Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 9 de agosto de 2020

Brasil chega à lamentável marca de 100 mil mortes causadas pela Covid-19!!!


Neste sábado, 08 de agosto 2020, o Brasil alcançou a triste e lamentável marca dos 100 mil mortos atingidos pela disseminação da Covid-19 em terras tupiniquins. Fruto de uma politica inconsequente, negacionista e completamente errante (proposital, diga-se de passagem), levada à frente pelo governo Bolsonaro, desde quando surgiu no espectro mundial a figura do coronavírus em nossa sociedade. 

Inicialmente tratada como uma "gripezinha", depois como uma "histeria" da imprensa e governadores e, posteriormente, como uma "chuva", aonde todos/as podem pegar, Bolsonaro ainda tratou com desdém a morte de centenas de pessoas em todo o país ao fazer referência à parte de seu nome (Messias), quando se referia ao fato do país ter ultrapassado a China  em número de óbitos em 28 de abril deste ano, numa resposta à pergunta de um jornalista em frente ao Palácio da Alvorada. Ainda afirmou, em 02 de junho passado, em mensagem de conforto às famílias por seus lutos, que a morte de seus entes queridos por causa da Covid-19 "é o destino de too o mundo". Pense numa mensagem de conforto.....#sqn. Recentemente, após a verificação da possibilidade (cada vez mais iminente) do país chegar ao número de 100 mil mortos por causa da doença, afirmou em sua live de 06 de agosto, junto com o dublê de general e ministro interino Saúde, Eduardo Pazuello, que "a gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema". Como se isso fosse apenas mais um dado estatístico.....

Porém, infelizmente, muitas pessoas espalhadas por nosso país ainda não perceberam a gravidade do problema que estamos enfrentando, devido à falta de um atuação consistente dos Estados federal, estaduais e municipais no enfrentamento à Covid-19. Dizer que estão enfrentando a doença remetendo R$ 600 de auxílio-emergencial para os trabalhadores ou fornecendo cestas básicas para aqueles que estes julgam como vulneráveis é muito pouco diante da gravidade da situação que vivenciamos cotidianamente. Principalmente quando assistimos a extrema dificuldade de nossa classe em receber esses R$ 600 ou estas cestas básicas e, ao mesmo tempo, a ganância dos empresários de vários setores da economia em reabrir seus estabelecimentos comerciais às custas da superexploração dos/as trabalhadores/as que, graças ao presidente Bolsonaro, governadores de todos os partidos e deputados e senadores do Congresso Nacional, têm seus direitos mais elementares cada vez mais retirados em plena pandemia do coronavírus, ao mesmo tempo que os lucros dos patrões são cada vez mais ampliados no mesmo período. Graças a estes mesmos "senhores"!!!  

Como costumamos afirmar, "ainda não caiu a ficha" para o grosso de nosso povo sobre o gravíssimo momento que atravessamos por conta desta pandemia que vivemos, desde março deste ano. Segundo o neurocientista e coordenador voluntário do Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste, Miguel Nicolelis, "a cada três dias caem duas torres gêmeas do World Trade Center, a cada dia caem três Boeings". Evidentemente, isso é uma equivalência. Mas, não deixa de ser um dado impressionante. Porém, as decisões tomadas pelo presidente Bolsonaro, por governadores e prefeitos em todo o país parecem ignorar tudo isso, como se nada disso existisse. E as pessoas seguem no mesmo ritmo, salvo raras exceções.

Quando pegamos a triste marca de 100 mil mortos existente no país e vamos à realidade, percebemos com mais dureza o que representa este número. Esperamos, com isso, fazer com que as pessoas comecem a verificar o que significa a Covid-19 e sua terrível consequência para nosso povo e, assim, a real necessidade para nos cuidarmos diante dela e exigirmos de nossos governantes políticas eficazes do combate a esta. Não dá para assistirmos notícias do tipo de que o TCE/PB constatou que o governo João Azevedo (Cidadania), em pouco mais de 5 meses de pandemia) só tenha investido pouco mais de 2% dos recursos enviados pela União para o tratamento da Covid-19 no Estado. É preciso se indignar com esta situação e exigir providências na resolução disto!!!

Voltando ao que vínhamos afirmando, a realidade do número de 100 mil mortos é extremamente dura, mas necessária de ser mostrada.

Quando trazemos tal número para a percepção de um Estado como a Paraíba, por exemplo, podemos ter uma ideia do que isso significa. A Paraíba possui 223 municípios dos quais, segundo o IBGE, de acordo com sua contagem feita em 2019, apenas 4 destes possui uma população acima de 100 mil habitantes. São eles, pela ordem: João Pessoa, Campina Grande, Sta. Rita e Patos. Bayeux, que está em 5º, chega perto mas não tem 100 mil habitantes (tem exatos, segundo o órgão, 96.880).

Significa dizer que, pelo número infeliz de mortos que o Brasil alcançou causado pela Covid-19 neste sábado (08/08/2020), a Paraíba perderia 219 municípios e ficaria com apenas 4, dois deles na Grande João Pessoa. Uma situação pra lá de catastrófica. Algo semelhante ocorreria no resto do país. Segundo o mesmo IBGE, o Brasil possui 5570 municípios e destes, apenas 324 têm mais de 100 mil habitantes, o que representa 6% desse total; ou seja, de acordo com o órgão, o país perderia (de acordo com essa triste marca alcançada pelo país por conta da Covid-19), 94% dos municípios nacionais (ou 5246 em seu total). Uma tragédia!!!

Se fôssemos mais para baixo um pouco, a situação ficaria ainda pior. Em João Pessoa, capital da Paraíba, dos 67 bairros que existem na cidade, apenas Mangabeira continuaria de pé, já que possui um pouco mais de 100 mil habitantes. O restante seria dizimado, infelizmente.

Esta é a situação pela qual passamos em nosso país, governado por um genocida, que está muito mais preocupado em se perpetuar no poder, mirando apenas em construir uma base eleitoral para 2022 e, assim, as demais questões, como a saúde pública e direitos de nossa classe são assuntos secundários, apesar do discurso parecer o contrário.

É preciso acordar para a realidade e exigir providências imediatas por parte dos governos (federal, estaduais e municipais) e, ao mesmo tempo, construir uma alternativa classista, por dentro das organizações de nossa classe, que chame a saída socialista como única via de resolução dos graves problemas que nosso povo enfrenta!!!

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