Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

O turismo predatório e suas consequências definitivas em Areia Vermelha



Nesta segunda-feira de carnaval, 07 de março de 2011, estive junto com minha família (esposa e filhos), passeando em Areia Vermelha. Junto conosco, alguns amigos e amigas. Assim que chegamos, antes de desembarcarmos do catamarã, o guia e condutor do barco fez algumas recomendações a todos os passageiros, uma delas me chamou especial atenção: não poderíamos, em hipótese alguma, irmos até o outro lado de Areia Vermelha (onde ficam situadas as pedras) pois segundo o guia elas foram muito degeneradas.
Isso revela os efeitos do turismo predatório praticado durante anos em Areia Vermelha que fez com que uma parte importante e encantadora para visitação pública fosse desperdiçada para as gerações futuras. Digo isso porque quando adolescente visitei algumas vezes aquele local e naquela época - isso era início dos anos 80 - era possível visitar as pedras e verificar in loco a vida pulsando em Areia Vermelha. Anos depois, por conta da ganância combinada de prefeitos e empresários do turismo, Areia Vermelha foi perdendo seu brilho e, principalmente, sua VIDA. E quem perdeu com isso? Todos nós, especialmente nossos filhos. Os meus, por exemplo, nunca haviam ido a Areia Vermelha. Ficaram deslumbrados, evidentemente, com tudo aquilo - quem não fica, afinal de contas? - mas se pudessem ter visto aquilo que eu e vários de minha geração tiveram a oportunidade de ver, ficariam ainda mais entusiasmados com Areia Vermelha.
Areia Vermelha hoje deve representar para nós o que significa o turismo predatório e as consequências danosas e definitivas que ele traz para o meio ambiente e para todos nós. Hoje - e já há alguns anos - não existe mais carnaval lá e isso ajudou a salvar esse ambiente maravilhoso da costa paraibana, mas os vários anos em que se praticou a folia de Momo bancada pela Prefeitura de Cabedelo custaram anos incontáveis para a vida de Areia Vermelha. Em qualquer outro local do planeta, os (ir) responsáveis por tal crime ambiental seriam devidamente responsabilizados por isso. Mas, como estamos no Brasil e na Paraíba, tudo está como dantes no castelo de Abrantes. Pior para a geração atual e de amanhã. 

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