Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quando a neutralidade no 2º turno em João Pessoa une PMDB e PSOL

Passado o primeiro turno das eleições em João Pessoa e definido os candidatos a disputarem o 2º turno da eleição, nos deparamos com a polêmica sobre a posição dos partidos acerca de quem irão ou não apoiar nesta fase decisiva da disputa pelo Paço Municipal. E, como sempre, as posições já definidas provocam um intenso debate.
Antes de partir pras considerações desse artigo, gostaria de deixar bem claro que essa é a minha posição pessoal. Quero deixar isso bem claro para todos e todas.
Escolhemos dois dos protagonistas da recém concluída eleição em João Pessoa: PMDB de Zé Maranhão e PSOL de Renan Palmeira. Ambos já definiram que pregarão a neutralidade neste 2º turno em nossa capital, liberando assim seus militantes e filiados a decidirem o que acharem melhor para suas consciências.
Porém, é preciso enxergar que tal posição não ajuda em nada o processo político. Especialmente quando tal posição vem do PSOL, um partido que está nas lutas dos trabalhadores. 
É plenamente compreensível a decisão tomada pelo PMDB, anunciada há pouco na sede estadual do partido pelo seu presidente. Afinal de contas, Zé Maranhão estava numa encruzilhada: apoiar Cícero como um agradecimento ao apoio que este lhe deu nas eleições para governador em 2010 ou ir para o palanque de Luciano Cartaxo por conta da questão nacional, após ter feito duras críticas a este candidato e a seu principal apoiador, o prefeito Luciano Agra. Maranhão e o PMDB local, contrariando a cúpula partidária nacional (que queria o apoio deste ao PT no 2º turno), preferiu a saída à francesa: nem um nem outro! Afinal de contas, o capital representado por Maranhão e o PMDB ficarão muito bem com qualquer um dos que ganhe a eleição em João Pessoa. O capital é tudo, menos besta!
Já a posição adotada pelo PSOL e seu candidato Renan Palmeira é incompreensível, em vários aspectos. Primeiro, porque quando um partido socialista disputa as eleições burguesas, seu objetivo entre outros é aumentar o nível de consciência de nossa classe. Essa posição de neutralidade tomada pela direção do PSOL não ajuda a fazer isso, porque independente da vontade de seus militantes, os trabalhadores e trabalhadoras esperam de suas direções posições firmes sobre qualquer assunto e estas têm o dever de fazer o bom combate em convencer a classe a ter postura idêntica. Quando o PSOL toma uma decisão dessas, não se diferencia em nada da postura de um partido burguês como o PMDB (isso perante a consciência das massas).
É muito ruim tal postura adotada por Renan Palmeira e o PSOL como um todo, especialmente quando antes da decisão, a imprensa local já divulgava a posição pró-Cartaxo adotada pelo candidato a vereador e professor Marcos Dias. Com essa posição de neutralidade, alguém duvida que Marcos Dias (ou qualquer outro membro do PSOL) votará no candidato da situação em João Pessoa? 

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