Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 15 de abril de 2012

A vingança de Agra e a oposição de direita em João Pessoa


Mais uma pesquisa sobre as eleições municipais de João Pessoa, encomendada pelo jornal “Correio da Paraíba” e realizada pela Consult Pesquisa, foi publicada na edição deste domingo, 15 de abril de 2012, nas páginas do jornal supracitado.
            Nesta pesquisa, são apresentados dois cenários eleitorais, além de uma pesquisa sobre os índices de rejeição de cada pré-candidato. Estes são os mesmos da pesquisa publicada na edição de sábado, 14/04/2012 do mesmo jornal e que já avaliamos no artigo “A herança de Ricardo Coutinho”, salvo pequenas mudanças feitas pelo instituto de pesquisa.
            O primeiro cenário apresentado pela Consult/Correio apresenta o deputado federal Manoel Júnior como o pré-candidato do PMDB, no lugar de Zé Maranhão. Neste quadro conjuntural, o senador tucano Cícero Lucena aparece em 1º lugar, com 27,4%, seguido por Luciano Cartaxo (PT), que tem 14,2%. Em 3º, aparece a pré-candidata oficial, Estelizabel Bezerra (PPS), 8,1% e só então surge Manoel Júnior (PMDB), com 4,2%. Depois, vem Nonato Bandeira (PPS), com 2,6%, sendo seguido por Ítalo Kumamoto (PSC), Geraldo Amorim (PDT) e Renan Palmeira (PSOL), com 1,9%, 1,2% e 0,2%, respectivamente. Mas o que chama atenção neste cenário, mais uma vez, são os altos índices de quem não tem nenhum candidato (25,9%) e não sabem em quem votar (14,3%), ou seja, uma massa de 40,2% de indecisos!
            No segundo cenário apresentado pela Consult/Correio, o ex-governador Zé Maranhão (PMDB) é resgatado como o pré-candidato do partido e é colocado na disputa o atual prefeito da capital, Luciano Agra (PSB), e saem de cena Estelizabel Bezerra e Nonato Bandeira. Neste quadro, Maranhão lidera o processo eleitoral com 27%, seguido por Cícero Lucena (PSDB), com 19,2% e Agra surge em 3º, com 12,3%. O pré-candidato do PT, Cartaxo vem em seguida com 10,1%, e logo após vem, pela ordem, Kumamoto (PSC), Amorim (PDT) e Renan (PSOL), com 1,4%, 0,9% e 0,2%, respectivamente. Continua chamando a atenção o percentual de pessoas que não têm candidatos (16,8%) e não sabem em quem votar em outubro próximo (12,1%), um universo de 28,9%.
           
            Agra e Oposição rindo à toa

            A divulgação desta pesquisa Consult/Correio sobre as eleições municipais de João Pessoa neste final de semana devem estar fazendo a oposição de direita e, especialmente neste domingo, 15 de abril de 2012, o prefeito Luciano Agra, rindo à toa.      
            PMDB e PSDB em todas as pesquisas aparecem com seus pré-candidatos posicionados nos primeiros lugares. Apenas em um momento isso não ocorre, é quando o candidato do PMDB é o deputado federal Manoel Júnior. Fora isso, só dá esses partidos. Excelente para eles, terrível para nós, pobres mortais. A simples possibilidade de imaginarmos de termos, a partir de 1º de janeiro de 2013, Zé Maranhão ou Cícero Lucena e toda sua tropa de choque comandando os destinos de nossa cidade é de dar calafrios. Porém, como já afirmamos, essa será a herança de Ricardo Coutinho e do PSB para nossa “Cidade das Acácias” após 8 anos de (des)governo.  
            O outro personagem que está desandando a rir neste domingo ensolarado na “Porta do Sol” é, sem dúvida alguma, o prefeito Luciano Agra. Sua pontuação na pesquisa – 12,3% - é superior à soma dos três pré-candidatos da base do governo (Estelizabel, Nonato e Geraldo) que, juntos, possuem 11,9%. Se pegarmos apenas os dois membros do “Coletivo Girassol” (Estelizabel e Nonato), a diferença é maior: 10,7%. É um tapa com luva de pelica que Agra e seus correligionários dão em Ricardo Coutinho e seus aliados na guerra surda e fratricida que existe hoje no PSB paraibano em torno das eleições de João Pessoa. É a vingança de Agra!

            A rejeição de cada pré-candidato

            A pesquisa da Consult/Correio traz também os índices de rejeição de cada pré-candidato. Maranhão vem em primeiro, com 25,4%, seguido de Cícero, com 21,7%. Estelizabel aparece em 3º, com 12,4% e Luciano surge em seguida com 9,5%. Nonato tem 7,8% e logo atrás vem Kumamoto com 5,4%, Amorim com 3,8% e Renan, com 3,6%.
            Os números altos de rejeição de Maranhão e Cícero já eram esperados. Afinal, são nomes já por demais conhecidos e testados na vida pública. Maranhão já foi governador três vezes e muito criticado em todas essas oportunidades; Cícero foi prefeito da capital por dois mandatos seguidos e saiu da Prefeitura preso e algemado pela Polícia Federal, acusado de desviar milhões de reais dos cofres públicos. Portanto, com um currículo desses, nada mais natural que os dois liderassem os índices de rejeição. Porém, ambos possuem duas máquinas partidárias extremamente poderosas que podem reverter esta situação de momento. Tanto é que, apesar de toda essa situação vivida por Cícero Lucena, ele se elegeu senador pela Paraíba, com uma expressiva votação.
            O que nos chama a atenção nesses índices de rejeição são duas coisas. Os altos índices de rejeição de Estelizabel Bezerra (PSB) e Nonato Bandeira (PPS), ambos pré-candidatos oficiais do governo. Como diz o humorista Zé Lezin, para duas pessoas “internacionalmente desconhecidas”, ambos estão muito rejeitados. Estelizabel tem 12,4% e Nonato, 7,8%. Mas isso tem explicação: ambos são associados DIRETAMENTE à imagem de Ricardo Coutinho e, nesta eleição, quem for considerado o candidato do governador “socialista”, já está fadado ao fracasso. Mesmo Agra, que pontua melhor do que os dois juntos, mas como é associado a Ricardo, não vai pro segundo turno, conforme mostra a pesquisa Consult/Correio. Este é o elemento mais importante que a pesquisa Consult/Correio nos revelou neste final de semana.
            A outra coisa que nos chama a atenção nos índices de rejeição é o alto índice do pré-candidato do PSOL, Renan Palmeira, com 3,6%. Com certeza, tal índice de rejeição deve estar relacionado ao fato deste ter assumido, desde o início desta campanha, a sua homossexualidade. Como vivemos num Estado profundamente preconceituoso, homofóbico, isso já começa a se revelar nas pesquisas eleitorais. Não custa relembrar a todos e todas que a Paraíba é o Estado onde mais se mata homossexual em todo o país. Portanto, os 3,6% de rejeição apontados para Renan refletem isso. E a tendência, infelizmente, é que isso piore durante a campanha. 


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