Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

Um dia de fúria!!!


O dia 30 de maio de 2011 ficará registrado na História da classe trabalhadora paraibana como um dia marcante da luta de classes em nosso Estado. Mais uma vez esta data foi escrita pelos trabalhadores da educação estadual em greve há um mês reivindicando APENAS o cumprimento da lei do Piso Salarial Nacional por parte do governador Ricardo Coutinho (PSB), que simplesmente não só se recusa a atender esta justa e inequívoca reivindicação como também não senta com a representação dos trabalhadores para negociar. Repete o velho mantra da direita clássica: "só negocio quando sair da greve". Ricardo aprendeu direitinho primeiro com o PMDB (com quem se aliou para conquistar a Prefeitura de João Pessoa) e mostra que está se saindo muito bem na sua "pós-graduação" de massacrar os trabalhadores após se unir à dupla dinâmica PSDB/DEM.
Ricardo conseguiu dois feitos importantes neste dia 30 de maio de 2011. Primeiro, aqueceu uma categoria que parecia estar entregue na semana anterior por conta dos encaminhamentos dados à greve por conta da direção burocrática cutista do SINTEP que estava pedindo pra sair da greve, mas no fim de semana Ricardo Coutinho foi inábil o suficiente para colocar mais gasolina e, dessa forma, reacender um movimento que parecia estar se encaminhando para seu final. O governo "socialista" de Ricardo  cortou o ponto dos professores em greve sem que esta tivesse sido considerada ilegal pela justiça e isso fez com que se gerasse em todo o Estado uma fúria incrível contra o governo. De todas as regiões do Estado, vieram caravanas até João Pessoa participar da assembleia da categoria e dela os trabalhadores foram até o Palácio da Redenção e aí ocorreu a segunda parte (e a mais importante desse Dia de Fúria na Paraíba): os/as trabalhadores da educação estadual em greve OCUPARAM o Palácio da Redenção para serem recebidos pelo governador para resolverem dois problemas: um imediato, o corte dos seus salários; e o outro, de maior amplitude, a greve da educação estadual. Pra variar, o governador não estava, não apareceu o restante do dia e não enviou o secretário da Educação para negociar, ficando a negociação a cargo do Chefe da Casa Civil, que neste caso extremamente grave pode muito pouco.
Esta ocupação do Palácio da Redenção pelos trabalhadores da educação estadual se reveste de vários simbolismos. Um deles no plano histórico local. Há exatos 81 anos que o povo paraibano não ocupava o Palácio da Redenção, ou seja, isso não acontecia desde 1930. A diferença é que em 1930 isso se deu de forma manipulada pelos interesses de uma elite que pretendia, às custas da morte de João Pessoa, tomar o poder e dessa forma perpetuar o esquema político dominante no Estado. Hoje, 30 de maio de 2011, foram os trabalhadores organizados revoltados com a arrogância e prepotência de um governador que foi construído pelos movimentos sociais e que hoje no comando do Estado ataca diretamente a classe trabalhadora. Outro simbolismo presente nesta ocupação é de que quando a classe se organiza, ela pode derrubar o poder dominante. Evidentemente, a ocupação do Palácio da Redenção não derrubou o poder político na Paraíba em nenhum momento (longe de afirmarmos isto) mas esta é uma das formas que a classe tem de destruir as barreiras que a burguesia historicamente constrói para subjugar a nossa classe. Desde que seja de maneira organizada.
O vídeo que ilustra este artigo mostra a violência utilizada contra os trabalhadores por policias à paisana que tentam impedir a entrada de trabalhadores no Palácio e partem para agressões contra trabalhadores e estudante. Uma estudante teve o braço quebrado e um sindicalista foi ferido na perna pelos seguranças do governo do Estado. Esse é o diálogo estabelecido pelo "socialista" Ricardo Coutinho com uma categoria da importância do magistério estadual. Assim caminha a humanidade!    

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