Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 22 de janeiro de 2012

Pinheirinho vive!




Neste domingo, 22 de janeiro de 2012, a comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos foi covardemente atacada pela tropa de choque da PM de São Paulo, comandada pelo governo do PSDB daquele estado, que por sua vez é dirigido pelo tucano Geraldo Alckmin.   Numa megaoperação policial, envolvendo cerca de 2.000 policiais da tropa de choque, super armados, com aparato de helicópteros, blindados, cães e cavalos, munidos com bombas de gás, sprays de pimenta, balas de borracha e convencionais, a PM paulista chegou no Pinheirinho por volta das 6:30h, pegando os/as trabalhadores/as de surpresa, até porque na semana que passou ocorreram dois fatos políticos-jurídicos que fizeram a comunidade não esperar jamais por um ato de tamanha covardia: havia sido feito um acordo entre as partes envolvidas na disputa do terreno por uma trégua de 15 dias e, na sexta-feira, 20 de janeiro, os moradores do Pinheirinho conseguiram uma liminar da Justiça Federal fazendo com que o processo de disputa da área passasse para a esfera federal, tirando portanto a querela da Justiça Estadual.
Mas, nem a juíza Márcia Faria nem o comando da PM de São Paulo quiseram saber disso e, desobedecendo frontalmente a decisão do TRF 3ª Região, partiram para o Pinheirinho na manhã deste domingo e protagonizaram um dos maiores massacres recentes deste país. Até agora, o que se sabe é que há 7 mortos, vários feridos e vários desrespeitos aos direitos humanos.
Relatos transmitidos pelo twitter davam conta das barbaridades cometidas pelos PM's durante a invasão no Pinheirinho. Além de arrebentar com as casas dos moradores, os policiais batiam em todos que encontravam pela frente: crianças, idosos, e até mulheres grávidas.
A truculência da PM do PSDB paulista chegou a tal ponto que o senador petista Eduardo Suplicy, o deputadofederal e presidente nacional do PSOL, Ivan Valente, e o presidente nacional do PSTU, Zé Maria, foram presos numa escola dentro do Pinheirinho, impedidos de se aproximar dos trabalhadores/as daquela comunidade. Este é o Brasil. Não assistimos parlamentares sendo presos pela polícia quando praticam atos de corrupção, mas quando se dispõem a defender o povo na luta por moradia, sim!
Neste momento, chamamos todos aqueles e aquelas que defendem o direito mínimo do povo a viver com dignidade a defender o povo do Pinheirinho a lutar pela sua moradia e contra a ação truculenta da PM de Alckmin. Na parte de cima, os reais assassinos do massacre do Pinheirinho neste 22 de janeiro de 2012. 


Histórico
A Ocupação Pinheirinho existe há oito anos (a serem completados em fevereiro) e abriga cerca de 9 mil moradores. Sem qualquer ajuda do Estado, os sem-teto construíram suas casas (a maioria de alvenaria), comércio, igrejas, abriram ruas, praça e criaram uma associação de moradores.
Desde o início da Ocupação, motivada pela falta de uma política habitacional da Prefeitura, os moradores tentaram abrir diálogo com o prefeito Eduardo Cury (PSDB), mas ele sempre resistiu em regularizar a área.
Recentemente, os governos federal e estadual já haviam se manifestado no sentido de assinar um protocolo de intenções para regularização do Pinheirinho, mas o prefeito, mais uma vez, se omitiu e até agora não demonstrou interesse em assinar o documento. A regularização não iria gerar qualquer custo para o município.
A área do Pinheirinho é de propriedade da massa falida da Selecta S/A, do especulador financeiro Naji Nahas. O local ficou abandonado por 30 anos, sem cumprir qualquer função social. Hoje serve de moradia para os sem-teto.         

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