Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As mudanças no governo "socialista" de Ricardo Coutinho e o discurso do "Estado quebrado"

Leio hoje, 15/02, no portal PoliticaPB, notícia dando conta de que há no governo "socialista" paraibano um novo secretário de Educação. Isso há exatos 45 dias de iniciado a "era socialista" em terras tabajaras. Depois de refeito do susto, leio mais atentamente a notícia e vejo o nome do novo secretário de tão importante pasta: professor Afonso Scocuglia. Antes de falar do governo Ricardo e dessa troca de comando na Educação, permitam-me traçar algumas linhas sobre o novo titular da pasta. Conheço o professor Afonso Scocuglia, que é lotado no Centro de Educação da UFPB e tem boa parte de sua formação voltada para o estudo da obra do grande pedagogo brasileiro e mundial Paulo Freire, a ponto de pertencer ao Instituto Paulo Freire. Fiz com ele, quando aluno da UFPB, um curso de extensão sobre a obra deste grande mestre da Educação brasileira. Do ponto de vista profissional, a escolha não poderia ter sido melhor. Porém, a questão que iremos abordar aqui não é esta e sim outra, do ponto de vista político.
Alguém realmente acredita que o professor Scocuglia irá assumir a secretaria de Educação porque o seu antecessor, Fernando Abath, está de licença médica? Se ele está realmente nessa situação, porque então seu adjunto (no Estado, chamado de secretário Executivo) não assume até sua volta? Alguma coisa muito estranha está ocorrendo e não virá à tona tão cedo, tenham certeza. Talvez nunca saberemos.
Mas, podemos fazer algumas suposições. Uma das possibilidades é o caos que existem em várias escolas espalhadas em todo o Estado por conta da decisão do governador Ricardo Coutinho em demitir centenas de milhares de profissionais que atuavam na rede educacional do Estado - entre professores e funcionários - e o resultado é que, apesar das aulas terem se iniciado na data aprazada, 14/02 (que já foi uma data remarcada pelo então secretário, Abath), estas iniciaram-se de forma precária. Isso quando iniciaram. Em algumas escolas, como o D'Ávila Lins, em Bayeux as aulas só irão se iniciar em 01/03, simplesmente por que a unidade de ensino não possui nem cadeiras suficientes para os alunos sentarem nem professores para dar aulas. Situação semelhante vive outra grande escola de Bayeux, o Irineu Pinto, que só iniciará suas aulas na próxima segunda-feira, 21/02. Essa é a escola Nota 10 do "socialista" Ricardo Coutinho e quem pagou o pato por isso foi Fernando Abath!
Na mesma matéria do PoliticaPB também está colocada uma outra novidade do governo do "mago", essa bem mais intrigante. Ricardo Coutinho editou uma Medida Provisória, a de nº 167, em que transforma a antiga Secretaria Especial da Representação Institucional (Seri) na Secretaria de Estado do Desenvolvimento e da Articulação Municipal (Sedam), cujo secretário será o deputado estadual Manoel Ludgério (PDT). Com essa manobra política, Ricardo permite a posse de Hervázio Bezerra (PSDB), tucano integrante da ala cicerista, assumir uma vaga na Assembleia Legislativa. Agora, é aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Mas o que queremos analisar aqui é o discurso do governador do Estado. Dele e de seus principais auxiliares quando tratam de assuntos espinhosos para o atual governo. Assuntos como a PEC 300, reajustes salariais para as diversas categorias do Estado, argumentos para justificar rebaixamento das gratificações dos servidores. Em todos esses e outros casos, o argumento central é o mesmo: "o Estado está quebrado". Mas como o Estado pode estar quebrado se em 45 dias de governo Ricardo Coutinho já criou 2 (duas) novas secretarias? Criou a Secretaria de Cultura e a entregou ao comando de Chico César e, agora, criou a Secretaria de Estado do Desenvolvimento e da Articulação Municipal (Sedam) e a entregou ao deputado estadual Manoel Ludgério. E todos/as sabem o que representam para os cofres do Estado a criação de uma Secretaria, quanto mais duas em 45 dias de governo. Realmente, é muito difícil entender o discurso de austeridade do "socialista" Ricardo Coutinho. Quem puder me explicar, agradeço.      

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