Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mais uma vez. Marx estava certo!

Uma das frases mais famosas do revolucionário alemão, criador - junto com Engels - do socialismo científico, Karl Marx, é sem dúvida que a "religião é o ópio do povo". Muitos padres, pastores e pensadores a serviço da burguesia, ao longo do tempo, sem fazerem a devida análise da frase, tentam deturpar a essência deste pensamento de Marx para, com isso, promover mais um ataque à teoria marxista.
Porém, a atual campanha eleitoral - tanto no plano nacional quanto na Paraíba - tem demonstrado inequivocamente que, a despeito dos ataques que Marx e seus companheiros/as de luta tem sofrido até hoje, este mais uma vez está com a razão. Sua frase, dita nos idos do século XIX, continua mais atual do que nunca.
Vamos primeiro contextualizar tal frase. O ópio a que se refere Marx na referida frase era a droga do momento no final do século XIX, a "cocaína" da época. Esta droga era extraída da papoula. Por ele, a Inglaterra chegou a entrar em guerra por duas vezes contra a China para que esta fosse obrigada a aceitar que a droga pudesse ser comercializada dentro do território chinês. Isso ocorreu ´primeiro entre 1839-42 e depois entre 1856-60. O ópio só foi definitivamente proibido de entrar na China após a vitória da Revolução Comunista em 1949.
Como toda droga, o ópio tinha como característica fundamental levar a pessoa viciada a viver em uma outra realidade, ainda que momentânea. Mais ainda, ele quer também fazer com que a pessoa que nele se vicia passe a viver sempre naquela realidade, se aprofundando nesta até não sair mais, pensando em todo o momento como viver nela o tempo todo. Para isso, a pessoa faz tudo para permanecer na realidade criada pelo ópio ou qualquer que seja a droga.
Quando Marx afirma a frase "a religião é o ópio do povo", ele quer dizer praticamente a mesma coisa em relação às pessoas que vivem suas vidas apenas olhando-as do ponto de vista da religião, do ponto de vista do discurso religioso, anunciado pelo seu padre, do seu pastor ou de seu guia espiritual, qualquer que seja o nome que se dê a este.
A reta final da atual campanha eleitoral, tanto em nível nacional quanto local  tem servido para mostrar o acerto de Marx quando afirmou tal frase no século XIX. Os candidatos têm explorado a temática religiosa a despeito de explicitar ao eleitorado assuntos que realmente interessam a todos nós, como por exemplo o que vão fazer com a Previdência pública no próximo período (ver o que acabou com a França, apesar dos inúmeros protestos realizados pela classe trabalhadora daquela país), a questão das privatizações, uma política real para o salário minimo, a questão da dívida externa, a política de reforma agrária, entre outros. Tudo isso está sendo deixado de lado para se encobrir atrás da discussão religiosa que tomou conta da campanha eleitoral de Dilma X Serra e agora também de Zé Maranhão X Ricardo Coutinho.
O objetivo de tudo isso é claro. A tática dos candidatos e de suas assessorias é proposital.  Centrar fogo na questão religiosa significa esconder da população e, especialmente da classe trabalhadora, os ataques que cada um dos candidatos, caso eleitos, irão desferir contra todos nós a partir de 1º de janeiro quando tomarem posse, seja no Planalto ou no Palácio da Redenção. E, ao mesmo tempo, aumentar o arsenal dentro da classe de reacionarismo e preconceitos e discriminações contra as mulheres, negros e homossexuais. pois o ataque à legalização do aborto  é um ataque à luta das mulheres; ao casamento gay à luta do movimento LGBTT; e, no caso da Paraíba, às manifestações religiosas africanas, um ataque à luta dos negros/as. Tudo isso só serve para aumentar o machismo, homofobia e racismo em nossa sociedade, no que a burguesia agradece rindo às gargalhadas. 
Apesar dos pensadores burgueses, padres e pastores, Marx mais uma vez acertou. A religião é o ópio do povo!

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