Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 4 de janeiro de 2020

O caso do pedreiro Valmir e as "coincidências" sobre o CAOS na saúde pública na Paraíba






No 1º dia de 2020, o pedreiro Valmir Pedro de Brito, de 43 anos, foi atropelado quando dirigia sua bicicleta a caminho de seu trabalho, por volta das 6h da manhã, no bairro de Quadramares, por uma mulher (segundo informações oficiais) que dirigia o carro em alta velocidade e atingiu o trabalhador, quando este estava trafegando na ciclofaixa existente no local. Pedestres que presenciaram o trágico acidente garantem que o esposo da condutora era quem estava ao volante, embriagado (conforme detectou o bafômetro), feito três horas após o ocorrido, na Central de Polícia, depois de muita confusão.
O impacto da batida foi tão violenta que Valmir teve politraumatismo craniano e foi levado ao Hospital de Trauma e aí, começaram as "coincidências" no CAOS da saúde pública paraibana. O pedreiro ficou na ala vermelha do Trauma durante algumas horas esperando uma vaga num leito na UTI do referido hospital. Quando surgiu esta vaga, ele foi levado para lá. Poucas horas após isto ocorrer, teve sua morte cerebral decretada pela equipe médica. Fica a pergunta: será que se fosse outra pessoa, e não o pedreiro Valmir, o procedimento seria o mesmo??? Pra concluir este caso, por aqui, a mulher que teria sido a causadora do acidente com o pedreiro Valmir foi acusada, no inquérito aberto contra ela, de homicídio culposo (aquele aonde não há intenção de matar). Durma com uma zoada dessas....
Estas "coincidências" no CAOS da saúde pública na Paraíba não vem de hoje. Na verdade, os vários governantes que já passaram pelo Palácio da Redenção não fizeram nada mais do que tratar a saúde pública do nosso Estado como um arremedo. É inadmissível que, em pleno século XXI, tenhamos presente em nosso Estado, índices alarmantes de doenças que já deveriam estar erradicadas, como dengue, e de outras, que prometem voltar com força, como sarampo. Tudo por conta de um Estado que não dá a mínima para a saúde do povo. Mas, quando se trata de desviar dinheiro dessa mesma saúde pública, a "Operação Calvário" está aí para mostrar os números..... Enquanto isso, esses mesmos governantes fazem cena para a galera, de que estão fazendo algo pela saúde de nosso povo. Me engana que eu gosto.
Com a "Operação Calvário" desvendando os bastidores da podridão que ocorria na saúde pública na Paraíba, via 0S's, o governador João Azevedo (sem partido), um dos implicados na questão - já que teve o Palácio da Redenção com mandado de busca e apreensão no último dia 17 de dezembro -, foi obrigado a anunciar o rompimento dos contratos com as OS's na saúde e educação e, ao mesmo tempo, afirmar que as unidades de saúde serão geridas, dentro em breve, por uma fundação de saúde, ainda a ser criada (dependendo de aprovação da Assembleia Legislativa). Tipo uma EBSERH, ao estilo federal, criada no final do governo Lula, em 2010.
É aí que, por mais incrível que possa parecer, as "coincidências" do CAOS na saúde pública reaparecem com uma velocidade impressionante. Da última semana de 2019 para cá, aconteceram algumas coisas que revelam isso. Além do caso Valmir, a imprensa tem noticiado outras coisas que chamam nossa atenção e causam revolta. Pessoas com seus familiares, com problemas sérios no Hospital de Trauma de JP, tendo que voltar pra casa, depois de passarem dias internos naquela unidade de saúde no meio de corredores, porque não realizaram os exames necessários à sua situação e, isso não ocorreu porque os dois tomógrafos da unidade estão quebrados. Os dois quebraram ao mesmo tempo. Coincidência, não??? Médicos de várias áreas realizaram paralisação porque estão há dois meses sem receber seus salários e, mesmo assim, o secretário de saúde do Estado, Geraldo Medeiros, em vez de resolver o problema para ajudar o povo, responsabiliza os médicos, procurando jogá-los contra o povo. A "novela" das macas retidas voltou a figurar no noticiário depois de algum tempo, para sofrimento de quem precisa de um atendimento rápido do SAMU. Apesar de ter um protocolo que afirma que as macas devem ficar retidas até, no máximo, 30 minutos, não é bem isso que ocorre, na prática. Quem mais sofre na ponta do atendimento, é quem mais precisa dele. O Estado, pra variar, faz "ouvidos de mercador", mais uma vez. Pra variar......
Por falar em Geraldo Medeiros, na entrevista que este concedeu ao JP2, na noite desta sexta-feira, 03 de janeiro do corrente ano, acerca deste CAOS na saúde pública em nosso Estado, chamou a atenção sua tranquilidade sobre o assunto. Pergunta-se: se um parente seu precisasse realizar um exame no Trauma e não o fizesse porque os dois tomógrafos estavam quebrados, ele estaria tão tranquilo assim??? Poderia até estar por um simples motivo: pessoas do estilo de Geraldo Medeiros e parentes, quando ficam assim, não vão para um hospital público e sim para o Sírio Libanês ou Albert Einstein, típicos de gente como o secretário de saúde do Estado da Paraíba e similares. Daí, sua preocupação zero com a situação do povo com o CAOS na saúde pública.
Afinal, o povo é apenas um detalhe.............Né, Geraldo Medeiros???

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