Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 21 de março de 2010

A quem Rodrigo Soares pretende enganar?

Em declaração dada ao portal Paraíba1 no último dia 19/03, o deputado estadual e presidente do PT/PB, Rodrigo Soares declara com todas as letras que não há mais nenhuma chance de diálogo entre o PT e o PSB nas eleições deste ano, por conta da aproximação deste com o DEM e o PSDB. Isto porque, segundo o presidente estadual do PT, DEM e PSDB "são partidos que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não tem como conversarmos com quem os apoiam localmente", encerrou a conversa o parlamentar.
Porém, tal declaração não resiste a uma rápida e recente análise histórica das alianças celebradas pelo PT nas eleições municipais de 2008, onde parece que o nobre dirigente petista não lembra, ou melhor deseja que ninguém se lembre das alianças políticas que seu partido fez naquele ano em vários municípios paraibanos. Neste caso, Rodrigo Soares repete a mesma característica dos políticos da direita tradicional: esqueçam o que fiz e o que escrevi também.
Nas eleições municipais de 2008, nos 223 municípios paraibanos, o PT fez alianças com o PSDB em 28 deles (12,5% do total); com o DEM, em 19 (8,5% do total); e com os dois, PSDB e DEM, em 21 (9,4% do total). Algumas dessas alianças em municípios importantes, outros nem tanto, em alguns foram vitoriosas, outros não. Mas o que importa é que as alianças foram feitas, e aí, Rodrigo Soares? Uma dela é emblemática, ocorreu em Pombal e conseguiu ser vitoriosa elegendo Pollyana Feitosa, do PT, prefeita com apoio de vários partidos, dentre eles PSDB e DEM. Outra aliança vitoriosa, desta vez apenas com o PSDB, se deu em Pitimbu; com o DEM, também vitoriosa, foi em Caaporã, elegendo o pai do presidente petista, Dr. João (PMDB).
A pergunta que não quer calar é a seguinte: em 2008, DEM e PSDB não eram partidos que faziam oposição ao presidente Lula, não? Alguma coisa mudou de lá pra cá? Por que então Rodrigo Soares estabelece isso como critério para se negar a compor com o PSB uma aliança em 2010?
Alguns podem responder isso com o velho argumento cínico de que eleição no município é diferente, blá, blá, blá, como se ainda vivêssemos na República Velha e os partidos ainda fossem organizados de forma regional. O problema se resume à sobrevivência política do PT que, para conseguir isso, precisa fazer uma verdadeira gangorra do poder na Paraíba há alguns anos.
Nesse momento em que a campanha eleitoral de 2010 começa a se agudizar, o PT continua dividido e, assim, ainda ocupa cargos nos governos de Zé Maranhão e de Ricardo Coutinho. Até quando isso vai continuar, ninguém sabe. Mas que Rodrigo Soares tem que arrumar outro argumento mais convincente para justificar porque não aceita mais conversar com o PSB nestas eleições, isso é urgente e necessário!

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