Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que há por trás do Caso São Braz?

Desde domingo passado, 15 de maio, que não se fala em outra coisa nos meios políticos, numa roda de conversas, nos programas de rádio: o perdão de R$ 7,5 milhões de uma dívida feita pelo grupo São Braz relacionada a  ICMS pelo governo Maranhão III em outubro do ano passado, durante o 2º turno da disputa eleitoral.
Para não esquecermos como foi o caso: o grupo São Braz, nos anos 2005, 2006 e 2007, não recolheu aos cofres públicos - segundo a denúncia - o ICMS devido e quando foi em 2010, esta dívida somava R$ 7,5 milhões e o governo Maranhão III, através da Secretaria da Receita, teria perdoado e apagado dos arquivos esta dívida. 
Um fato extremamente grave que veio à tona no último domingo com a denúncia feita pelo jornal "Correio da Paraíba". Um trabalho, neste aspecto, elogiável, do ponto de vista investigativo mas falho no aspecto analítico. Senão, vejamos. 
Atentemos para os anos em que o grupo São Braz deixou de pagar o ICMS. Isso se deu entre 2005 e 2007. Para os desmemoriados, o governador do Estado nesta época atendia pelo nome de Cássio Cunha Lima. Aí cabe uma pergunta: porquê este não fez a execução fiscal do grupo São Braz dessa cobrança? Desta pergunta, deriva a conclusão a qual a reportagem  do "Correio" chegou: o governo Maranhão III é o culpado pelo perdão da divida do grupo São Braz.
Evidentemente o governo Maranhão III é responsável direto pelo perdão da dívida do grupo São Braz. Mas o governo Cássio Cunha Lima também o é, pois foi neste que a divida foi iniciada e não paga cobrada. E qual a razão disso tudo? O que está por trás de tudo isso? Será que há alguma explicação para isto? A resposta é: SIM!!!
Os proprietários do grupo São Braz são os mesmos do grupo de comunicação chamado Rede    Paraíba, que engloba o "Jornal da Paraíba", várias emissoras de rádio (como Cabo Branco FM, Paraíba FM)  e as afiliadas da Globo no Estado (TV Cabo Branco, em João Pessoa, e Paraíba, em Campina Grande). O seu principal acionista, José Carlos da Silva Júnior, é um aliado de longa data do grupo Cunha Lima, tendo sido suplente no Senado do então senador Ronaldo Cunha Lima. Quando Cássio estava no comando do Palácio da Redenção, sofria uma dura perseguição de um dos grupos de comunicação paraibanos, no caso o "Correio da Paraíba". Praticamente não havia um dia sequer que não houvesse um dia que o jornal ou programa de rádio ou TV não atacasse politicamente a figura do governador Cássio e este buscava "refúgio" no grupo da afiliada da Globo.
Está mais do que claro, então, que foi por esta razão que Cássio fez vista grossa em seu governo para o não pagamento do ICMS do grupo São Braz por 3 anos seguidos, fazendo com que a dívida se avolumasse como uma bola de neve até Maranhão III cumprir a outra parte da lambança iniciada pelo tucano às custas do dinheiro público, perdoando a dívida do grupo São Braz.
Isso mostra a relação promíscua que existe na Paraíba entre os meios de comunicação e o poder público, em especial os governos, sejam estadual ou municipais. Isso não é de hoje. Apesar de se colocarem como profissionais, os meios de comunicação de nosso Estado não conseguem sobreviver um segundo sequer sem as famosas e gordas verbas publicitárias do poder público. E assim cria-se uma relação que transcende o lado profissional, chegando ao ponto dos governantes dispensarem a figura do porta-voz oficial do governo pois esses meios de comunicação passam a cumprir este papel sem pestanejar.
Este caso precisa ser investigado, apurado com rigor e encontrado os culpados, estes devem ser EXEMPLARMENTE punidos. Mas, ao mesmo tempo, devemos ficar de olho pois este tipo de relação revelada por este escândalo com certeza não é o primeiro nem será o último. Infelizmente.

1 comentários:

  1. Radical,
    Seu texto comprova q entra e sai governo, mas nada muda.
    Como diz o ditado "é tudo farinha do mesmo saco".

    Abraço,
    Thays.

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