Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quarta-feira, 14 de julho de 2021

A defesa da Revolução Cubana, suas conquistas e da luta do povo cubano e contra a burocracia castrista!!!



O Brasil e o mundo, e a esquerda consequentemente, tem acompanhado (com certa surpresa), os protestos que vem ocorrendo em Cuba, especialmente desde o último domingo, 11/07, iniciado no interior da ilha, mas chegando até à capital, Havana. tais protestos, naturalmente, vem provocando vários debates acerca da natureza destes e também, sobre o caráter do governo cubano e, também, acerca das características atuais da Revolução Cubana e de seu governo, instalada na ilha caribenha desde janeiro de 1959 e que provoca, desde esta época acalorados debates, seja na esquerda como na direita, por diferentes razões, políticas e ideológicas.

O governo norte-americano de Biden apressou-se em afirmar que seu governo estava "ao lado do povo cubano e de seu clamor por liberdade e alívio das trágicas consequências da pandemia e das décadas de repressão e sofrimento econômico a que tem sido submetido pelo regime autoritário de Cuba", disse o presidente Democrata dos EUA, cujas palavras poderiam ter sido ditas também por seu antecessor, o Republicano Trump. Depois, falaremos mais sobre Biden e suas palavras.

O presidente Bolsonaro, parafraseando Biden, criticou a repressão ocorrida nos protestos em Cuba. Segundo estes, os manifestantes cubanos foram recebidos com "borrachada, pancada e prisão". Bela crítica de quem defende a tortura e um dos maiores torturadores da Ditadura Militar no Brasil, Brilhante Ustra. Enfim,,,,,

Sobre as considerações do presidente norte-americano Joe Biden, não custa lembrar que o "sofrimento econômico" que Cuba passa nos dias atuais já dura pelo menos 60 anos, quando o ex-presidente John Kennedy - também Democrata - decretou o bloqueio econômico sobre a ilha, após uma tentativa fracassada de invadir Cuba em 1961, conhecida como a "invasão da Baía dos Porcos". Este bloqueio econômico, repudiada por vários países na ONU, seguidamente desde 1992, continua sendo aplicada pelos EUA e reforçada pelo governo norte-americano em plena pandemia do coronavírus, na era Trump, quando este aplicou 243 medidas contra Cuba, ampliando o bloqueio econômico que atinge o país há décadas. Portanto, tal "sofrimento econômico" pelo qual passa o povo cubano tem o dedo do governo dos EUA e Biden, apesar de seu discurso bonito, mantém esta postura do imperialismo americano em relação a Cuba

Apoiar Cuba e não apoiar nenhuma concessão ao imperialismo não significa, de forma alguma, dar representações aos protestos que ocorrem atualmente na ilha caribenha como sendo de "influência norte-americana", como querem fazer crer setores stalinistas, que continuam existindo em nossos dias e que continuam a acreditar (e querem fazer crer) que Cuba, China, Vietnã, Coréia do Norte, Venezuela e similares são "socialistas" ou até mesmo, "comunistas".

Defendemos as conquistas da Revolução Cubana e, por conta desta defesa e destas conquistas, obtidas com sangue e suor do povo cubano, defendemos uma nova revolução socialista naquele país. Que se derrube a burocracia castrista instalada na ilha e devolva-se o poder ao povo cubano, através de suas organizações, com os princípios da economia socialista (que já foram há muito extintos pela burocracia castrista, com apoio do PC cubano) e com o exercício da democracia operária, inexistente há décadas em Cuba!!!

De que princípios da economia socialista estamos falando e que precisam ser resgatados???

A burocracia castrista, em nome da "Revolução Cubana" - como costuma fazer toda burocracia, na defesa de seus interesses em defesa do "povo" - acabou com os três pilares básicos da economia socialista em Cuba, herança da Revolução Cubana de 1959, quais sejam: 1) a propriedade estatal dos meios de produção; 2) o planejamento econômico central de tudo que era produzido na ilha; e 3) o monopólio exterior do comércio. Isso se cristalizou em 1990, seguindo o que já havia ocorrido na China em 1978 e após a dissolução da URSS, a Junta Central de Planificação (que dirigia a planificação da economia cubana), foi dissolvida. Após isso, veio a "pá de cal": em setembro de 1995, a Assembleia Nacional, organizada pelo PC Cubano, aprovou a "Lei de Inversões Estrangeiras". Esta lei destruiu o antigo pilar econômico da economia socialista em Cuba, que ainda se mantinha - da propriedade estatal dos meios de produção -. As empresas estatais começaram a ser privatizadas, não em base a um capital nacional, mas através do investimento do capital europeu, prioritariamente, fazendo com que Cuba tenha hoje (e isso faz anos, apesar do embargo econômico norte-americano) grandes parceiros na economia mundial, como Espanha, Canadá, Itália, França e Reino Unido. Tudo isso apoiado por diversos setores da "esquerda" brasileira e mundial, com o discurso de que Cuba estava se "modernizando e avançando na construção do socialismo". Sinceramente...........

Repetindo: defendemos a Revolução Cubana, suas conquistas e somos contra o bloqueio econômico feito pelos EUA contra a ilha há 60 anos!!!

Em nenhum momento, isso justifica o cerceamento das liberdades democráticas feita pela burocracia castrista ao povo cubano, o fim da democracia operária no país há décadas e a extinção de princípios fundamentais da economia socialista em Cuba, aprovadas pelo PC cubano que, junto com o bloqueio econômico dos EUA, ajudaram sobremaneira o processo de restauração capitalista na ilha, iniciada nos anos 90, já praticamente concluída, com expressiva participação do capital europeu na economia cubana, e até mesmo de setores do capital norte-americano em vários elementos da economia cubana.

Lamentavelmente, mas explicável pelo seu perfil reformista, Frei Betto (em nota publicada nas redes sociais) faz coro com o discurso stalinista de que os protestos em Cuba possui a orientação imperialista. Segue a linha do discurso da burocracia castrista de defender seus interesses, com o argumento da "defesa da Revolução Cubana" (como costuma fazer toda burocracia) - assim também fazia Stalin e sua camarilha na antiga URSS -, usando o bloqueio econômico feito pelos EUA há 60 anos contra a ilha para justificar as medidas da restauração capitalista em Cuba e os ataques às liberdades democráticas contra o povo cubano e ao socialismo. Revoltante a atitude da burocracia castrista (encabeçada hoje por Miguel Díaz-Canel) e o apoio dos setores ditos de "esquerda" no Brasil e no mundo à tal política!!!

Portanto, a tarefa atual dos revolucionários é defender a organização das massas cubanas na perspectiva de construir uma alternativa socialista para derrubar a burocracia castrista encastelada no poder na ilha e reconstruir a Revolução Cubana, renovando os princípios da economia socialista e reafirmando a democracia operária, para que a classe trabalhadora e a juventude cubanas possam, efetivamente, lutar e vencer o imperialismo!!!


TODO APOIO À LUTA DO POVO CUBANO!!!

VIVA AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO CUBANA!!!

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