Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ricardo Coutinho quer acabar com horário corrido no serviço público estadual


"O estado é quem tem que ficar a mercê das pessoas, porque é preciso ter um serviço público que funcione normalmente". Com esta frase, o governador eleito Ricardo Coutinho (PSB) anunciou em tom solene à imprensa, após reunião com médicos em Campina Grande, como será o regime de trabalho dos servidores públicos estaduais a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Ricardo pretende acabar com o horário corrido e fazer com que os servidores trabalhem os dois expedientes.
A princípio, isso pode soar aos olhos e ouvidos do cidadão e da cidadã comuns que se trata de uma medida moralizadora do governador eleito, como ele mesmo gosta de afirmar. Que agora, a partir dessa medida, a máquina administrativa do Estado paraibano começaria a entrar nos eixos. Mas não é bem assim, não se trata disso, mas sim de um primeiro ataque que Ricardo Coutinho já dará aos servidores estaduais assim que tomar posse.
O horário corrido nas repartições públicas é uma conquista do movimento dos servidores públicos estaduais e também federais. Trata-se de uma medida que beneficia não apenas o servidor mas o conjunto da máquina estatal como um todo, pois entre outras coisas, com a implantação do horário corrido, pode-se contratar mais servidores por meio de concurso público para melhor servir à população.
Quando ainda trabalhava como servidor federal na UFPB, Ricardo Coutinho lutou para conquistar e depois para defender a manutenção do horário corrido dos técnico-administrativos daquela instituição. Hoje, Ricardo Coutinho parece que esqueceu esse passado de trabalhador e comporta-se como um autêntico patrão. Porém, não é o primeiro e com certeza não será esse o último episódio onde essa contradição se expressará em seu governo.
O anúncio desse primeiro ataque a ser feito por Ricardo Coutinho quando sentar na cadeira do Palácio da Redenção se torna ainda mais preocupante quando vemos que as principais organizações da classe trabalhadora na Paraíba estão todas aliadas a ele. Portanto, nesse momento, os/as trabalhadores/as estão órfãos de alguma organização que consiga reuni-los para a luta e, assim, resistir a mais essa tentativa de retirada de direitos.    
A implantação dos dois expedientes nas repartições públicas não é a garantia de sucesso da mesma, mas sim a implantação de bons salários para a categoria, de boas condições de trabalho e de que os serviços públicos efetivamente estejam a serviço do povo. Apesar de Ricardo Coutinho expressar isso em sua fala, o exemplo deixado por ele em sua administração em João Pessoa, para quem conhece a fundo sua gestão e não apenas por conta da ótima propaganda de jornais e TV, não é garantia nenhuma de que isso ocorrerá no Estado nos próximos anos.   


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