Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

terça-feira, 14 de julho de 2020

Berg Lima entrega sua renúncia e aumenta a VERGONHA da IMPUNIDADE em Bayeux!!!






Berg Lima (PL) entregou na manhã desta terça-feira, 14 de julho do corrente ano, na Câmara Municipal de Bayeux, sua carta-renúncia à Prefeitura da cidade. Com este ato, encerra-se a lamentável passagem do ex-ativista cultural e presumível prodígio político bayeuxense que, em 2016, elegeu-se com uma larga margem de votos prefeito da dita cidade, superando um antigo político que tentava ocupar aquela cadeira pela 5ª vez em sua história. E por um partido pouco expressivo, na ocasião.
Em dezembro de 2016, afirmávamos em artigo postado neste mesmo espaço que "a expectativa gerada em torno de Berg Lima em Bayeux, por uma parcela significativa da cidade, é muito grande" (http://antonioradical.blogspot.com/2016/12/berg-lima-e-expectativa-de-todo-um-povo.html). Foi eleito com pouco mais de 33 mil votos, cerca de 60% dos votos válidos numa cidade com quase 100 mil habitantes, situada na Região Metropolitana de João Pessoa, uma das mais importantes do Estado.
Infelizmente, as expectativas de todo um povo criadas em Berg Lima não corresponderam à realidade, em pouco tempo de governo. Em menos de 6 meses de mandato, Berg Lima na época, no Podemos) foi preso em flagrante, acusado de corrupção, passando cerca de 5 meses preso e, a partir disso, a cidade de Bayeux - e, consequentemente, seu povo inteiro - começou a sofrer todas as consequências desse terrível acontecimento. Veio o vice-prefeito da época assumindo o comando da cidade, Luiz Antonio (PSDB) que também sofreu um escândalo político e acabou cassado pela Câmara Municipal e afastado pela Justiça, assumindo em seu lugar o presidente da Câmara na ocasião, o vereador Noquinha (PSL); este acabou sendo afastado do novo posto em dezembro de 2018, quando por decisão judicial, Berg Lima retornou à Prefeitura e retomou seu antigo lugar. Este, em maio deste ano, foi novamente afastado do cargo de prefeito, assumindo a Prefeitura o vereador Jefferson Kita (PSB). Nesse meio tempo, Berg Lima escapou de três tentativas de cassação politica movidas pela Câmara Municipal, com a participação decisiva do então vereador Kita.
Mas, como afirmamos anteriormente, o prefeito afastado Berg Lima (agora no PL), decidiu, após todos esses atropelos políticos, renunciar ao cargo de prefeito de Bayeux e apresentou sua renúncia à Câmara Municipal da cidade. Esta, segundo o regimento, deverá fazer uma eleição indireta para escolha do novo prefeito da cidade em até 30 dias, aonde qualquer cidadão/cidadã do município pode se candidatar, devendo a eleição ser restrita aos/às vereadores/as da Casa Severaque Dionísio.
Trata-se de mais um capítulo na crise política pela qual passa Bayeux desde 05 de julho de 2017, quando Berg Lima foi preso pelo Gaeco, no restaurante Sal e Pedra. E, neste mais novo capitulo da crise, o agora ex-prefeito joga sua mais nova e decisiva cartada, aonde nesta aprofunda tal crise e coloca novos elementos nesta, a saber: 1) tira seu mais novo rival da cena política de Bayeux, o também ex-prefeito (agora) Jefferson Kita (PSB); 2) joga os processos que tem contra si para a 1ª instância, por não possuir mais o foro privilegiado, o que faz com que suas ações judiciais sofram um retrocesso muito grande, demorando ainda mais a serem julgadas; 3) como ele não foi cassado (apesar, por 3 vezes, a Câmara Municipal de Bayeux ter tentado) e sim renunciou ao cargo, ele pode - se assim quiser - concorrer a algum cargo nas próximas eleições de novembro deste ano ou em qualquer outra.
Estes novos elementos gerados como consequência do ato protagonizado por Berg Lima com sua renúncia à Prefeitura de Bayeux revelam a IMPUNIDADE com que nosso sistema judicial trata a questão e, mais ainda, nossa tão propalada "DEMOCRACIA" e o "ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO" tratam pessoas que, como o ex-prefeito de Bayeux tratam não apenas tal regime político-eleitoral mas também o povo e, mais especificamente, os/as trabalhadores/as de toda uma cidade que acreditaram nele como uma possibilidade de renovação em suas vidas.
Isso tudo só vem demonstrar que NÃO podemos acreditar nas eleições como uma forma de resolver os problemas de nossa classe. Só a organização de nossa classe, nos locais de trabalho, de moradia, nas organizações de classe, é que poderá resolver os graves problemas sociais que enfrentamos todos os dias, especialmente em tempos graves como esse de pandemia de coronavírus aonde, apesar de vivermos em um Estado e país aonde temos os maiores índices de casos de mortes, os governos (federal, estadual e municipais) mantem a política de reabertura da economia, jogando nossa classe para o "abatedouro", sem estabelecer nenhum tipo de política pública para os trabalhadores (como quarentena geral, estabelecimento de licença remunerada, dentre outros) e os mais vulneráveis de nossa sociedade.
    

1 comentários:

  1. Importante o relato da situação, mas mais do que isto a análise sobre as perspectivas para os trabalhadores, a juventude e todos os explorados não só de Bayeux, mas do país como um todo. Parabéns professor.

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