Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O fiasco do Internacional no Mundial de Clubes e a unificação dos títulos brasileiros de futebol

Passadas as emoções do Campeonato Brasileiro 2010, esta semana que nem terminou ainda já está de boas polêmicas.
A primeira vem do outro lado do mundo, direto de Abu Dhabi, onde o campeão da Libertadores deste ano, o Internacional de Porto Alegre (RS), surpreendentemente, perdeu a vaga para a grande final de sábado próximo do Mundial de Clubes para o até então desconhecido campeão africano, Mazembe, do artilheiro Kabangu e do festivo goleiro Kidiaba com suas excêntricas comemorações de gol de sua equipe. Nem o mais fanático torcedor do Grêmio esperava por essa zebra do tamanho da África. Mas a derrota do Inter e a consequente vitória do campeão africano tem sua razão de ser. O Inter foi, desde o primeiro minuto de jogo, um time apático, sem vibração para uma equipe que estava disputando o jogo de sua vida, além de excessivamente nervoso, o que fez com que vários lances claros de gol fossem desperdiçados ainda no primeiro tempo. Já os africanos do Mazembe souberam segurar esse ímpeto do campeão da Libertadores, ainda que descontrolado, e levaram o jogo no empate para o vestiário e aí, nos 45 minutos finais, no típico jogo africano, de jogar no contra-ataque explorando a velocidade de seus atacantes, os africanos da República Democrática do Congo aniquilaram os sonhos de milhares de torcedores colorados espalhados pelo Brasil e também presentes no estádio de Abu Dhabi. Resta agora ao Inter, de forma digna, entrar no sábado que vem (18/12/10) e com a tradição e dignidade de um time que já teve na sua história nomes como Falcão, Carpegianni, Lula, Caçapava, Escurinho, Manga e tantos outros mostrar que o jogo contra o Mazembe é passado e que o Internacional de Porto Alegre ainda é grande.
O outro assunto do futebol brasileiro que está mexendo com as rivalidades saudáveis do torcedor brasileiro - e não as selvagerias das torcidas organizadas - é o recente anúncio por parte da CBF da unificação de títulos brasileiros do passado conquistados por grandes equipes de nosso futebol que, dessa maneira, irão alterar o ranking dos maiores campeões brasileiros da história de nosso futebol.
Pelo novo ranking da CBF, Santos e Palmeiras passariam a ser os "bichos-papões" do futebol brasileiro, com 8 conquistas cada (o Santos com 5 Taças Brasil, 1 "Robertão" e 2 Brasileiros; o Palmeiras com 2 Taças Brasil, 2 "Robertões" e 4 Brasileiros). Por um lado, é correta a decisão que a CBF toma em reconhecer as conquistas dos clubes brasileiros em disputas nacionais antes da fórmula consagrada no Brasileirão. Porém, por outro lado, a CBF adota dois pesos e duas medidas quando reconhece por exemplo os títulos do Santos da era Pelé na Taça Brasil e não reconhece a Copa União conquistada pelo Flamengo em 1987.
Agora, podem me perguntar: mas o que é que tem a ver uma coisa com a outra? A resposta mostra a contradição da direção da CBF em estabelecer esse novo ranking. O Santos de Pelé, para ser pentacampeão da Taça Brasil - entre 1961 e 1965 - disputou no total 12 partidas! O Flamengo campeão da Copa União disputou um campeonato com 16 equipes enfrentando em turno único os 15 clubes, seguido de uma semifinal e final. E esse título a CBF insiste em não reconhecer para o Flamengo, mostrando sua incoerência na aplicação do ranking dos campeões.      

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