Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Luciene de Fofinho é a nova prefeita de Bayeux. Crise política acabou???



A vereadora Luciene Gomes, popularmente conhecida como Luciene de Fofinho, do PDT, foi eleita nesta quarta-feira, 19 de agosto do corrente ano, a nova Prefeita da cidade de Bayeux. Ela já está na História da cidade que, em 15 de dezembro próximo, completará 61 anos de sua emancipação política: é a terceira mulher a governar a cidade (antes, tiveram esta condição Severina Freire de Melo - conhecida como Dona Niná -, esposa do também ex-prefeito e líder político de Bayeux, Lourival Caetano em 1976; e Sara Cabral, em 2001). Além disso, Luciene torna-se o primeiro político da cidade a ser eleita em um pleito indireto, realizado na Câmara Municipal de Bayeux, através do voto dos/as 17 vereadores/as, dos quais ela obteve 13, contra 2 dados ao então prefeito Jefferson Kita (Cidadania) e outros 2 dados ao vereador Roni Alencar (PMN).

Bayeux situa-se na Grande João Pessoa e possui cerca de 100 mil habitantes, tornando-se um dos maiores colégios eleitorais da Paraíba. É também um dos municípios de maior PIB do Estado e o 5º maior arrecadador de impostos. Porém, apresenta muitos problemas, como uma alta densidade demográfica e falta de saneamento básico, sem falar na precariedade dos serviços públicos espalhados pela cidade, como inúmeras ruas sem calçamento, escolas municipais e postos de saúde sucateados, com população desassistida nestes espaços, aonde costuma-se faltar o mais elementar dos serviços. Isso ocorre há anos, sem que se tenha uma solução a curto e médio prazo.

Isso são alguns dos desafios que Luciene de Fofinho enfrentará em pouco mais de 4 meses à frente da Prefeitura de Bayeux. Porém, seu maior desafio como nova prefeita da cidade, mesmo que eleita indiretamente, será resgatar a autoestima de um povo que, ao longo dos últimos 4 anos, foi bastante castigada, graças à desastrosa gestão do ex-prefeito Berg Lima (eleito pelo Podemos em 2017, hoje no PL) e de seus sucessores no comando do Executivo Municipal da cidade - Luiz Antonio (PSDB), Noquinha (PSL) e Jefferson Kita (Cidadania). Não custa relembrar que, entre os mandatos de Noquinha e Kita, Berg Lima retornou à Prefeitura de Bayeux por determinação judicial, tendo sido novamente afastado, em maio deste ano. Luciene de Fofinho torna-se, assim, a 5ª pessoa a ocupar um 6º mandato na principal cadeira do Executivo bayeuxense desde janeiro de 2017. É mais um capítulo da crise política que assola a cidade desde quando Berg Lima foi preso em flagrante pelo Gaeco em 05 de julho de 2017 e iniciou toda essa lamentável e triste história neste município paraibano.

Desde quando aventou-se a possibilidade de ocorrer eleições indiretas em Bayeux, ocorreram duas coisas: primeiro, uma "chuva" de ações judiciais tentando protelar e/ou impedir a realização destas eleições na cidade, algumas partindo do então prefeito Jefferson Kita; outras, vindas de candidatas que teriam sido impedidas de concorrer ao pleito. Tais disputas chegaram até ao STF, tendo sido negadas pela mais alta Corte Judiciária do nosso país, o que assegurou sua realização na tarde do dia 19/08 deste ano, garantindo a eleição da chapa Luciene de Fofinho (PDT)/Adriano Martins (MDB) para a Prefeitura Municipal até o final de 2020. 

Outra coisa que ocorreu durante todo o processo que permeou as eleições indiretas em Bayeux se deu via redes sociais. Circulou nestas o boato (que, até agora, não se tem comprovação disso) de que Luciene de Fofinho teria feito um acordo político com o ex-prefeito Berg Lima para esta ser sua candidata neste processo e, desta forma, em ela sendo eleita, o grupo político de Berg Lima poder ocupar alguns cargos no seu futuro governo. Explicando melhor a situação: as eleições indiretas em Bayeux só tornaram-se possíveis porque, em 13 de julho deste ano, Berg Lima entregou, na Câmara Municipal da cidade, sua carta-renúncia. Desta forma, abriram-se as vacâncias nos cargos de prefeito e vice-prefeito, que só poderiam ser preenchidas por meio de escolha indireta, conforme determina a Lei Orgânica do Município, através de uma Emenda que foi votada por unanimidade pela Casa Severaque Dionísio em 2019, através de iniciativa da vereadora Luciene de Fofinho.

Este boato, como afirmamos, até agora, não foi confirmado. Possivelmente, nunca será. Porém, a nova prefeita de Bayeux tem uma chance de afastar completamente das mentes e convicções de todos/as bayeuxenses as suspeitas acerca dessa questão nas próximas horas. Basta ver como Luciene de Fofinho comporá o seu secretariado. Esta composição balizará, definitivamente, sua forma de atuação nos próximos meses e de que lado ela se encontra. Ela tem, portanto, uma chance de ouro, inicial, para mostrar a toda Bayeux, para que veio. Ou não!!!


0 comentários:

Postar um comentário