Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

TSE torna Ricardo Coutinho inelegível a poucos dias da eleição de prefeito de João Pessoa. E agora, cara pálida???






Nesta terça-feira, 10 de novembro do corrente ano, a eleição municipal de João Pessoa teve mais uma notícia-bomba, que "explodiu" na campanha: por ampla maioria no TSE, em Brasília, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), foi considerado inelegível pelos ministros da mais alta Corte Judiciária do nosso país, no terreno eleitoral. Isso se deu pelo placar de 6 votos a 1, por conta de três Ações de Investigação Judicial - Aijes - julgadas na sessão ocorrida nesta data aonde, em duas destas, o candidato do PSB foi considerado inelegível em duas e sofreu multa em outra. Ainda de acordo com a decisão do TSE, segundo seu presidente, ministro Luiz Roberto Barroso (que também é do STF), tal decisão tem aplicação imediata, ou seja, Ricardo Coutinho já se encontra inelegível. E isso vale por 8 anos, desde o ano de 2014, portanto, se estende até as eleições de 2022.

Os advogados de defesa, Ricardo Coutinho e sua "tropa de choque", desde que saiu esta decisão e a repercussão desta em terras tabajaras, vem repetindo o "mantra" de que isto em nada afeta sua candidatura, de que este continua candidato e que seu nome estará à disposição de todos/as nas urnas eleitorais no próximo domingo, 15 de novembro, para que assim, Ricardo Coutinho possa ser tornar, pela terceira vez (como é seu desejo), prefeito da "Cidade das Acácias".

Tal discurso não é de todo incorreto. Mas, trabalha com a desinformação da maioria das pessoas, o que não chega a ser uma novidade, partindo de onde procede a "informação".

É verdade que a decisão do TSE não interfere no deferimento da candidatura de Ricardo Coutinho à PMJP, feita em outubro deste ano pelo TRE/PB, portanto um pouco antes desta decisão; é verdade que seu nome e foto constará nas urnas eletrônicas no próximo domingo, 15/11, para que eleitores/as possam votar em seu nome a prefeito de João Pessoa, se assim quiserem, já que por conta da decisão tomada pelo TSE não houve tempo disponível para a retirada de seu nome e foto destas urnas. Mas, as verdades param por aqui.

Como já afirmamos acima, a decisão do TSE tem efeito imediato, conforme pode-se verificar através de vídeo da sessão feita pelo órgão, em que o ministro e presidente do Tribunal, Luiz Roberto Barroso fala sobre isso. Assim, os votos dados a Ricardo Coutinho nesta eleição, por ele já estar inelegível, serão considerados nulos e portanto, não serão considerados para efeito de apuração dos votos.

Alguns/algumas que lerão este artigo poderão afirmar que estou sendo parcial em minha análise por não concordar politicamente com Ricardo Coutinho e já ter deixado isso claro em várias oportunidades. Mas, neste caso, estou afirmando sobre coisas semelhantes que já ocorreram em outros casos semelhantes e que o procedimento foi este. Quem viver, verá.............

Pra encerrar, uma coisa precisa ser dita sobre este episódio. A decisão do TSE não atingiu apenas Ricardo Coutinho e o seu partido, o PSB na Paraíba e em João Pessoa. Ele, em especial, e o PSB foram, sem dúvida, os maiores prejudicados em toda essa história. Mas, existem outros personagens.

A Direção Nacional do PT, sua presidente (a deputada federal, Gleisi Hoffmann), a Comissão Interventora Nacional do PT (representada por seu presidente, Cícero Gregório Legal), o ex-deputado e ex-secretário estadual do governo João Azevedo, Luís Couto e a principal liderança nacional do PT, Lula, saem profundamente desgastados de todo esse processo. Todos esses personagens agiram, de uma outra forma, para desmontar a candidatura petista em João Pessoa (do deputado Anísio Maia) e apoiar Ricardo Coutinho e o PSB ao Paço Municipal em João Pessoa. A derrota de Ricardo é também a derrota de todo esse pessoal.

Por outro lado, Anísio Maia, Giucélia Figueiredo (presidente do PT/JP), o deputado federal pelo PT/PB, Frei Anastácio, o advogado Anselmo Castilho, seu vice Percival Henriques e o PCdoB como um todo, além da militância petista que empunhou a bandeira de sua candidatura em meio a toda essa turbulência durante a campanha estão, com certeza, depois dessa decisão judicial, "de peito e alma lavada", por mais que não assumam isso publicamente.

Até domingo, dia da eleição, muita água sobre isso irá rolar debaixo da ponte, como se diz no dito popular. E, após também, especialmente se Ricardo Coutinho não for ao 2º turno da disputa eleitoral, como acredito que provavelmente ocorrerá. Mas, isso é outra história, como também fará parte de outro artigo nosso uma avaliação acerca de uma nota feita por uma certa organização de "esquerda" sobre o fato aqui comentado. Aguardem!!! 


0 comentários:

Postar um comentário