Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

segunda-feira, 4 de maio de 2020

O "bloqueio total" (lockdown), o aumento do número de casos e mortes da Covid-19 e a crise do governo Bolsonaro



O site G1 registra, na manhã de hoje, 04 de maio do corrente ano, de acordo com os dados das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país, um aumento no número de casos e mortes causadas pela Covid-19, não apenas nas últimas 24h, mas também quando comparamos na última semana, infelizmente. E é um crescimento considerável. Crescimento que faz com que nosso país tenha superado a China e que leva o Brasil a ficar entre os 10 países que figuram no topo dos países em todo o mundo neste triste e lamentável ranking no último período.
De acordo com o site citado, temos hoje (até agora), 102.155 casos confirmados da Covid-19 com 7.055 mortes já registradas em todo o território nacional (uma taxa de letalidade de 14,47%). Em relação ao mesmo período, ocorrido na semana anterior, houve de 51,5% no número de casos confirmados e de 53,2% em número de mortes
Isso tudo faz com que alguns governos, estaduais e municipais espalhados pelo país, passassem a ter um outro olhar sobre a questão da Covid-19 e seu combate. Desta maneira, a partir desta segunda-feira, 4 de maio, cidades como São Paulo e Estados como Maranhão, terão implantados em seus respectivos locais o "bloqueio total" como forma de combater, de forma mais efetiva, a propagação do coronavírus. Coisa que, por exemplo, foi feita em países como a Nova Zelândia e deu resultados em poucas semanas. Mas, é bom lembrar: deu certo neste país porque a política foi implantada de forma efetiva e séria, com apoio decisivo da população e rigoroso cumprimento da mesma por conta das autoridades, a começar da justiça e polícia, com aplicação de multas e até de prisões para aqueles/as que ousassem descumprir o "bloqueio total".
Aqui na Paraíba, apesar do novo decreto feito pelo governador João Azevedo (Cidadania) e pelos prefeitos Luciano Cartaxo (PV) e Romero Rodrigues (PSD), de João Pessoa e Campina Grande, respectivamente, dentre outros, nenhum se assemelha à decisão tomada pelo prefeito Emerson Panta (PSDB), de Sta. Rita que, em vídeo, anunciou que também implantará naquela cidade da Grande João Pessoa o "bloqueio total" como forma de combater o coronavírus. 
Acreditamos que, assim como o isolamento social, a radicalização da implantação do "bloqueio total" a ser feito por Estados e Municípios, assim como já foi feito em países com Itália e Nova Zelândia, sejam políticas eficazes no combate a esta doença, enquanto não vem a vacina. Porém, deve ser uma coisa muito bem planejada e, principalmente, bem feita.
Outra coisa que devemos pensar é o seguinte: caso esta política seja vitoriosa, o governo Bolsonaro (que já está em crise), poderá aprofundar definitivamente esta crise, fazendo com que sua intenção de criar uma base de sustentação no Congresso, via "Centrão", vá por água abaixo, e este busque sustentação ainda mais nas Forças Armadas que, a estas alturas, se transformaria numa incógnita ainda maior do que já é. Evidentemente, que tudo isso é mera suposição. A realidade sempre é maior do que nossa projeção. Por isso, precisamos esperar pelos acontecimentos.
Um outro elemento que não devemos desprezar é a política que vem sendo levada pelas direções do movimento da classe trabalhadora, que não vem ajudando em nada nossa classe a enfrentar este duro momento pelo qual passamos. Vejamos o último período.
Tivemos a celebração do 1º de Maio da classe trabalhadora, aonde poderíamos ter experimentado um instante de unificação dos setores que estão na luta dos trabalhadores para chamar nossa classe a resistir e construir o enfrentamento contra os ataques que estamos sofrendo há tempos, deste governo e de seus aliados, principalmente durante esta pandemia do coronavírus, aonde nossos algozes vêm se aproveitando do momento para, ainda mais, retirar nossos direitos. Mas, o que aconteceu? As lideranças majoritárias do movimento, a começar pela CUT, CTB, Força Sindical, FBP, dentre outras, se uniram e decidiram chamar para um mesmo palanque (mesmo que virtual, por conta da pandemia), esses nossos algozes, como FHC, Rodrigo Maia, Alcolumbre, Dias Toffoli, Doria, Witzel, para dividir o mesmo local conosco, que estamos cotidianamente na luta de nossa classe. Esses caras, que passam o tempo todo tramando para acabar com nossos direitos, foram chamados para celebrar a data histórica de nossa classe. Não por acaso, pouco depois, na madrugada de sábado para domingo - de 2 para de 3 de maio - Alcolumbre (DEM/AP), dirigiu sua tropa no Senado para aprovar mais um ataque contra nossa classe, dizendo que era um "socorro financeiro" para Estados e Municípios por causa do coronavírus. Me engana que eu gosto..........
Precisamos construir uma saída de classe para enfrentarmos o governo Bolsonaro e seus aliados no Congresso e no Judiciário. Defender "Frente Ampla", no terreno eleitoral, não resolverá a crise da classe trabalhadora. É preciso construir uma Frente Única para enfrentarmos o governo Bolsonaro, com unidade de ação. Só assim conseguiremos derrotá-lo. 
Precisamos também apostar na construção, pela base de nossa classe, da política do "FORA BOLSONARO E MOURÃO". Não é possível acreditar que haja dicotomia entre a permanência de Bolsonaro e a luta contra a Covid-19 em nosso país. Bolsonaro no poder é um empecilho a que haja uma real enfrentamento da crise sanitária que temos no país. E Mourão em seu lugar já deu provas mais do que suficientes de que será mais do mesmo, caso assuma o posto.
Portanto, apoiar o isolamento social, a política do "bloqueio total" a ser implantado em alguns locais mas, ao mesmo tempo, seguir defendendo a ruptura com este governo e a defesa do "FORA BOLSONARO E MOURÃO" e criticar a política da "Frente Ampla", defendida pela "esquerda oficial" (leia-se PT, PCdoB, PSOL, PDT, Rede e seus "satélites") é o que deve continuar a ser feito. Sem falar na defesa inconteste do SOCIALISMO  e da REVOLUÇÃO!!! 

0 comentários:

Postar um comentário