Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ricardo, Zé e os fichas limpas


No último artigo que postei no blog, falava acerca do aliado de primeira hora que Ricardo Coutinho havia arregimentado para sua caminhada rumo ao Palácio da Redenção, envolvido em mais um escândalo nacional, alardeado por toda a mídia deste país, sobre a contratação de duas funcionárias fantasmas de seu gabinete em Brasília. Todos e todas sabem de quem falo, trata-se do senador Efraim Morais (DEM). De lá pra cá, apesar de Efraim desmentir tudo, a coisa só piorou para ele, mais indícios de que a sujeira é grande pros lados de seu gabinete aumentaram, a alta cúpula do DEM em nível nacional começou a se afastar dele, a começar por declarações dadas à imprensa pelo senador Heráclito Fortes (DEM/PI), que criticou a forma como o senador paraibano administra as contratações em seu gabinete. E disparou: "cada gabinete tem seu corpo de funcionários e o senador é responsável direto por eles. Vamos ver qual sistema ele (Efraim) usava. Se tinha ordenador de frequência.", afirmou o 1º Secretário do Senado. O sistema ao qual o senador democrata do Piauí se referia é em relação à forma como o gabinete de Efraim Morais controlava a frequência de seus funcionários em dias de trabalho, porque só alguns estão livres de bater ponto, enquanto a maioria tem que fazer isso.

Embora não acreditemos na seriedade dos que fazem o Congresso Nacional e, principalmente, nas palavras de um correligionário de Efraim Morais, o fato é que o senador saído de Santa Luzia começa a ser fritado dentro de seu próprio partido. Isto porque não é a primeira vez que tais fatos envolvendo seu nome e seu gabinete recheiam as páginas e telas dos principais veículos de comunicação do país, servindo de prato cheio para o discurso da candidatura do governo Lula neste ano - que inclusive, segundo o Datafolha, já empatou com Serra em 37% -.

Porém, o que nos interessa analisar aqui neste momento são duas coisas interessantes derivadas desse fato provocado por Efraim Morais, que se repercutiu em nível nacional, na Paraíba então nem se fala. Caiu como uma bomba no colo da candidatura da oposição de direita ao atual governo - capitaneada pelo ex-alcaide de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB) - e como um troféu, evidentemente, para o governador candidato à reeleição Zé Maranhão.

Desde que explodiu a bomba, durante alguns dias, Ricardo permaneceu mudo, calado, sem dar nenhuma declaração à imprensa sobre o episódio. Citamos isso no nosso post anterior. Porém, foi forçado a dar uma declaração sobre tal fato, em virtude deste não sair mais da mídia por conta principalmente de novos fatos que surgiam a cada dia. E, para espanto de alguns - que ainda se espantam com declarações de Ricardo, não sei até quando - eis que surge o "paladino da ética e da moralidade" defendendo Efraim Morais, afirmando que "Efraim Morais foi muito claro em suas explicações e a nota da sua ex-assessora ratifica mais ainda a sua tese a respeito do assunto. Ela já assumiu a responsabilidade e afirmou que ele não sabia de nada", declarou o "socialista" Ricardo Coutinho. Agora, vem a pergunta, em quem devemos acreditar: em Ricardo, que acredita na versão de uma ex-assessora que diz que Efraim não sabia de nada ou na palavra do 1º Secretário do Senado, do mesmo partido de Efraim, que afirmou que a responsabilidade do que ocorre com cada funcionário no gabinete do senador é do senador? Essa declaração foi dada por Ricardo no portal de notícias PBAgora (http://www.pbagora,.com.br/), no dia 25 de maio. Um dia depois, noutro portal, surgiu outra notícia bem interessante, que tb tem a ver com esse caso dos funcionários fantasmas.

Dessa vez, a notícia saiu no portal PoliticaPB (http://www.politica.com.br/) no dia 26/05 e dava conta de o atual governador candidato à reeleição, Zé Maranhão (PMDB) pedia à Justiça Eleitoral da Paraíba um levantamento rigoroso dos "fichas sujas" da política paraibana e, assim, que esta proibisse que estes não participem da eleição deste ano, se baseando para isso na aprovação do Projeto Ficha Limpa recentemente pelo Congresso Nacional. Ora, como se já não bastasse a limitação da própria lei aprovada pelo Congresso (trataremos disso em outro post), o que o governador candidato deseja é que a Justiça Eleitoral extrapole suas funções, agindo além do que determina a lei, o que é um absurdo. Porém, além de tudo isso, Maranhão saiu-se com uma pérola para defender sua tese contra os "fichas sujas" e sua rigorosa fiscalização por parte do TRE local. Disse ele: "eu estou tranquilo porque do nosso lado não tem nenhum político com a ficha suja". Será realmente necessário eu fazer algum comentário sobre esta frase, companheiros e companheiras?

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