aprovam projetos que aumentam ainda mais as já absurdas vantagens e mordomias dos principais cargos públicos. 

É importante lembrar, inclusive, que a concessão destes reajustes exorbitantes, no nível federal, fatalmente levará a um “efeito cascata” trazendo reajustes igualmente absurdos nos salários dos políticos na esfera dos Estados e Municípios, como já demonstra o reajuste nos salários do Governador e dos Secretários de Estado em São Paulo.

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) defende que os parlamentares, e também os cargos do Executivo e do Legislativo, devem receber salários iguais a de um trabalhador especializado. E, que seus salários, sejam obrigatoriamente atrelados a um número específico de salários mínimos, para que todas as vezes que os políticos aumentem seus próprios salários sejam obrigados a reajustar também o salário mínimo.

Nosso partido defende ainda a adoção imediata de instrumentos de revogabilidade dos mandatos dos parlamentares e dos membros do Executivo, para que quando eles atuarem de forma contrária as suas promessas de campanha seja possível para os trabalhadores e para o povo brasileiro interromperem os seus mandatos fraudulentos.

Os trabalhadores não podem confiar em um Congresso Nacional formado por políticos burgueses que privilegiam seus interesses privados em detrimento aos interesses do nosso país e da maioria de seu povo. 

Exigimos da presidente eleita Dilma Rousseff e do PT que não aceitem a promulgação pelo Congresso deste projeto de lei absurdo. Ao contrário de concordar com o aumento dos salários dos políticos, o novo governo deve dobrar de forma imediata o salário mínimo ou reajustá-lo com o mesmo índice do reajuste do salário do Presidente da República, ou seja, 133,96%, rumo ao salário mínimo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), calculado hoje em R$ 2.132,09 - o mínimo para que o trabalhador consiga garantir minimamente os gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

E exigimos também que o novo governo do PT abandone imediatamente a proposta de uma nova reforma da Previdência. O que sim, é necessário, é a garantia de um salário digno para a maioria dos servidores públicos que sofrem ano após ano com o arrocho salarial. 

São Paulo, 16 de dezembro de 2010.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O fiasco do Internacional no Mundial de Clubes e a unificação dos títulos brasileiros de futebol

Passadas as emoções do Campeonato Brasileiro 2010, esta semana que nem terminou ainda já está de boas polêmicas.
A primeira vem do outro lado do mundo, direto de Abu Dhabi, onde o campeão da Libertadores deste ano, o Internacional de Porto Alegre (RS), surpreendentemente, perdeu a vaga para a grande final de sábado próximo do Mundial de Clubes para o até então desconhecido campeão africano, Mazembe, do artilheiro Kabangu e do festivo goleiro Kidiaba com suas excêntricas comemorações de gol de sua equipe. Nem o mais fanático torcedor do Grêmio esperava por essa zebra do tamanho da África. Mas a derrota do Inter e a consequente vitória do campeão africano tem sua razão de ser. O Inter foi, desde o primeiro minuto de jogo, um time apático, sem vibração para uma equipe que estava disputando o jogo de sua vida, além de excessivamente nervoso, o que fez com que vários lances claros de gol fossem desperdiçados ainda no primeiro tempo. Já os africanos do Mazembe souberam segurar esse ímpeto do campeão da Libertadores, ainda que descontrolado, e levaram o jogo no empate para o vestiário e aí, nos 45 minutos finais, no típico jogo africano, de jogar no contra-ataque explorando a velocidade de seus atacantes, os africanos da República Democrática do Congo aniquilaram os sonhos de milhares de torcedores colorados espalhados pelo Brasil e também presentes no estádio de Abu Dhabi. Resta agora ao Inter, de forma digna, entrar no sábado que vem (18/12/10) e com a tradição e dignidade de um time que já teve na sua história nomes como Falcão, Carpegianni, Lula, Caçapava, Escurinho, Manga e tantos outros mostrar que o jogo contra o Mazembe é passado e que o Internacional de Porto Alegre ainda é grande.
O outro assunto do futebol brasileiro que está mexendo com as rivalidades saudáveis do torcedor brasileiro - e não as selvagerias das torcidas organizadas - é o recente anúncio por parte da CBF da unificação de títulos brasileiros do passado conquistados por grandes equipes de nosso futebol que, dessa maneira, irão alterar o ranking dos maiores campeões brasileiros da história de nosso futebol.
Pelo novo ranking da CBF, Santos e Palmeiras passariam a ser os "bichos-papões" do futebol brasileiro, com 8 conquistas cada (o Santos com 5 Taças Brasil, 1 "Robertão" e 2 Brasileiros; o Palmeiras com 2 Taças Brasil, 2 "Robertões" e 4 Brasileiros). Por um lado, é correta a decisão que a CBF toma em reconhecer as conquistas dos clubes brasileiros em disputas nacionais antes da fórmula consagrada no Brasileirão. Porém, por outro lado, a CBF adota dois pesos e duas medidas quando reconhece por exemplo os títulos do Santos da era Pelé na Taça Brasil e não reconhece a Copa União conquistada pelo Flamengo em 1987.
Agora, podem me perguntar: mas o que é que tem a ver uma coisa com a outra? A resposta mostra a contradição da direção da CBF em estabelecer esse novo ranking. O Santos de Pelé, para ser pentacampeão da Taça Brasil - entre 1961 e 1965 - disputou no total 12 partidas! O Flamengo campeão da Copa União disputou um campeonato com 16 equipes enfrentando em turno único os 15 clubes, seguido de uma semifinal e final. E esse título a CBF insiste em não reconhecer para o Flamengo, mostrando sua incoerência na aplicação do ranking dos campeões.      

domingo, 12 de dezembro de 2010

A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro

No último dia 25 de novembro, o PSTU do Rio de Janeiro divulgou essa nota pública sobre os acontecimentos envolvendo a operação das forças armadas no Complexo do Alemão. Reproduzimos aqui essa nota na íntegra para que as pessoas possam ter a oportunidade de acessar uma visão classista do que está ocorrendo nesse momento no Rio de Janeiro.


PSTU RJ 


O Estado do Rio de Janeiro vive uma verdadeira guerra civil, um estado de sítio, que desmascara a demagogia e a incompetência do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB) e seus subordinados. Para ganhar a eleição divulgaram amplamente que a cidade e o estado estavam pacificados, que tinham através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acabado com o tráfico e, consequentemente, com a violência. 

Neste exato momento helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar sobrevoam a cidade e as comunidades do Complexo do Alemão e a de Manguinhos, tentando encontrar os culpados por esta situação. As escolas estão suspendendo as aulas e os trabalhadores estão voltando mais cedo para as suas casas. No centro da cidade as pessoas interrompem mais cedo as suas atividades. Neste momento, ônibus estão sendo incendiados, e rodovias bloqueadas por traficantes, que saqueiam os veículos e logo em seguida ateiam fogo. Nos últimos dias. mais de 40 veículos, entre ônibus e carros de passeio, foram incendiados, dezenas de bloqueios de estrada, para em seguida ser praticado o saque aos motoristas.

Em vários pontos do estado, o governador aliado de Lula, tenta através de blitz inibir a ação dos traficantes, todos os policiais que exerciam funções internas, médicos, mecânicos, funcionários burocráticos, todos foram convocados para atuarem nas ruas das cidades como se o problema da violência fosse resolvido numa ação de guerra. Todas as medidas até agora adotadas pelo setor de segurança do estado falharam, e o que predomina é o pânico, a insegurança e a falta de uma política que de fato enfrente a violência e a insegurança.

Neste momento a imprensa, em particular a Rede Globo, aproveita a situação para aumentar sua audiência, alardeando o caos que se encontra a cidade e o estado, mas não fala que tudo isso se explica, por um lado, em função da miséria que vive uma parte da população, que é condenada a viver nos morros da cidade em barracos, sem empregos e com salários insignificantes, reprimida pela polícia fascista e corrupta de Sérgio Cabral, pelo tráfico ou pela milícia. Por outro lado, a conivência do Estado com os grandes empresários, que tem ligação com o tráfico internacional de drogas e de armas. Estes senhores quando são pegos alegam que são colecionadores de armas.

Neste momento o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que quem passar na frente do Estado vai ser atropelado. Os policiais traduzem as ordens do Estado e dizem que vai morrer muita gente. Treze pessoas já morreram, demonstrando qual é a política destes senhores fascistas. Vão exterminar os pobres e negros e jovens e vão dizer que são traficantes. Um bom exemplo que não devemos confiar nestes governantes foi a instalação das UPPs na área da Tijuca, o morro do Borel, Formiga, Casa Branca, Macacos, Morro da Liberdade, Turano, Salgueiro, todos com grande presença do tráfico, com centenas de traficantes fortemente armados, foram ocupados após acordo do governo com os traficantes, que garantiu a saída de todos , com seu armamento de guerra, antes da ocupação. 

Uma vergonha. Esta manobra do governador e de todos os seus aliados foi comemorada por Sérgio Cabral, Lula e Dilma, e seu secretário de segurança, que divulgaram amplamente que tinham acabado com o tráfico e pacificado a cidade e o estado sem dar um tiro. Disseram que os traficantes fugiram assustado. Com este discurso ganharam as eleições de outubro. Quem não lembra da candidata Dilma dizendo na televisão que iria exportar estes exemplos do Rio para o resto do país? Na verdade o que ocorreu foi um grande acordo do Estado com os traficantes, que se deslocaram para outras regiões da cidade e do estado, preparando a região da Tijuca e da Zona Sul para receber os turistas e os investimentos da Copa do Mundo e para as Olimpíadas.

O governador e seus aliados andam de carro blindado, com escolta de seguranças, de helicóptero, enquanto nós trabalhadores ficamos vulneráveis nos ônibus, que estão frequentemente sendo incendiados. O governo aproveita esta situação para criminalizar a pobreza, estão preparando um verdadeiro extermínio nas regiões mais pobres. Está sendo preparada a invasão do Complexo do Alemão e de Manguinhos. Sabemos que quem vai pagar são os trabalhadores e a juventude, com o pretexto de atacar os traficantes, sabemos onde vai dar essa política. Se for negro e pobre, atira e depois verifica quem é.

Um programa socialista para enfrentar a violência
Não achamos que as UPPs sejam a solução. Não é possível viver sob uma ocupação. Todas as medidas de maquiagem do Estado, os cursos com os caminhões do SENAC nas comunidades (para pouquíssimas pessoas) para ensinar corte e costura e formar cabeleireiro e noções de informática, não garante o que é o fundamental. As pessoas precisam na comunidade e no país de um bom emprego, com um salário decente. Por isso propomos que o salário mínimo dobre imediatamente. Propomos a construção de boas escolas com muitas vagas e com profissionais da educação tendo um salário decente, e não o vergonhoso salário de 700 reais que paga o estado ao professor. Defendemos a construção de bons hospitais para que os trabalhadores não morram por falta de leito nas emergências. Exigimos que o governador pare imediatamente com a demolição do IASERJ, com o fechamento do Pedro II, hospitais que são fundamentais. Queremos lazer decente, acesso a cultura e não maquiagem para turista ver. Queremos moradias decentes e com infra-estrutura. Existe um responsável pelas ações que estão ocorrendo no estado e na cidade: é o governador, os prefeitos e o governo federal que fizeram muito estardalhaço nas eleições e que agora nos deixam nesta situação.

Não acabaremos com a violência e com o tráfico sem descriminalização das drogas, sem colocar na cadeia os grandes empresários que traficam as armas e as drogas, sem o confisco de seus bens. Não acabaremos com violência se não tivermos empregos decentes para as nossas famílias. Precisamos dissolver essa polícia e construir uma polícia ligada à população e, principalmente, controlada por ela, com eleições para o comando e para os delegados e com mandato revogável. Exigimos o fim do extermínio dos pobres e negros. Não a invasão e ao extermínio dos moradores das comunidades.

Cyro Garcia, Presidente do PSTU - Rio de Janeiro

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ricardo Coutinho quer acabar com horário corrido no serviço público estadual


"O estado é quem tem que ficar a mercê das pessoas, porque é preciso ter um serviço público que funcione normalmente". Com esta frase, o governador eleito Ricardo Coutinho (PSB) anunciou em tom solene à imprensa, após reunião com médicos em Campina Grande, como será o regime de trabalho dos servidores públicos estaduais a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Ricardo pretende acabar com o horário corrido e fazer com que os servidores trabalhem os dois expedientes.
A princípio, isso pode soar aos olhos e ouvidos do cidadão e da cidadã comuns que se trata de uma medida moralizadora do governador eleito, como ele mesmo gosta de afirmar. Que agora, a partir dessa medida, a máquina administrativa do Estado paraibano começaria a entrar nos eixos. Mas não é bem assim, não se trata disso, mas sim de um primeiro ataque que Ricardo Coutinho já dará aos servidores estaduais assim que tomar posse.
O horário corrido nas repartições públicas é uma conquista do movimento dos servidores públicos estaduais e também federais. Trata-se de uma medida que beneficia não apenas o servidor mas o conjunto da máquina estatal como um todo, pois entre outras coisas, com a implantação do horário corrido, pode-se contratar mais servidores por meio de concurso público para melhor servir à população.
Quando ainda trabalhava como servidor federal na UFPB, Ricardo Coutinho lutou para conquistar e depois para defender a manutenção do horário corrido dos técnico-administrativos daquela instituição. Hoje, Ricardo Coutinho parece que esqueceu esse passado de trabalhador e comporta-se como um autêntico patrão. Porém, não é o primeiro e com certeza não será esse o último episódio onde essa contradição se expressará em seu governo.
O anúncio desse primeiro ataque a ser feito por Ricardo Coutinho quando sentar na cadeira do Palácio da Redenção se torna ainda mais preocupante quando vemos que as principais organizações da classe trabalhadora na Paraíba estão todas aliadas a ele. Portanto, nesse momento, os/as trabalhadores/as estão órfãos de alguma organização que consiga reuni-los para a luta e, assim, resistir a mais essa tentativa de retirada de direitos.    
A implantação dos dois expedientes nas repartições públicas não é a garantia de sucesso da mesma, mas sim a implantação de bons salários para a categoria, de boas condições de trabalho e de que os serviços públicos efetivamente estejam a serviço do povo. Apesar de Ricardo Coutinho expressar isso em sua fala, o exemplo deixado por ele em sua administração em João Pessoa, para quem conhece a fundo sua gestão e não apenas por conta da ótima propaganda de jornais e TV, não é garantia nenhuma de que isso ocorrerá no Estado nos próximos anos.   


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mais de 65 milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil

Deu na Imprensa

26 de novembro de 2010


Mais de 65 milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil

A preocupação com o que comer ainda rondava 30,2% dos domicílios brasileiros em 2009 - eram 34,9% em 2004. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre segurança alimentar com dados da Pnad aponta que, no ano passado, 65,5 milhões de pessoas passaram fome em algum momento no Brasil. Ainda segundo a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (26), cerca de 11,2 milhões de brasileiros vivem com algum tipo grave de Insegurança Alimentar (IA), escala de avaliação usada na Pnad.

Apenas a título de comparação, nos Estados Unidos, o quadro de insegurança alimentar afeta atualmente 14,7% dos lares, praticamente a metade do constatado no caso brasileiro.

O IBGE trabalha com três graus de insegurança alimentar, que ocorre quando a quantidade ou a qualidade dos alimentos é considerada insuficiente. A insegurança leve considera a preocupação sobre a falta de comida e qualidade inadequada dela; a moderada está relacionada à redução da quantidade de alimentos entre adultos; e a grave ocorre quando se constata a redução da quantidade de alimentos entre crianças e situação de fome para qualquer membro da família.

Segundo a pesquisa, a situação das famílias com crianças ou chefiadas por mulheres é ainda pior. No caso de famílias em que a mulher está no comando e há crianças, por exemplo, havia temor moderado ou grave quanto à alimentação para 17,5% dos domicílios, enquanto nas famílias chefiadas por homens esse percentual atingia 11,5%. Na população de zero até quatro anos de idade, um milhão ficou sem comer ou esteve sob risco de passar fome, de acordo com a pesquisa.

Norte e Nordeste têm 40,3% e 46,1% de domicílios em situação de insegurança alimentar

As cinco grandes regiões apresentaram proporções de domicílios em situação de insegurança alimentar com diferentes magnitudes. Enquanto na Norte e na Nordeste, respectivamente, 40,3% e 46,1% dos domicílios encontravam-se em insegurança alimentar, na Sudeste (23,3%) e Sul (18,7%) as proporções ficaram abaixo de 1/4 dos domicílios.

Maranhão e Piauí são os estados onde a situação é mais crítica. No Maranhão, que está entre os piores índices de desigualdade, a quantidade de lares com alimentação saudável e em quantidade suficiente era de apenas 35,4% do total. No estado, a insegurança alimentar atingia 64,6% dos domicílios. Desses, 14,8% tinham situação grave. No Rio de Janeiro, 21,9% dos domicílios estavam em situação de insegurança alimentar.

Com informações de O Globo e IBGE - 26/11/2010