Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 22 de agosto de 2020

A crise de Bayeux passa e a direção do SINTRAMB fica MUDA e CALADA. Pq será???


Alguns setores políticos de Bayeux, especialmente os ligados à atual prefeita Luciene de Fofinho e de seu vice, Adriano Martins, além do grupo político do ex-prefeito Berg Lima que, após algumas indicações do secretariado da nova prefeita, mantêm-se presente na Prefeitura da cidade, dão por encerrada a crise política que esta viveu recentemente, iniciada justamente com a prisão em flagrante de Berg Lima, em 05 de julho de 2017, no restaurante Sal & Pedra e, segundo estes, "concluída" em 19 de agosto deste ano, com a eleição indireta da vereadora pedetista. Tal crise, portanto, teria durado 3 anos, 1 mês e 14 dias. 

Porém, como já abordamos em artigo recente, tal crise apenas mudou de "cara" (http://antonioradical.blogspot.com/2020/08/a-crise-politica-de-bayeux-parece-nao.html). Ela aparece agora na figura da nova prefeita eleita, Luciene de Fofinho, tendo o causador desta, Berg Lima (PL), "escondido" numa articulação poderosa , que envolve pessoas e partidos que continuam na Prefeitura de Bayeux pelos próximos 4 meses, ao menos. E isso já se faz transparecer em alguns nomes que compõem o secretariado da nova "comandante" municipal.

Em toda a crise política anteriormente citada, verificamos no mínimo, 11 datas importantes que se estabeleceram no período para relembrarmos o andamento dessa triste e lamentável jornada que ocorreu em Bayeux neste período e que, de certa forma, paralisou a cidade, politica, econômica e socialmente. Senão, vejamos, pela ordem: 

05/07/2017 - Início da crise. Prisão em flagrante de Berg Lima no Restaurante Sal & Pedra pelo        Gaeco;

06/07/2017 -  Posse do vice-prefeito Luiz Antonio (PSDB) como novo prefeito de Bayeux;

24/10/2017 - Divulgação de vídeo de Luiz Antonio pedindo propina a empresário local, causando novo escândalo político na cidade;

20/03/2018 - Justiça determina afastamento de Luiz Antonio da Prefeitura de Bayeux;

21/03/2018 -  Vereador Mauri Batista, conhecido como Noquinha (PSL), toma posse como 3º prefeito de Bayeux;

04/04/2018 - Luiz Antonio é cassado pela Câmara Municipal de Bayeux;

19/12/2018 - Justiça determina retorno de Berg Lima à Prefeitura de Bayeux;

20/05/2020 - Justiça determina novo afastamento de Berg Lima (agora, no PL), da Prefeitura de Bayeux;

21/05/2020 - Vereador Jefferson Kita (Cidadania) toma posse como 4º prefeito de Bayeux;

14/07/2020 - Berg Lima entrega sua carta-renúncia na Câmara Municipal;

19/08/2020 - Luciene de Fofinho (PDT) é eleita, indiretamente, prefeita de Bayeux e toma posse na Câmara. É a 3ª mulher a ser prefeita na cidade, a 1ª liderança política a ser eleita de forma indireta e a 5ª figura que ocupará a Prefeitura em menos de 4 anos de mandato. 

Em todos esses momentos políticos importantes, que marcaram a vida de toda uma cidade, de todo um povo e, consequentemente, da categoria dos/as servidores municipais de Bayeux, da qual este que vos escreve faz parte desde 2004, nossa entidade representativa, a partir de sua direção sindical, não fez absolutamente NADA sobre isso. Em nenhum momento, se viu o grupo político que está na direção do SINTRAMB mexer-se politicamente para mobilizar nossa categoria para aproveitar os vários momentos que se criaram durante esta crise causada pelo dublê de ativista cultural/prefeito e sua "tropa de choque" à frente da Prefeitura para, com isso, colocar os/as servidores/as e o sindicato em evidência e tirar proveito de tudo isso para a categoria.

O que vimos, infelizmente, foi um sindicato perder força política com o passar dos anos a ponto de não ser mais reconhecido na cidade, ao contrário de anos atrás. Ao ponto do ex-prefeito Berg Lima, que passou meses na cadeia, recusar-se a receber a direção do SINTRAMB e esta não ter a capacidade de impor-se (politicamente) e rebater tal audácia de um gestor que não tinha - e nunca teve após o lamentável episódio do Sal & Pedra - condição moral de "peitar" algo ou alguém. 

Aliado a tudo isso, assistimos também setores de nossa categoria perderem direitos históricos, conquistados com muita luta, com a direção do "MUDA SINTRAMB" não tendo a capacidade de responder sequer através de uma nota de repúdio à atitude da Prefeitura por conta do ocorrido. Foi assim quando o então prefeito interino Noquinha, de uma canetada, acabou com as eleições diretas para diretores/as escolares em nossa cidade, conquista obtida com a categoria mobilizada nas ruas e nas escolas durante anos e que levou, inclusive, a atual presidente do SINTRAMB, Germana Vasconcelos, a ser diretora eleita da EMEF Ruy Carneiro. Mas, parece que ela "esqueceu" isso.....

Mas, não foi apenas isso que os servidores municipais perderam com a inanição do sindicato durante a crise política em Bayeux durante os pouco mais de 3 anos. A categoria, especialmente o pessoal de apoio, perdeu o direito de receber o direito às férias de forma automática, tendo que requerer isto de forma manual à sua secretaria e, neste caso, quando tal direito não era concedido pela Administração, este acumulava e o servidor acabava perdendo.

Poderíamos elencar mais alguns fatos acerca disso, mas tudo resume-se àquilo que já tratamos em outro artigo, feito em janeiro de 2017 (http://antonioradical.blogspot.com/2017/01/sintramb-de-um-sindicato-classista-de.html). Na ocasião, afirmávamos que o SINTRAMB transformara-se em um "departamento sindical da Prefeitura de Bayeux", por conta da atuação da direção sindical do "MUDA SINTRAMB", que havia sido eleita meses antes e que tinha já dois de seus membros indicados como figurantes da Administração Municipal: o Tesoureiro da entidade tornou-se Secretário da Segurança (o GCM Coelho) e o Secretário de Comunicação do SINTRAMB tornou-se Diretor de Vigilância (Joselito Mendonça). Mais tarde, outros 3 dirigentes sindicais também integraram-se à estrutura oficial da Prefeitura: Assis Trajano tornou-se Diretor da Policlínica Benjamin Maranhão; Amaury Galdino virou Diretor da Policlínica Geraldo Santana; e Epitácio Araújo foi "rondante", como chamam. Tudo isso porque, caso tenha alguém que não se lembre, Coelho e "a turma da Guarda Municipal" que ele articulava fez a segurança pessoal do candidato Berg Lima na campanha eleitoral em 2016. Isso repercutiu quando este tornou-se diretor do SINTRAMB e, por tabela, a gestão como um todo. Só não vê quem não quem quer!!!

Assim, com mais um episódio dessa crise política se configurando, Germana, Camila e Daniel, que formam o tripé de sustentação do grupo do "MUDA SINTRAMB", que está à frente do SINTRAMB desde julho/2016, a entidade representativa dos servidores municipais de Bayeux precisa, definitivamente, se posicionar acerca do grave momento porque passa a cidade. E isso não significa emitir uma nota, apenas. É preciso adotar medidas efetivas, concretas em defesa da categoria que estes/as que dizem dirigir a categoria dos servidores municipais. Fazer muito mais do que negociar migalhas em torno da "Reforma da Previdência Municipal", que só faz adiar os prejuízos para nós, servidores/as municipais!!!

 




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