Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quinta-feira, 19 de março de 2020

Nota da CSP Conlutas PB sobre a aprovação da "Reforma da Previdência Estadual", de João Azevedo e Bolsonaro







DEPUTADOS/AS ESTADUAIS DA PARAÍBA APLICAM DURO GOLPE NOS SERVIDORES PÚBLICOS E APROVAM “REFORMA DA PREVIDÊNCIA ESTADUAL” DE JOÃO AZEVEDO


            A grande maioria dos/as deputados/as deputados/as estaduais da Paraíba, em sessão extraordinária, aprovaram, nesta terça-feira, 17 de março de 2020, com 29 votos, a “Reforma da Previdência Estadual” do governo João Azevedo (Cidadania). Na ocasião, apenas os/as deputados/as Cida Ramos (PSB) e Wallber Virgolino (Patriotas) foram contrários à matéria e, portanto, favoráveis aos servidores públicos estaduais.
            Duas coisas chamam atenção neste deplorável e lamentável episódio que afetam milhares de trabalhadores/as paraibanos/as, que vendem cotidianamente sua força de trabalho e, principalmente, suas capacidades criativas para o desenvolvimento desse Estado ao longo dos anos: a participação efetiva de entidades sindicais na negociação final do texto que resultou no PLC12/19, que é a “Reforma da Previdência Estadual” (e que vem gerando uma onda de indignação em vários militantes do movimento dos trabalhadores paraibanos); e o fato de que, apenas uma deputada da esquerda paraibana com representação na Assembleia Legislativa tenha votado a favor dos/as trabalhadores/s, no caso, ex-presidente da ADUFPB, Cida Ramos (PSB). Para se ter uma ideia do que isso significa, todo o restante da bancada do PSB, com exceção da deputada Estela Bezerra (que faltou justificadamente à sessão e expôs suas razões em redes sociais e expressou seu repúdio à “Reforma da Previdência Estadual”), votou a favor do PLC 12/19, portanto, contra os/as servidores/as públicos estaduais paraibanos/as. Nesse mesmo caminho, seguiram os deputados Anísio Maia, do PT, e Inácio Falcão, do PCdoB.
            Além disso, há um dado da realidade que atravessa essa votação perversa para os trabalhadores paraibanos, promovida por “suas excelências” na tarde desta terça-feira, 17 de março de 2020: o mundo, e a Paraíba em particular, vivem uma conjuntura pra lá de peculiar por conta da pandemia do coronavírus, que vem promovendo uma verdadeira quebradeira nas Bolsas de Valores de todas as economias mundiais, destruindo os sistemas de saúde dos principais países, matando centenas de milhares de pessoas e infectando tantas outras. Além de provocar uma desmobilização completa no movimento dos trabalhadores, que fez com que esses deputados/as se aproveitassem da situação e aplicassem este golpe nos trabalhadores.
            Na Paraíba, tanto o governador do Estado quanto o prefeito da capital, assim como outros espalhados pela Paraíba, já determinaram várias medidas emergenciais para o combate ao coronavírus, tais como suspender as aulas das redes pública e privada por um tempo determinado; que alguns servidores públicos passem a exercer suas atividades em casa; que alguns espaços públicos tenham restrições quanto a seu funcionamento e, ao mesmo tempo, orientam que os empreendimentos privados façam o mesmo. Porém, nada disso foi impeditivo para que 29 deputados/as estaduais seguissem a orientação de João Azevedo e Bolsonaro e promovessem um duro ataque aos servidores públicos, aprovando a “Reforma da Previdência Estadual” que, entre outras coisas, fará com que, a partir de agora,  cada servidor/a passe a pagar 14% de alíquota como contribuição à previdência estadual, como resultado desta votação.
            O Fórum dos Servidores Públicos Estaduais da Paraíba divulgou uma nota aonde defende 7 pontos que foram negociados e que, segundo esta nota, teriam sido benéficos para o conjunto dos/as servidores/as públicos/as estaduais a votação ocorrida nesta terça-feira, 17 de março de 2020. Porém, o mesmo Fórum, na referida nota, se contradiz quando afirma que o PLC12/19 mantém não apenas a alíquota única de 14% como contribuição à previdência estadual dos/as servidores/as estaduais, como também “ficou no texto a retirada da PBPrev da obrigação de arcar com o pagamento dos auxílios”. Ou seja, com a aprovação da PLC 12/19, a PBPrev só irá ter a obrigação de pagar as aposentadorias e pensões dos seus segurados. Os demais benefícios, como auxílio doença, licença maternidade, pensão por morte, deverão ser pagos pelas secretarias de origem de cada servidor/a. A pergunta que não quer calar é: com que dinheiro isso se fará?
            Esta verdadeira confissão de culpa, por parte do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais da Paraíba, revela que a vitória decantada por este na votação do PLC 12/19 é, na verdade, uma vitória de Pirro. É um duro golpe para os/as trabalhadores/as!!!
            Outra coisa a ser verificada neste caso é a conivência criminosa daqueles que se dizem aliados da classe trabalhadora e que votaram junto com os governos João Azevedo e Bolsonaro a favor da “Reforma da Previdência Estadual”. Não dá para separar um governante do outro, pois o que João Azevedo fez foi uma cópia (para pior, na maioria das vezes) do que foi feito em nível federal. Mas, mesmo assim, aqueles que se dizem “representantes dos trabalhadores” TRAÍRAM os/as servidores/as públicos/as estaduais e merecem nosso REPÚDIO.
            Essa é mais uma lição que se dá a quem aposta todas suas fichas na negociação com o Parlamento e se recusa a construir, pela base, a luta da classe contra os ataques que patrões e governos fazem aos trabalhadores. O objetivo da “Reforma da Previdência” de João Azevedo e Bolsonaro, com apoio explícito dos patrões, é jogar a crise capitalista do Estado burguês nas costas (e conta) dos trabalhadores. Infelizmente, com a colaboração de algumas lideranças sindicais!!!
            Só para constar, seguem os nomes dos/as deputados estaduais que votaram contra os/as servidores/as públicos/as estaduais: ADRIANO GALDINO (PSB); ARMANDO MONTEIRO (PSC); ANÍSIO MAIA (PT); BRANCO MENDES (PODEMOS); BUBA GERMANO (PSB); CABO GILBERTO (PSL); CAIO ROBERTO (PR); CAMILA TOSCANO (PSDB); CHIÓ (REDE); CLÁUDIO RÉGIS (PP); DODA DE TIÃO (PTB); DR. TACIANO DINIZ (AVANTE); DRA. JANE PANTA (PP); DRA. PAULA (PP); EDMILSON SOARES (PODEMOS); EDUARDO CARNEIRO (PRTB); FELIPE LEITÃO (DEM); GENIVAL MATIAS (AVANTE); INÁCIO FALCÃO (PCdoB); JEOVÁ CAMPOS (PSB); JUTAY MENESES (REPUBLICANOS); LINDOLFO PIRES (PODEMOS); MANOEL LUDGÉRIO (PSD); MOACIR RODRIGUES (PSL); NABOR WANDERLEY (REPUBLICANOS); POLLYANA DUTRA (PSB); RICARDO BARBOSA (PSB); TIÃO GOMES (AVANTE); WILSON FILHO (PTB).
            A CSP Conlutas REPUDIA esses deputados e deputadas que seguiram as ordens dos Palácios da Redenção e do Planalto e também REPUDIA os TRAIDORES dos trabalhadores, que se colocam “representantes da classe” no Parlamento e apoia a luta desses/as servidores/as no combate à “Reforma da Previdência”.
           

Paraíba, 18 de março de 2020.



           

0 comentários:

Postar um comentário