Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 12 de abril de 2020

Bolsonaro (seus aliados) e sua cruzada contra o isolamento social no combate ao coronavírus





Desde que surgiu em terras tupiniquins o terrível mal o do coronavírus que o povo brasileiro tem enfrentado um triplo problema em sua vida cotidiana: o vírus; o presidente Jair Bolsonaro com suas convicções e, mais do que isso, suas práticas bizarras que tem feito ele a desrespeitar não apenas seu ministro da Saúde, mas as orientações vindas da OMS e até mesmo o discurso recente de seu "queridinho" da América do Norte, Donald Trump, que teve que rever alguns de seus posicionamentos por conta dos EUA terem se tornado rapidamente no epicentro da pandemia do coronavírus no mundo, passando imediatamente China, Itália e Espanha, pela ordem, praticando inclusive a pirataria no que diz respeito à aquisição de equipamentos hospitalares necessários para o combate ao coronavírus, como máscaras, luvas e respiradores vindos da China, que viriam para países como Brasil; e, por fim, seus seguidores bolsominions, que o seguem em todo o território nacional, como fiéis discípulos, com seus "mantras" emanados do Palácio do Planalto a  cada dia.
Isto tem feito com que Bolsonano já tenha sido classificado por uma revista norte-americana como a "liderança negacionista do coronavírus" na atualidade e, ao que parece, ele gosta de ser assim condecorado pela mídia internacional. Pois assim, ocupa um posto de primeira linha que nenhuma outra autoridade mundial, nem mesmo Trump, seu "queridinho", tem ocupado neste momento. O problema disso é que o povo brasileiro, em especial a classe trabalhadora brasileira, mais especificamente negros e negras de nosso país, mais ainda os pobres, moradores da periferia, tendem a sofrer cada vez mais com seus arroubos de "grande liderança". Dele e de seus liderados no primeiro escalão em Brasília e nos Estados e Municípios brasileiros.
Peguemos o exemplo da cidade de Campina Grande, a segunda maior do Estado da Paraíba, administrada pelo prefeito Romero Rodrigues, do PSD, em seu segundo mandato. Para quem não conhece, Romero Rodrigues é um "filhote político" do grupo político Cunha Lima, dirigido pelo ex-governador e senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Recentemente, em videoconferência realizada por conta da pandemia do coronavírus ocorrida naquela cidade com cerca de 80 representantes da cidade, "entre MPF, MPPB, CDL, setor industrial, setor imobiliário, e outros membros" (https://parlamentopb.com.br/comercio-de-campina-grande-sera-reaberto-no-dia-20-de-abril/), este decidiu reabrir o comércio local a partir do dia 20 de abril do corrente ano, quebrando assim o isolamento social, se baseando numa determinação do STF, que afirma existir uma autonomia dos entes federados para decidirem acerca disso.
O mais impressionante desta decisão resume-se a algumas coisas: primeiro, que ela ocorre em um momento que esta ocorre num instante em que há um  crescimento assustador, no país e na Paraíba, dos casos e óbitos causados pela Covid-19. De acordo com os dados oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde da PB, em apenas uma semana - de 04/04 a 11/04/2020 - houve no pais um crescimento no número de casos na ordem de 201% e de 260% no número de óbitos; em nosso Estado, a Paraíba, este número foi de, no mesmo período, 297% em número de casos e de mais de 4 vezes o de óbitos; segundo, que o prefeito campinense tomou tal decisão após ceder à pressão do presidente da CDL local, o empresário Artur Bolinha, que ameaçou publicamente não participar de mais nenhuma reunião com o governante local e, assim, não ouvir mais suas palavras (https://parlamentopb.com.br/cdl-de-campina-repudia-manutencao-de-comercio-fechado-e-preve-falencia-em-massa/); por fim, esta decisão de Romero Rodrigues contou com a aprovação do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande, que participou da videoconferência citada, entidade que representa os/as trabalhadores/as do comércio da "Rainha da Borborema" e que, até o momento, não emitiu nenhuma nota contrária à tal postura adotada pela Prefeitura da cidade nem pelo seu gestor. Vale ressaltar que tal entidade é filiada à CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil -. 
Queremos ressaltar também que, com esta decisão, Romero Rodrigues, Artur Bolinha, o MPF, MPPB, o Sindicato dos Comerciários de Campina Grande, o setor industrial, imobiliário, todos que participaram desta videoconferência, enfim, se alinham à postura que vem sendo adotada nos últimos dias por Bolsonaro e sua "tropa de choque" na defesa do fim do isolamento social e, consequentemente, contra as orientações da OMS e do Ministério da Saúde no combate ao coronavírus e que, caso haja um pico no aumento da Covid-19 em Campina Grande e região, Romero Rodrigues e estes acima citados serão os principais responsáveis por isto!!! 

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