Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mais um GOLPE da burocracia cutista no SINTEP

Em 20 de novembro do ano passado, publiquei neste mesmo espaço um artigo intitulado "A burocracia sindical cutista do SINTEP mostra suas garras sobre a democracia". Neste, denunciava o golpe que o setor majoritário da direção do SINTEP havia aplicado na categoria dos profissionais da Educação estadual quando, no dia anterior, aprovara em Assembleia mal convocada nas bases - ou convocada nas bases que interessavam à burocracia - modificações no Estatuto da entidade com o objetivo claro de dificultar ainda mais a possibilidade da Oposição poder disputar em mínimas condições que fosse a direção desta importante entidade de classe de nosso Estado. Naquele artigo, depois de analisar todo aquele episódio e seus possíveis desdobramentos, concluía do seguinte modo, que passo a transcrever na íntegra:
"Avalio que este é um excepcional momento para a Oposição SINTEP se afirmar perante a categoria como uma alternativa clara. Se não souber aproveitar o momento, podem ficar certos, a burocracia saberá aproveitar. E aí reside o problema!"
Pois bem, meus amigos e amigas, como em política não existe espaço vazio, a burocracia encastelada no SINTEP há mais de 20 anos soube aproveitar muito bem o momento não ocupado pela Oposição SINTEP e aplicou mais um golpe. Desta vez, um SUPERGOLPE não apenas na Oposição mas na categoria de conjunto.
O golpe só foi sentido na última sexta-feira, 18 de fevereiro, quando da realização da Assembleia Geral para discutir os ataques do novo governo RC à categoria - para todos/as perceberem como foi um golpe muito bem arquitetado por Antonio Arruda e sua turma -. Lá, a Assembleia tomou conhecimento de que, no dia 10 de janeiro deste ano - uma singela segunda-feira de verão paraibano - houve uma Assembleia no auditório do Sindicato e nesta elegeu-se a Comissão Eleitoral - presidida pelo sempre prestativo professor José Mário, que no Estado é oposição a RC mas no município de JP é um fiel aliado de Luciano Agra e também de RC, na época deste -, como também definiu a data das eleições para a renovação da diretoria. Além disso, no mesmo dia em que foi eleita, a competente Comissão Eleitoral definiu, em reunião, a data de inscrição de chapas que, por uma coincidência dessas que ocorrem em nossas vidas - às vezes, chego a me surpreender com a quantidade de coincidências que ocorrem nossas vidas, não acham? - encerrou seu prazo no dia 10 de fevereiro, uma semana antes da Assembleia Estadual. 
Saindo do campo das coincidências, vamos aos fatos. O que a direção majoritária do SINTEP fez, tendo à frente o sr. Antonio Arruda, é de causar inveja aos Mubarak's da vida. Pois convocar uma Assembleia com essa importância no período em que a categoria está de FÉRIAS COLETIVAS não pode receber outro nome a não ser GOLPE. E dos mais sujos que possa existir. Mas essa atitude de Arruda e Cia. tem uma explicação histórica.
A burocracia sindical é um fenômeno histórico que não é novo e muitos já a estudaram com mais ou menos profundidade. Um dos que mais se dedicaram a estudar este fenômeno social foi o líder revolucionário russo Leon Trotsky. Trotsky afirmava que "é preciso abrir os sindicatos aos operários de todas as tendências, mantendo-se a disciplina na ação. Toda pessoa que transforma os sindicatos em uma arma destinada a fins exteriores (em particular com instrumento da burocracia stalinista e do imperialismo "democrático") divide inevitavelmente a classe operária, a enfraquece e abre as portas à reação. Uma completa e honesta democracia no interior dos sindicatos é a condição mais importante para a democracia no país" (grifo nosso). A burocracia, como algo que surge da própria classe, é algo muito difícil de ser identificada pelos elementos da classe, pois ela de forma superficial incorpora em seu discurso a luta de anos da categoria e as conquista do setor, mas ela já há muito não trabalha por isso, a não ser para manter seus próprios benefícios enquanto burocracia. 
Isso passa a ganhar força no Brasil a partir dos anos 90 quando a CUT começa a modificar sua concepção de sindicato como organizador das lutas e, para isso, utilizando-se do método da democracia direta, passa a adotar a fórmula do "Sindicato Cidadão". A burocracia vai ampliando seus espaços dentro da máquina sindical, afastando as bases das principais decisões a serem tomadas. Assim, assistimos ao contínuo esvaziamento das lutas sindicais desde então. Ao mesmo tempo, as lideranças sindicais vão, via de regra, sendo cooptadas para o aparelho de Estado, ocupando cargos especialmente nos poderes Executivo e Legislativo, nas três esferas (municipal, estadual e federal), o que só serve para aumentar ainda mais seu poder dentro da estrutura sindical.
Com isso, como revela o estudo de Lorene Figueiredo, Mestre em Educação pela UFF (Universidade Federal Fluminense), intitulado "LUTA DE CLASSES E BUROCRATIZAÇÃO DE DIRIGENTES SINDICAIS FRENTE ÀS REFORMAS ADMINISTRATIVAS EM MINAS GERAIS": "A burocracia tende, portanto, a romper com os valores e os princípios de organização da classe trabalhadora e se tornar antidemocrática, conservadora. A tarefa das lideranças que assumem a forma burocrática deixa de ser organizativa emancipatória e passa a ser representativa e conformativa. As representações das demandas da classe tendem a se restringir aos limites de concessões feitas pelo próprio Estado Burguês e as lideranças da classe devem fazer parecer conquistas de lutas por eles encaminhadas."  
Essa é a principal característica da burocracia do SINTEP hoje e de várias outras espalhadas pela Paraíba e Brasil: tornaram-se antidemocráticas e conservadoras. Não admitem, em hipótese alguma, por menor que seja, a possibilidade de perder uma eleição sindical. E mesmo que haja uma Oposição nascente, ainda procurando se formar, a ordem é: não permitir que o bicho cresça! Assim trabalha a burocracia sindical. Ao mesmo tempo, trabalha com o inconsciente de que atuando nos limites da institucionalidade burguesa e conseguindo algo dentro destes limites isso são conquistas suas. Ou seja, numa era de reformismo sem reformas, trabalham em cima das migalhas e posam de revolucionários. 
A Oposição SINTEP precisa desmascarar esse discurso e, antes de mais nada, por abaixo o GOLPE aplicado pela turma de Antonio Arruda e Cia. O quanto antes, em prol dos trabalhadores da educação da Paraíba, que precisam há mais de 20 anos de uma ALTERNATIVA!      




terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Meu cargo, minha vida!


O que acontece no PT de Bayeux hoje já acontece há muito tempo no PT em nível nacional, desde quando o PT, ainda nos anos 90 do século passado, começou a ampliar seu espaço nos parlamentos (municipais, estaduais e federal), além das prefeituras e governos estaduais. Essas vitórias eleitorais, conquistadas por conta de alianças construídas com forças políticas que nada tinham a ver com a luta da classe trabalhadora, mas sim com objetivos de alcançar o poder pelo poder, foram aos poucos transformando o partido, que passou a ser mais um partido da ordem, ou seja, mais um partido mantenedor do regime.
Assim, as várias correntes internas do partido - exceto aquelas que, não aceitando essa mudança de perfil do partido, foram expulsas - foram aos poucos se acomodando por conta da farta distribuição dos cargos que foi sendo colocada à disposição no interior do partido. Pois, quanto mais o partido crescia, quanto mais o partido ganhava espaço parlamentar nos Estados e municípios, até finalmente alcançar, em 2002, a presidência da República com o "companheiro" Lula, mais e melhores eram os cargos. E, proporcionalmente também, era maior a gula das correntes internas do PT e de seus militantes por esses cargos.
Exemplos para expressar isso de forma explícita não faltam. Desde o primeiro mandato do governo Lula, o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Vaccary, representando a CUT, participa do Conselho de Administração da Itaipu Binacional. Na época do primeiro mandato de Lula, ele recebia de jeton, para participar uma reunião desse Conselho - que era realizada a cada mês - R$ 8 mil, livre de hospedagem, alimentação e passagem.
Falamos tudo isso antes para mostrarmos que o que ocorre neste momento no PT de Bayeux não se trata de um caso isolado, mas de uma prática comum no PT hoje que vem sendo construída desde a época citada no início deste texto. E acentuada após o episódio do Mensalão ocorrido ainda durante o primeiro mandato de Lula, em 2005. Algumas pessoas resistem em ADMITIR, mas o PT nem de longe lembra mais o partido de sua fundação, que defendia a ação direta da classe como método de luta, a independência de classe, o socialismo e outras coisas do gênero. Existem homens e mulheres, jovens ou não, brancos e negros, hetero e homo, honestos e de luta que atuam no PT, mas que ainda estão presos àquela imagem do PT do início dos anos 80 do século passado. É triste, mas esse PT  não existe mais. É preciso construir outra ferramenta de luta.
O PT de hoje é o que se começa a assistir em Bayeux e que em várias outras cidades desse país muitos/as já experimentaram. É o PT dos cargos, dos interesses individuais, da negociata dos gabinetes, dos acordos feitos sem a participação popular mas em nome do povo. Esse é o PT de hoje. Mas que, segundo seus dirigentes, continua sendo dos trabalhadores. Acredite quem quiser!

As mudanças no governo "socialista" de Ricardo Coutinho e o discurso do "Estado quebrado"

Leio hoje, 15/02, no portal PoliticaPB, notícia dando conta de que há no governo "socialista" paraibano um novo secretário de Educação. Isso há exatos 45 dias de iniciado a "era socialista" em terras tabajaras. Depois de refeito do susto, leio mais atentamente a notícia e vejo o nome do novo secretário de tão importante pasta: professor Afonso Scocuglia. Antes de falar do governo Ricardo e dessa troca de comando na Educação, permitam-me traçar algumas linhas sobre o novo titular da pasta. Conheço o professor Afonso Scocuglia, que é lotado no Centro de Educação da UFPB e tem boa parte de sua formação voltada para o estudo da obra do grande pedagogo brasileiro e mundial Paulo Freire, a ponto de pertencer ao Instituto Paulo Freire. Fiz com ele, quando aluno da UFPB, um curso de extensão sobre a obra deste grande mestre da Educação brasileira. Do ponto de vista profissional, a escolha não poderia ter sido melhor. Porém, a questão que iremos abordar aqui não é esta e sim outra, do ponto de vista político.
Alguém realmente acredita que o professor Scocuglia irá assumir a secretaria de Educação porque o seu antecessor, Fernando Abath, está de licença médica? Se ele está realmente nessa situação, porque então seu adjunto (no Estado, chamado de secretário Executivo) não assume até sua volta? Alguma coisa muito estranha está ocorrendo e não virá à tona tão cedo, tenham certeza. Talvez nunca saberemos.
Mas, podemos fazer algumas suposições. Uma das possibilidades é o caos que existem em várias escolas espalhadas em todo o Estado por conta da decisão do governador Ricardo Coutinho em demitir centenas de milhares de profissionais que atuavam na rede educacional do Estado - entre professores e funcionários - e o resultado é que, apesar das aulas terem se iniciado na data aprazada, 14/02 (que já foi uma data remarcada pelo então secretário, Abath), estas iniciaram-se de forma precária. Isso quando iniciaram. Em algumas escolas, como o D'Ávila Lins, em Bayeux as aulas só irão se iniciar em 01/03, simplesmente por que a unidade de ensino não possui nem cadeiras suficientes para os alunos sentarem nem professores para dar aulas. Situação semelhante vive outra grande escola de Bayeux, o Irineu Pinto, que só iniciará suas aulas na próxima segunda-feira, 21/02. Essa é a escola Nota 10 do "socialista" Ricardo Coutinho e quem pagou o pato por isso foi Fernando Abath!
Na mesma matéria do PoliticaPB também está colocada uma outra novidade do governo do "mago", essa bem mais intrigante. Ricardo Coutinho editou uma Medida Provisória, a de nº 167, em que transforma a antiga Secretaria Especial da Representação Institucional (Seri) na Secretaria de Estado do Desenvolvimento e da Articulação Municipal (Sedam), cujo secretário será o deputado estadual Manoel Ludgério (PDT). Com essa manobra política, Ricardo permite a posse de Hervázio Bezerra (PSDB), tucano integrante da ala cicerista, assumir uma vaga na Assembleia Legislativa. Agora, é aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Mas o que queremos analisar aqui é o discurso do governador do Estado. Dele e de seus principais auxiliares quando tratam de assuntos espinhosos para o atual governo. Assuntos como a PEC 300, reajustes salariais para as diversas categorias do Estado, argumentos para justificar rebaixamento das gratificações dos servidores. Em todos esses e outros casos, o argumento central é o mesmo: "o Estado está quebrado". Mas como o Estado pode estar quebrado se em 45 dias de governo Ricardo Coutinho já criou 2 (duas) novas secretarias? Criou a Secretaria de Cultura e a entregou ao comando de Chico César e, agora, criou a Secretaria de Estado do Desenvolvimento e da Articulação Municipal (Sedam) e a entregou ao deputado estadual Manoel Ludgério. E todos/as sabem o que representam para os cofres do Estado a criação de uma Secretaria, quanto mais duas em 45 dias de governo. Realmente, é muito difícil entender o discurso de austeridade do "socialista" Ricardo Coutinho. Quem puder me explicar, agradeço.      

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nota de pesar

Hoje, Bayeux amanheceu um pouco mais triste. Faleceu na manhã desta terça-feira, 01/02, um dos filhos da ex-diretora do SINTRAMB, Socorro Pontes. Queremos aqui repartir com a companheira a dor desse momento que ela está passando e, ao mesmo tempo, torcer para que ela possa se recuperar deste choque e dessa perda lamentável e continue a ser a pessoa vibrante e lutadora que é.
Com os sentimentos e a solidariedade de toda a Diretoria do SINTRAMB!