Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 20 de novembro de 2010

A burocracia sindical cutista do SINTEP mostra suas garras sobre a democracia

Sexta-feira, 19 de novembro de 2010. Esta é uma data para não se esquecer na história do movimento sindical paraibano, em especial na história de uma das maiores entidades do sindicalismo paraibano que, nos anos finais da década de 70 e durante toda a década de 80 do século passado, construiu algumas das mais belas páginas dos/as trabalhadores/as de nosso Estado. Estamos falando do SINTEP - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba -, antiga AMPEP.
E por qual motivo esta data acima não deve ser esquecida? Infelizmente, não é por conta de uma grande conquista, fruto de uma grande mobilização da categoria, de uma grande greve estadual com grande participação dos/as trabalhadores/as encurralando o governo estadual e arrancando mais direitos para todos/as.
O dia 19 de novembro de 2010 entra para a história do SINTEP como o dia em que a sua direção majoritária - encastelada na entidade há mais de 20 anos - deu um golpe de morte na democracia interna da entidade, simplesmente com o objetivo torpe de tentar impedir que a oposição a esta direção burocrata e parasita consiga alcançar sucesso nas próximas eleições, que ocorrerão no próximo ano.
Para isso, a burocracia vintenária e cutista do SINTEP fez bem aquilo que toda burocracia sabe fazer: organizou sua tropa de choque para passar o "rodo" numa Assembleia que a base localizada na Grande João Pessoa e Campina Grande simplesmente desconhecia pois não foi divulgada nas escolas com sequer um cartaz, muito menos passagem em alguma unidade de ensino de algum diretor/a da entidade. Porém, este trabalho foi feito - e muito bem feito - nas regionais localizadas no interiorzão do Estado, tipo Sertão e Curimataú.
A burocracia cutista e parasita do SINTEP conseguiu aprovar na Assembleia do dia 19/11 alterações estatutárias como modificar o tempo do mandato de três para quatro anos;  acabar com a garantia do sindicato bancar as despesas de confecção das cartas-programas das chapas que concorrerem à entidade; e, por fim, a mais terrível das alterações estatutárias no que diz respeito ao ataque á democracia interna do movimento: a direção burocrática do SINTEP conseguiu aprovar que, para qualquer filiado pretender se candidatar à direção da entidade a partir de agora, terá que ter pelo menos 3 (três) anos de filiado.
Esta proposta vinda da direção cutista e burocrata do SINTEP é um ataque temendo à democracia operária, pois nem a democracia burguesa funciona dessa maneira que os burocratas vintenários da educação estadual funcionam. Na democracia burguesa, qualquer cidadão ou cidadã precisa estar filiado há pelo menos 1 (um) ano antes da eleição a um partido político para poder se candidatar a qualquer cargo eletivo. A direção do SINTEP tenta, com esta proposta, impedir que a nova vanguarda que vem surgindo na categoria no último período, possa assumir os destinos da entidade. Mas, como dizem alguns, podem impedir o nascimento das flores, mas não a chegada da primavera.
Esta decisão da Assembleia, advinda da direção cutista, burocrata e parasita do SINTEP é na verdade uma continuidade do que já havia sido deliberado no Congresso da categoria de alguns anos atrás, quando esta mesma direção bancou a aprovação de inclusão no estatuto da entidade um artigo que proibia que os companheiros/as que estivessem no estágio probatório não poderiam participar de chapas à direção do Sindicato. A medida atual aprovada dia 19/11 é uma continuidade dessa política iniciada nesse Congresso que, salvo engano, foi realizado em Brejo das Freiras.
É preciso que a Oposição SINTEP denuncie com veemência este golpe à democracia realizada pela direção cutista e burocrática do SINTEP  na base e nacionalmente. É preciso também denunciar na base o papel da diretora sindical de Patos que foi eleita pela chapa de oposição e agora está atrelada ao setor majoritário da direção do SINTEP. Avalio que este é um excepcional momento para a Oposição SINTEP se afirmar perante a categoria como uma alternativa clara. Se não souber aproveitar o momento, podem ficar certos, a burocracia saberá aproveitar. E aí reside o problema!

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